Marco Frenete
Historicamente, a direita tende a entregar a cabeça dos seus, visando aplacar a ira daqueles que a própria direita considera os deuses do momento. Já a esquerda faz exatamente o contrário: enquanto a vitória não é completa, protege integralmente os seus. Ou seja, os honestos sacrificam os honestos, pagando o pedágio por meras narrativas criadas pela própria esquerda; e os bandidos protegem os bandidos, não importando as provas cabais contra eles.
Também historicamente, a direita tende a tratar com condescendência a esquerda, enquanto a esquerda trata a direita de modo impiedoso.
Lembre-se de que todos os grandes criminosos da esquerda, Marx, Stalin, Fidel etc., foram presos mais de uma vez, e libertados porque "não ofereciam perigo real". E da palhaçada brasileira de "anistiar" terroristas e depois esses terroristas retornarem para perseguir militares, nem é preciso comentar.
A esse fenômeno de subserviência se dá o nome de "guerra assimétrica", onde um lado usa canhões e o outro lado pede desculpas por usar estilingues; e, por pedir desculpas, termina preso ou fugido. Depois de tanto tempo praticando essa estranha guerra, a direita sempre termina acuada, restando apenas a clássica frase: "Fizemos o possível"; ou sua variação: "Não adianta me cobrar, estou de mãos atadas". E a pergunta sobre o porquê de ter permitido que as mãos fossem atadas fica no passado, creditada na conta do Abreu.
É por isso que, e novamente falando do ponto de vista histórico, os ciclos de recuperação da direita são extremamente longos, e suas permanências no poder são breves; enquanto a esquerda tem longos períodos no poder, e, quando caem, rapidamente recuperam o poder perdido, contrariando todas as leis, desde as constitucionais até as das probabilidades.
A direita carrega, há séculos, dois defeitos capitais: o da arrogância e o da pretensão. Esses dois defeitos a impedem de fazer uma autocrítica para admitir que seus métodos são inacreditavelmente ingênuos e ridiculamente ineficazes. Ela é esmagada, e, quando se reergue, busca de novo o estilingue, pede desculpas para a esquerda por estar "armada", e pensa: "Agora vai!". Esse é o mito de Sísifo dos conservadores: rolar uma enorme pedra montanha acima, para depois ter essa pedra retornando montanha abaixo, esmagando-os.
* Reproduzo esta importante reflexão extraída da página de Marco Frenette no Facebook. O título, tomei a liberdade de colocar.
Jeffrey A. Tucker, em The Epoch Times
Os termos anarquia e tirania parecem contraditórios. Anarquia significa ausência de estado. Tirania não significa nada além de estado. O que poderia significar a anarcotirania?
É uma frase cunhada pelo teórico político hegeliano de direita Samuel Francis, cuja visão de mundo sombria nunca foi minha preferência, para dizer o mínimo. Mesmo assim, ele foi perspicaz, especialmente no que diz respeito às ambições da esquerda.
Ele disse que, se conseguirem o que querem, os Estados Unidos e grande parte do mundo ocidental cairão não no “socialismo” classicamente entendido, mas na anarcotirania, que é a lei arbitrária como forma normal de conduzir a vida pública. Ninguém pode contar com nenhuma regra. Tudo é fluido e está em constante mudança. Só podemos esperar uma característica: aconteça o que acontecer, será obrigatório; isto é, apoiado pela ameaça de violência.
A violência pode ser da multidão, mas se comportará como um substituto do poder, como a Guarda Vermelha sob Mao. Quando a multidão se acalma, poderosos funcionários públicos se posicionam para declarar o que fizeram como bom ou ruim, dependendo das prioridades políticas do momento. Mobs ruins (aqueles que se opõem à esquerda) são presos, mas mobs bons (aqueles que gritam alto-falantes universitários ou ativistas trans invadindo o Capitólio do Tennessee) são defendidos e valorizados.
Na visão franciscana, a esquerda já estava tendendo na década de 1990 a uma aversão profundamente niilista ao estado de direito como um princípio universal, assim como passou a desprezar a liberdade de expressão, proteção igualitária, liberdade de associação e outros valores que associamos com o Iluminismo e a ideia ocidental de liberdade.
Herbert Marcuse estava no limite na década de 1960, mas é mainstream hoje. Nessa visão marcusiana, a própria “liberdade” era puramente uma ilusão fabricada por um sistema de senhores estruturalmente racista e fascista. Não existe “livre mercado”, nem “liberdade de expressão”, nem “liberdade de religião”. Estes são apenas slogans implantados como uma máscara para um sistema profundamente opressivo para todos os grupos não normativos. A única maneira de alcançar a liberdade autêntica, nessa visão, é empreender um desmantelamento completo do estado de direito, primeiro por esforços intelectuais, depois por esforços de base e, finalmente, por esforços do regime para desmantelar os códigos legais ocidentais, incluindo restrições ao governo.
O sistema social que eles imaginam não é uma “ditadura do proletariado”, mas uma ditadura das elites que aceitam a visão de mundo invertida e complicada da esquerda “acordada” e suas ambições semelhantes ao Coringa de destruir tudo. Aqui, na análise franciscana, a verdadeira liberdade depende fundamentalmente das constituições, das tradições, de um povo educado na tradição clássica, do respeito às normas e de uma cultura robusta dependente da fé, da família e da comunidade.
Francisco acreditava que tudo isso era mais frágil do que as pessoas acreditavam. Desmontá-la foi possível uma vez que os fundamentos da vida civilizada foram corroídos pela doutrinação ideológica – não da velha esquerda, mas da esquerda acordada, e há uma enorme diferença – e do cultivo em massa da ignorância. Ele previu que poderíamos acordar um dia e descobrir que tudo o que consideramos natural desmoronou sob nossos pés, e seríamos deixados apenas com ditames arbitrários. Os tribunais não funcionariam para trazer imparcialidade e justiça, mas sim para impor desigualdade e regras partidárias.
A frase anarco-tirania é o oposto do que a América foi fundada para ser. Tínhamos uma forma republicana de governo que estabelecia limites estritos ao poder do governo. O povo estaria no comando por meio de seus representantes eleitos. Fizemos verificações de energia. Havia equilíbrios dentro do governo. As eleições garantiriam que o poder nunca seria finalmente tirado do povo. O que estamos testemunhando é uma subversão fundamental dessa visão e sua substituição, por enquanto, pela anarcotirania.
É um governo que não conhece limites para seu poder e até desrespeita suas próprias leis, espalhando o caos o mais longe possível. Pelo menos sob a anarquia simples, as pessoas seriam capazes de montar seu próprio sistema ordenado de interação social, política e econômica sem interferência. A parte da tirania impede isso. A frase me veio à mente enquanto eu assistia à notícia do indiciamento do ex-presidente Donald Trump sob acusações totalmente ridículas de que um pagamento convencional feito no esquema de extorsão legal usual era realmente um gasto de financiamento de campanha e, portanto, criminoso. A coisa toda é obviamente absurda, já que tais pagamentos acontecem diariamente, de hora em hora, na vida corporativa. Talvez o homem da rua não saiba disso, mas tornou-se a forma como os negócios são conduzidos. É o que empresas e pessoas físicas são obrigadas a fazer, mesmo que as denúncias sejam totalmente inventadas, para evitar altos custos de contencioso. Você paga as pessoas para irem embora. É trágico, mas perfeitamente legal, mesmo que seja uma forma de extorsão. Portanto, é preciso algum esforço para distorcer isso em uma violação do financiamento de campanha. Parece bastante óbvio que isso nada mais é do que uma perseguição ao estilo república das bananas a um inimigo político.
As pessoas dizem que vai sair pela culatra e ajudar Trump no final, o que também é provável. Também é provável que pelo menos algumas pessoas puxando as cordas saibam disso e pretendam. É tudo uma aposta de que Trump, como candidato, atrairá eleitores democratas em números recordes, como antes. Há muita especulação sobre os motivos reais. Mas assim é a vida na anarcotirania: todos nós somos deixados para especular sobre a lógica subjacente por trás do caos, choque e pavor. Qualquer que seja a verdade, as pessoas supõem sabiamente, não é o que estão dizendo. É de partir o coração ver este grande país cair tão rapidamente em tal loucura. Mas lembre-se de que esse tipo de lei arbitrária foi codificado como norma há três anos, quando uma declaração de emergência permitiu a anulação de todos os princípios da Declaração de Direitos.
Quando vi pais presos por levarem seus filhos para encontros, pastores algemados por ousar realizar cultos, cabeleireiros presos por aceitar clientes e uma cervejaria na zona rural do Texas quebrada e clientes presos por uma equipe da SWAT, parecia perfeitamente óbvio para mim que os controles do COVID-19 já haviam institucionalizado uma forma de anarcotirania. E, para não ter dúvidas, as elites deixaram isso claro ao dar luz verde a eventos de superdifusão no verão de 2020. Essa foi a maneira deles de zombar de nós por nossa conformidade. Eles efetivamente nos disseram naquele dia que era tudo um ardil. Foi também quando o próprio Trump começou a suspeitar que havia sido levado a aprovar o maior ataque aos direitos civis americanos em um século ou mais. Algo terrível foi desencadeado neste período. Funcionários públicos e até tribunais passaram a acreditar que tinham todo o poder. E talvez eles façam. Os eleitores, se ainda têm algum controle, têm influência apenas sobre uma fração do que nos governa. O resto é o estado administrativo que foi desencadeado naqueles dias fatídicos. Agora, eles estão testando seu poder sob um novo sistema, que não é o sistema americano, mas algo diretamente em conflito com ele.
Por favor, não sejamos ingênuos de que isso é apenas a perseguição de um partido ao líder de outro partido. Há muito mais acontecendo. O sistema americano de liberdade sob a lei e governo pelo e para o povo está sendo destruído. Por pior que você pense que esta emergência é, é pior. Há esperança, mas apenas se percebermos a escuridão do momento presente.
*Artigo publicado no excelente The Epoch Times em 31/03/2023.
Alex Pipkin, PhD
Quando as pessoas, infelizmente, não possuem recursos e capacidades robustas, claro que o breu se apossa de suas mentes, tornando a melancolia e a desesperança o esporte favorito dos indivíduos. Esse processo é humano, natural.
Nesta circunstância, bate o desespero, e homens, mulheres e membros LGBTQIA+… passam a exercer o pensamento mágico, esperando coisas impossíveis, que somente enganadores e dissimilados mentem entregar.
Desse modo, o povaréu se transforma em presa singela de estúpidos e de malvados que se utilizam de narrativas sedutoras da factibilidade do maná e do “você pode ser quem você quiser”.
No meio da grotesca politicagem nacional, o doce do engodo pode vir até do espectro político da direita, embora, claramente, essa seja a estratégia e a tática empregada por políticos coletivistas embusteiros.
Honestamente, o Brasil do estande nacional de Raymundo Faoro, sempre viveu - bem mesmo, só as panelinhas à direita e à esquerda - das corjas elitistas, comprovadamente de péssima qualidade, que sugam a renda dos criadores de riqueza, e que governam em seu próprio favor, em oposição aos desejos e pontos de vista da grande maioria dos indivíduos.
Mas evidentemente que o socialismo é uma mentira, impraticável, visto que não existe condições reais de satisfação plena das necessidades e dos desejos de todos. Para dar a todos, portanto, é necessário tirar coercitivamente de outros tantos.
A ideologia do fracasso, o coletivismo, nunca deu, tampouco dará certo em algum lugar!
Suas correspondentes narrativas populistas e interesseiras vão de encontro à efetiva coesão social, ao bem comum e, pragmaticamente, ao desenvolvimento econômico e social.
Nessa direção, salta aos olhos que um Estado inchado e puramente redistributivo, é a receita para o desastre econômico e social de todos. Fórmula certa para a pobreza.
O canto da sereia coletivista anda mais forte do que nunca, empurrando com mais intensidade o pensamento mágico dos desesperados, e das almas puras e culpadas de uma “elite bondosa” - com o dinheiro dos outros, por óbvio.
O coletivismo é a representação da dependência e da escravidão estatal.
Não há saída, não há outra alavanca produtora do desenvolvimento econômico e social do que à liberdade. Melhor, as liberdades econômica e individual.
É na economia de mercado que se encontra a “mágica” do crescimento econômico e social, comprovadamente, o ímpeto e a potência para o enriquecimento geral.
O mercado é o motor para a criação de riqueza!
Não obstante os discursos falaciosos contra a economia de mercado, é justamente essa que dá maior relevância aos valores virtuosos da justiça, do valor do indivíduo, da comunidade e da família.
Lástima que grande parte dos brasileiros tenha escassa educação, cultura e formação para compreender “coisas básicas e essenciais”, a fim de deixar de ser enganado por uma elite podre que não quer que ninguém mexa nos seus queijos, ao molho de ouro, como atualmente em voga.
Governos grandes e intervencionistas são como irmãos siameses dessa “elite” extrativista. Fazem o possível e o impossível para a manutenção do estande verde-amarelo.
É o nosso Pessach, foi nossa libertação.
Eu desejo liberdades, a liberdade é o caminho para o crescimento brasileiro, de todos. Não nos deixemos cair em tentação, e assim continuarmos sendo ludibriados por sanguessugas tupiniquins.
Um governo grande e intervencionista ao extremo, é a fórmula que sempre deu certo para o Brasil excludente, o das elites podres.
Precisamos de um Estado justo e eficiente, aquele que em definitivo possa ser transformado e transformar os fundamentais INCENTIVOS INSTITUCIONAIS para a verdadeira justiça, para a segurança, para a educação e, essencialmente, para a criação de mais empregos, mais renda, mais riqueza e prosperidade para todos.
Ah como esses estão invertidos na Republiqueta das Bananas!
Porém, necessitamos urgentemente da transformação desses incentivos, baseados na razão, no conhecimento, na ciência comprovada e no humanismo racional.
Não, esses não podem ser mais fixados pelo bom-mocismo embusteiro, e pelos discursos e narrativas falaciosas e interesseiras de incompetentes e corruptos.
Ah, meus amigos, como os incentivos - certos - importam!
LUA DE MEL
Hoje, 10, o presidente da República e os governadores dos Estados do nosso imenso Brasil completam os primeiros 100 dias de mandato. Este período, como manda a velha tradição, é destinado para a LUA DE MEL, onde -ELEITORES E GOVERNANTES- comemoram a união com troca de muito carinhos, compreensão sem limites e promessas de amor eterno.
CRESCENTE DESAPROVAÇÃO
Entretanto, se levarmos em conta as imagens, falas e decisões que foram tomadas pelo presidente Lula durante a LUA DE MEL, tudo leva a crer que a ardente PAIXÃO INICIAL nutrida pelos ELEITORES que se deixaram embriagar pelo ÓPIO do POPULISMO, vive um momento pra lá de delicado. Pelo que dizem as pesquisas de opinião pública, o sentimento geral dos apaixonados deu lugar à muita FRUSTRAÇÃO, DISCUSSÃO E SENTIMENTO DE TRAIÇÃO, que resultam em notória e CRESCENTE DESAPROVAÇÃO.
PLANO DE GOVERNO
É preciso admitir, antes de tudo, que todos aqueles que diziam, e seguem dizendo, que Lula & Cia ainda não têm um -PLANO DE GOVERNO-, estão completamente equivocados. Uma coisa é mais do que certa: o PT e seus aliados nunca negaram que estavam PRONTOS E DISPOSTOS a colocar o nosso Brasil, no menor espaço de tempo possível, no caminho trilhado pelas DITADURAS COMUNISTAS LATINO-AMERICANAS, tipo Cuba, Venezuela e outras tantas.
UNASUL
Pois, dentre várias iniciativas, a mais recente dá conta do Decreto, assinado por Lula no último dia 7/4, formalizando o retorno do Brasil à UNASUL. Vale lembrar que a UNASUL foi criada em 2008, quando os países da região eram governados -majoritariamente- por presidentes de esquerda, entre os quais Lula, Cristina Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela) e Michelle Bachelet (Chile). Como tal, o objetivo era o de fomentar e consolidar o ideário COMUNISTA LATINO-AMERICANO.
HERANÇA BENDITA DESPREZADA
Como se vê, os 100 DIAS DE GOVERNO LULA, como bem resume Fernando Jasper, editor de Economia da Gazeta do Povo, estão marcados por QUEDA DE POPULARIDADE, CRISES INTERNAS, RELANÇAMENTO DE VELHOS PROGRAMAS E REVERSÃO DE AÇÕES DO GOVERNO BOLSONARO. Nessa toada, a nova administração vem desprezando uma HERANÇA BENDITA- da gestão anterior. Estão parados no Congresso vários projetos capazes de melhorar o ambiente de negócios, ampliar a produtividade e facilitar a vida de empresas e empreendedores. O maior obstáculo a essa pauta está justamente na falta de interesse de Lula, que prefere outras abordagens – em especial, a ATUAÇÃO DIRETA DO ESTADO NA ECONOMIA.
Dartagnan da Silva Zanela
Nota do editor: Procusto, personagem da mitologia grega, era dono de uma estalagem onde hospedava seus clientes em camas sempre erradas. Se altos, dava-lhes um leito pequeno; se pequenos, um leito grande. À noite, invadia os quartos para cortar o que sobrasse dos maiores e espichar os baixinhos quebrando-lhes os ossos.
Mêncio, o grande sábio chinês, nos ensina que um homem que se dobrou a si próprio, aos seus desejos e às suas paixões nunca poderá endireitar os outros.
Um homem que se rendeu aos seus caprichos não pode servir de exemplo de retidão para ninguém e, por isso mesmo, não tem autoridade alguma para palpitar sobre a educação de alguém, tendo em vista que a essência do ato de educar é a apresentação da retidão através do constante esforço individual para retificar de si próprio.
Aliás, como bem nos ensina o velho brocardo romano, as palavras movem e isso, como todos sabemos, é bom, mas não é suficiente. Já os exemplos, estes arrastam, e isso é a própria excelência vestida de carne e ossos; ou a decadência, dependendo do que estará sendo apresentado como exemplo.
Infelizmente, tornou-se um lugar comum no mundo contemporâneo, acreditar que a presença de um monte de traquitanas eletrônicas seria mais do que suficiente para se educar uma pessoa, como se plataformas digitais e coisinhas similares fossem as colunas fundamentais para a edificação de uma educação de qualidade.
Além disso, os crédulos desse tipo de patacoada hi-tech também creem que uma avalanche de controles burocráticos, estéreis e caducos seriam a garantia de que tudo correrá muitíssimo bem na formação das tenras gerações.
E o pior é que os tapados nem se tocam de que eles estão cada dia mais preocupados, preocupadíssimos, com os números apresentados de forma Mandrake pelos sistemas digitais de controle; e, cada vez menos, com o que efetivamente os infantes estão, de fato, aprendendo e, principalmente, com o tipo de pessoas em que eles se estão tornando.
Pois é. Todos sabem que essa conversa toda de novas tendências em matéria de educação é uma cilada, uma baita cilada; mas, "sacumé" que são as coisas: todos sabem, todos veem e, por isso mesmo, praticamente todos preferem fingir não estar vendo a longa marcha da vaca para o brejo que se descortina diante de nossos olhos.
Esse clima de dissimulação que impera em torno das tais plataformas digitais, dos sistemas de controle burocrático e tutti quanti, é o retrato fidedigno daqueles que estão ditando os rumos do sistema educacional, imagem essa que fala por si só, contradizendo tudo, tudinho que está sendo dito a respeito das mesmas, tendo em vista que, como havíamos destacado linhas acima, as palavras muitas vezes podem ser dúbias, mas os gestos, os atos, os exemplos, estes são sempre transparentes e, por isso, arrastam.
Sim, eles podem empurrar para o alto, mas também podem nos puxar para baixo. Eles podem nos convidar para almejarmos a excelência, como também podem nos aliciar a nos contentar com a mediocridade, ou com menos do que isso e, esse simulacro de educação hi-tech, com suas dissimulações sem fim, está ensinando, com a clareza de uma manhã de primavera, que fazer manha, fingir e dissimular é essencial para se adaptar a mediocridade reinante, para corresponder aos números que não refletem nada que valha a pena ser mensurado.
Agora, conhecer, de fato, crescer e amadurecer em espírito e verdade, não. Isso seria, nas atuais circunstâncias, dominada por medalhões machadianos digitalizados, uma baita inconveniência.
Sim, eu sei, ninguém diz esse tipo de coisas, por meio de palavras, para uma criança, ou para um adolescente, porém, é bem isso o que todo o sistema educacional, de mãos dadas com a bestializada sociedade midiatizada, está fazendo com as tenras gerações, tendo em vista que todos nós, em alguma medida, nos dobramos caninamente aos nossos caprichos e nos curvamos, servilmente, para as veleidades da sociedade que se ufana de suas vergonhas, que não são poucas.
Marcelo Rates Quaranta
Em 1968 o grande ator Lucio Mauro criou dois personagens para o programa "Balança Mas Não Cai" que ficaram famosos no Brasil inteiro: Fernandinho e Ofélia. Fernandinho era um homem rico e sofisticado que vivia constrangido pela extrema burrice da esposa "Ofélia", que era interpretada inicialmente pela atriz Sônia Mamede.
Nesse quadro o "Fernandinho" sempre defendia a esposa diante dos seus visitantes cada vez que ela falava uma asneira imensurável, porém todas as vezes assumia que apesar de burra ela servia para satisfazer seus desejos sexuais, quando dizia que ela podia ser "atrapalhada" ou ter "um jeito burrinho", mas debaixo dos lençóis... Bom, de verdade ele dizia que naquele reino, fora da cama ela era uma jumenta e na cama uma rainha, daí as coisas se compensarem.
O quadro era muito engraçado e quem era inteligente sabia que não se tratava de ofender pessoas simples ou com pouco conhecimento, e sim caricaturar as burras e fúteis. As pessoas simples guardam um tesouro muito grande que é a sabedoria. A ofélia não caricaturava a mulher e sim as pessoas burras de uma forma geral, pois há por aí inúmeros "ofélios" também.
Tempos depois o programa "Sai de Baixo" copiou o formato da Ofélia e criou a Magda (interpretada pela Marisa Orth), cujo jargão que a marcava era"Cala a boca Magda!". Magda era tão burra e tão fútil quanto a ofélia e ainda só servia para os mesmos propósitos.
Até aí tudo bem, porque era um humor focado nas tais caricaturas e não faziam alusão a nada conhecido no mundo real. O grande problema veio com a chamada "pátria educadora" e com a internet, que passou a criar Ofélias e Magdas às toneladas e a dar visibilidade a essas aberrações.
A política não passou incólume. Tivemos uma Ofélia encarnada numa presidente da república que nos fazia rir a cada declaração. Dilma era a própria Ofélia, e o brasileiro, sempre com vergonha, se limitava a rir das suas declarações que eram capazes de fazer os escritores do quadro da Ofélia uns meros estagiários de redação. Outro exemplo: Quem ouve parlamentares como a Talíria Petrone, Sâmia Bonfim. Janone ou Erika Kokay sente um ímpeto de gritar "CALA A BOCA MAGDA!" - Mas foram eleitos e tristemente transformam o plenário num "citycom" que empalidece seus pares mais cultos.
As redes sociais espalharam pelo Brasil as inúmeras Magdas e Magdos, dando visibilidade a Felipe Neto e outros seres ignóbeis que se projetaram falando as piores asneiras, e com declarações tão profundamente estúpidas, que são capazes de corar qualquer criança do Jardim I.
No meio musical projetaram funkeiros analfabetos que além de não cantarem nada, cantam com um português sofrível e denotam apenas que o brasileiro medíocre - identificado com essa falta de cultura emanada pelos seres mais estúpidos da periferia - idolatra esse tipo de gente em vez de valorizar a verdadeira cultura. Cada um deita na cama em que cabe... Para muitos só o chiqueiro.
Recentemente vi que uma "influenciadora digital", num total desconhecimento sobre genética, fez plástica para que os filhos nascessem bonitos. Não riam. Isso é muito triste, pois o fato de essa mula ter milhares de seguidores nos sinaliza o péssimo futuro que espera o Brasil. Olhem a quem nossos jovens seguem!
Então, a burrice e a ignorância que antes não passavam de humor, passaram a ser glamourizadas como uma espécie de padrão no país dos filósofos do vazio (Karnal e cia) e da "pátria educadora freireana", aquele que foi o precursor de um método que converte potenciais mentes pensantes em ofélias e magdas reais, e isso ainda ajudado por professores formados pelo mesmo método e pelo bombardeio constante da cultura do ignóbil pelas redes sociais.
Hoje o Brasil aplaude de pé a ignorância. Amanhã não precisará mais de soja, milho e etc. Bastará plantar capim e as novas gerações estarão alimentadas. Bom, pelo menos haverá segurança alimentar, já que cultura...