Ives Gandra da Silva Martins Filho

24/03/2009
Desde que se tornou conhecida, pela divulga? na m?a, a declara? do arcebispo de Olinda e Recife, dom Jos?ardoso Sobrinho, de que incorreram na pena de excomunh?os que executaram e consentiram no aborto dos g?os que esperava a menina de 9 anos de Alagoinha (PE), estuprada pelo padrasto, t?faltado pedras para atirar no referido prelado e na Igreja Cat?a. Chocou o Brasil a not?a da gesta? da menina pernambucana. Mas, em rela? ao aborto praticado, o que mais choca ? distor? de fatos, de modo a se justificar a morte dos g?os, aproveitando-se tamb?o epis? para se condenar a Igreja Cat?a por sua intransig?ia. Interessante notar que os mesmos que defendem ferrenhamente a separa? da Igreja e do Estado, em nome do laicismo, n?admitindo que a Igreja se manifeste em defesa da vida por ocasi?da discuss?judicial sobre o aborto, s?aqueles que, no presente epis?, v?prescrever o que a Igreja deve dizer ou pensar sobre seus dogmas e doutrina, lembrando muito a incoer?ia voltariana do Tratado da Toler?ia: devemos tolerar todos, menos “a infame” (a Igreja Cat?a). Eis os fatos, segundo os testemunhos do Conselho Tutelar de Alagoinha e do p?co da cidade: em que pese o parecer un?me do referido conselho, contr?o ao aborto, e da vontade inicialmente manifestada pelo pai e pela m?da menina pela preserva? da vida dos netos, a press?de uma assistente social, com a transfer?ia da menina para outro hospital, o aborto foi realizado, com a maior rapidez, para evitar discuss? sempre sob o argumento, altamente discut?l, de que a gesta? levaria fatalmente ?orte da m?e das crian?. E qual foi a declara? do t?criticado arcebispo? Que o crime do aborto ?ais grave do que o crime do estupro, estando os que o praticaram, e consentiram na sua realiza?, excomungados “ipso facto”. Eis o direito aplic?l ?ip?e: a) C?o Penal Brasileiro — ainda que seja crime, o aborto n?se pune quando a gesta? resulta de estupro (art. 128, II); b) C?o de Direito Can?o da Igreja Cat?a — a excomunh?“latae sententiae” ?quela na qual incorre o fiel cat?o pelo simples fato de praticar o aborto, independentemente de processo e senten?expressa, em face da extrema gravidade do delito (cc. 1314, 1318 e 1398); para o fiel cat?o, a excomunh?significa ficar privado de receber os sacramentos (c. 1331, § 2º); pode ser levantada se estiver arrependido e houver se confessado (cc. 1355, § 2º, 1357, § 1º, e 1358, § 1º). Ou seja, o que dom Jos?ardoso Sobrinho fez foi apenas esclarecer que, pelo ato que praticaram, os que provocaram o aborto da menina de Alagoinha deixaram de participar da comunh?da Igreja Cat?a. Podem voltar a ela? Claro, desde que arrependidos do grav?imo pecado que cometeram e devidamente perdoados pelo sacramento da confiss? ?quest?de coer?ia. Ningu??brigado a pertencer ?greja. Mas se o faz, deve estar de acordo com sua doutrina, defendida em sua integralidade pela Igreja Cat?a por mais de dois mil?os. Diante de tantas contemporiza?s, sempre se buscando atenuar as exig?ias do Evangelho, n??emais lembrar, como dizia um santo de nosso tempo, que n?? doutrina de Cristo que deve se adaptar ??cas hist?as, mas os tempos ?ue se devem abrir ?uz do Evangelho. Diante de t?triste epis?, s?demos nos solidarizar com a dor imensa da menina estuprada e obrigada a abortar, lamentar o sacrif?o de duas vidas humanas, e nos colocar ao lado de dom Jos?ardoso Sobrinho, para, junto com ele, receber as pedras que ainda continuar?a ser atiradas nele e na Igreja Cat?a pela intransigente defesa da vida humana. * ?Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Zenit.org

24/03/2009
Contra feiti?ia entre os povos africanos, Papa alenta an?o de Jesus Por Alexandre Ribeiro LUANDA, s?do, 21 de mar?de 2009 (ZENIT.org).- O Papa afirmou que os cat?os n?fazem «injusti?a ningu?se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar». O pont?ce alentou o esp?to apost?o e mission?o na manh?este s?do, durante a homilia que proferiu na missa celebrada na Igreja de S?Paulo, em Luanda, junto aos bispos, sacerdotes, religiosos, movimentos eclesiais e catequistas de Angola e S?Tom? Ao recordar os 500 anos da evangeliza? em Angola, Bento XVI destacou que «hoje cabe a v?irm? e irm?s, na senda destes her?s e santos mensageiros de Deus, oferecer Cristo ressuscitado aos vossos compatriotas». «Muitos deles vivem no temor dos esp?tos, dos poderes nefastos de que se cr? amea?os; desnorteados, chegam a condenar meninos da rua e at?s mais velhos, porque – dizem – s?feiticeiros», afirmou. «Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros? Objetam alguns: ‘Por que motivo n?os deixamos em paz? Eles t?a sua verdade; n?a nossa. Convivamos pacificamente, deixando cada um como ?realizando do melhor modo a sua autenticidade’.» Mas –prosseguiu o pont?ce–, «se estamos convencidos e temos a experi?ia de que, sem Cristo, a vida ?ncompleta, falta uma realidade – e a realidade fundamental –, devemos tamb?estar convencidos de que n?fazemos injusti?a ningu?se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar, deste modo, tamb?a sua verdadeira autenticidade, a alegria de ter encontrado a vida».

Enviado ao site

24/03/2009
Para refletir Carta de D. Pedro Casald?ga «HOJE NÏ TENHO MAIS ESSES SONHOS», diz o cardeal O cardeal Carlo M. Martini, jesu?, biblista, arcebispo que foi de Milan e colega meu de Parkinson, ?m eclesi?ico de di?go, de acolhida, de renova? a fundo, tanto na Igreja como na Sociedade. Em seu livro de confid?ias e confiss?Col?os noturnos em Jerusal? declara: «Antes eu tinha sonhos acerca da Igreja. Sonhava com uma Igreja que percorre seu caminho na pobreza e na humildade, que n?depende dos poderes deste mundo; na qual se extirpasse pela raiz a desconfian? que desse espa??pessoas que pensem com mais amplid? que desse ?mos, especialmente, ?eles que se sentem pequenos o pecadores. Sonhava com uma Igreja jovem. Hoje n?tenho mais esses sonhos». Esta afirma? categ?a de Martini n??n?pode ser, uma declara? de fracasso, de decep? eclesial, de ren?a ?topia. Martini continua sonhando nada menos que com o Reino, que ? utopia das utopias, um sonho do pr?o Deus. Ele e milh?de pessoas na Igreja sonhamos com a «outra Igreja poss?l», ao servi?do «outro Mundo poss?l». E o cardeal Martini ?ma boa testemunha e um bom guia nesse caminho alternativo; o tem demonstrado. Tanto na Igreja (na Igreja de Jesus que s?v?as Igrejas) como na Sociedade (que s?v?os povos, v?as culturas, v?os processos hist?os) hoje mais do que nunca devemos radicalizar na procura da justi? e da paz, da dignidade humana e da igualdade na alteridade, do verdadeiro progresso dentro da ecologia profunda. E, como diz Bobbio, «?reciso instalar a liberdade no cora? mesmo da igualdade»; hoje com uma vis?e uma a? estritamente mundiais. ?a outra globaliza?, a que reivindicam nossos pensadores, nossos militantes, nossos m?ires, nossos famintos... A grande crise econ?a atual ?ma crise global de Humanidade que n?se resolver?om nenhum tipo de capitalismo, porque n??oss?l um capitalismo humano; o capitalismo continua a ser homicida, ecocida, suicida. N?h?odo de servir simultaneamente ao deus dos bancos e ao Deus da Vida, conjugar a prepot?ia e a usura com a conviv?ia fraterna. A quest?axial ?Trata-se de salvar o Sistema ou se trata de salvar ?umanidade? A grandes crises, grandes oportunidades. No idioma chin?a palavra crise se desdobra em dois sentidos: crise como perigo, crise como oportunidade. Na campanha eleitoral dos EUA se arvorou repetidamente «o sonho de Luther King», querendo atualizar esse sonho; e, por ocasi?dos 50 anos da convocat? do Vaticano II, tem-se recordado, com saudade, o Pacto das Catacumbas da Igreja serva e pobre. No dia 16 de novembro de 1965, poucos dias antes da clausura do Conc?o, 40 Padres Conciliares celebraram a Eucaristia nas catacumbas romanas de Domitila, e firmaram o Pacto das Catacumbas. Dom H?er C?ra, cujo centen?o de nascimento estamos celebrando neste ano, era um dos principais animadores do grupo prof?co. O Pacto em seus 13 pontos insiste na pobreza evang?ca da Igreja, sem t?los honor?cos, sem privil?os e sem ostenta?s mundanas; insiste na colegialidade e na corresponsabilidade da Igreja como Povo de Deus e na abertura ao mundo e na acolhida fraterna. Hoje, n?na convulsa conjuntura atual, professamos a vig?ia de muitos sonhos, sociais, pol?cos, eclesiais, aos quais de jeito nenhum podemos renunciar. Seguimos recha?do o capitalismo neoliberal, o neoimperialismo do dinheiro e das armas, uma economia de mercado e de consumismo que sepulta na pobreza e na fome a uma grande maioria da Humanidade. E seguiremos recha?do toda discrimina? por motivos de g?ro, de cultura, de ra? Exigimos a transforma? substancial dos organismos mundiais (a ONU, o FMI, o Banco Mundial, a OMC...). Comprometemo-nos a vivermos uma «ecologia profunda e integral», propiciando uma pol?ca agr?a-agr?la alternativa ?ol?ca depredadora do latif?o, da monocultura, do agrot?o. Participaremos nas transforma?s sociais, pol?cas e econ?as, para uma democracia de «alta intensidade». Como Igreja queremos viver, ?uz do Evangelho, a paix?obsessiva de Jesus, o Reino. Queremos ser Igreja da op? pelos pobres, comunidade ecum?ca e macroecum?ca tamb? O Deus em quem acreditamos, o Abb?e Jesus, n?pode ser de jeito nenhum causa de fundamentalismos, de exclus? de inclus? absorventes, de orgulho proselitista. Chega de fazermos do nosso Deus o ?o Deus verdadeiro. «Meu Deus, me deixa ver a Deus?». Com todo respeito pela opini?do Papa Bento XVI, o di?go interreligioso n?somente ?poss?l, ?ecess?o. Faremos da corresponsabilidade eclesial a express? leg?ma de uma f?dulta. Exigiremos, corrigindo s?los de discrimina?, a plena igualdade da mulher na vida e nos minist?os da Igreja. Estimularemos a liberdade e o servi?reconhecido de nossos te?os e te?as. A Igreja ser?ma rede de comunidades orantes, servidoras, prof?cas, testemunhas da Boa Nova: uma Boa Nova de vida, de liberdade, de comunh?feliz. Uma Boa Nova de miseric?a, de acolhida, de perd? de ternura, samaritana ?eira de todos os caminhos da Humanidade. Seguiremos fazendo que se viva na pr?ca eclesial a advert?ia de Jesus: «N?ser?assim entre voc? (Mt 21,26). Seja a autoridade servi? O Vaticano deixar?de ser Estado e o Papa n?ser?ais chefe de Estado. A C? ter?e ser profundamente reformada e as Igrejas locais cultivar?a incultura? do Evangelho e a ministerialidade compartilhada. A Igreja se comprometer?sem medo, sem evas? com as grandes causas de justi?e da paz, dos direitos humanos e da igualdade reconhecida de todos os povos. Ser?rofecia de anuncio, de den?a, de consola?. A pol?ca vivida por todos os crist? e crist?ser?quela «express?mais alta do amor fraterno» (Pio XI). N?os negamos a renunciar a estes sonhos mesmo quando possam parecer quimera. «Ainda cantamos, ainda sonhamos». N?os atemos ?alavra de Jesus: «Fogo vim trazer ?erra; e que mais posso querer sen?que arda» (Lc 12,49). Com humildade e coragem, no seguimento de Jesus, tentaremos viver estes sonhos no dia a dia de nossas vidas. Seguir?avendo crises e a Humanidade, com suas religi?e suas Igrejas, seguir?endo santa e pecadora. Mas n?faltar?as campanhas universais de solidariedade, os Foros Sociais, as Vias Campesinas, os movimentos populares, as conquistas dos Sem Terra, os pactos ecol?os, os caminhos alternativos da Nossa Am?ca, as Comunidades Eclesiais de Base, os processos de reconcilia? entre o Shalom e o Salam, as vit?s ind?nas e afro e, em todo o caso, mais uma vez e sempre, «eu me atenho ao dito: a Esperan?. Cada um e cada uma a quem possa chegar esta circular fraterna, em comunh?de f?eligiosa ou de paix?humana, receba um abra?do tamanho destes sonhos. Os velhos ainda temos vis? diz a B?ia (Jl 3,1). Li nestes dias esta defini?: «A velhice ?ma esp?e de postguerra»; n?precisamente de claudica?. O Parkinson ?penas um percal?do caminho e seguimos Reino adentro. Pedro Casald?ga Circular 2009

Paulo Ricardo Cauduro Oliveira

24/03/2009
Senhor Diretor de Reda? N?fosse um amigo ter-me chamado a aten?, eu teria deixado de ler a cr?a do jornalista David Coimbra na edi? de sexta-feira pr?a passada. A surpresa que esse amigo me demonstrou foi t?grande e seu apelo t?ingente que catei o jornal e me obriguei a ler o texto. Confesso que o abalo provocado em mim n?foi menor. J?onhec?os h?lgum tempo as simpatias pol?cas do bom David, mas duvid?mos que fosse um petista t?fervoroso a ponto de sacrificar a verdade e as evid?ias emp?cas (sen?judiciais) em nome de sua f?artid?a. Agora temos certeza. Sua afirmativa de que a corrup? no PT ?iferente, n?tem por objetivo a locupleta? deixou-me boquiaberto. Depois de vencido meu breve epis? de estupefa?, veio-me ?ente a impoluta figura do ex-Ministro Luis Gushiken, em entrevista dada ?V, anos atr? e da indument?a incorrupt?l que trajava aquele honesto servidor p?co. Sua camisa, branca como a neve, de corte irretoc?l, brilhava com aquele brilho inconfund?l dos tecidos de alt?ima qualidade. Os suspens?s tinham o refinado aprumo dos artigos comprados em boutiques exclusivas. A gravata era daquelas que se v? em revistas de moda italianas, de um bom gosto irrepreens?l. E os ?os - ah, os ?os! - reluziam dezoito quilates do mais puro ouro em seus bem torneados e corretos aros. Que modelo de eleg?ia! E esse senhor - quem diria? - era at? dia de ontem um dirigente sindical barbudo, maltrapilho e mal-remunerado da maltratada periferia industrial de S?Paulo. Campe?de agita?s ?esta da CUT e do sindicato dos banc?os. Ser?ue por sua casual associa? ao Sr. Daniel Dantas, esse senhor teria descoberto o milagre da multiplica? dos p?? Era de o bom David conferir ... O petista, se rouba, o faz para alcan? sua meta pol?ca nos disse o colunista em sua cr?a, e acho que nesse particular ele est?oberto de raz? Se n? como explicar as dezenas de car?imos outdoors que a Senadora Ideli Salvatti mandou estampar por toda a BR 101, com sua foto em tamanho gigante, agradecendo ao Presidente Lula por aquela obra?( Passados alguns meses se ficou sabendo que tinham ocorrido desvios nas verbas enviadas pelo governo federal a uma associa? sindical de Santa Catarina da qual a ?lita Senadora era dirigente). A meta pol?ca da senadora foi sem d?a alcan?a. Isso ningu?poder?egar. Fato que fica um tanto nebuloso nesse honest?imo idealismo petista ? fato de o sr. Lulinha, filho de nosso sempre popular Presidente, haver transitado do cargo de tratador de macacos do zool?o de S?Paulo a rico empres?o, s? da Rede Bandeirantes e latifundi?o nos grot?setentrionais do Brasil. E de o Vav?uerer cobrar para botar gente vis-?is com nosso supremo mandat?o. A? teoria do roubo por idealismo fica - convenhamos - um tanto prejudicada. Tamb?o fato de o sr. Silvinho Pereira ter-se envolvido com uma empreiteira que presta servi? ?etrobras e dela haver recebido uma caminhonete Land Rover zero quil?ro parece n?se encaixar muito bem nessas teorias davidianas. Nem o assassinato do prefeito de Santo Andr?Celso Daniel, que at?oje n?foi poss?l elucidar. Mas, a?teria sido, talvez, porque o crime praticado pelos petistas n?tenha sido peculato, concuss? explora? de prest?o ou tr?co de influ?ia, mas homic?o mesmo, doloso e qualificado. Ao final da leitura, cheguei a uma poss?l conclus? a Velhinha de Taubat?simp?ca personagem criada pelo tamb?petista Luiz Fernando Ver?imo, havia ressurgido nas p?nas de Zero Hora. S?e desta vez muito mais mo? mais alta, mais bonita e mais ing?a. E gostando de mulher e futebol. N?? m?mo? Como essa vida nos enche de surpresas, n?? Um grande abra? PAULO RICARDO CAUDURO DE OLIVEIRA

Érico Valduga, em Periscópio

24/03/2009
Um em cada tr?eleitores considera ruim e p?imo o desempenho de quem ele elegeu para o ?o poder de Estado que representa todos os cidad? Aponta o Instituto Datafolha, na pesquisa da semana passada, que 37% dos brasileiros consideram ruim ou p?imo o desempenho do Legislativo, no caso o Congresso. Entre os mais escolarizados o percentual sobe para 47%, o que permite concluir-se que um em cada dois cidad? reprova o comportamento dos eleitos para represent?os. Mas, prezados leitores, fiquemos com o dado principal, que engloba todas as regi?do pa?e faixas de idade, escolaridade e renda. Por ele constatamos que, com sobras, um em cada tr?eleitores reprova o procedimento dos eleitos para o Congresso. Eleitos, observe-se, pelos mesmos de quem os pesquisados s?amostra. Anote-se, ainda, que o ?ice n?variar?uito se o objeto da consulta forem as Assembl?s Legislativas e as C?ras Municipais. Algu?argumentar?como, ali? o fizeram os t?icos do instituto paulista, que os n?os mostram a influ?ia dos ?mos esc?alos, o castelo n?declarado, a mans?escondida e o pagamento de horas extras indevidas, entre outros. Pode ser, mas a reprova? n??e hoje, porquanto tem origem no sistema de escolha que leva ao produto final. N?se pode nunca esquecer que o eleitor escolhe quem vai eleger. E a?st? quest? por que o eleitor n?escolhe bem? Por dois motivos principais, e o primeiro ?ue a atividade pol?ca, como infelizmente se apresenta na atualidade, cheira mal, e afasta dela cidad? que n?concorrem a mandatos porque discordam da forma como estes mandatos s?disputados no nosso sistema eleitoral. O segundo decorre do primeiro: o mandato passou a se confundir com um bom neg?, bem remunerado e que retribui com empregos p?cos o apoio eleitoral. Ao contr?o de um comerciante, industrial ou profissional liberal, que batalha diariamente para firmar sua marca e pagar seus empregados, o parlamentar precisa apenas eleger-se, pois, na reelei? a vantagem que leva sobre os novatos ?mensa, custeada por recursos da sociedade. Logo, vale tudo para eleger-se, e quase tudo para reeleger-se, mesmo se isto contribuir para deixar o interesse p?co e o eleitor em segundo plano. Quando o quadro mudar?Quando for modificada a forma de escolha, atrav?de um sistema que reduza os gastos dos pleitos e aproxime os eleitos dos eleitores. A?ome?ia a mudar.

Rivadávia Rosa

24/03/2009
DIANTE DA CRISE BANCRIA originada pelos empr?imos subprime nos EUA – os coveiros de plant?propalam reiteradamente a fal?ia do MERCADO e do CAPITALISMO. A DERROCADA DO CAPITALISMO – paradoxalmente foi profetizada pelo historiador, economista, fil?o da hist? e militante pol?co, Karl Marx (por 25 vezes) – momento em que o regime capitalista seria paralisado por suas contradi?s e cederia lugar a outro regime, no caso socialista. ESSA VISÏ ?etomada atualmente pela m?em?ca de alguns economistas de vi?socialistas tomados por um extremo assanhamento com a possibilidade/desejo de realiza? dessa profecia marxista da inelutabilidade da crise geral do capitalismo. O que n??ovidade: “O piedoso desejo de alguns economistas europeus de que haver?m colapso espetacular nos Estados Unidos — e n?uma crise de reajustamento — e que esse colapso importar?o coup de gr? no capitalismo provavelmente n?se concretizar?n?obstante a pol?ca americana e as grandes possibilidades que, sem d?a alguma, se escondem no futuro imediato”. SCHUMPETER, JOSEPH A., in PREFCIO DA 3a. EDI?O INGLESA, 1949, de Capitalismo, Socialismo e Democracia. Cambridge, Massachusetts - Abril de 1949. A ‘l?a’ dos economistas de vi?socialista – incluindo-se os devotos/interpretes do ‘profeta’ fundador da ‘verdade’ – KARL MARX – os marxistas, marx?os e marxianos – ?ncidir e reiterar na superioridade mental do ‘pai fundador’ – e assim, julgar/declarar-se peremptoriamente mais economista que os economistas, mais cient?co que os puros cientistas – embora n?demonstrem nada do que dizem e pensam ser a VERDADE ABSOLUTA e, ai de quem discordar, embora os fatos digam o contr?o. MAS O GRANDE PARADOXO ?A DETURPA?O IDEOL?ICA do ‘profeta’ mediante o ‘esquecimento’ de que no Manifesto Comunista, est?vidente que as virtudes da burguesia vinham do fato dela ter aumentado os meios de produ? em um s?lo mais do que a humanidade fizera em mil?os. S?virtudes revolucion?as ou construtivas que Marx, de certa maneira, exaltava. Em O Capital, essa id? reaparece e pode-se dizer que uma das caracter?icas, para Marx decisivas, do regime capitalista ?ua ess?ia revolucion?a: “A grande ind?ia criou o mercado mundial preparado pela descoberta da Am?ca. O mercado mundial acelerou prodigiosamente o desenvolvimento do com?io, da navega?, dos meios de comunica?. Esse desenvolvimento reagiu por sua vez sobre a extens?da ind?ia; e ?edida que a ind?ia, o com?io, a navega?, as vias f?eas se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e relegando a segundo plano as classes legadas pela Idade M?a. Vemos pois, que a pr?a burguesia moderna ? produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma s?e de revolu?s no modo de produ? e de troca”. (MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, - in Manifesto do Partido Comunista, 1848) COM EFEITO - O CAPITALISMO n?aceita como decisiva uma modalidade qualquer de organiza? do trabalho ou de modo t?ico de produ?. EMBORA O ULTERIOR DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO e das pr?as condi?s sociais do operariado – contradigam toda a ‘fraseologia falaciosa’ socialista fundada na ‘hist?a’ luta de classes do proletariado contra a burguesia, parece que eles esperam o caos – para a vinda do ‘para? terrestre’. ESSA PERVERSÏ DO ENTENDIMENTO – leva os ‘revolucion?os’ – contra toda a evid?ia – a se considerarem os representantes do altru?o, do progresso, da justi? dos pobres, da honestidade, da democracia, da ?ca, da transpar?ia – ou seja, o SUPRA SUMO DO BEM; enquanto que os que se lhes op?– s?a encarna? da rea?, da iniq?de, da desonestidade, do ego?o, do direitismo, ‘neoliberalismo’ e outras denomina? previamente satanizadas – em s?ese – o MAL. POR? - A SENSIBILIDADE social e o desejo humanit?o por si s?o s?suficientes para resolver os problemas da HUMANIDADE, posto que insol?s em forma coletiva. Todos os pais dos povos que o tentaram somente trouxeram a trag?a e a fome. O GOLPE BOLCHEVISTA, mais conhecido como Revolu? de Outubro de 1917 – disseminado como um v?s por dois ter? da humanidade e depois acometido de fal?ia m?pla de seus ?os e institui?s – representou na realidade uma forma de oposi? ?odernidade representado pelo avan?da t?ica, da m?ina, da industrializa? – sob a promessa de realiza? da igualdade, da fraternidade, o fim das diferen? entre os homens – enfim um mundo em que desapareceriam as desigualdades. O SOCIALISMO, vulgarmente conhecido como comunismo somente inspirou e promoveu, na pr?ca trag?as sociopol?ca e econ?as – atrav?de revolu?s delirantes e tresloucadas – perseguiu, torturou e assassinou dissidentes, aniquilou as liberdades p?cas, criou campos de concentra?, os Gulags, pris?de trabalho for?o, estimulou e organizou o terrorismo de Estado, imp? regime totalit?o onde chegou ao poder. Estima-se que desde a O Golpe Bolchevique de Outubro de 1917 foram assassinados cerca de 120 milh?de homens, mulheres e crian? inocentes, pela a? (des) humana. NA CRISE ATUAL INERENTE AO CAPITALISMO – ?ropalada a heterodoxia capitalista supostamente apoiada em JOHN MAYNARD KEYNES – no que imaginam que intervir com grandes volumes de recursos financeiros no mercado – renegam o capitalismo. com essa posi? ignoram duas grandes verdades centrais do CAPITALISMO atual: a interven? do Estado na economia como est?fazendo grande parte dos pa?s ocidentais, longe de ser anticapitalista ?pr?pitalista’; e a interven? ?o mesmo tempo keynesiana e pr?pitalista na medida em que nos anos trinta do s?lo passado (Grande Depress? – a ‘interven?’ n?foi para ‘sepultar’ o capitalismo – mas para salv?o mediante uma reforma, que pelo relativo acerto de ent?– o economista ingl?deixou de ser considerado um heterodoxo para converter-se em s?olo mesmo da ortodoxia, justamente capitalista. KEYNES – foi essencialmente um economista ‘antic?ico – na medida em que nos tempos de bonan?– seu conselho foi de diminuir o gasto p?co e economizar em previs?aos tempos dif?is; nos tempos dif?is – seu conselho foi de aumentar o gasto p?co para salvar a atividade econ?a privada e os empregos ainda que a custo de deficit or?ent?o (estatal). POR? NOS PA?ES – especialmente latinos americanos – tivemos com a boom econ?o do in?o do s?lo, que precedeu a crise – muita festa, viagens regada com gastos excessivos e desperd?o do dinheiro p?co. COM EFEITO - OS GASTOS DESMEDIDOS nos tempos de bonan?– numa verdadeira orgia do dinheiro p?co, lembra a f?la da cigarra e da formiga – e o foi simplesmente para ganhar elei?s e, agora diante do deficit p?co – n?tem mais ‘caixa’ para continuar o controle do sistema pol?co, movido a recursos p?cos. o certo ?ue nos TEMPOS dif?is – os Estados respons?is gastam excessivamente, por?n?para mudar, mas para salvar o ‘mercado’, isto ? CAPITALISMO. VRIOS GOVERNOS LATINO AMERICANOS – depois de debocharem da crise - desvalorizaram sua moeda para se manterem competitivos no mercado global; outros como a Argentina – tem contribu? para diminuir ainda mais a confian?no mercado, acelerando a inseguran?jur?ca – ao confiscar fundos privados, estatiza? de empresas privadas, tentativa de confisco no campo, desestimulando a produ? prim?a; ou o motor da revolu? bolivariana acionado na Venezuela com o boom petrol?ro que n?tem servido sen?para exportar a revolu? para os incautos hermanos da Bol?a, Equador, Paraguai, El Salvador ....; um outro seguia na marolinha descompromissada com a realidade ... MAS TODOS CERTAMENTE n?desconhecem que a m?invis?l - s?todas as m? que operam espontaneamente no mercado – e o que distorce a atividade econ?o-financeira s?justamente a efetiva aplica? dos marcos regulat?s (LEIS), assim como a interven? indevida do Estado, muitas vezes monitorado por interesses corporativos esp?s, t?co do Estado macr?o que com a m?esperta, retira dos pobres que diz defender e privilegia os amigos do rei, desestimulando a livre concorr?ia, a competitividade e os neg?s l?tos. ESSES DEFINITIVAMENTE n?operam como heterodoxos – justamente por n?serem keynesiano – e por n?terem compreendido ou fingirem que n?- o esp?to essencialmente capitalista do keynesianismo. O CAPITALISMO – queiramos ou n?? ?a forma de promover o bem estar humano - justamente porque ?a ess?ia do capitalismo a liberDade individual; o aumento crescente da oferta de bens, servi? e explora? dos recursos naturais; divis?do trabalho; tend?ia a igualdade da taxa de lucro – ou taxa de retorno sobre o capital entre todos os ramos da economia; economia de mercado que ? que ? CAPITALISMO – com a propriedade privada dos meios de produ? que opera em benef?o de todos, dos n?propriet?os, tanto quanto dos propriet?os; e outras vantagens como a pr?a heran?que ?stimuladora do aumento do capital. o capitalismo – s?de ser entendido e aplicado como LIBERDADE ECON?ICA e Estado de Direito com justi?independente, prote? ao direito de propriedade e cumprimento dos contratos - o que nunca existiu especialmente em nossas plagas. O CERTO ?ue atrav?dessas institui?s alguns pa?s cresceram, prosperaram e enriqueceram sua popula?, enquanto os sistemas que se op?ao capitalismo s?economias socialistas de privil?os e, por isso faliram. O Capitalismo – com todas as mazelas – ? maior agente revolucion?o da hist? – gerado e gerador na revolu? produtiva e tecnol?a – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; e reduziu a pobreza nos pa?s capitalistas. RESUMINDO - a verdadeira revolu? ? capitalista – justamente em decorr?ia da PROPRIEDADE INDIVIDUAL que ? ?a que gera prosperidade e riqueza e, por ser um sistema aberto ?ass?l de auto corre?.

Rafael Vitola Brodbeck

24/03/2009
Nas ?mas semanas, um vendaval de cr?cas ?greja Cat?a tomou conta dos principais notici?os. Sem nem ao menos conhecer em profundidade os assuntos abordados, muitos, inclusive conhecidos formadores de opini?e pessoas importantes na administra? p?ca, desfilaram um ros?o de ataques n?a id?s, mas a pessoas, em uma demonstra? de puro preconceito. Justo eles que acusam a tudo e a todos de preconceituosos... Come? com o caso Williamson, bispo da Fraternidade Sacerdotal S?Pio X. Fundada por D. Marcel Lefebvre – cujas diverg?ias para com o Papado, e dificuldades em entender e conciliar o Vaticano II com o “Magist?o anterior”, o levaram a uma crise, cujo ?ce foi a sagra? episcopal de Richard Williamson e mais tr?Bispos, em Econe, no ano de 1988, sem o devido mandato apost?o (autoriza? do Papa) –, a FSSPX teve retirada, por Bento XVI, a excomunh?aplicada automaticamente por conta da referida sagra? fora dos tr?tes can?os e em desobedi?ia ao Sumo Pont?ce. Pois bem, a Igreja achou por bem perdoar a pena imposta para iniciar um di?go mais aprofundado com os membros daquela fraternidade, sem esconder seu desejo de fazer com que eles aceitem o Conc?o. N?mudou a Igreja; o que mudou foi a abordagem. Ora, na ocasi? a m?a desencavou um v?o, gravado meses antes pela TV sueca, em que D. Williamson, durante uma entrevista, negou a exist?ia de c?ras de g?nos campos de concentra? nazistas, bem como afirmou n?ser na ordem de seis milh?o n?o de judeus mortos por Hitler, e sim, em suas palavras, “dois ou tr?mil.” Foi a oportunidade que setores da imprensa internacional encontraram para mover seu ? ?greja: acusaram o bispo de partid?o do nazismo, envolveram o Papa na hist? toda (como se, ao reabilitar os seguidores de Lefebvre, estivesse dando aval ?bobagens de um de seus bispos), e ainda deram mais destaque ?desastradas declara?s de Williamson do que ao grande acontecimento que foi a retirada de sua excomunh?e de seus companheiros na FSSPX. Apesar da pol?ca de seus argumentos e mesmo de sua irrealidade hist?a, temos de colocar os pingos nos is. Williamson n?foi antissemita em seus coment?os, n?disse que os judeus n?foram v?mas. Apenas externou uma opini?– errada, ?laro, mas l?ta – de que n?teriam sido tantos os mortos. Se uma pessoa qualquer emitisse uma opini?igualmente acerca de outro fato hist?o, no m?mo seria contraditada gentilmente pelos especialistas. Mas um bispo cat?o, falando de judeus, n?tem direito a dizer o que pensa, e a ele ?eservada a suprema antipatia p?ca. Enfim, a retirada das excomunh?nada teve a ver com o que pensa ou deixa de pensar Williamson acerca dos judeus ou do nazismo. Em outra ocasi? foi a vez de D. Jos?ardoso Sobrinho, OCarm, arcebispo de Olinda e Recife, violentamente agredido em sua honra pelos mais variados setores da sociedade, inclusive alguns ditos cat?os, simplesmente pelo fato de repetir o que a Igreja ensina: aborto ?ecado e, al?disso, delito can?o punido com excomunh?autom?ca. Todos, sem sequer ter o mais b?co conhecimento teol?o, se arrogaram o direito de criticar o prelado. Sem embargo, n?foi D. Jos?uem excomungou os m?cos e a m?da menina de nove anos, estuprada pelo padrasto, cuja gravidez foi interrompida por um procedimento abortivo. A excomunh??utom?ca nesses casos. Fale ou n?fale D. Jos?queira ou n?queira o m?co, a excomunh?ocorreria, pois independe do pronunciamento do arcebispo. N?faltou quem, no epis?, teve a mal?a de, mentirosamente, sustentar que para D. Jos? estupro da menor n?era pecado, apenas o aborto. Canalhice! D. Jos?oi claro: estupro e aborto s?ambos pecados mortais. Apenas que o aborto ?revisto, no C?o de Direito Can?o, como delito, al?de pecado. Simples. Cristalino. S?o enxerga quem est?mpregnado dos mais baixos pr?ulgamentos em rela? ?greja Cat?a. Enfim, agora em sua visita ?frica, foi a vez do Papa sofrer duros golpes, ao expor, mais uma vez, o ensino cat?o de que o uso de preservativos ?ecado, pois desvincula, no sagrado ato de amor de um casal, os fins procriativo e unitivo. Clamaram esses tolerantes (que toleram tudo menos a Igreja, a qual acusam de intolerante, em um proposital paradoxo) pela culpa da religi?cat?a pelo aumento do n?o de infectados pelo HIV, ao proibir a camisinha. Suprema incoer?ia e, ouso dizer, imbecilidade. Ora, a Igreja pro? n?s?camisinha como o sexo antes e fora do casamento. Ent?aqueles que n?obedecem a Igreja em um ponto (fazendo sexo pr?u extra-matrimonial, ou mesmo t?rela?s homoer?as), deixam de usar camisinha por obedi?ia ?esma Igreja? Como pontificou um amigo: “Se as pessoas obedecessem ?greja, n?fariam sexo n?matrimonial em primeiro caso. Ignoraram a Igreja na hora do sexo, mas na hora de botar uma camisinha: ‘N? a Igreja n?deixa!’” ?por essas e outras que est?erto Luiz Felipe Pond?em seu artigo do dia 23/03, na Folha de S?Paulo: “Outro fato que torna esse debate viciado ? preconceito contra a Igreja Cat?a, ali? o ?o preconceito aceito pelos ‘inteligentes’. Da? desfile de express?banais como ‘Inquisi?’, ‘Idade M?a’ ou ‘trevas’. Puro senso comum. A Igreja n??st?a. Est?o ?uem pensa que ela o seja.” A ningu?se permite o preconceito, mas os que primeiro bradam contra ele s?os mais preconceituosos em rela? ao catolicismo. A ningu?se permite a intoler?ia, salvo quando ela ?irigida ?greja. Realmente, como no Imp?o Romano, nas invas?germ?cas e vikings, em certos momentos do Medievo, nas Revolu?s Francesa e Russa, no absolutismo e no iluminismo, a Igreja Cat?a ? saco de pancadas. Contra ela tudo ?ermitido. * Delegado de Pol?a em Itaqui e articulista

Correio Braziliense

24/03/2009
(Correio Braziliense, 23 de mar?de 2009) N?passa de 10% a percentagem de pa?s com Produto Interno Bruto (PIB) equivalente ao que o mercado internacional de drogas il?tas movimenta anualmente: US$ 320 bilh? O dado ?xemplar da dimens?do problema, ainda mais preocupante neste momento de crise econ?a, com os Estados nacionais enfraquecidos, grandes institui?s em ru?. ?terreno f?il para a aterradora ascens?do narcotr?co, seja por meio da corrup? de autoridades e poderes institu?s, seja pelo caminho da for?e da viol?ia. Nesse cen?o, tomam vulto propostas em defesa da legaliza?, sob o pretexto de que a arrecada? de impostos e a economia com os gastos da pol?ca repressiva ajudariam a reerguer as economias. Ledo engano. ?simplista imaginar que legalizar a produ?, a venda e o consumo far?essa ind?ia um mercado do bem. Tamb??implista considerar fracassada a pol?ca de repress?aos entorpecentes por ela n?vir obtendo os avan? esperados. Talvez, ao contr?o, falte justamente mais empenho. Igualmente simplista ?riar dicotomia no combate ?drogas, como se a solu? fosse optar entre a via do enfrentamento policial e militar e a das pol?cas de redu? de danos. Antes de serem exclusivas, essas s?sa?s complementares. Portanto, for??duas: apoio ao consumidor, para livr?o dos efeitos perversos dos entorpecentes, e cerco sem tr?a aos traficantes — sem a hipocrisia de fingir-se persegui-los enquanto se corre atr?dos narcod?es. Afinal, a quest??o mesmo tempo de seguran? de sa?p?ca, social, econ?a e pol?ca. Em 1998, as Na?s Unidas aprovaram resolu? a favor de “um mundo livre das drogas”. A meta ambiciosa era eliminar ou reduzir significativamente a produ? de coca?, maconha e ? at?008. Os resultados ficaram muito aqu? Em vez de desistir e render-se ?ealidade, a ONU acaba de confirmar a postura idealista. Na reuni?anual da Comiss?de Narc?os, realizada duas semanas atr? em Viena, manteve a meta para o pr?o dec?o. Desde ent? ?cusada de ilusionista. Alega-se que, ao frustrar expectativas, a organiza? cai no descr?to. Por essa interpreta?, a pr?a ONU — criada h?ais de seis d?das para promover no mundo a paz, a seguran? o progresso social e o respeito aos direitos humanos — ?mensa ilus? Realista, o chefe do Escrit? das Na?s Unidas Contra a Droga e o Crime (UNODC), Antonio Mar?Costa, reconhece ter havido “danos muito significativos” nos ?mos 10 anos, mas adverte: “?preciso uma mudan?contra o crime, n?a favor das drogas”. Na opini?dele, a dificuldade encontrada n?significa que se deva desistir do combate. “Suspender os controles sobre o uso de drogas seria uma ren?a c?ca do Estado ?ua responsabilidade de proteger a sa?dos cidad?.” Merece reflex? ainda, outra frase do funcion?o: “As drogas s?ilegais porque s?prejudiciais, n?s?prejudiciais por serem ilegais”. Por fim, viciada ou consumidora eventual, cerca de 5% da popula? mundial carece de aten? especial ou tratamento m?co. J?os respons?is por 200 mil mortes anuais n?pode restar sa? que n?seja responder pelos crimes.

José Nêumanne

24/03/2009
As den?as do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), primeiro em entrevista ?eja e depois em discurso na tribuna do Senado, n?trouxeram novidades de monta: qualquer brasileiro medianamente informado sabe (e sempre soube) que a corrup? campeia na gest?p?ca brasileira. E que o partido do parlamentar est?onge de ficar acima de qualquer suspeita nesse particular. No entanto, elas representam um divisor de ?as na pol?ca brasileira, n?pelo impacto que produziram, mas pela demonstra?, na pr?ca, de que a banaliza? do furto qualificado dos agentes p?cos n?desperta mais a ira de ningu? nem sequer a falsa indigna? dos acusados. Antes de Jarbas Vasconcelos (AJV), o gestor p?co acusado fazia um escarc? amea?a processar o denunciante na Justi?e contava com a inefici?ia e a lerdeza desta para deixar o esc?alo esfriar at?enecer. Agora a acusa? j?asce morta, na base de isso n??omigo, e da?e da?ou, ent? sou, mas quem n?? J??muito longe os tempos do moralismo udenista. Consta do anedot?o pol?co o aparte do getulista conhecido pela liberalidade com que lidava com os recursos p?cos em proveito pr?o a um discurso do colega deputado Carlos Lacerda na C?ra: Vossa Excel?ia ?m ladr?da honra alheia, disse. E o tribuno rebateu na hora: Ent? fique tranquilo, pois nada tenho a roubar de Vossa Excel?ia. Hoje a honra n?vale nem sequer como falso argumento de palanque. Pois o eleitor reelegeu com ampla margem um governo que institucionalizou a compra do apoio parlamentar no Congresso por um esquema descrito em detalhes pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) no livro Nervos de A? Este caiu no esquecimento, assim como o esc?alo do mensal? nele descrito, sob o falso argumento de que o autor n?era tamb?uma flor que se cheirasse. Se isso fosse verdade, a dela? premiada n?faria tanto sucesso l?ora e aqui mesmo, onde acaba de levar para a cadeia uma tenente-coronel da Pol?a Militar de S?Paulo. At?or escrever com conhecimento de causa, Roberto Jefferson deveria ter sido lido e levado em considera?. Pior ?ue se foi tamb?o tempo em que o falso moralismo da esquerda interessada no que restava de decoro no inconsciente coletivo do eleitorado nacional pelo menos for?a os governantes a tomarem um m?mo de cuidado na manipula? do or?ento. Caiu no buraco negro da insensibilidade moral generalizada a li? dada pelo juiz da 17.ª Vara Federal de Bras?a, Moacir Ramos, na senten?em que inocentou a c?a do setor de telecomunica?s do governo tucano anterior da corrup? grossa na privatiza? das telef?as de que foi acusada h?1 anos por l?res do PT e da CUT. O magistrado inocentou o ex-ministro das Comunica?s Luiz Carlos Mendon?de Barros, o ex-presidente do BNDES Andr?ara Rezende, o ex-diretor do mesmo banco Jos?io Borges e o ex-presidente da Anatel Renato Guerreiro - afastados do governo pelo chefe de ent? Fernando Henrique Cardoso. O juiz tamb?perguntou, referindo-se aos acusadores Aloizio Mercadante, Vicente Paulo da Silva, Ricardo Berzoini e Jo?Vaccari Neto, do PT e da CUT: Se havia preocupa? com a apura? dos fatos, por que esses nobres pol?cos n?interferiram junto ao governo atual para que fosse feita a investiga? das s?as den?as que apontaram na representa? que fizeram ao Minist?o P?co? N?consta que algum deles tenha respondido. Talvez seja exagerado sentir saudades daquele tempo em que um presidente da Rep?ca demitia auxiliares de confian? n?por hav?a perdido, mas apenas para ser fiel ao velho preceito da Roma antiga segundo o qual o gestor do patrim? coletivo deve ser tratado com o mesmo rigor que C?r dispensou ?r?a mulher: N?basta ser honesto, ?reciso parecer honesto. Mas ?til e l?to lamentar que o falso moralista de ontem se tenha transformado, como parte do PT se transformou, em usu?o comodista da lerdeza do Judici?o, a pretexto de recorrer, de forma desavergonhada, ao conceito tamb?romano do benef?o da d?a para o acusado por algum delito. Exemplar nesse sentido ? apoio que o presidente Luiz In?o Lula da Silva tem insinuado ao deputado Antonio Palocci (PT-SP) na campanha de 2010 para o governo do maior Estado da Federa?. Premido a demiti-lo do Minist?o da Fazenda por este ter sido acusado de alguns crimes, entre os quais a quebra do sigilo banc?o de um caseiro que o havia visto frequentando uma luxuosa casa suspeita, o chefe do governo conta com a magnanimidade do Supremo Tribunal Federal para lan?lo ao segundo posto de maior poder na Rep?ca. Foi isso, pelo menos, que ficou claro na declara? a respeito dada por outra pretendente ao posto, a ex-prefeita da capital Marta Suplicy. Com o mesmo pragmatismo com que se livrou de seu czar econ?o, pondo no lugar dele um companheiro muito menos capaz, Lula agora v?ele o nome ideal para governar o Estado de S?Paulo. De volta a nosso divisor de ?as, Jarbas Vasconcelos, a explica? para tudo isso a?ode estar na conclus?com a qual ele resumiu sua recente contribui? ?onstata? da amoralidade generalizada vivida no Brasil. A impunidade estimula a corrup?, disse o senador, para quem a falta de puni? gera mais e novas irregularidades. Se o governador, o senador e o deputado s?corruptos e nada acontece, as pessoas logo pensam que tamb?podem fazer corrup?. E quem n?gosta de uma corrup?zinha? Parece que chegamos ?ealiza? da profecia de S?io Porto, o Stanislaw Ponte Preta: Ou nos locupletemos todos ou restaure-se a moralidade. Como n?h?estaura? de moralidade ?ista, nem prevista, tudo indica que chegamos, afinal, ?emocratiza? da corrup? que agora agora virou ampla e geral, embora ainda restrita. * Jornalista e escritor, ?ditorialista do Jornal da Tarde