Mais uma vez o Brasil "dá de cara" com a parede de sua estrutura patrimonial a bloquear o avanço para a prosperidade prometida ao gigante adormecido. Mais uma vez repetimos nosso periódico retorno à situação em que nos encontrávamos antes. Mais uma vez somos chamados a encarar os mesmos impasses, os mesmos impedimentos, os mesmos problemas, só que maiores e mais graves. Reduzido ao essencial, nosso muro dos anos 80/90 é praticamente o mesmo em 2018. Os personagens não são os mesmos, mas no essencial não são diferentes.
Vivíamos então a época dos pacotes, dos planos econômicos que se propunham a pôr ordem na casa de uma vez por todas e adquiriam o nome de seus autores: depois do Plano Cruzado I e II, o Plano Bresser, Plano Verão (Sarney); o Plano Collor I e II, para chegar ao Plano Real (FHC). Naquela época discutia-se a modernização do País. Tínhamos um ministério para a desburocratização; havia a convicção de que era preciso atrair investimentos externos, privatizar empresas estatais, reduzir a intervenção do Estado na economia, modernizar as relações trabalhistas, investir em infraestrutura, reduzir gastos públicos, reformar a Previdência, controlar a inflação, extirpar a corrupção. Uma agenda semelhante à que temos hoje, a comprovar que as mudanças não foram feitas e, quando feitas, não passaram de remendos. Remendos como as reformas que com grande custo passaram no Congresso em 2017; remendos, pois, ontem como hoje, as intenções de reformar cediam com enorme facilidade às pressões políticas que as desaconselhavam.
No Brasil, quando se chega a um impasse no Legislativo, que sem pudor foge da responsabilidade de decidir matérias controvertidas, todo o talento dos governantes e políticos é usado para remover dos projetos seus aspectos mais onerosos politicamente, postergando sua votação, por mais urgentes, impreteríveis, inadiáveis que sejam, já que "assim como estão não passariam" e "não é prudente desafiar os eleitores" em ano de eleição. O que é difícil fica para mais tarde e para os outros.
Neste ciclo entrópico de "eterno retorno", desperdiçamos repetidamente o grande recurso de que se dispõe para governar, o tempo – a capacidade de antecipação, o alerta de Nabuco em 1870: "O pouco serve hoje, o muito amanhã não basta", como relembrou oportunamente editorial do Estado de 21/8, ao tratar do preço pago pela procrastinação das decisões inadiáveis.
Nesta nova reconstituição do ciclo entrópico, saudado com alegria patológica pelos que dançam à beira do abismo, há, contudo, alguns componentes novos, segregados pelo organismo enfermo da Pátria. Desde logo significa um grave agravamento de uma crise muito grave (é preciso ser pleonástico).
Esta crise não surgiu. Foi provocada por aqueles que nos governam. Ela resulta de uma deliberada decisão de apropriação partidária e pessoal dos recursos públicos pelo PT, então na titularidade do governo, e da aliança de partidos eufemisticamente referidos como membros de um "presidencialismo de coalizão". As características estruturais básicas do governo neste período de 15 anos são as mesmas de três décadas atrás: nossa forma especial de patrimonialismo – o paradigma estrutural do Estado hegemônico – em que tudo o que governo, classe política e organizações sociais fazem emana ou se dirige ao Estado, que se constitui na própria lógica da política no Brasil.
A sobrevivência deste paradigma ao longo dos 500 anos da nossa História se deve ao fato de que os modelos políticos que se sucedem, em resposta às mudanças conjunturais, são com ele compatíveis e os não compatíveis jamais alcançam o poder. Em conformidade com essa realidade histórica, movimentos e partidos políticos de direita, esquerda e de centro podem divergir em tudo, menos na necessidade de se apropriar do Estado para comandar a economia e a política nacional.
O Estado brasileiro, na sua atual condição de funcionamento, preenche quase plenamente uma de suas principais funções, ainda que encoberta por farta retórica ilusionista: a criação de empregos para a classe média e negociatas para as grandes empresas.
Curiosa, mas compreensivelmente, da situação de hegemonia do Estado sempre em crescimento emerge sua dupla condição de força e fraqueza. Força porque chegamos a uma situação em que apenas e tão somente o Estado pode remover o Estado da economia. E debilidade porque, apesar de todo esse poder, será forçado a abrir espaços que hoje ocupa na economia e na administração, por absoluta incapacidade de exercer as funções que acumulou.
Nossos verdadeiros problemas ciclicamente reincidentes não conseguem ser resolvidos porque integram a órbita das atribuições do Estado patrimonialista que ainda mantemos e são consequência inevitável desse paradigma estrutural. A mera menção de alguns deles explica por que não só não são enfrentados, como são agravados pela sua periódica reiteração: 1) Burocracia partidarizada, enorme, excessivamente cara, de baixa competência; 2) déficits permanentes e crescentes sem possibilidade de correção. Cortar despesas é anátema, mas sem cortá-las não há como recuperar a saúde econômica; 3) indicadores de saúde, segurança e educação em angustiante decadência; 4) federalismo inviabilizado, financeiramente quebrado, pela centralização, corrupção e despesas de pessoal; 5) infraestrutura insuficiente, danificada e em grande parte obsoleta; 6) sentimentos de decepção, desesperança e desconfiança da população em relação a classe política, governo, instituições e promessas; 7) centralização da decisão, do financiamento e da execução.
Com esse reduzido, ainda que gravíssimo, rosário de problemas o País se prepara para entregar a responsabilidade para enfrentá-los à nova administração, que, a julgar pelos precedentes, dependerá da mesma ineficiente estrutura política e estatal responsável pela crise em que estamos jogados.
*Professor de Ciência Política (UFRGS), pós-graduado Princeton University, ex-reitor da UFRGS, criador e diretor do site www.mundodapolitica.com.br
**Publicado originalmente no Estadão (27/08)
Antes de emitir uma opinião, aguardamos os acontecimentos sobre o envolvimento de Lula com a Lava Jato e seus reflexos criminais. Dezenas de recursos e infindáveis pedidos de habeas corpus, que têm o objetivo de libertar o preso, dias atrás foi noticiado que Lula desistiu do último que fez ao STF-Supremo Tribunal de Justiça, pois ele prefere permanecer preso. Esse ato, na verdade, envolve uma questão política que será explorada no próximo artigo.
Fundamentados nos fatos apurados pela Justiça, emitiremos nossa opinião. Lula foi acusado de praticar 10 crimes de corrupção passiva e 44 de lavagem de dinheiro. Dois casos se referem a imóveis: um apartamento triplex em Santos, que já foi leiloado pela Justiça, e um sítio em Atibaia. Nos dois casos, Lula alega que o imóvel está registrado no cartório em nome de outra pessoa. Diz, ainda, que não tem nenhuma telha.
Todos nós sabemos que, se um proprietário pretender ocultar um imóvel, ele não irá ao cartório registrá-lo em seu nome. Para ocultar a propriedade é necessário o registro em nome de outra pessoa, bem íntima do proprietário, na linguagem policial do “laranja”.
Os 10 crimes de corrupção passiva estão descritos no Código Penal, no capítulo Dos Crimes praticados por Funcionário Público contra a Administração Pública em Geral: “Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.”
Os prefeitos, governadores, presidentes da república, diretores de autarquias e de todos os órgãos públicos são considerados funcionários públicos. Eles e todos os demais funcionários públicos estão a serviço do povo. Explicando melhor, essas pessoas administram os bens do povo e, se praticarem os crimes previstos no capítulo citado acima, estarão o praticando crimes contra o povo.
Para a caracterização do crime de corrupção passiva, não há necessidade de ter uma telha, um pedalinho, muitos litros de vinhos, bens que saíram do Palácio do Planalto e foram parar no sítio de Atibaia, portanto bens materiais visíveis e mensuráveis. Nem é necessário aparecer em fotografias junto com o dono da construtora dentro do apartamento de Guarujá e do sítio de Atibaia. Não é necessário o registro de dezenas de viagens e dos pagamentos de diárias, com dinheiro do povo, dos seguranças que acompanharam o ex-presidente até o sítio.
Se um funcionário público pedir ou aceitar proposta de dinheiro ou um bem qualquer e isso ficar provado por testemunhas, ele será condenado. A lei diz que ele não precisa receber o dinheiro ou o bem. Só pedir ou aceitar promessa. Não há qualquer dúvida de que Lula pediu a reforma do apartamento em Guarujá, pediu a reforma do sítio de Atibaia e pediu muitos outros valores para direcionar contratos de obras. Ainda que o pedido ou aceitação de proposta fosse para outro, na letra da lei “para outrem”, o crime teria sido caracterizado.
Os 44 crimes de lavagem de dinheiro estão na Lei Federal nº 9.613, de 3 de março de 1.998: “Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.”
Se nós usarmos o dinheiro vivo para pagamentos, para esconder sua origem e seu destino, ou colocarmos propriedades em nome de laranjas ou escondermos valores nas declarações do Imposto de Renda, estaremos praticando o crime de lavagem de dinheiro.
A sentença do juiz e o julgamento do tribunal mostraram inúmeras transações financeiras que foram feitas em dinheiro vivo, para não serem descobertas. Mas foram descobertas! A origem delas também foi descoberta: valores pagos pela construtora para obter contratos na empresa de petróleo. Há trocas de e-mails, contratos, fotos, cozinha completa, elevador, depoimentos dos delatores e muitas outras provas.
A pena ainda foi aumentada pelo tribunal devido à gravidade do crime. Em março de 2018, a imprensa noticiou que o Ministério Público Federal recuperou 11,5 bilhões de reais para a petrolífera brasileira. Ainda há muitas investigações em andamento. Ele e muitos foram presos por abusarem do dinheiro do povo. Entendemos que não se deve soltar o preso, mas prender os soltos que praticaram crimes iguais.
O artigo 5º, caput, da Constituição Federal também diz que “todos são iguais perante a lei”, inclusive a lei penal. E a ampla defesa, garantia do art. 5º, LV, da Constituição, foi assegurada com o julgamento de 78 recursos ao TFR-4 e de 260 habeas corpus no STJ, sem contar os habeas corpus ao STF e as várias representações contra o juiz Sérgio Moro.
O processo foi legal e permitiu a ampla defesa. No caso do tríplex de Guarujá, o juiz e o tribunal mostraram a abundância de provas do crime existentes no processo. Outras condenações poderão vir nos processos em andamento. A escolha de cada um é livre: quem quiser continuar acreditando que não existem provas, pode continuar acreditando.
A reação dos cidadãos brasileiros de Pacaraima, no estado de Roraima, é totalmente justificada frente a inação do Estado em controlar a fronteira e impor limites. Como alertado, graças à Nova Lei de Imigração, não há mais qualquer controle fronteiriço. Não só não há mais restrições de entrada de imigrantes sem visto, como agora a regularização de imigrantes sem documento se tornou muito mais simples. Outro ponto muito sério, e ignorado por muitos, é que a nova Lei da Imigração criou uma série de privilégios para imigrantes.
Proposta pelo atual Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, a nova Lei de Imigração criou outra série de riscos à soberania brasileira. O dano não é eterno, entretanto, e pode ser revertido com um congresso mais alinhado aos interesses do brasileiro. O ideal para o brasileiro é restituir o Estatuto do Estrangeiro, a lei anterior, que era similar ao de vários países abertos, mas que preservava as proteçoes dos cidadãos natos e residentes do Brasil.
Como isso não foi possivel na época abaixo relaciono os artigos que eu teria vetado se fosse Temer:
III – não criminalização da migração;
Art. 3
III – não criminalização da migração;
A entrada no país sem documentação, ou a permanência além do tempo de estadia pré-determinado, deve ser considerada violação de lei federal sim. Este é o princípio básico de proteção da soberania nacional e da segurança dos brasileiros.
IX – igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares;
Este inciso deve ser revisado e detalhado pois, da forma em que está, extremamente vago, permite a criação de programas sociais para o imigrante sem limites e em prioridade ao cidadão brasileiro.
X – inclusão social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas;
Falo frequentemente sobre a ditadura de minorias. Se a criação de minorias nacionais e os planos de proteção a estes devem ser combativos, porque deveríamos proteger e incentivar a criação de minorias estrangeiras através da criação de cotas e fomento de empregos para imigrantes?
XI – acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públicos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade social;
O financiamento de serviços públicos obrigatórios, como INSS, SUS e outros, é feito pelo contribuinte brasileiro. Se falta dinheiro público para custeio pleno da saúde, previdência e educação, somente para ficar em alguns, quem pagará pelo gasto adicional gerado por imigrantes ilegais não contribuintes? Pela lei atual um imigrante que chegue ao Brasil com idade para se aposentar, e sem ter recolhido um único tostão, terá direito à aposentadoria e todos os outros benefícios. Tudo isso custeado pelos nacionais brasileiros.
XXII – repúdio a práticas de expulsão ou de deportação coletivas.
Se o Estado não pode expulsar pessoas ou grupos que o povo não acolher, o brasileiro o fará por conta própria, o que pode ser muito mais desastroso. E é isso que ocorreu em Pacaraima fim de semana passado.
Art 4.
VII – direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos;
Direito de associação sim, mas qual a lógica de permitir associação a sindicatos trabalhistas ao imigrante não documentado e que, por lógica, não pode trabalhar?
Desempregados venezuelanos engrossam a já extensa camada de desempregados brasileiros em Roraima.
VIII – acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;
Saúde para turistas e visitantes sempre foi garantida, mas o acesso previdenciário é um descalabro com o cidadão brasileiro e só contribui com o atual rombo da previdência.
IX – amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Mediante a clara insuficiência de recursos, o acesso desses serviços só deve ser garantido ao imigrante admitido como refugiado, e mesmo assim devem ser estabelecidos limites e condições que protejam o patrimônio público. Deve-se sempre garantir a dignidade humana, não privilégios.
X – direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;
Não há problema em garantir o acesso a educação para crianças, independente de sua nacionalidade, desde que haja também a garantia de que não faltarão vagas aos brasileiros. O termo “vedada a discriminação” pode ser interpretado como garantia de acesso por cota ou em prioridade, e isso deve ser revisto.
XI – garantia de cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;
Ao adquirir um visto de trabalho ou status de refugiado, o que lhe garante o direito ao trabalho legalizado, o imigrante deve sim ter garantidas obrigações legais e contratuais. Não se pode, entretanto, garantir direitos trabalhistas a um turista, que não tem direito ao trabalho, ou ao imigrante sem documentos que, por lógica, também não tem direito de vínculo trabalhista. Não se pode proteger o que é ilegal.
XII – isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante declaração de hipossuficiência econômica, na forma de regulamento;
Isenção de taxas somente para refugiados e de acordo com cotas pré-determinadas.
Artigos 23, 24 e 25, que dispõe sobre Residente Fronteiriço, deveriam ser vetados em sua integralidade. Não se deve garantir livre-trânsito a cidadãos estrangeiros, mesmo que eles morem em região fronteiriça. A fiscalização aduaneira é o que garante o controle efetivo de nossas fronteiras. Mesmo Estados Unidos e Canadá, que não exigem visto de turismo um do outro para circulação turística, e que possuem a maior fronteira terrestre do mundo, submetem todos aqueles que cruzam as fronteiras ao escrutino de um agente alfandegário.
Na falta de alternativas legais que os defendessem, brasileiros fecham fronteira com Venezuela.
Existem outros detalhes da Lei que tem de ser revistos, mas somente os pontos listados acima já garantiriam maior blindagem ao Brasil, evitariam os problemas que vimos em Pacaraima.
*Publicado originalmente em http://lpbraganca.com.br/a-lei-de-imigracao-e-a-total-fragilidade-da-soberania-brasileira/
**Leia a lei de imigração em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13445.htm
Impressiona o alto grau de aparelhamento de todas as instituições brasileiras. O PT foi capaz de timbrar com a ideologia comunista, em alto relevo, todos os poderes públicos e privados estruturantes da nossa sociedade, em curto interregno temporal. Financiado por grupos progressistas internacionais e conluios espúrios com a elite política e empresarial nacional, ávidos por abduzir as riquezas do País, os que antes se autoproclamavam anti-imperialistas sucumbiram asquerosamente ao poder autoritário e aos bocadinhos de privilégios oferecidos pelo globalismo predatório. A ganância os cegou. Passaram, então, a laborar para os interesses de grupos radicais da nova ordem mundial de forma sorrateira, com o objetivo de subverter o ordenamento social/cultural da sociedade brasileira, defendendo valores insólitos como a ideologia de gênero, escola doutrinadora, Estado sem religião (diferente de Estado laico), racismo, feminismo, uso indiscriminado de drogas, famílias alternativas, fim das polícias, aborto, arte degenerada, migrações em massa, entre outras pautas estranhas ao nosso povo. Os intelectuais de esquerda, "acomunados" com Gramsci e Marcuse, foram os grandes propulsores desse discurso dominante, em especial nesta última década e meia no Brasil. Foi dentro das universidades que, usando o método do "adestramento do pensamento único" auxiliaram na administração dos "negócios estatais" com base na engenharia social. Todos os programas de inserção ( e não foram de inclusão) universitária visaram a este fim - formar um contingente máximo possível de militantes para o sistema. E foi assim, por exemplo, que os poderes judiciário, legislativo e executivo foram colonizados pelos Tribunais do Santo Ofício, digo, pelos mais diversos Conselhos e Comissões - compostos por olheiros do sistema que abortam qualquer tentativa de insubordinação aos ditames do Estado autocrático. Pense (...) quantos conselhos institucionais você conhece? Pois é, todos, mas todos mesmo, servem para conter qualquer tentativa da nossa parte de contestar a ordem autoritária vigente no Brasil. O discurso do "politicamente correto" e o ataque à honra são métodos usados de forma subliminar e corriqueira para intimidar e perseguir as vozes divergentes. Até 2016, era praticamente impossível se manifestar contra o governo "popular", inclusive nas redes sociais. Grandes sites de apoio à esquerda foram financiados para monopolizar as ideias comunistas/progressistas no nosso País, e eliminar as demais.
Do aparelhamento institucional, os exemplos são muitos. O sistema de saúde foi drasticamente atingido pela mudança de paradigma nos cursos acadêmicos da área da saúde. Considerada uma área estratégica, o governo preferiu "importar" mão de obra cubana em detrimento de melhorias na formação dos médicos brasileiros. O Programa "mais médicos", além de cooptar ideologicamente muitos profissionais de saúde nativos, rendeu uma transferência de mais de R$ 5 bilhões para a Ilha da família Castro. Recentemente, o médico Milton Pires, cardiologista gaúcho, veiculou um artigo na web denunciando a perseguição de médicos do serviço de saúde pública por posições políticas contrárias ao governo petista e o assombroso desmonte da rede hospitalar. Diz ele "toda a rede hospitalar brasileira foi destruída pelo Regime Petista. UPA'S são lugares criados para esconder a morte de pacientes que deveriam estar dentro de hospitais".
Também as universidades brasileiras, em especial as federais, se transformaram em incubadoras de parasitas partidários, com pouca ou nenhuma preocupação em produzir conhecimento filosófico ou científico, tão somente para engrossar o montante de militantes úteis ao governo, com uma formação pífia e comportamentos discutíveis que levaram muitos desses à desorientação psicológica. Não vou citar aqui as inúmeras operações da Polícia Federal dentro das universidades e as investigações sobre fraudes em concursos públicos, e a prática do compadrio nas instituições privadas. Porém, é notória a baixa qualidade da maioria das pesquisas e dos trabalhos acadêmicos e a constrangedora (des) qualificação dos egressos.
Importante frisar também que grande parte das quase 500 mil ONGs, aliada aos interesses políticos e econômicos de organismos internacionais, ocupa papel central na divulgação do ideário globalista, pressionando a aprovação de leis que beneficiam seus negócios, mas que nada tem a ver com o desenvolvimento da sociedade brasileira.
A forma como a cultura foi aliciada pelo PT causa perplexidade. Sabe-se que os artistas populares tiveram atribuição fundamental no golpe comunista de 1985. Todos muito bem recompensados "a posteriori" via Lei Rouanet, contratações superfaturadas e indenizações milionárias - tudo pago pelo pobre cidadão contribuinte que amarga desde sempre a falta de acesso a um judiciário neutro, à educação de qualidade, à saúde com dignidade e à segurança pública. A última totalmente sucateada, em vias de extinção. No Estado comunista são criadas as forças nacionais. Porém, elas não servem ao povo, são leais somente ao governo.
A arte, a mídia e a educação foram transformadas pela "intelligentsia esquerdista" em ferramentas altamente destrutivas da ordem moral no nosso País. Como aceitar o fato de um docente do ensino superior publicar um livro cujo título é "como conversar com um fascista" e declarar publicamente que o assalto tem uma função social, e mesmo assim ser lançado como candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT? Como aceitar que o dinheiro público esteja sendo gasto para montar exposições "artísticas" que promovem o vilipêndio religioso e a pedofilia? Como aceitar que uma emissora de televisão, dependente de concessão pública, ajuíze uma ação judicial para minorar a classificação etária de uma novela vespertina que contém cenas de sexo e violência, de 12 para 10 anos de idade? Como aceitar o investimento publicitário em músicas populares como "arrasou "viado""; "que tiro foi esse" e "sentada diferente"? Lembremo-nos, a família é um impedimento para o monopólio do poder do Estado; deve ser destruída de acordo com o manual comunista.
Estamos vivendo em guerra. A destruição não é visível só pelo assombroso número de homicídios anuais, mas pelo ataque e aniquilamento das nossas normas sociais, da moral individual e coletiva, da ética humana e da espiritualidade. Para isso, usam uma das armas mais potentes e indignas de destruição em massa, a cultura da subversão pela violência, pela corrupção e pela libertinagem, embrulhada no dourado invólucro dos "direitos humanos". Em nome de tal "benevolência" autoproclamam-se humanistas e passam a exigir o "progresso" da civilização ocidental liberando o sujeito (na verdade, neste estágio não existe mais o indivíduo, aparece agora a criatura sujeitada) de todas as "opressões" da sociedade burguesa. Lutam, então, pelo total livramento dos impulsos sexuais, cujo objetivo, na verdade, é o de tornar a criatura submissa e improdutiva. Os estultos comunistas creem que liberando a sexualidade dos sujeitos, esses passariam a não se preocupar mais com as questões referentes à política e ao Estado, em face do seu estágio de letargia motivacional direcionada apenas aos prazeres carnais, deixando o caminho livre aos desmandos do poder instituído. Esse é o motivo da mesma forma para a defesa da liberação irrestrita de drogas. A estratégia da revolução cultural para a tomada do poder global não é cria de um só demônio - desde o século XIX essa teoria vem sendo desenvolvida pela "intelligentsia" da esquerda internacional, dentre ela, Marx, Lenin, Munzenberg, Lukacs, Mao Tse Tung, Gramsci, Horkheimer e Adorno. Theodor Adorno, sociólogo alemão e membro da primeira geração da Escola de Frankfurt, autor da obra "The Theory of Modern Music", propunha, por exemplo, usar a música como arma de destruição social. Segundo ele, músicas quanto mais degeneradas fossem, mais rapidamente promoveriam a desorientação mental, condição "sine qua non" para governar sem resistência. Sigmund Freud afirma que a integral recompensa dos desejos humanos é incompatível com a organização social humana. Assim, os pulhas comunistas pretendiam, com a desorganização geral da nossa sociedade, se oferecer "democraticamente" como "salvadores" para restabelecer a ordem e a moral, mas sob suas próprias regras.
Por essa razão, não por outras, a sociedade brasileira passou a ser "bombardeada" pela revolução cultural, mais perseverantemente a partir do final dos anos 1980 e, "coincidentemente", ao mesmo tempo do desmonte do comunismo no leste europeu.
Na sequência do término do regime cívico-militar e com a ascensão dos comunistas ao poder, lentamente todas as instituições foram cooptadas a fim de promoverem e defenderem as pautas progressistas mundiais como o feminismo (Malu Mulher, lembra da série?), erotização das crianças e dos jovens (filmes, séries e eventos para jovens ao ar livre onde drogas, bebidas alcoólicas e relações íntimas fortuitas passaram a ser a moda); letras de músicas incitando ao estupro e à violência fazem parte da degradação moral da sociedade; grupos socialmente vulneráveis como gays e negros são aliciados e usados para promover tão somente o apartheid social. Racismo é crime, cumpra-se a lei nesses casos, mas isso para eles não basta, o intuito é fazer com que negros odeiem os brancos. A mesma ideia serve de base para promover e manipular o ódio de mulheres contra os homens, gays contra héteros, filhos contra os seus pais, e o mais perverso dos desígnios: a perversão infantil através da já adiantada implantação da ideologia de gênero nas pré-escolas brasileiras. Sem dúvida, esse projeto que nega, entre outros, a diferença entre homens e mulheres, se obtiver êxito fará surgir um outro "ser vivente", nem homem nem mulher, mas "algo" que poderá a qualquer momento da vida se transmutar entre, pasme, em torno de 60 formas de definição de sexualidade. Evidente que o leitor atento percebeu que, ao questionar a criação divina, eles estão exterminando com as religiões criacionistas e a fé cristã. A ordem é corromper a sociedade até que, atormentada, ela aceite adorar somente o deus Estado e por ele ser tutelada.
Os brasileiros estão guerreando contra hostes invisíveis. O Brasil está em guerra, os estrangeiros olham boquiabertos para a sociedade brasileira, um verdadeiro laboratório de experiências de destruição moral e cultural. As trincheiras e os canhões foram cambiados por uma cortina de fumaça ideológica que, de tão embuçada, desorienta até que o beligerante se entrega voluntariamente sem alguma resistência. A subversão cultural/social da sociedade brasileira significa, para a esquerda nacional, a fase final de implantação da revolução comunista.
A trama é realmente complexa, infelizmente, muito maior do que esse espaço circunscrito permite desenvolver. No entanto, o curso da história é imprevisível e, tudo indica, os brasileiros estão prestes a mudar um futuro que já lhes parecia selado.
Bibliografia:
COSTA, Alexandre. Introdução à Nova Ordem Mundial. São Paulo: Vide Editorial, 2015.
ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. São Paulo: Lafonte, 2017.
MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização. Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
A Agência Estado informou, no dia 17/07, que o candidato Ciro Gomes, em palestra à Abimaq, propôs usar parte das reservas internacionais do Brasil para capitalizar o BNDES.
No entanto, o Brasil não possui reservas em moedas estrangeiras.
Em junho de 2018 o Banco Central do Brasil carregava um estoque de dívida externa (pública e privada) no valor de US$ 656,8 bilhões. Deveres monetários do Banco Central em moedas estrangeiras.
Em junho de 2018 o saldo de caixa em moedas estrangeiras, no conceito de caixa, em poder do Banco Central do Brasil era de US$ 379,5 bilhões. Haveres monetários do Banco Central do Brasil em moedas estrangeiras.
Em junho de 2018 o Banco Central do Brasil tinha um saldo devedor em moedas estrangeiras correspondentes a US$ 277,3 bilhões.
Conclusão: Se um candidato apresentar projeto para utilização das reservas é vigarista e picareta, visto que o Brasil possui saldo de caixa em moedas estrangeiras, mas não reservas em moedas estrangeiras. Caso fosse utilizado o referido saldo de caixa aumentaria a dívida líquida do governo.
* Os dados são de arquivos oficiais do governo e estão disponíveis aos leitores.
** O autor é economista
ELEITORES DIVIDIDOS
As últimas pesquisas de intenção de voto dão conta de que faltando menos de 50 dias para as Eleições, os brasileiros estão praticamente divididos: uma metade mostra preferência por candidatos REFORMISTAS; a outra, atestado preocupante deficiência cerebral, se mantem firme na preferência por POPULISTAS.
PONTO DA VIRADA
Ora, partindo do princípio da admissão generalizada, de que depois das inúmeras provas de absoluto DESGOVERNO somado à inúmeros e revoltantes casos de CORRUPÇÃO, tudo levava a crer que a grande maioria dos brasileiros via neste pleito de 2018 como o PONTO DA VIRADA.
VIRADA DOS REFORMISTAS
Entretanto, a considerar o que mostram, muito claramente, todas as pesquisas de intenção de voto, metade dos brasileiros tidos como REFORMISTAS entende, corretamente, que a tal VIRADA só é possível se a guinada for de 180 graus.
VIRADA DOS POPULISTAS
Já a outra metade, representada pelos fanáticos adoradores dos candidatos POPULISTAS, exige uma VIRADA -NULA-, de 360 graus. Melhor dizendo, 50% dos eleitores não quer mudança alguma. O país que querem para o futuro é um Brasil focado no abismo.
TRISTE ILUSÃO
Como se vê, aquilo que parecia impossível de acreditar, depois das descobertas de inúmeros casos de SAFADEZAS e DESPERDÍCIOS DE DINHEIRO PÚBLICO, não passou de uma triste ilusão: a verdade é que metade da população brasileira está pronta e disposta para recolocar os responsáveis diretos pelo CAOS para governar o país e os estados. Pode?
CALENDAS GREGAS
É verdade que ainda faltam 46 dias para as Eleições 2018, tempo capaz de produzir mudanças nas consciências de muitos eleitores. Entretanto, o fato de que o condenado Lula continua sendo o grande preferido para ocupar a presidência do Brasil, faz com que as esperanças de que tal de VIRADA DE 180 GRAUS vá para as CALENDAS GREGAS.