• Agnaldo Del Nero Augusto
  • 25/04/2009
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BRASIL SEC XX - 5 - Ternuma Regional Bras?a

Entre os diversos epis?s dessa luta, a decossaquiza? - ou seja, a elimina? de todo grupo social dos cossacos – ocupa uma posi? particular, por ter sido a primeira em que o novo regime tomou medidas visando a deportar, eliminar a totalidade da popula? de um determinado territ?. Cossaco ?alavra de origem turca e significa “homem livre”. Eram ardorosos crentes crist? ortodoxos. N?es, acabaram fixando-se na regi?do Don e do Kuban, ao sul da R?a. Ex?os cavaleiros, durante o Antigo Regime, constitu?m-se em guardi?dos confins do Imp?o Czarista, tendo, inclusive, participado de sua expans? O “estatuto cossaco” os distinguia dos outros camponeses russos. Em troca do servi?militar at? idade de 36 anos recebiam 30 hectares de terra e a faculdade de se armarem. Os generais czaristas depositavam enorme esperan?nos cossacos do Don e do Kuban, pelos seus antigos v?ulos com o regime. Seus advers?os, pela mesma raz? consideravam-nos simples bandoleiros. Desejando, antes de tudo, salvar o seu estatuto e sua independ?ia, evitaram tomar partido no confronto entre vermelhos e brancos. Todavia, grupos cossacos, inquietos diante das declara?s bolcheviques culpando todos os kulaks, incluindo-os nessa categoria de camponeses, juntaram- se ?for? antibolcheviques. Pode-se falar em guerra civil a respeito das escaramu? ocorridas no sul da R?a. O surpreendente ? contraste entre os ex?os efetivos engajados e a viol?ia inaudita da repress?exercida pelos bolcheviques. Comiss?institu? pelo general Denikin, comandante das for? armadas do sul da R?a, esfor?-se no recenseamento das atrocidades cometidas pelos bolcheviques na Ucr?a, no Kuban, regi?do Don e na Crim?. Os seus arquivos, transferidos para Moscou em 1945, est?agora dispon?is, depois de ficarem fechados durante muito tempo. Os testemunhos recolhidos por essa comiss?– que constituem a principal fonte do livro do historiador social-revolucion?o Sergei P. Melgunov, “O Terror Vermelho na R?a”, d?conta das atrocidades perpetradas pelos bolcheviques a partir de 1918. Narra os principais massacres de detentos, ref? e civis comuns executados em massa, quase sempre “por pertencerem a uma determinada classe”. No primeiro trimestre de 1919, os destacamentos bolcheviques j?aviam executado mais de 8 (oito) mil cossacos. Diante dessa torrente repressiva, os cossacos n?tiveram alternativa a n?ser se rebelarem. Esses massacres se inscreviam na continuidade da l?a do Terror Vermelho. Encontrando-se do lado dos vencidos, os cossacos foram a ele submetidos. Um dos m?dos mais r?dos de decossaquiza? era a destrui? dos burgos cossacos e a deporta? de todos os sobreviventes. Os arquivos de Sergo Ordjonikidze, um dos principais dirigentes bolcheviques, na ?ca presidente do Comit?evolucion?o do C?aso Norte, conservam os documentos de uma dessas opera?s. Sergo ordenou: “ 1. Queimar inteiramente o burgo de Kalinoskaia; 2. Esvaziar de todos os habitantes os burgos de Ermolovskaia, Romanovskaia, Samachinskaia e Mikhhailovskaia; as casas e as terras pertencentes aos habitantes ser?distribu?s entre os camponeses pobres. 3. Embarcar em vag?de trem toda popula? masculina de 18 a 50 anos e deport?os em dire? ao norte, onde far?trabalhos for?os de natureza pesada; 4. Expulsar mulheres, crian? e idosos, deixando-lhes, por? a autoriza? para que se reinstalem em outros lugares mais ao norte; 5. Apreender todo o gado e todos os bens dos habitantes dos burgos”. Os cossacos das regi?do Don e do Kuban pagaram um pesado tributo por terem feito oposi? aos bolchevistas. Segundo as estimativas mais superficiais, para uma popula? que n?ultrapassava os tr?milh?de pessoas, entre 300 e 500 mil cossacos e seus familiares foram mortos ou deportados at?920. (LN 127) COLETIVIZA?O FOR?DA E DESKULAKIZA?O N?tendo obtido o resultado desejado com as requisi?s de alimentos, pelo contr?o, provocando uma grande fome que levou ?orte milhares de camponeses e suas fam?as, os bolcheviques, depois da Guerra civil, j?elhor organizados, partiram para a consecu? do objetivo original a coletiviza? na agricultura, uma forma mais eficaz de recolher o tributo em esp?e, para obter os recursos a serem empregados na industrializa? do pa? Esta foi uma verdadeira guerra declarada pelo Estado sovi?co contra uma na? de pequenos produtores. Os kulaks reagiram a essa coletiviza? for?a. Eram produtores independentes que possu? pequenas propriedades. Como propriet?os, n?eram admitidos pelos bolcheviques que, visando a indisp?s com o restante da popula?, os apodavam “burgueses do campo”. Em dezembro de 1929, Stalin j?avia anunciado a passagem da limita? das tend?ias produtoras ?iquida? dos kulaks enquanto classe. Uma comiss?do Politburo fora encarregada de definir as medidas pr?cas dessa liquida?. Coordenadas em cada distrito por uma troika, as opera?s foram conduzidas in loco por comiss?e brigadas de deskulakiza?. As instru?s eram claras: coletivizar o maior n?o poss?l de unidades produtoras e prender os recalcitrantes etiquetados como kulaks. Tais pr?cas naturalmente abriam caminho para todos os abusos e ajustes de contas. Como observa um relat? da GPU (primeira substituta da Tcheka- esclarecimento do autor) vindo da prov?ia de Smolensk, “os deskulakizadores retiravam as roupas de inverno e as roupas de baixo para frio dos camponeses abastados, apoderando-se em primeiro lugar dos sapatos. Eles deixavam os kulaks de ceroulas e lhes pegavam tudo, incluindo os velhos sapatos de borracha, as roupas de mulheres, seus ati?ores de fogo, seus c?aros. Enfim, as propriedades dos camponeses deskulakizados foram com freq?ia simplesmente saqueadas. Camponeses eram presos e deportados alguns, por terem vendido gr? ao mercado, outros por possu?m dois samovares, outros ainda, por terem, matado um porco “com o objetivo de consumi-lo e de subtra?o, desse modo, ?propria? socialista. Os kulaks estavam empobrecidos, arcando com os impostos cada vez mais pesados. N?demorou e as comunidades dos povoados come?am a se reunir revoltadas com a pilhagem, contra os “deskulakizadores” e os “coletivizadores”. No in?o de 1930 o GPU recenseou 402 “revoltas e manifesta?s” que cresceram para mais de mil em fevereiro e mais de 6.000 em mar? Essa resist?ia em massa e n?esperada dos camponeses obrigou o poder a modificar momentaneamente seus planos. Em mar?de 1930, todos os jornais sovi?cos publicaram famoso artigo de Stalin, “A Vertigem do sucesso”, no qual ele condenava as distor?s do princ?o do voluntariado dos camponeses aos kolkhozes, imputando os ”excessos” da coletiviza? e da deskulakiza? aos respons?is locais. O impacto do artigo foi imediato, nesse m?mais de cinco milh?de camponeses deixaram os kolkhjozes. Durante o m?de mar? as autoridades centrais receberam cotidianamente relat?s da GPU dando conta das subleva?s em massa na Ucr?a Ocidental, na regi?central das terras negras, no C?aso do Norte e no Cazaquist? Mais de 800 dessas manifesta?s de massa tiveram que ser ”esmagadas pela for?armada”. Durante esses eventos, mais de 1500 funcion?os p?cos foram mortos, feridos ou espancados. N?se tem informa?s sobre o n?o de mortos e feridos do lado campon? Se os camponeses chegaram a perturbar os planos governamentais de coletiviza? acelerada, seus sucessos duraram pouco. Diferentemente do que se passara em 1920-1921 eles n?conseguiram fazer funcionar uma verdadeira organiza?, encontrar l?res. Na falta de armas, progressivamente apreendidas no decorrer dos anos 20, as revoltas camponesas falharam em seus objetivos. Segundo dados da GPU, mais de 20.000 pessoas foram condenadas ?orte em 1930, apenas pelas jurisdi?s de exce? da pol?a pol?ca. A GPU perseguia diretriz de G. Yagoda para a pris?de 60 mil kulaks de primeira categoria. Em alguns dias, o plano fora ultrapassado. Relat? secreto especificava: “Em execu?s, em indiv?os retirados de circula?, atingimos 64.589. Estamos insistindo na exposi? desses acontecimentos porque acostumamo-nos a ouvir que o Brasil livrou sua popula? dos horrores do comunismo. Assim como os mais novos n?tem no? do atraso em que vivia o pa?em meados do s?lo XX, desconhecem como a maioria da popula?, os crimes contra as pessoas que constituem a ess?ia do fen?o do terror comunista. Esse conhecimento permite-lhes entender a raz?da luta empreendida para manter a democracia e a valorizar os que nela se empenharam, para livrar a popula? dessa barb?e * General de Divis?Reformado