• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 16 Maio 2023

 

Gilberto Simões Pires

CAMPOS, O ÓBVIO

Toda a vez que ouço ou leio as razões apontadas pelo presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, no tocante ao patamar da Taxa Selic, não raro me vem à cabeça o conteúdo do excelente livro -ADAMS ÓBVIO-, biografia ficcional de Osborne Adams, que trabalhava para a Oswald Advertising Agency, em New York.

 FAZER O ÓBVIO

Para quem não leu, (sugiro a leitura), todas as PARÁBOLAS da história de ADAMS ÓBVIO acabam demonstrando a razão do seu sucesso, qual seja -FAZER O ÓBVIO-. Mas não aquele óbvio que salta aos olhos, que frequentemente é a razão do insucesso de quem não analisa suficientemente suas questões. Adams sabia que o óbvio nem sempre é evidente, e ia até o cerne, não se deixando desviar dos fatos, nem cedendo à tentação de analisar apenas a parte mais interessante da amostra.

 DOSE DE MUITA OBVIEDADE

Pois, ontem, ao assistir, na CNN, a entrevista que Roberto Campos Neto concedeu ao empresário Abilio Diniz, no programa -CAMINHOS-, me veio imediatamente à lembrança a obra ADAMS ÓBVIO quando Campos Neto afirmou que a taxa de juros estar em um patamar alto não é culpa do Banco Central, mas sim da DÍVIDA DO GOVERNO. Foi, certamente, uma dose e tanto de muita OBVIEDADE.

O GRANDE CULPADO

Para ser mais claro, Campos Neto praticamente -desenhou- quando disse: - “A gente tem que tomar cuidado para não ter uma inversão de valores. Se você, empresário, está tentando pegar um dinheiro e está caro, a culpa não é do BC, porque é malvado, a culpa é do governo, que deve muito. Porque o governo está competindo com você pelo dinheiro que tem disponível para aplicar em projetos. Então, assim, o GRANDE CULPADO pelos juros estarem altos é que tem alguém competindo pelos mesmos recursos e pagando mais”. De acordo com Campos Neto, se a dívida do governo fosse baixa, “o custo do dinheiro seria mais barato para todo mundo”. “Quando a gente pensa que o governo faz uma emissão hoje, longa, e paga uma taxa de juro real acima de 6%, isso não tem a ver com o Banco Central, isso é uma percepção de longo prazo e existe um risco que justifique que a taxa de juro real seja 6%”, explicou o presidente da autoridade monetária.

FALÁCIA

Sobre a questão da inflação não estar associada à demanda, Campos Neto considerou como “falácia”. “Acho que tem duas falácias. Primeiro, que a inflação não é de demanda (…). Os componentes de oferta existiram em algum momento, principalmente durante a invasão da Ucrânia, mas eles diminuíram. Hoje, a gente tem claro os componentes de demanda e a gente consegue quantificar, olhando, dependendo do índice ou o que está acontecendo na economia, o que é a demanda e onde que está vindo essa demanda. Essa é a primeira falácia”, rebate Campos Neto.

Em seguida, ele rebate o argumento de que, se fosse uma inflação de oferta, o Banco Central não deveria atuar. “Segundo é que não existe também alguma coisa que diga ‘quando é inflação de oferta, você não faz nada’. Porque o BC tem que combater a inflação de demanda e tem que combater o que chamamos de efeitos secundários de um possível choque de oferta”. Veja aqui a entrevista completa (https://www.cnnbrasil.com.br/economia/se-o-dinheiro-esta-caro-a-culpa-nao-e-do-bc-porque-e-malvado-mas-do-governo-que-deve-muito-diz-campos-neto-a-cnn/).

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  • Sílvio Lopes
  • 15 Maio 2023

 

Sílvio Lopes

         Vivemos tempos, rigorosamente desafiadores para o exercício do jornalismo. Do jornalismo sério e responsável, ao que me refiro. Habituado a sempre melhor informar o público leitor, desde meu primeiro emprego, no jornal O Globo, começo dos anos 70 (no Rio, depois aqui, na sucursal, como correspondente), hoje constato que além disso, nós jornalistas somos obrigados a combater a (deliberada) desinformação (as verdadeiras fake news). Do próprio veículo, diga-se. Esquizofrênico, para denunciar o mínimo.

É o caso da insistência da extrema esquerda brasileira, de acusar de fascista quem se identifica de conservador, de direita ou simpático ao catecismo econômico, político e democrático do bolsonarismo. Nada mais longe da verdade. Tudo o que acusam ser obra do fascismo, foi, sim, legado da doutrina socialista (progressista).

No livro " O caminho da servidão", o prêmio Nobel de Economia de 1974, Friedrich A. Hayek, pondera o seguinte: "Não foram os fascistas, mas os socialistas que começaram a arregimentar as crianças desde a mais tenra idade em organizações políticas, para terem a certeza de que elas cresceriam como boas proletárias; não foram os fascistas, mas os socialistas, os primeiros a organizar esportes e jogos, o futebol e o pedestrianismo, em clubes de partidos onde os membros não pudessem ser contagiados por outras ideias. Foram os socialistas os primeiros a exigir que o membro do partido deveria distinguir-se dos outros pela maneira de saudar e até formas de tratamento. Foram os socialistas que, com sua organização de "células" e dispositivos destinados à fiscalização permanente da vida privada, criaram o protótipo do partido totalitário. "Balilla" e Juventude Hitlerista", " Dopolavoro" e "Força pela Alegria", uniformes políticos e formações militares dos partidos, pouco mais são do que imitações de instituições socialistas (progressistas), mais antigas".

Hayek conhecia profundamente a história das ideias políticas e as da economia, e tinha o poder analítico insuperável de captar as idiossincrasias e relações dialéticas entre elas. Dessa maneira, constatamos, uma vez mais, a face cínica e hipócrita que carrega a extrema esquerda (os auto- proclamados progressistas) de acusar os outros daquilo que verdadeiramente eles são e fazem. Eles, realmente, são um caso perdido.

*        O autor, Sílvio Lopes é jornalista, economista e palestrante sobre Economia Comportamental.

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  • Sílvio Munhoz
  • 15 Maio 2023

 

Sílvio Munhoz

         Quem imaginava um intervalo normal entre os 1º e 2º rounds da luta travada no Congresso Nacional entre liberdade de expressão (Democracia) X narrativa oficial (“democracia”), com os contendores em seus cantos recebendo as instruções dos técnicos, como costuma acontecer, enganou-se redondamente...

Como apontei na análise do 1º round, estranhas coincidências começaram a acontecer, envolvendo jogadores alheios ao parquinho. Pasmem, o Ministro que defende ser a “corte” o Editor da Nação (esqueça as aulas de Constitucional quem ouviu dizer que seria “Guardiã da Constituição”...) liberou para votação ação que visa regular as redes sociais ao analisar a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, tema que é, exatamente, um dos pontos centrais e mais controversos no PL da CENSURA, em discussão na Casa das Leis. Hummm... estranha coincidência. Sinto cheiro de ameaça no ar ou será que estou tendo surtos alucinatórios com indicativos de sofrer da moderna e grave doença apelidada de “teoria da conspiração”... Deixa pra lá, deve ser só impressão minha...

Grave e preocupante coincidência, mas, a ronha estava só começando. Corem os cartinheiros defensores da “democracia”, pois um grande representante do Governo “democrático” defendido na famosa cartinha, veio a público e não insinuou, não, ao contrário, falou com todas as letras que “caso o Congresso Nacional não regule o governo, por intermédio de medidas administrativas do Ministério da Justiça e o STF irão regular”... Uma dúvida, o personagem tem autorização para falar em nome do STF??

Estaria o Governo “democrático”, nas palavras do Ministro, que sem voto algum ocupa o atual cargo, dizendo que irá regular na marra, passando, caso necessário, por cima do Congresso Nacional – cidadãos eleitos para a função de fazer as leis do País -. É isso ou estou teorizando conspirações de novo?          Esqueça mais uma das aulas de Direito Constitucional, sabem o artigo 2º da CF, que fala em Poderes INDEPENDENTES, parece que o Congresso Nacional não é mais tão independente para fazer leis na representação daquela parcela do País de quem emana o Poder, segundo o artigo 1º da CF, o Povo. Hoje, segundo a grande autoridade, INDEPENDÊNCIA seria “ou faz como queremos ou nós mesmos faremos sem o Congresso Nacional...” A “democracia” que tal personagem sustenta me recordou de uma outra República “Democrática” que construiu o MURO DA VERGONHA para proteger seus cidadãos dos fascistas, mas, que nunca foi compreendida, pois quando o muro caiu as pessoas correram para o lado errado e foram para os braços daqueles de quem o muro devia protegê-los.

No INTERVALO, fundamental para repensarmos nossos conhecimentos de Direito Constitucional, surgiu outra grande pérola, uma Ministra da “corte” lembrou “liberdade não é um direito é uma emoção”. Resumo da história, esqueçam toda aquela balela do capítulo da Constituição sobre direitos e garantias fundamentais e do artigo 5º que traça as liberdades do cidadão brasileiro, SÃO SÓ EMOÇÕES, muitas emoções pelo que eu lembrava a aula... Fico me perguntando - nesse turbilhão da vida moderna, às vezes perdemos contato com algumas pessoas - onde andará aquela Ministra do Cala a Boca já morreu?!..

Vou parar por aqui, acho que o surto é grande e daqui a pouco começam a me tachar com os famosos “istas”, teorista, terraplanista etc... mas, para não dizerem que só dei voz para quem defende um dos contendores, encerro com a frase de quem, ainda, defende a liberdade...

“O Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão. O PL2630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial prévia. [...] A democracia está sob ataque no Brasil” Telegram Brasil.

Que Deus tenha piedade de nós!...

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  • Samir Keedi
  • 13 Maio 2023

 

Samir Keedi

Não estamos entendendo mais nada sobre o Brasil. Algo de muito estranho está acontecendo. Nem sabemos mais quem somos, e se somos. A falta de coerência e inteligência dominam nosso dia-a-dia. E já não surpreende que nem os pássaros que voam acima de nós e tudo vêem, sabem.

Somos um país que tem uma dívida externa bem maior que as nossas reservas. Temos reservas de US$ 324.7 bilhões, considerando 31/12/2023. E temos uma dívida externa, considerando também 31/12/2023, de US$ 679.2 bilhões, sendo US$ 373.6 da União e 305.6 da iniciativa privada. Portanto, com dívida líquida de 354.5 bilhões. Assim, não temos reservas, mas apenas caixa, como sempre registra o amigo Bergamini.

Como se vê, precisamos fazer mais divisas em US$, de modo a termos o equivalente à nossa dívida externa. Quando fizermos isso, e tivermos, pelo menos US$ 0.01 a mais, aí sim, poderemos dizer que temos reserva.

Isso não é algo simples de se conseguir. É uma grande luta. Assim, o que justifica essa (falta de) "inteligência" em querer negociar com vários países, em especial com a China, nas moedas locais, Real e Yuan? Só a miopia, ou uma inexplicável intenção, pode justificar isso.

Talvez, entre outras, a intenção de ter o nosso glorioso "Real" como uma moeda conversível. Qual a importância disso no momento? Temos um PIB - produto interno bruto questionável, considerando nossas potencialidades jamais justificadas. Uma renda per capita pífia. Metade da população brasileira sem esgoto. Ou seja, cerca de 110 milhões de pessoas. Poucos países no mundo têm uma população total maior do que esses 110 milhões de brasileiros sem essa necessidade básica.

Somos aquilo que nós, particularmente, consideramos o melhor país do mundo fisicamente. Somos um dos cinco maiores territorialmente. Temos o maior território agricultável do planeta. Uma floresta inigualável, e praticante preservada, ok Macron? Ok suequinha? Será que resolveu estudar e aprender?

Temos uma costa marítima de cerca de 8.000 quilômetros, para navegarmos e explorarmos economicamente. Um subsolo fantástico, vide nosso minério e petróleo, embora este, na sua maioria, no mar, mas, no subsolo. Temos 12% de toda a água doce do planeta sob nossos pés. Um país de belezas infindáveis para exploração turística. Sol praticamente o ano todo. E muito mais. E sem desgraças que outros têm como terremotos, vulcões, furacões, desertos, gelos, etc. etc. etc.

E, com tudo isso para pensar e fazer, nossas energias são desperdiçadas em pensamentos inglórios como negociar no comércio exterior na nossa moeda e nas dos parceiros comerciais. E logo com a China.

Por que citamos "logo com a China"? Simples. Questão de uso cerebral. Usar bem aquilo que recebemos na concepção, e que nem sempre usamos ou sabemos usar. Como se o cérebro fosse um simples acessório sem importância. Estando ali apenas para preencher a cabeça internamente, para não ficar oca.

A China, embora não sendo o único, é o país com quem temos um superávit comercial extraordinário. O maior de todos. E, com os Estados Unidos da América, dono da moeda mais importante do mundo, o dólar, temos déficit comercial.

Acreditamos que nesse momento já ficou bem claro o que queremos dizer, e relembramos. Temos uma dívida externa que representa mais que o dobro das nossas reservas. Temos déficit com os EUA, com quem se negocia em dólar. Temos superávit com a China com quem queremos negociar em Real e Yuan.

Qual o potencial explosivo disso? Será que isso não está sendo percebido? Podemos afirmar que, nesse governo, que não entende de economia, ou faz questão de "não entender", isso não é percebido. Aqui a inteligência passa a quilômetros ou milhas.

Perguntamo-nos por que isso. Por que manter o país nas atuais condições de subdesenvolvimento, pobreza e, em muitos casos, miséria absoluta? Se essa é a intenção, e acreditamos que sim, a nosso atual governo e política econômica são um sucesso absoluto, incontestável.

Até quando nós, brasileiros, suportaremos, ou pior, aceitaremos e desejaremos ser um país pobre? Que parece a opção escolhida mais plausível considerando o que acontece, e que nós deixamos.

Por que idolatramos tanto os maus políticos, a ponto de os escolhermos indefinidamente, de tal forma que transformam a política em profissão? Bem como maus economistas, que não sabemos mais onde são formados? Que sequer sabem identificar e relacionar países de acordo com sua grandeza?

Acorda Brasil, que o fundo do poço não está longe. Pense bem no que você quer para o futuro não muito distante, que ainda está em tempo. Por ora.

*        O autor, Samir Keedi (ske consultoria ltda, - é titular da cadeira 4 da APH-Academia Paulista de História.

 

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  • Dagoberto Lima Godoy
  • 13 Maio 2023

 

Dagoberto Lima Godoy

        Nos últimos quarenta anos, participei de vários movimentos memoráveis, em que os empresários marcaram posições afirmativas, em momentos críticos da política nacional. Lembro deles com um certo orgulho, embora tenham resultado em mais frustrações do que conquistas.

No final da década de setenta, quando apenas se esboçava a abertura do regime militar, o “Manifesto dos Oito” veio a público, clamando pela volta à democracia (para honra nossa, com a assinatura de dois gaúchos -- Jorge Gerdau e Paulo Vellinho). O fato marcou o esgarçamento da aliança do setor produtivo com o regime de exceção e abriu espaço para a manifestação de outros setores da sociedade brasileira. Na mesma época, coordenei uma enquete da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul sobre o pensamento político dos associados, que se declararam maciçamente na mesma direção dos “Oito”, num posicionamento com repercussão nacional.

Nos anos oitenta e noventa, foram firmes e fortes as campanhas empresariais em favor da Constituinte e, após, da Revisão Constitucional, numa defesa vigorosa da democracia e da livre iniciativa econômica. A Fiergs, por exemplo, viveu um episódio memorável quando a comitiva de 130 gaúchos que levei à Brasília, com as propostas de empresários e sindicalistas independentes para o aperfeiçoamento da Constituição, foi “recepcionada” e agredida por arruaceiros da esquerda retrógrada. Mas, a missão foi cumprida.

Com a eleição de Fernando Henrique, as entidades empresariais uniram-se de norte a sul do País em luta pela realização das reformas institucionais, indispensáveis ao desenvolvimento de uma economia competitiva. E retomaram a pressão sobre o Governo e o Congresso, depois que os primeiros avanços, obtidos no primeiro mandato de FHC, não tiveram a continuidade necessária.

Foram quatro momentos importantes da vida nacional em que o setor empresarial não se omitiu, na defesa de seus legítimos interesses, sim, mas também de garantias constitucionais e oportunidades de trabalho e melhoria de vida para a população inteira. “Mostrou a cara”, não obstante o poder econômico governamental e a militância agressiva dos inimigos da economia de mercado.

Veio então a desgraça dos governos petistas, que haveria de desembocar na atual crise, talvez a mais grave dos últimos sessenta anos, por atingir de uma só vez os âmbitos político, econômico, e moral, e colocar em risco as próprias instituições nacionais. Mas, dessa vez, as representações empresariais ...

É até compreensível a cautela de um setor tão dependente do estado todo poderoso, que faz as leis e as aplica discricionariamente, que onera com tributos insaciáveis toda a produção de riqueza, que exerce o monopólio do crédito de longo prazo com juros subsidiados, e que se mostra implacável ao exercer o poder de polícia contra quem não seja “amigo do Rei”. Mas já não é tão fácil aceitar tamanha passividade quando a situação se agrava a ponto de levar o povo às ruas, no país todo, em demonstrações de repúdio às violências perpetradas contra a ordem constitucional justamente pelos encarregados de defendê-la, e em protesto contra a falta de transparência do processo eleitoral. Chega a ser incrível o silêncio das lideranças empresarias quando a sucessão dos atos governamentais, tanto no campo político quanto no econômico e no institucional, deixam evidente a intenção de instalar no País um socialismo bolivariano, do tipo sonhado e proclamado pelo Foro de São Paulo. Será que não se dão conta do que aconteceu com as empresas da Venezuela?

 

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  • Marcel van Hattem
  • 12 Maio 2023

Marcel Van Hattem

        O jornal O Estado de S. Paulo finalmente chama Alexandre de Moraes daquilo que é, um CENSOR. Faltaram muitos outros predicados, mas pelo menos o jornal parece ter finalmente despertado, pouco antes de a censura chegar também nele, pois claro está que se nada fizer, chegará.

É curioso que o editorialista do Estadão, no entanto, esteja tão desinformado. Talvez leia sobre o PL 2630 apenas o que é publicado nas páginas de seu próprio jornal e escritas pela maioria dos seus próprios jornalistas e colunistas. Infelizmente, há muita desinformação e tentativa de manipulação da discussão nas páginas do próprio Estado.

Caso exercesse melhor o papel que cabe ao jornalismo de checar diretamente na fonte, o editorialista teria se dado ao trabalho de ler o PL da Censura para perceber que tudo o que Alexandre de Moraes já tem feito nesses últimos 4 anos, inclusive agora contra o Telegram, passará a ser respaldado com base na lei se esse horror for aprovado.

Há previsão, inclusive, de CADEIA de 1 a 3 anos para quem disseminar informação sabidamente inverídica. O que seria isso? E o Estadão está de acordo em deixar para o governo do PT esta definição?

Sugiro a você editorialista, pois, com todo respeito, que leia o projeto com muita atenção, na íntegra e no detalhe, antes de ser tarde e você mesmo acabar parando depois na cadeia, como milhares de outros brasileiros que injustamente estão presos ou perseguidos hoje e aos quais o Estadão não tem dado atenção.

Felizmente, repito, antes TARDE do que MAIS TARDE.

O PL foi retirado de pauta, mas o retorno desse estrupício ditatorial pode se dar a qualquer minuto. Caso não seja pautado pelo Congresso, Flávio Dino e o STF chantageiam o Parlamento com a possibilidade de regulamentação pelo Executivo e pelo Judiciário.

Que o Estadão verifique com cuidado o projeto muito além da parte que beneficia financeiramente os grandes meios de comunicação brasileiros ainda existentes, antes que a ganância monetária sufoque completamente a nobre missão jornalística da busca da verdade que deve nortear sempre e prioritariamente um jornal com a importância histórica que o Estadão tem para nosso país.

*      O autor, Marcel van Hattem, é deputado federal pelo NOVO/RS
 

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