• Percival Puggina
  • 11/05/2009
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A “SOCIALIZA?O DO IDIOTA”

Estou chegando da missa de s?mo dia da m?de uma querida amiga. Na prece dos fi?, fomos convidados a rezar pelos “movimentos sociais”. Aquela ora?, perante cujo enunciado, obviamente, fiquei calado, me fez lembrar foto publicada na edi? de Zero Hora de poucos dias atr? mais precisamente, em 7 deste m? um grupo de estudantes, de p?sobre as mesas de uma sala de reuni? exibia-se em atitude que tanto podia corresponder a um protesto quanto a um concurso de requebros. “Que diabo seria aquilo?” – eu me havia indagado ao observar a imagem. A mat?a esclarecia. Os jovens expressavam sua inconformidade com o esbo?do Plano de Carreira do Magist?o P?co Estadual. Entenda leitor: era mais ou menos como se os auxiliares de enfermagem estivessem descontentes com alguma quest?corporativa do hospital e os pacientes sa?em dos leitos para sapatear na mesa do diretor. Nelson Rodrigues, em O Globo do dia 28 de mar?de 1970, publicou artigo abordando um fen?o j?nt?em curso e que ele denominou “a socializa? do idiota” (anos depois, Olavo de Carvalho esmiu?ia brilhantemente o mesmo tema em “O imbecil coletivo”). L?elas tantas, o maior de todos os Nelson escreve assim: “Voc?se lembram das greves estudantis da Fran? (ele se referia ao que ocorrera a partir de Nanterre, em maio de 1968, o tal ‘ano que n?terminou’). Os jovens idiotas viravam carros, arrancavam paralelep?dos e incendiavam a Bolsa. E, ent? o velho De Gaulle falou aos idiotas. – ‘Eu sou a Revolu?.’ Que ele fosse a Revolu? era o de menos. O que realmente enfureceu o mundo foi o eu. Era algu?que queria ser algu? Um dos maiores jornalistas franceses escreveu furibundo artigo contra aquele espantoso orgulho. Aquele guerreiro de esporas rutilantes e penacho negro foi o ?mo eu franc? Os outros franceses s?massas, assembl?s, com?os, maiorias.” Os tais movimentos sociais, or?entos participativos, audi?ias p?cas e assemelhados s?express?dessa mesma coisa quarenta mais tarde, por obra e gra?dos projetos ideol?os e da ambi? petista pelo poder. O PT, desde cedo, compreendeu as imensas possibilidades abertas pela socializa? dos idiotas. Um idiota sozinho ?m sujeito rid?lo. Um parvo. Um imbecil solit?o. J?m ?us cheio de idiotas, ou uma passeata deles se transforma em express?da sociedade. Eleva-se ?ategoria de povo e – imensa vantagem! – se torna inimput?l. – “Como assim, inimput?l?” perguntar? leitor. Sim, o idiota socializado se ergue ?ondi? de ?io ou de crian? podendo meter-se em qualquer encrenca e cometer a maior tropelia sem que precise responder pelo que fizer. H?empre uma legi?de jornalistas para concordar e raros membros do Minist?o P?co e do Poder Judici?o para discordar. Vivemos o ex?o da individualidade. Os ?os indiv?os existentes no Brasil, hoje, para todos os efeitos, s?Lula, Daniel Dantas, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. A presen?de Lula nessa lista ?lgo que o PT, como partido dos tais coletivos, tira de letra: trata-se de imposi? da realidade socializar a idiotice e promover o culto da individualidade do l?r. Stalin e Mao Zedong j? demonstraram h?uito tempo.