• Luiz Carlos Da Cunha
  • 15 Setembro 2018

 

A demografia é um fato dinâmico e mutante. Há cem mil anos, desde quando grupos tribais se evadiram das savanas africanas e espraiaram-se pelos continentes batizados de Europa e Ásia, nossa espécie evoluiu entre a estabilidade temporal proporcionada pelos recursos alimentares suficientes do meio e o deslocamento forçado pela fome, quando o meio se deprime.

Assim, nessa instabilidade milenar foram se formando os domínios geográficos que chamamos nações. O progresso tecnológico impulsionou e facilitou os deslocamentos humanos na conquista da terra produtiva ou no assalto ao território alheio. As migrações avassaladoras, que assustam hoje países cultural e economicamente estabilizados da Europa, primam pela quantidade e persistência. São hordas expulsas de suas terras pela guerra, sêde e fome. O ódio religioso ou étnico, que gera milhares de funâmbulos em busca de abrigo, pode mascarar a dialética pré-histórica da balança instável do alimento - população.

O mesmo fenômeno dirige outras espécies vivas. Foi o inglês Robert Malthus, misto de matemático e religioso que ousou no século XIX alertar para o desequilíbrio entre a população crescente e sua capacidade da produção alimentar. Até a metade do século passado a equação malthusiana adormeceu desconsiderada ante o progresso da agronomia científica e o domínio da genética, que promoveram a produtividade agrícola a níveis jamais sonhados. Porém, passados intervalos de fartura, sobreveio novo impasse. A expansão populacional do islamismo no Oriente Médio e principalmente na África, seja pela promiscuidade, seja pela poligamia, dilatou o desequilíbrio geográfico e demográfico. Neste continente se agrava o drama da fome e doença num território exaurido pela exploração exaustiva do solo, a devastação florestal, a inclemência do clima, o primitivismo agrícola dominante na região sub-saariana e central, num paroxismo de carência que fertiliza a brutalidade letal do fanatismo religioso.

Na degradação da paisagem e da espécie, reponta denunciador em seus 950 milhões de habitantes, o mais alto índice de natalidade mundial - 35,2% e o maior índice reprodutivo – 2,17 % a/ano. A do Brasil é 1,61 a.a. naquele continente a equação de Malthus ressurge vigorosa – a população cresce geometricamente comparável ao alimento disponível pela aritmética. Os pratos da balança distanciam-se perigosamente a mostrar na tragédia dos flagelados da guerra e da fome afoitando-se ao mar na busca desesperada da Europa, ajoelhada ante o desafio ético: acolhe-los cristãmente ou repeli-los racionalmente? Garantir a sobrevivência da civilização cristã, assentada na solidariedade aos fracos, condenando-os ao afogamento, ou abrigar sua potencial destruição?

* Escritor
 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 13 Setembro 2018

FORO DE SÃO PAULO

Hoje, felizmente, já é possível afirmar que uma parcela de brasileiros, ainda que diminuta, já sabe alguma coisa a respeito da existência e dos propósitos da CRIMINOSA ORGANIZAÇÃO COMUNISTA denominada - FORO DE SÃO PAULO-.

REDES SOCIAIS
Isto, diga-se de passagem, muito se deve às redes sociais, onde brasileiros de todos os cantos passaram a compartilhar as propostas e resultados obtidos nos países onde a CARTILHA COMUNISTA do FORO DE SÃO PAULO foi imposta, por exemplo, em Cuba, Venezuela, Nicarágua, Bolívia e, durante os governos Lula/Dilma -Petistas- no nosso empobrecido Brasil.

MÍDIA TRADICIONAL SILENCIOSA
O que ainda não se explica são os motivos que levam a mídia tradicional do país, que defende o jornalismo CRITICO, INDEPENDENTE, APARTIDÁRIO e PLURALISTA e muito se vangloria de constantes atos de investigação que faz sobre tudo e sobre todos, a se manter tão silenciosa quanto às MALÉFICAS E CRIMINOSAS realizações produzidas pela ORGANIZAÇÃO COMUNISTA - FORO DE SÃO PAULO-.

URSAL
Mais: a mídia tradicional, sempre se negou a dar informações que a ORGANIZAÇÃO COMUNISTA -FORO DE SÃO PAULO foi criada por Lula e Fidel Castro em 1990, com o firme propósito de fazer da América do Sul, a exemplo da antiga União Soviética, a URSAL - União de Repúblicas Socialistas da América Latina-.

PARTIDOS POLÍTICOS DO BRASIL FILIADOS AO FSP
Pois bem, mesmo levando em boa conta que uma parte de brasileiros já sabe algo a respeito da existência do Foro de São Paulo, o que a grande maioria certamente -NÃO SABE- é quais os PARTIDOS POLÍTICOS DO BRASIL que se filiaram, como SÓCIOS-MEMBROS, ou apoiadores irrestritos da ORGANIZAÇÃO COMUNISTA.

ALERTA AOS ELEITORES
Como estamos em plena campanha eleitoral, nada mais importante do que alertar os eleitores que não querem que o Brasil faça parte do CLUBE DOS PAÍSES DECADENTES E DESTRUÍDOS, como é o caso da Venezuela, Cuba, Nicarágua, Bolívia, etc.. Portanto, antes de tudo verifique e EVITE, DE TODAS AS FORMAS, os candidatos que estão filiados a um dos seguintes PARTIDOS POLÍTICOS-MEMBROS DO FORO DE SÃO PAULO:
PT - Partido dos Trabalhadores
PDT - Partido Democrático Trabalhista
PCdoB - Partido Comunista do Brasil
PCB - Partido Comunista Brasileiro
PPL - Partido Pátria Livre
PPS - Partido Popular Socialista
PSB - Partido Socialista Brasileiro

*Publicado originalmente em pontocritico.com
**Fonte: http://forodesaopaulo.org/partidos/
 

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  • João César de Melo, ILISP
  • 12 Setembro 2018

 

A história é marcada por governos exploradores, autoritários e violentos.
Contra eles, surgiu o comunismo, tendo como primeira experiência a URSS.
O que aconteceu logo que chegaram ao poder?
Tornaram-se incomensuravelmente mais exploradores, autoritários e violentos.
Fuzilaram centenas de milhares de pessoas, incluindo muitos comunistas que ousaram questionar os métodos que os líderes da “revolução” impunham.
Além dos fuzilamentos, os comunistas criaram milhares de campos de concentração, onde opositores políticos e pessoas comuns “sob suspeita” eram obrigadas a trabalhar até a exaustão.
Fora dos campos de concentração, a população foi reduzida à extrema pobreza. Todos os recursos e propriedades privadas foram confiscadas. Todas as liberdades individuais (exceto a sexual), políticas e intelectuais foram eliminadas. Em poucos anos de comunismo, a grande maioria dos cidadãos sobrevivia com cotas racionadas de comida.
Somando mortos a tiro, de exaustão e de fome, foram mais de 30 milhões de vítimas na União Soviética.
Inspirados nesse regime, comunistas tomaram o poder noutros países, destacando-se Coreia do Norte (1948), China (1949) e Cuba (1959).
Assim como os soviéticos, impuseram um nível de terror e miséria muito maior do que aqueles que eram denunciados anteriormente.
Além de afundarem seus povos na miséria, os comunistas desses países passaram a treinar e financiar guerrilhas em diversos outros países, especialmente na América Latina, destacando-se as FARCs na Colômbia, o Sendero Luminoso no Peru e o Exército Zapatista no México.
Apenas esses três grupos foram responsáveis por dezenas de milhares de sequestros e assassinatos.
O golpe militar ocorrido no Brasil em 1964 foi uma medida para impedir que esses movimentos fizessem no Brasil o que estavam fazendo noutros países do mundo.
Para efeito de comparação, a ditadura militar brasileira matou 348 pessoas em 20 anos, bem menos do que os socialistas mataram na Nicarágua somente em 2018.
Contra a ditadura militar brasileira lutavam grupos inspirados e financiados pelas ditaduras na URSS, Cuba e China. Ou seja: as intenções daqueles “revolucionários” eram nada menos do que instaurar aqui uma ditadura de terror semelhante ao que seus camaradas impuseram noutros países.
A ditadura acabou. A democracia voltou. A esquerda chegou ao poder com o PSDB e logo em seguida com o PT. Dois partidos que prestaram e ainda prestam reverência à ditadura cubana.
Lula cresceu na política disseminando o ódio de classe.
Além dele, diversos outros grupos socialistas foram ganhando força e voz na imprensa, na cultura e na política por meio da intimidação.
Faz trinta anos que lideranças socialistas vêm se sentindo cada vez mais à vontade para incitar a violência contra todos não alinhados a eles.
Sindicalistas agridem trabalhadores que não aderem a greves.
Movimentos como MST e MTST frequentemente atacam (fisicamente) pessoas e empresas.
Militantes de esquerda assassinaram um cinegrafista da Band, Santiago Andrade, em fevereiro de 2014.
Em abril, um cidadão chamado Carlos Alberto Bettoni, que ousou se manifestar a favor da prisão de Lula, também foi espancado por militantes petistas, incluindo um ex-vereador. Também foi internado em estado grave.
No último dia 28 de agosto, o candidato a deputado estadual pelo PSL, Professor Gaudino, foi espancado por militantes de esquerda em Curitiba. Foi internado em estado grave. Entrou em coma.
Enquanto as manifestações (as maiores da história do Brasil) que pediam o impeachment de Dilma ocorriam na mais perfeita ordem, a maioria dos protestos organizados por partidos, sindicatos e movimentos de esquerda em defesa da petista terminavam em violência.
Diante da Lava Jato, tornaram-se comuns ataques diretos a juízes e promotores. A cada ação da Lava Jato contra políticos da esquerda, a Internet era tomada por uma onda de publicações dizendo, por exemplo, que Sérgio Moro deveria ser assassinado.
Com o crescimento político de Jair Bolsonaro, ele logo passou a ser criticado por romper o monopólio do discurso de ódio que está nas mãos da esquerda.
Apenas militantes e parlamentares de esquerda podem insultar e ameaçar pessoas.
Apenas militantes e parlamentares de esquerda podem utilizar metáforas como a do famoso e nunca repreendido discurso do comunista Mauro Iasi, feito para 2600 pessoas no “2° Congresso Nacional de CSP-Conlutas”, realizado em 2015: para ele, a direita merece ser encostada em um “bom paredão”, onde deve ser morta com uma “boa bala”, disparada por uma “boa espingarda”, e enterrada em uma “boa cova” (https://youtu.be/e1ShzY0Ygr8)
 Aliás, dias antes da chegada de Bolsonaro a Juiz de Fora, já pipocavam nas redes sociais publicações de militantes dizendo que alguém deveria aproveitar a oportunidade para assassiná-lo (https://www.facebook.com/desesquerdizada/photos/a.260350511015560/683861925331081/?type=3)
 O fato é que não há uma única linha na literatura socialista que defenda a tolerância. Nunca houve um único movimento socialista que não estivesse vinculado direta ou indiretamente à violência. Ninguém perseguiu, prendeu e matou mais pessoas na história da humanidade do que os socialistas / comunistas.
Deles, não conseguimos ouvir uma única crítica contundente à ditadura cubana, que só está de pé até hoje porque esmagou a oposição por meio de 17 mil fuzilamentos e outras tantas prisões.
Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL) são três candidatos à presidência da República que apoiam publicamente as ditaduras em Cuba e na Venezuela.
Manuela D’Ávila (PCdoB), outra queridinha da esquerda, também apoia a Coreia do Norte, a versão asiática do nazismo.
No ano passado, todos os partidos de esquerda do Brasil prestaram homenagens ao centenário da Revolução Russa.
O PDT de Ciro Gomes é formalmente apoiado pelo Partido Comunista da China.
Em um evento do PT realizado no ano passado, uma deputada defendeu “derramamento de sangue” e foi aplaudida de pé pelos presentes.
Lembro-lhes de todas essas coisas porque li que Jair Bolsonaro “colheu a violência que plantou”.
Gostaria muito que as pessoas que dizem ou pensam assim fizessem a si mesmas a seguinte pergunta: o que aconteceria se a sociedade resolvesse revidar na mesma medida os crimes promovidos e cometidos pela esquerda ao longo da história?

* Publicado originalmente em http://www.ilisp.org/opiniao/como-tudo-isso-comecou-eu-explico/

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  • Bill Crouse
  • 10 Setembro 2018

 

I. Introdução

A. O desconstrucionismo é um movimento pós-moderno poderoso, actualmente em voga nas universidades de maior expressão académica e junto da elite intelectual, e a sua influência permeia todas as áreas da nossa cultura. Este movimento deu origem ao tribalismo, ao politicamente correcto, à reconstrução da imagem, ao multiculturalismo e à guerra cultural, e tornou-se num martelo com o qual destruir os valores tradicionais.

B. O Pano de Fundo do Desconstrucionismo. De forma a que se possa entender o contexto do Desconstrucionismo, é importante seguir o desenvolvimento do pensamento intelectual da cultura Ocidental. É importante entender dois termos: o modernismo e o pós-modernismo. Ambos são termos com um entendimento bem amplo.

1. Definição do Modernismo: O Modernismo é outra palavra para o humanismo iluminista. O pensador evangélico Thomas Oden afirma que este período teve início com a queda da Bastilha em 1789 (Revolução Francesa), e terminou com o colapso do comunismo e a queda do muro de Berlim em 1989.

Este foi um período que afirmou a existência e a possibilidade de conhecer a verdade com base apenas na razão humana. E devido a isto, e num acto simbólico, a deusa Razão foi instalada na Catedral de Notre Dame, na França; a Razão tomou o lugar de Deus; o naturalismo substituiu o sobrenatural. O Modernismo afirmou a descoberta científica, a autonomia humana, o progresso linear, a verdade absoluta (ou a possibilidade de a conhecer), o planeamento racional da ordem social (isto é, socialismo). Este movimento começou com grande optimismo.

2. Definição do Pós-Modernismo: O Pós-modernismo é, de certa forma, uma reacção contra o Modernismo que tem estado em preparação desde o final do século 19.

Dentro do pós-modernismo o intelecto é substituído pela vontade, a razão pelas emoções, e a moralidade pelo relativismo. A realidade nada mais é que uma construção social; a verdade é igual ao poder. A tua identidade vem dum grupo.

O Pós-modernismo caracteriza-se pela fragmentação, indeterminação, e aversão às estruturas de poder universalizantes. É uma visão do mundo que rejeita todas as visões do mundo ("histórias"). De modo resumido, o Pós-modernismo defende que não existe verdades universais válidas para todas as pessoas. Em vez disso, os indivíduos encontram-se presos à perspectiva limitada da sua raça, sexo, ou grupo étnico. Isto é algo proveniente de Nietzsche em toda a sua força.


II. Definindo o Desconstrucionismo


(Nota: Os desconstrucionistas resistem a todas as tentativas de definição classificando-as de "tirânicas", mas eles são inconsistentes visto que os seus livros nada mais são que definições extensas dos seus métodos. De facto, pode-se acusar os desconstrucionistas de só definirem as coisas!)

A. O Desconstrucionismo é uma forma de ler um texto, originalmente um método de crítica literária e só aplicada a textos literários. No entanto, hoje os desconstrucionistas dizem que toda a existência é um livro a ser interpretado, quer em forma de poema, história, valores familiares, governos, religião, ciência, escada corporativa ou arquitectura. O ênfase desta foram de leitura nunca é para aprender o significado intencionado pelo autor, mas sim a interpretação subjectiva do leitor.

B. “Os desconstrucionistas alegam que toda a escrita é reduzível a uma sequência arbitrária de sinais linguísticos ou palavras cujos significados não têm qualquer relação com a intenção do autor ou com o mundo fora do texto.” NEWSWEEK, 6/22/81

C. “A abordagem desconstrutiva a um "texto" - que tanto pode ser uma série de televisão ou um sinal rodoviário tão facilmente como pode ser um poema épico - é a de o desmantelar, tomando especial atenção às suas pressuposições elitistas, anti-feministas e pouco chiques. O projecto é informado pela filosofia segundo a qual o mundo se encontra indefinido até que alguém - temporariamente e só segundo um estilo - o torna definido ao usar palavras para o descrever. Uma vez que (alegadamente) as palavras estão sempre a alterar de significado, nenhuma interpretação dessas palavras é mais correcta que qualquer outra. A função do criticismo é, portanto, expor a sua contradição inerente na própria ideia do "significado" ou veracidade dum texto.” THE ECONOMIST, 5/18/91, p. 95.


III. As Origens do Desconstrucionismo - As Suas Raízes Filosóficas

As origens do Desconstrucionismo remontam a alguns intelectuais franceses depois da 2ª Grande Guerra. O mais notável proponente e pai do movimento foi Jacques Derrida. O Desconstrucionismo era originalmente uma forma de crítica literária (como já mencionado previamente) mas rapidamente começou a ter outras aplicações.

Ela emergiu do meio filosófico que incluía, antes de tudo, o existencialismo, (...), o Romantismo, a filosofia de Kant, a psicanálise de Freud, o fascismo (eles gostariam de negar isto), a fenomenologia e o pragmatismo.


IV. Os Principais Pilares do Desconstrucionismo

A. A natureza da realidade: A realidade objectiva não pode ser conhecida. O transcendental não existe. O universo é um sistema fechado. A realidade é inteiramente subjectiva. Os grupos e a sua linguagem criam a sua própria realidade até que ela é substituída por um grupo mas poderoso. (Vemos aqui a influência de Kant, isto é, o fenómeno da vida nunca pode ser conhecido tal como ele é, mas é sempre interpretado segundo as categorias inatas do conhecedor.)

B. A possibilidade de conhecimento: Os desconstrucionistas são cépticos. Todo o conhecimento que temos não é directo mas indirecto. O mundo chega até nós através da linguagem e só através da linguagem, que por sua vez é uma construção social. Uma declaração é verdadeira se ela dá poder a um indivíduo ou a um grupo. Aqui nota-se a influência do pragmatismo.

C. A natureza do homem: A identidade individual é um mito. O homem só adquire a sua identidade através do seu grupo ou da sua cultura. Quando o indivíduo está descontente, ele tem o direito de criar o seu próprio significado. Neste ponto, os desconstrucionistas diferem dos existencialistas anteriores onde o individual é supremo. Os desconstrucionistas são semelhantes aos fascistas, neste ponto.

D. Tomada de Decisões Morais: Os desconstrucionistas ficam profundamente ofendidos com aquilo que eles chamam de "totalização". Com este termo, eles referem-se aos valores universais que são verdadeiros para todas as culturas e para todas as eras. Para os desconstrucionistas, o "verdadeiro" é o que um grupo decide ser a verdade para um dado momento. O verdadeiro emerge do poder adquirido.

Segundo os desconstrucionistas, só os mais fortes sobrevivem. Aqueles que podem lidar com a ausência dum propósito e podem criar a sua própria realidade contra todo o peso de toda a tradição Ocidental, provam o seu direito de existir. As leis e as tradições sociais provam o seu direito de existir. As leis e as convenções sociais nada mais são que máscaras para o poder. Julgamentos de valor [moral] são exercícios de poder.

E. A natureza da linguagem: A linguagem é um sistema construído sobre os fundamentos de símbolos arbitrários. Isto é, os textos são uma colecção de palavras e imagens ("significantes") que não têm qualquer significado inerente ou conexão com o mundo objectivo ("significado”). Uma vez que a linguagem é um meio de comunicação, e visto que os construtores da linguagem são instáveis, a interpretação é também incerta. Logo, o ênfase está sempre naquele que recebe a mensagem - isto é, o leitor ou o interpretador. Mais ainda, uma vez que o significado ("significados") deriva do contexto social de cada um, o significado fundamental nasce do contexto social de cada um. A língua só pode transmitir preconceitos culturais.


V. O Método do Desconstrucionismo

A. Desconstruir um texto é semelhante a desmantelar uma casa para ver quais foram os erros de construção que foram feitos. Quando um leitor desconstrói um texto, ele está a examiná-lo em busca do preconceito e da parcialidade que o autor pode ter usado com o propósito de controlar os outros. Por exemplo, uma leitura desconstrucionista da Declaração de Independência ressalvaria que a frase "todos os homens foram criados iguais" exclui as mulheres, e ao mesmo tempo que fala de liberdade, o mesmo foi escrito por um homem branco dono de escravos. O sexismo e a escravatura contradizem a retórica da liberdade.

Os desconstrucionistas buscam por decepções ou más intenções que, de modo consciente ou inconsciente (o elemento Freudiano), motivam um autor, artista ou político particular. Note-se que o que está ausente do texto (sexo ou grupo étnico) pode ser levado em elevado consideração na interpretação desconstrucionista dum texto. Eles chamam a isso "a presença da ausência".

B. O crítico pós-modernista Thomas Oden ressalva:

O desconstrucionimsmo . . está sempre a fazer as perguntas cépticas em relação ao texto, perguntando que auto-decepções ou más intenções podem de modo inconsciente motivar uma conceptualidade particular.(Thomas Oden. TWO WORLD: NOTES ON THE DEATH OF MODERNITY IN AMERICA AND RUSSIA, p.79.).


C. O objectivo do Desconstrucionismo, portanto, é o de descobrir as contradições, mostrar as intenções ocultas e os significados suprimidos que pertencem a um texto, quer seja uma obra literária ou uma instituição social. Visto que o significado oficial é determinado por aqueles que estão no "poder", os críticos pós-modernistas "desconstroem" esses significados como forma de descobrirem o que é que está oculto ou o que é que foi suprimido no texto, e, desde logo, desacreditando o establishment que se encontra por trás do texto e obtendo o "direito" de derrubar a sua autoridade.

D. O propósito final de uma interpretação é construir um significado que justifica a experiência pessoal ou a experiência desse grupo. Por exemplo, um historiador revisionista poderá escrever a história da descoberta do Novo Mundo por parte de Colombo de uma forma que beneficiará aqueles que foram oprimidos pelos Europeus Brancos. Da mesma forma que temos “spin doctors” na política e nos média, também temos “spin scholarship.”.

VI. A Influência do Desconstrucionismo

A influência do Desconstrucionismo nos EUA tem sido omnipresente. Ela pode ser encontrada nos filmes, nos vídeos de música rock, nos livros escolares de história, nas campanhas políticas, na teologia e nos assuntos religiosos, nas artes de representação, nos anúncios publicitários, nos estudos étnicos ou estudos sexuais, e especialmente na crítica literária onde ela surgiu. Eis aqui alguns exemplos:

A. Um desenho animado recente "desconstrói" a história de Pocahontas. O desenho animado artístico exibe ela a apaixonar-se pelo colono John Smith, a quem ela converte para a adoração de Gaia (Terra). Na verdade, ela nunca esteve romanticamente envolvida com John Smith; ela converteu-se ao Cristianismo, casou-se com John Wolfe e viveu o resto dos seus dias na Inglaterra.

B. Teologia Feminista. É a tentativa de reconstruir a história da salvação tal como revelada no Cristianismo em termos feministas. Outras tentativas de reconstrução são os Muçulmanos Negros com a sua "desconstrução" peculiar do islão.

C. Traduções inclusivas das Escrituras e a rescrição de hinos Cristãos antigos. O texto original é "desconstruído" de modo a que esteja de acordo com as sensibilidades étnicas e sensibilidades de grupo modernas.

D. Os livros escolares de História das escolas primárias. Num recente livro escolar sobre a história dos EUA George Washington mal recebe algum tipo de menção. Quando o autor foi questionado sobre a sua omissão num também recente programa televisivo, ele respondeu: "Ele era um dono de escravos, aristocrata e branco."

E. Ciência. A influência do pensamento desconstrucionista junto do establishment científico está a causar um alarme de proporções consideráveis. Os deconstrucionistas alegam que os cientistas mais não são que a elite sacerdotal do establishment que produz melhor tecnologia para a opressão. Para um excelente estudo da influência que o Desconstrucionismo tem na ciência, ver: "HIGHER SUPERSTITION: THE ACADEMIC LEFT AND ITS QUARRELS WITH SCIENCE" (por Paul R. Gross and Norman Levitt).

 

VII. Uma Crítica ao Desconstrucionismo

(Nota: O Desconstrucionismo pode parecer fácil de ser refutado para nós Cristãos visto que o mesmo está claramente contra o pensamento lógico. Isto é verdade, mas temos que nos lembrar que para os Desconstrucionistas, a controvérsia é primordialmente emocional. Os Cristãos são o pior pesadelo dos Desconstrucionistas visto que eles [os Cristãos] insistem na existem da Palavra Transcendental e na posição de que a realidade é inteligível.)

Os desconstrucionistas são relativistas mas os relativistas confessos não podem ser relativistas consistentes. Se a verdade não existe, o que é que nos impede de desconstruir o Desconstrucionismo? Se "nada é verdade", como eles defendem, porque é que deveríamos acreditar nessa proposição? Porque é que deveríamos associar alguma tipo de valor aos seus escritos? Por exemplo, os desconstrucionistas frequentemente lançam ofensivas contra o cânone ocidental (os grandes clássicos), mas depois viram o argumento e colocam no seu lugar os seus próprios "clássicos" e os seus "cânones". Uma professora rejeita os escritos de Shakespeare porque ele era "demasiado heterossexual", mas depois ela recomenda aos alunos a sua selecção de livros de estudo!

A moralidade é o calcanhar de Aquiles do Desconstrucionismo e o melhor que eles fariam era permanecer em silêncio; mas eles não permanecem em silêncio. Elas falam de um modo bem vocal sobre a opressão como se isso fosse um mal enorme. Segundo os seus próprios escritos, afirmar que algo está certo para outra pessoa ou para outro grupo seria "logocêntrico".

Os desconstrucionistas têm razão quando afirmam que a interpretação é de certa forma subjectiva e, quando se tenta apurar a mente do autor, limitada. No entanto, embora nós não saibamos de forma exaustiva, nós podemos saber de forma verdadeira. Se assim não fosse, a civilização seria impossível.

Na história da filosofia muito provavelmente não há um exemplo mais claro de solipsismo. Se nós formos ler os seus livros de forma séria (será que eles querem que os leiamos?), então a comunicação é impossível. (Solipsismo: “a inabilidade total se obter conhecimento para além da sua própria mente") O leitor passa a ser o artista, e o autor/actor já não tem o direito sobre o significado intencionado do seu trabalho. Toda a criatividade chega-nos através da interpretação dum texto.

Dentro do pensamento modernista, os desconstrucionistas correctamente rejeitam a razão como algo absoluto. No entanto, a razão é parte integrante da IMAGO DEI [Imagem de Deus]. A única forma consistente de dispensar a lei da não-contradição de todo o discurso é abolindo todo o discurso e todas as tentativas de comunicação que os deconstrucionistas não levam a cabo. A realidade dos factos é que eles escrevem dezenas de livros e são faladores incansáveis (circumloquacious). Isto até parece que o discurso (para aqueles que denigrem a linguagem) para os desconstrucionistas é uma forma de auto-afirmação, isto é, "Eu falo (escrevo), logo, eu existo."

Os desconstrucionistas vivem consumidos com uma animosidade dirigida a todos aqueles que são logocêntricos, modernistas e especialmente os Cristãos, e acreditam que estes últimos [os Cristãos] são a causa de todo o preconceito e toda a opressão que existe no mundo.

VIII. Conclusão

O Cristianismo acredita que o Logos é Transcendente em relação ao mundo, mas não imanente; o Logos não é subordinado, mas igual a Deus; pessoal, e não impessoal, reflectido em toda a criação, especialmente na humanidade. Os Absolutos existem devido à Palavra revelada. (Ver João 1:1-12)


"O autor tem que morrer para que o leitor possa viver" (citação desconstrucionista com origem desconhecida)


"...a guerra do descrente contra a Palavra (isto é, a sua guerra contra as Escrituras e contra Cristo) irá leva-lo para a guerra contra a palavra - toda a linguagem humana e todo o significado. Visto que eles rejeitam a Palavra de Deus Transcendental, que é a Verdade de Deus, eles são conduzidos no domínio imanente para rejeitar a ideia da palavra, o significado e também a lógica." Gregory L. Bahnsen (1948-1995).

* Publicado originalmente em https://omarxismocultural.blogspot.com/2014/01/desconstrucionismo-o-culto-de-hermes.html


Para estudo adicional:

1. Carson, D.A. and Woodbridge, John D. GOD AND CULTURE. Ver Capítulos 1 e 2.
2. Culler, Jonathan. ON DECONSTRUCTION.
3. Ellis, John M. AGAINST DECONSTRUCTIONISM.
4. Lehman, David. SIGNS OF THE TIMES: DECONSTRUCTION AND THE FALL OF PAUL DE MANN.
5. D'Souza, Dinesh. ILLIBERAL EDUCATION: THE POLITICS OF RACE AND SEX ON CAMPUS. Ver Chapter 6.
6. Lundin, Roger. THE CULTURE OF INTERPRETATION: CHRISTIAN FAITH IN A POSTMODERN WORLD.
7. Phillips, Timothy R. and Okholm, Dennis L. ed. CHRISTIAN APOLOGETICS IN THE POST MODERN WORLD.
8. Thiselton, Anthony C. NEW HORIZONS IN HERMENEUTICS.
9. Veith, Gene Edward, Jr. MODERN FASCISM: LIQUIDATING THE JUDEO- CHRISTIAN WORLDVIEW. Ver pp. 135-144.
10. Veith, Gene Edward, Jr. POSTMODERN TIMES: A CHRISTIAN GUIDE TO CONTEMPORARY THOUGHT AND CULTURE.

11. Walhout, Clarence, and Ryken, Leland. ed. CONTEMPORARY LITERARY THEORY: A CHRISTIAN APPRAISAL

 

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  • Harley Wanzeller
  • 09 Setembro 2018

 

Ó pátria amada, idolatrada

Vilipendiada

Atacada por matilhas famintas

À caça de presas dóceis e inúteis

Acéfalas e entorpecidas

Que logo perdem a doçura

Ganham utilidade pelo toque suave das mãos de Midas

E se juntam ao promíscuo banquete dourado da corrupção.

 

Ó pátria amada, idolatrada

Saqueada

Assaltada pela ignorância do próprio povo

Que enaltece a vigarice de analfabetos fúteis

E despreza a genialidade de cultos e letrados

Que difama da polícia aos magistrados

Só para ver livre o "Barrabás"

Enquanto jaz em casa um trabalhador de bem

Trancafiado como animal em jaula

Vendendo a liberdade para comprar a "paz".

 

Ó pátria amada, idolatrada

Tripudiada

Com o lábaro manchado de vermelho sangue

Tingido pelas feridas abertas do teu povo sofrido

Enganado

Estuprado por covardes cegos e pútridos

Imundos abutres que retiram o pão do faminto

O cobertor do desvalido

A dignidade do cidadão, tratado como cão

Acaso pertencem à espécie daquela matilha?

Claro que não!

 

São pessoas de bem

Enganadas pelo estômago e pelas telas coloridas

Pelos pagodes e modinhas

Simulacros das "rodinhas de playboys"

Sonhos de consumo de pobres coitados

Só lhes restam as dores das feridas e dos calos

Melhor a anestesia do fim de semana

"Garçon, desce mais uma pra afogar a mágoa, porque hoje é domingo!"

Eis, então, que a matilha comemora a segunda!

Tudo como dantes

"Viva" nossa democracia!

A sangria continua...

 

Harley Wanzeller. 07.09.2017

 

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  • João Carlos Biagini
  • 07 Setembro 2018

 

 Algum tempo atrás, eu voltava de Atibaia, uma linda cidade, pela Rodovia Fernão Dias e, tranquilamente, ouvia o rádio. Era um programa evangélico do Pastor Gê, que não conheço nem sei a qual denominação pertence. Mas me chamou a atenção e fiquei ouvindo sua pregação.

O tema era corrupção. Dizia ele que nós ensinamos nossos filhos a serem corruptos. E exemplificava: quando você propõe a troca de uma bicicleta pelo sucesso no ano letivo, você está corrompendo seu filho. Nós estamos vinculando uma obrigação, a de passar de ano, a única atividade dele, a uma venda e compra. Para fazer a obrigação dele, os pais oferecem ao filho uma recompensa ou um suborno.

Trocas simples, como se você não almoçar não ganha chocolate, fazem parte desse processo de corrupção. Na idade adulta, nas relações que o filho tiver com o mundo dos negócios e de todas as atividades que se envolver, desejará sempre ser recompensado de alguma forma para cumprir a sua obrigação. Por exemplo, um comprador de empresa, que recebe salário para executar a sua função, pode passar a exigir uma recompensa do fornecedor de materiais para efetuar a compra dele. O exemplo da moda: um político que exige dinheiro para votar a favor de uma lei, ou para quebrar um galho junto à administração pública.

Diante da colocação do Pastor Gê, passei a refletir sobre o assunto: primeiro, quis saber desde quando há registro na Bíblia sobre a corrupção e, em segundo, quis saber sobre o meu comportamento e o de minha esposa no trato com os 4 filhos.

Na Bíblia, encontrei várias passagens sobre corrupção, desde os primeiros registros: em Êxodo, 23:8 – “Não aceitarás presentes, porque os presentes cegam até os perspicazes e pervertem as palavras dos justos”; em Provérbios, 17:23: O ímpio aceita suborno debaixo do manto, para distorcer o direito”; em Eclesiastes, 7:7: “E isso também e vaidade, que a opressão enlouqueça o sábio e um suborno extravie o coração”; em Isaías, 1:23: “Teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões, todos são ávidos por subornos e correm atrás de presentes”; em Amós, 5:12: “Eles hostilizam o justo, aceitam suborno e repelem os indigentes à porta”. Há outras passagens que mostram a tendência do ser humano de se adaptar ao mal, mesmo sabendo que irá prejudicar muitos semelhantes.

Na análise sobre o nosso comportamento, meu e de minha esposa, fiquei bastante feliz. Descobri que sempre agimos corretamente. Nunca oferecemos subornos para nossos filhos passarem de ano ou fazerem alguma atividade.

E, curiosamente, nossos filhos sempre reclamavam de nosso comportamento. Diziam que seus amigos e amigas ganhavam coisas de seus pais. Nós dizíamos que era obrigação deles passarem de ano e o progresso deles beneficiaria a eles mesmos, no futuro pessoal e profissional.

Há até uma frase que ficou marcada na família. Às vezes, para forçar a concordância com a intenção deles, diziam para minha esposa que a mãe de “todo mundo” tinha dado algum presente ou permitido alguma atividade desnecessária. Minha esposa perguntava: “Eu sou a mãe de todo mundo? Você é todo mundo?

Só recentemente, já adultos, eles entenderam e aprovaram nosso comportamento. E ela até recebeu uma caneca de presente, com a frase “Você não é todo mundo”.

*Advogado
 

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