• Percival Puggina
  • 10/05/2009
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AH! SE EU CANTASSE A SAUDADE!

“Eu quero escrever um poema sem a palavra saudade, sem recordar bem algum. Quero quebrar o sistema, o h?to t?comum de chorar a mocidade, o tempo que j?assou e a pr?a vida quebrou. (Ah! Se eu cantasse a saudade!)”. Eloah Oliveira Puggina, em ?tima Seara. Como escrevia bem a minha m? n??esmo? Suas trovas, poemas e poesias t?admir?l leveza e originalidade de forma e conte? Era um talento que feneceu e faleceu aos 84 anos sem ter tido tempo de encontrar o reconhecimento e a gl? porque sempre considerou que seu marido e seus sete filhos eram sua miss? Ambicionava apenas o bem de seus filhos e essa foi toda a gl? que almejou para si. Perdoem-me os leitores o tom inusitadamente intimista desta cr?a, mas n?haveria, na coincid?ia deste domingo com o Dia das M?, como romper a estreita liga? nervosa que une a mente ao cora? e este aos dedos que buscam as palavras no teclado do micro. Quando se visitam os grandes museus de artes pl?icas, com interesse nas obras e n?nos autores (o que faz enorme diferen?, salta aos olhos que quando o tema ? amor, os artistas s?compelidos a usar a imagem de Deus ou a imagem da mulher. E n??oincid?ia que ambos sejam meios para esse mesmo fim. N? n??oincid?ia. Deus ?mor e a mulher, ?ua semelhan? tamb? Nada, caro leitor, cara leitora, ??parecido com o amor de Deus quanto o amor da m?pelo filho, seja ele o cada vez mais freq?e filho ?o de nossos tempos, seja ele um dos vinte e tantos de antigamente, ou um dos sete de minha m?inha. Essa semelhan?transparece, inclusive, na infinita capacidade de evidenciar o amor nas circunst?ias em que ele ?ais exigido, ou seja, perante a necessidade do perd? Raramente, dificilmente, um homem perdoa antes de o perd?ser pedido. No entanto, Deus e as m? fazem exatamente isso, sempre. Dona Eloah era assim porque as m? costumam ser assim. Por isso, neste Dia das M?, quando a saudade me constrange o cora?, quero homenage?as com estes versos que minha m? gr?da, escreveu h?1 anos: “Meu corpo ?m ber? ??do ninho... quando caminho, a cada passo embalo e acalento meu bebezinho. E se adorme? Meu cora? arrulha em compasso bem terno e lento uma can?.” ZERO HORA, 10 de maio de 2009