Jornal Minuano

01/04/2009
Num percurso de mais de 40 quil?ros, sob um sol escaldante e muita poeira, um comboio de potentes picapes percorreu uma estrada de ch? ontem ?arde, at? Fazenda Aroeira, em Candiota. Esse foi o local onde aconteceu o ato mais importante do lan?ento do movimento “Alerta Verde” dos produtores rurais. Numa resposta a a? das mulheres da Via Campesina, que ?m dos bra? do Movimento dos Sem-Terra (MST), ruralistas e pol?cos fizeram o replantio de 1,6 mil mudas de eucaliptos na mesma ?a onde as plantas foram cortadas pelas agricultoras no dia 3 de mar? Desta vez, as bandeiras verdes e o som do hino rio-grandense substitu?m o vermelho do MST. Com esse ato ficou selado o movimento “Alerta Verde” num contraponto ao “Abril Vermelho” dos Sem-Terra. “Este ato, sim, vai estar na mem? de todos, inclusive daqueles (Via Campesina) que causaram preju?s neste local”, afirmou o presidente da Federa? da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto. Mobiliza? Bag?em se firmado como o centro das decis?dos produtores rurais de todo o Rio Grande do Sul. Na Rainha da Fronteira j?avia nascido o “Maio Verde”, tamb?um contraponto ao “Abril Vermelho”. A movimenta?, ontem, iniciou cedo na Associa? Rural de Bag?Aos poucos, munidos de bandeiras verdes e adesivos com o lema “Alerta Verde” come?am a chegar ruralistas de todos os recantos do Estado. Uma das presen? mais importantes foi a do presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Os deputados federal e estadual, Afonso Hamm e Lu?Augusto Lara e os vereadores, S? Leite e Divaldo Lara marcaram presen? Por volta das 10h o comboio com 170 ve?los come? o percurso da Rural rumo ?venida Sete de Setembro. 3 10h25min os primeiros carros com as bandeiras verdes passaram em frente a um dos cart?postais da cidade, a imponente Catedral de S?Sebasti? Num coro de buzinas, ao som do hino do Rio Grande do Sul, o comboio percorreu as avenidas Sete de Setembro, Presidente Vargas e Santa Tecla rumo ?R 290 e da?ireto para o CTG Batalha do Seival, na Vila Oper?a, em Candiota. 3 11h50min, come?am a chegar os primeiros ve?los ao local com o sugestivo nome Batalha do Seival que foi o conflito militar que ensejou a proclama? da Rep?ca Rio-Grandense, por Ant? de Souza Neto (11 de setembro de 1836). “Ningu?vai invadir” O CTG constru? com madeiras e decorado com l?adas e chifres ficou pequeno para abrigar os representantes de 21 sindicatos rurais de todo o Estado. O primeiro a falar foi o presidente da Associa? Rural de Bag?Eduardo M?a Su?Ele disse que frente ?epreda? praticada pelas mulheres da Via Campesina da Fazenda Aroeira, era necess?o uma atitude. “Aqui ningu?vai invadir terra e nem ter Abril Vermelho”, sentenciou sob os aplausos dos presentes. Su?nformou que o replantio da ?a destru? representava a afirma? do in?o do movimento “Alerta Verde”. Vil?da estrada Em quase todas as mani-festa?es, as lideran? ruralistas n?mencionaram a sigla MST e sim “eles”. O vice- presidente da Farsul, Gede?Pereira, falou sobre a import?ia do agroneg? para o pa? Segundo ele, hoje o setor ?espons?l por 40% do Produto Interno Bruto (Pib) do Brasil. Para o dirigente, os ?mos governos ainda n?entenderam a import?ia do agroneg?. Ao falar de toda a mobiliza? do setor, Pereira disse “os ruralistas n?t?tempo de andar nas estradas, eles (MST) t?, afirmou. O presidente da Farsul, uma das maiores lideran? ga?s do setor, Carlos Sperotto, enalteceu a receptividade dos bajeenses ao longo do percurso pelas ruas da cidade. “N?recebemos nenhum contra-aceno, isso ?m sinal dos tempos e de vit?”, observou. Sperotto conclamou a classe ruralista a estar unida e a partir do movimento “Alerta Verde”, ter a?s objetivas. Ou seja, sempre que qualquer produtor precisar de aux?o em qualquer parte do Rio Grande do Sul, os outros devem atender imediatamente. “No Abril Vermelho eles (MST) fazem anarquia”, enfatizou. Durante sua fala, Carlos Sperotto disse que uma das sugest?? extin? do Instituto Nacional de Coloniza? e Reforma Agr?a “Incra”. O presidente da Farsul citou que o assentado vive do Bolsa Fam?a e outros aux?os do governo, enquanto os ruralistas vivem do que produzem. Armadilhas para receber ruralistas **************************** Um fato que pode servir como prova de que os passos dos ruralistas estavam sendo monitorados foram as armadilhas encontradas na estrada de ch? Da vila Oper?a, em Candiota, at? Fazenda Aroiera d?ns 40 quil?ros. Durante o percurso, havia miguelitos (artefatos para furar pneus). Sete picapes dos produtores, inclusive a do deputado estadual Lu?Augusto Lara, tiveram os pneus furados. O mist?o fica por conta de que esse ato na Aroeira n?foi divulgado pelos organizadores do evento por precau?. Portanto, sup?e que pouca gente sabia do trajeto que seria feito. Devido a esse incidente, no retorno a Bag?os organizadores resolveram alterar a rota e voltar pela estrada que sai na Col? Nova. Por quest?de seguran? todos foram orientados a andar juntos. Uma pequena caminhonete estava ?rente do comboio fazendo o monitoramento via r?o. Logo atr?uma viatura da Brigada Militar. No entanto, novas armadilhas aguardavam os ruralistas no percurso diferente. O carro com a reportagem do MINUANO estava bem ?rente dos demais e deparou-se com dois casos. Num dos pontos foi cortada uma extens?de uns dez metros da cerca de arame e colocado no meio da estrada. Logo adiante, outro peda?de cerca da mesma extens? s?e de arame farpado. A sensa? era de que olhos vigilantes do meio da planta? de eucal?os acompanhava todo o movimento do comboio. Por volta das 18h os primeiros ve?los come?am a chegar de volta em Bag? Avalia? Em entrevista ao MINUANO, no final do evento, o presidente da Rural, Eduardo Su?avaliou o dia como extremamente positivo, pelo fato de ter mobilizado representantes de 24 sindicatos rurais e autoridades. Estiveram presentes em torno de 600 pessoas em 200 carros. Su?nformou que o momento ?e alerta m?mo a qualquer movimento estranho e que atitudes do MST ser?coibidas. Perguntado se isso poderia ocorrer pela for? o presidente pensou antes de responder e depois disse que os ruralistas v?agir dentro da lei em todas as circunt?ias, mas n?descartou que se necess?o a for?ser?sada. O que ? “Alerta Verde” ******************** ?um contraponto ao “Abril Vermelho” do MST. Serve como alerta aos produtores rurais para se organizarem na defesa da propriedade. Um ato para os produtores informar sobre a import?ia do agroneg? brasileiro, que, segundo eles, ?lvo do MST. O movimento consiste em vigil?ia permanente nas estradas no sentido de coibir qualquer a? do MST e assentados.

Amadeu de Almeida Weinmann

01/04/2009
Nasci em plena 2ª Guerra Mundial. Dei meus primeiros passos na plenitude do Estado Novo. Desde meu engatinhar na vida, senti que a minha prog?e fazia com que houvesse discrimina? por descendente tudesco. Creio que tudo isso incutiu em mim uma eterna paix?pelo direito de defesa. A pr?a inclina? pela Advocacia criminal, com participa? ativa no Tribunal de J? representava o resultado dessa fermenta? de sentimentos pelo mais fraco e pelos seus direitos de defesa. Num dos momentos perigosos da vida nacional, defendi estudantes tidos como subversivos. Vivi quase meio s?lo de Advocacia ligada ?efesa do ser humano. Convivi com ju?s humanos os quais poderia enumer?os, mas temo cometer injusti?olvidando, inconscientemente, algum deles. O mesmo digo dos promotores e procuradores de justi?que vaidosos e altaneiros, pediam a absolvi? do r? cuja prova se mostrasse duvidosa. Isso tudo no tempo do j??esquecido princ?o do “in dubio pro reo.” Desde logo aprendi com Cesare Bonesana, o Marqu?de Beccaria que, a partir do momento em que o juiz ?ais severo do que a lei, ele ?njusto, pois acrescenta um castigo novo ao que j?st?eterminado. Com ele tamb?aprendi que n?seria a quantidade da pena que daria a no? do justo penalizador, e sim, a sua qualidade. Pensei que j?ivesse visto tudo em mat?a de julgamento penal. No entanto, de forma lament?l, passa-se a ver tanto absurdo que me sinto obrigado a dar meu parecer a cerca daquilo que n?existe mais, pois que ofuscado pelas raz?“do faz de conta.” O art. 5º da Carta Constitucional Cidad?pro? que o indiv?o seja condenado ?ena de morte, pris?perp?a ou a banimento, porque lhe ?epugnante a aplica? dessas formas cru? de se penalizar o ser humano. Uma dama acaba de ser condenada a quase um s?lo de pris? Sim, 94 anos ?uase um s?lo. ?o que diz a senten? Claro, pois, no caso em tela, a condena? se n?? pena perp?a ?por certo, pena de morte. Ou a apenada viver?anto? Por isso ?ma pena “faz de conta.” Claro, o tribunal lhe deu o direito de apelar solta, j?ue respondeu o processo em liberdade. Mas, a respeito da pris?decretada pelo juiz paulista, uma conceituada revista proclamou: o Brasil daria tamb?um passo gigantesco na luta contra os que roubam dinheiro p?co se aos corruptos do mundo oficial fosse dispensada a mesma e diligente orquestra? de esfor? de pol?a e Justi?que levou ?ondena? e a pris?da dona da Daslu. Ora, at? um estudante do primeiro semestre do Direito, tal senten?n?teria sentido. Lamentavelmente, o direito brasileiro n?tem uma filosofia que defina teleologicamente, o sentido da pena. N??unitiva, n??xemplificativa e, muito menos, recuperadora. E a prova disso ?ue, do fundo dos c?eres, os detentos comandam o crime no Brasil. Mais, ainda: nas altas esferas do poder n?se punem os mensaleiros, os que trazem dinheiro na cueca, os que enriquecem ?custas das verbas p?cas, os donos de castelos medievais, e nem os maculadores do Senado Federal. E, ao supremo mandat?o do pa? ante qualquer constrangimento digno de uma ren?a (claro que num pa?de seres civilizados) basta-lhe a frase “eu n?sabia” para a absolvi? plen?a e a certeza de que do fato “resquiat in pacem.” Isso desmoraliza o nosso sistema jur?co, emascula a figura da justi?e aprisiona o direito de se combater a verdadeira criminalidade. A li? de Ruy aqui ?plicada ao posto: “a regra da igualdade n?consiste sen?em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam.” Os poderosos s?aquinhoados pelo poder de forma desigual, quais sejam, agraciados com o sil?io de seus pecados, enquanto que, aos outros, tem que se fazer de conta que, nele, est?punindo todos os pecados do mundo, e com o fogo do inferno. No entender de Beccaria, “a moral pol?ca n?pode oferecer ?ociedade qualquer vantagem perdur?l, se n?estiver baseada em sentimentos indel?is do cora? do homem”. E, com a grandeza que caracterizava suas id?s, ensinava: “fa?os uma consulta, portanto, ao cora? humano; encontraremos nele os preceitos essenciais do direito de punir.” N?creio que os 94 anos de reclus?tenham sa? do cora? de um ser humano, n? Mas, afirmo a todos que n?perdi a esperan? Dias melhores h?de vir. * Advogado

Roberto Fendt

01/04/2009
O governo anunciou que est?rorrogando a isen? de IPI para ve?los por mais tr?meses. Al?disso, anunciou tamb?que outras atividades econ?as ser?beneficiadas com redu?s de tributos, a?nclu? especialmente a constru? civil. Habituado a resmungar, dou a m??almat?: o governo agiu bem. Tanto a ind?ia automotiva como a constru? civil puxam os demais setores da economia—a siderurgia e o cimento, para citar apenas dois— e s?setores fortemente empregadores, considerados seus efeitos diretos e indiretos sobre o emprego. Justamente por ter dado a m??almat?, me pergunto at?ue ponto a li? foi aprendida pelo governo. Porque o simples an?o de uma redu? permanente na tributa? de todos os setores j?eria suficiente para p? economia brasileira de volta aos trilhos—sem a necessidade de reuni?do G-20 ou de qualquer outra medida complementar. O meu receio ?ue tenha ocorrido uma compreens?equivocada da recupera? da ind?ia automotiva; que o governo tenha pensado que na raiz do problema est?estoques excessivos e transit?s, em lugar de tributa? excessiva e permanente. Se assim for, como parece ser, retiro a m?da palmat?. Se ningu?aprendeu uma li? t?simples, t?evidente, que est? vista de todos, volto aos resmungos de sempre. J?embrando que tributar mais um bem de demanda t?inel?ica como o cigarro, para compensar a perda da arrecada? do IPI, apenas aumentar? “contrabando” de cigarros. At?uinta-feira, com novos resmungos. * Vice-presidente do IL

Ives Gandra Martins

01/04/2009
N?vejo como possa a Venezuela vir a integrar o Mercosul. A Venezuela n??ma democracia. Sua Constitui?, inspirada em professores espanh?da esquerda radical (CEPS) – n?por socialistas moderados –, pressup?penas dois poderes, sendo um real e outro ilus?. O poder real ? Executivo, que subjuga o Judici?o e o Legislativo, e o ilus? ? povo, sempre consultado por plebiscitos ou referendos gen?cos. Por outro lado, como n?h?mprensa livre – no m?mo , toleram-se certas manifesta?s da oposi?, logo cerceadas – o ilus? poder do povo ?enhum, pois fantasticamente manipul?l e manipulado pelo Executivo. Essa ? raz?pela qual o fanfarr?ditador do pa?irm? com seu rosto de orangotango imberbe – a natureza n?lhe foi generosa –, em histri?as manifesta?s, ataca seus opositores e vizinhos com virul?ia verbal, quase sempre seguida de efetiva viol?ia, como impedir com?os da oposi? nas ?mas elei?s, retirar poder das regi?onde foi derrotado, invadir portos que se encontram em ?as governadas pela oposi? – autorizado por seu acapachado Legislativo, o qual se curva, servilmente, a tudo o que pedir, tornando a antiga democracia venezuelana em ditadura t?ca de uma republiqueta sem perfil. Ora, o Mercosul exige que seus integrantes sejam verdadeiras democracias, raz?pela qual a Venezuela, enquanto governada pelo tiranete introdutor da ditadura bolivariana, de postura circense, n?poder?er admitida na Uni?Aduaneira criada pelo Tratado de Assun?. A Am?ca Latina passa por um per?o de not? e anacr?a esquerdiza?, no estilo da fracassada ditadura cubana, com restri?s crescentes aos direitos fundamentais. O genocida Fidel – no meu tempo chamado de Fidel Pared?astro, pelos milhares de fuzilamentos sem julgamento nos pared?da capital – continua idolatrado pela nova leva de med?res d?otas que come? a assumir governos latino-americanos. A democracia, pois, adoeceu, no continente, e Ch?z ?m dos propagadores da praga antidemocr?ca. O Senado brasileiro, que mereceu improp?os do verborreico e adiposo governante – ataques deste indiv?o deveriam ser considerados elogios – poder?egar autoriza? para que aquele pa?venha a aderir ao Mercosul enquanto n?for uma verdadeira democracia, mas sim uma ditadura disfar?a de democracia. Creio que deveria faz?o, pois se permitir a entrada desses nossos vizinhos, certamente estar?ornando mais inst?l o Mercosul, que j?assa por problemas moment?os s?os, sobre violentar seu estatuto que, repito, s?mite democracias. Por enquanto, as estrepolias deste ditadoreco, que provocou infla?, desabastecimento e descompassos sociais e econ?os em seu pa? s?problemas venezuelanos. O que se deve evitar ?ue se transformem em problemas para o Mercosul e para o Brasil. _________ * Artigo publicado noem 23/03/2009. * * Ives Gandra Martins ?dvogado tributarista, jurista, escritor e Professor Em?to da Universidade Mackenzie.

Carlos Brickmann, em www.jaymecopstein.com.br

01/04/2009
N?sejamos injustos: o presidente Lula, apesar do que disse, n??acista. ?casado com uma branca, loira, de olhos verdes, a quem chama de galega”. Apoiou a candidatura de uma branqu?ima loira de olhos azuis para a Prefeitura de S?Paulo, e a teve como ministra. (...) N?foi racismo, portanto, o que levou o presidente Lula a culpar gente branca, de olhos azuis”, pela crise. Foi o incontrol?l impulso de dizer besteira. (...)Besteira grossa, daquelas que nem d?ara bolar sozinho: pode ter certeza, houve a ajuda de assessores. H?etalhes em que o presidente Lula certamente n?pensou antes de sua frase desastrada. O presidente do Citigroup, por exemplo, est?onge de ter olhos azuis: Vikram Prandit ?ndiano. Os bancos japoneses, chineses e coreanos, atores importantes da crise, dificilmente teriam em seu comando brancos de olhos azuis. Portanto, n?t?nada com a crise. A prop?o, a crise se iniciou com a quebra da Fanny Mae, a gigantesca empresa hipotec?a americana. Seu presidente, Franklin Raines, ?egro. Ali? se Lula diz que nunca viu um ?o banqueiro negro, deveria ser apresentado a Franklin Raines. Ele foi t?poderoso quanto os maiores banqueiros. E valeria a pena: dizem que Raines ?ma pessoa fascinante e muito agrad?l.

Klauber Cristofen Pires

01/04/2009
Por duas vezes estive em Roraima. Na primeira vez, era o ano de 2004, outra no ano seguinte. Conheci a fronteira do Brasil com a Venezuela, Pacaraima, munic?o brasileiro, e Santa Helena de Uiar? do lado caribenho. beira da estrada, filas intermin?is de caminh?carregando cereais em dire? ao mundo, por via dos portos venezuelanos. Antes disso, a produ? do P?Industrial de Manaus j?omemorava os n?os das exporta?s por este canal rec?descoberto, com uma economia milion?a por onde sa? do pa?caminh?abarrotados de produtos com alto valor agregado, tais como concentrados de refrigerantes, produtos de higiene pessoal, e motocicletas. Boa Vista era uma capital em ebuli? e o estado de Roraima, o campe?em crescimento populacional, derivado de forte imigra? estimulada pelos bons ventos do agroneg?. Para quem n?conhece a geografia roraimense, a partir da capital, Boa Vista, a paisagem amaz?a cede lugar a suaves savanas, f?eis e naturalmente excelentes para o plantio. Todos os grandes conglomerados ligados ?rodu? rural estavam l?e instalando: lojas de insumos, avi? caminh? tratores e bancos, a trazer empregos de boa qualidade, gr? para o norte e divisas em d? para o pa? Diante deste quadro, certamente desconhecido de dez entre onze ministros, jaz agora uma fic? jur?ca chamada Estado de Roraima, um territ? ilhado ao norte, pela reserva Raposa/Serra do Sol, e ao sul, pela reserva Waimiri-Atroari. Somente imagine o leitor que estes ?ios gozam oficialmente do usufruto da Uni? mas na pr?ca, o que eles possuem ?uito mais do que uma propriedade, e mais at?o que uma autonomia, j?erto de uma soberania plena. Para se ter uma id?, o tr?ito pela BR Manaus – Boa Vista ?egulado por eles, que estipulam hor?o para entrar na reserva, sen?o pagamento de ped?o. De tudo o que Roraima significava em termos de Brasil, tudo o que sobrar?er?alguns quart? do ex?ito, alguns servi? p?cos indispens?is e um Banco do Brasil, para efetuar-lhes o pagamento. S? Muita ingenuidade dos senhores ministros pensar que o nosso territ? estar?eguro t?somente pelas nossas For? Armadas. A hist? mostra a qualquer estudante secundarista que o que legitima um ato de soberania ? plena ocupa? civil. Foi assim com o Acre, ent?boliviano, mas habitado pelos seringueiros brasileiros. No Par?a governadora Ana J? Carepa sistematicamente desobedece a todas as ordens judiciais de reintegra? de posse (atualmente, mais de cem!) h?ais de dois anos. Recentemente, foi denunciada pela Confedera? Nacional de Agricultura, pela iniciativa da senadora K?a Abreu (Dem-TO), que pediu a interven? federal no Estado. Ora, mas quem diria, tirando a raposa do galinheiro para colocar um lobo! O Par?enfim, consolidou-se como o laborat? de engenharia social do mundo. O Julgamento sobre a demarca? destas terras ter?m futuro nada abonador para a regi?Norte. Ao ch?a confian?de qualquer investidor. Quem plantava ou criava, ir?os poucos abandonar ou ser desapropriado. Terra de Ningu? * Bacharel em Ci?ias N?icas no Centro de Instru? Almirante Braz de Aguiar, em Bel? PA. T?ico da Receita Federal com cursos na ?a de planejamento, gest?p?ca e de licita?s e contratos administrativos. Em 2006, foi condecorado como Colaborador Em?to do Ex?ito, pelo Comando Militar da Amaz?. ?Editor do blog Libertatum.

Zenit.org

01/04/2009
PEQUIM, ter?feira, 31 de mar?de 2009 (ZENIT.org).- A pol?ca chinesa prendeu nas ?mas horas Dom Jia Zhiguo, bispo de Zhengding, segundo deu a conhecer hoje a ag?ia Asianews. A deten? coincide com a reuni? nestes dias no Vaticano, da Comiss?plen?a sobre a Igreja na China. Segundo revelou a mesma ag?ia, em um artigo assinado pelo seu diretor, Bernardo Cervellera, ontem, ?16h (hora local), cinco policiais entraram na casa do prelado e o levaram a um lugar desconhecido. Este fato, segundo Cervellera, sup?m golpe contra o intento da Santa S?e promover a reconcilia? entre ambas as comunidades cat?as, a oficial e a n?oficial. H?lguns meses, Dom Jia teria se reconciliado com o bispo oficial de Shijiazhuang, Dom Jang Taoran (que h?ouco retornou ?omunh?com Roma), convertendo-se em seu bispo auxiliar, a pedido da Santa S? Desde ent? os dois prelados haviam tido encontros pastorais para trabalhar juntos. Tendo sido isso descoberto pela Associa? Patri?a, ambos haviam sofrido pris?domiciliares para impedir estes encontros. Os cat?os locais temem pela sa?do bispo Jia (74 anos), muito enfraquecido por pris?anteriores, devidas ?egativa de fazer parte da Associa? Patri?a. Precisamente esta deten? aconteceu durante a reuni?da Comiss?sobre a Igreja na China, que estuda a aplica?tild e;o da carta do Papa aos cat?os chineses, na qual, por um lado, o Santo Padre pedia a reconcilia? entre as Igrejas oficial e n?oficial e, por outro, definia os objetivos e a estrutura da Associa? Patri?a como «incompat?is com a f?at?a».

Percival Puggina

01/04/2009
Antes de tudo, fiquem entendidos dois pontos: 1º) como todo ser realmente humano sou contra a tortura, seja qual for o lado ideol?o maltratado pelos tarados que a aplicam ou permitem; e 2º) n?percebo justificativa para que o enfrentamento ?esquerdas armadas nos anos 60 e 70 do s?lo passado demandasse duas d?das de governos autorit?os. Interessado na hist? daquele per?o, ouvi falar e busquei assistir o document?o H?ules 56. Trata-se de um longa, do diretor S?io Da-Rin, composto por entrevistas, grava?s de ?ca e uma esp?e de coletiva desenrolada numa mesa de bar. Os participantes s?remanescentes dos sequestradores do embaixador norte-americano em 1969 e do grupo despachado para o M?co, por exig?ia deles, a bordo da aeronave que d?ome ao filme. Entre outros, dep? com a perspectiva que lhes permitiu um afastamento que j?hega a quatro d?das, Franklin Martins, Vladimir Palmeira, Jos?irceu, Fl?o Tavares e Paulo de Tarso Venceslau. Eu assistira antes “O que ?sso companheiro?”, no qual Fernando Gabeira assume participa? importante no sequestro. Em H?ules 56 ele some. Por qu?O diretor, ap? estreia em 2006, explicou que Gabeira fora “soldado raso” na opera? e jamais teria participado n?houvessem os l?res escolhido para ref? a casa onde ele morava. Em outras palavras: O que ?sso, companheiro Gabeira? Vai procurar tua turminha... Do conjunto da obra (H?ules 56 ?m bom filme), conclu?ue, hoje, a maior parte dos protagonistas considera o seq?ro e a luta armada como equ?cos que estimularam o endurecimento e a continuidade do regime. Escolheram esse caminho por descrerem do jogo democr?co (numa de suas falas, contudo, Fl?o Tavares, que comparece ao filme em r?das entrevistas, se mostra satisfeito por n?se haver retra?, como certos pol?cos da ?ca). Eram militantes, dispostos a morrer pela revolu? que julgavam estar fazendo, e sobre cuja exist?ia real, pelo que pude presumir, n?t?mais tanta certeza. Foi exatamente a?ue nasceu a observa? registrada no t?lo deste artigo: do que escapamos! Imagine, leitor, se, em vez de senhores de meia idade, reflexivos, derrotados mas orgulhosos dos seus ?etos juvenis como se apresentam no filme, eles tivessem sido vitoriosos, e chegassem ao poder, como desejavam, na esteira do que realizara Fidel partindo de Sierra Maestra. O que teriam implantado no Brasil? Totalitarismo marxista-leninista, expropria?s, tribunais revolucion?os e execu? de conservadores, liberais, burgueses, latifundi?os, empres?os, direitistas. E mais, partido ?o e total absor? da comunica? social pelo Estado. Era o que na ?ca se chamava “democracia popular”, regime adotado pelas refer?ias da esquerda mundial. N?estarei indo longe demais? N? Assista ao filme e ouvir?ladimir Palmeira elogiar o chefe do sequestro, Virg?o Gomes da Silva, por lhes ter dito: “Se houver algum problema que, por desobedi?ia a uma ordem minha ou vacila?, coloque em risco a opera?, n?pensem que vou esperar um tribunal revolucion?o. Eu executo na hora”. Quem trata assim os companheiros, como proceder?om os advers?os? Noutra passagem, os entrevistados respondem ?eguinte quest? caso as exig?ias n?fossem atendidas pelo governo, o embaixador seria executado? Foi un?me a confirma?. Palmeira ilustra que essa mesma pergunta lhe fora feita no interrogat? posterior ?ua pris? Resposta: “Teria executado, sim; eu cumpro ordens”. E os cavalheiros, ex-revolucion?os, em volta da mesa do bar, riram com ele. Franklin Martins riu mais alto do que todos. E eu ri em casa, feliz por nos termos livrado de seus planos na hora certa. Revista Voto, edi? de mar?de 2009

Tibiriçá Ramaglio

31/03/2009
No domingo, 29 de mar? espiando o Caderno 2 de O Estado de S. Paulo, me detive numa resenha de Ricardo L?as sobre a mais recente publica? de obra de Slavoj Zizek no Brasil. Zizek ?m dubl?e fil?o que se dedica a escrever paneg?cos a Mao Ts?ung e at? Robespierre, o que evidencia sua paix?pelas pol?cas de exterm?o e dispensa outros coment?os. O pr?o L?as, apesar de rematado usu?o do ? dos intelectuais, faz restri?s a Zizek, afirmando que ele ? tipo de intelectual que n?deve ser pesado livro a livro, pois escreve alguns intrigantes e l?os e outros precipitados e inconsequentes, entre os quais, ali? L?as inclui o elogio a Mao. Entretanto, fique claro de que n?se trata de uma quest?de moral. O resenhista n?condena Zizek pela ades?ao totalitarismo criminoso, mas pelo fato de, com seu proselitismo, oferecer muni?, de grosso calibre, para o conservadorismo que, infelizmente, est?rescendo de novo no Brasil. Note-se que esse ? mesmo argumento que o petista Valter Pomar deu para defender sua posi? contr?a ao reingresso de Del? Soares no PT. Note-se tamb?que do infelizmente de L?as pode-se colher um fato significativo: pelo crescimento do conservadorismo, o resenhista provavelmente alude ao sucesso de p?co de Luiz Felipe Pond?de Jo?Pereira Coutinho, de Dem?io Magnoli e, last but not least, de Reinaldo Azevedo. (Deveria estar inclu? na alus?o sucesso da excelente revista Dicta & Contradicta). Isso ?om, pois mostra que o quarteto de articulistas anda deixando a esquerda em polvorosa: o monop? esquerdista da opini?no Brasil foi colocado em xeque, afinal, no ?ito da m?a impressa (para n?falar da internet, onde j??refer?ia obrigat? o site pioneiro de Olavo de Carvalho, bem como os de Percival Puggina e Heitor de Paola, o M?a Sem M?ara, e um sem n?o de blogs - entre os quais me orgulho de poder incluir o meu Observat? de Piratininga). Mas a esquerda ?ssim: se n?pode censurar, lamenta-se quando v?eu pensamento questionado. Se isso n??uficiente para mostrar a id? de democracia que essa gente tem, um outro exemplo bastante significativo chegou tamb?neste fim de semana ao meu conhecimento. A cole? Revolu?s do S?lo 20, publicada pela Editora Unesp, da Universidade Estadual Paulista, sob a dire? da historiadora Em?a Viotti da Costa. Seria inaceit?l que a editora de uma universidade p?ca bancasse a edi? de uma cole? dedicada a esse tema, n?se soubesse o que vai pela cabe?da intelektualidade brasileira, em seus gulags acad?cos. A cole? que pretensamente visa expor o assunto com objetividade, pelo prisma hist?o-sociol?o, ?a verdade composta de obras que fazem a apologia ou o elogio dos processos revolucion?os, com o intuito exclusivo de promover uma cultura ou mentalidade revolucion?a. Quem s?os autores dos livros? Na apresenta?, Viotti da Costa diz que os autores foram selecionados entre historiadores, cientistas sociais e jornalistas, norte-americanos e brasileiros, de posi?s pol?cas diversas, cobrindo um espectro que vai do centro at? esquerda. Al?da evidente exclus?do pensamento de direita, por centro deve-se entender, de fato, a esquerda norte-americana, que comp? cole? pelo simples fato de que a organizadora at?ecentemente pontificava na universidade de Yale. Ou seja, os autores foram selecionados de acordo com seu relacionamento pessoal com a organizadora da cole?. De resto, que objetividade e imparcialidade podem ter o leninista Daniel Aar?Reis Filho para tratar da Revolu? Russa e o mao?a Wladimir Pomar para discorrer sobre a Revolu? Chinesa? Creio que se pode resumir o projeto intelectual dessa gente assim: partido ?o e pensamento ?o. Ou n? http://observatoriodepiratininga.blogspot.com