• Moacyr Goes
  • 24/04/2009
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A SOMBRA DO DESASTRE

Rio - Estamos ?ombra do desastre e da insanidade, enquanto n?for esquecida a ideia racista de separar os indiv?os pela cor, declar?os de ra? distintas e proporcionar-lhes direitos desiguais. O caso de Tatiana Oliveira, no Rio Grande do Sul, ?xemplo da a? criminosa e racista travestida de justi? Ela se inscreveu no vestibular usando de um direito franqueado pela Universidade Federal de Santa Maria, o de se declarar parda para obter mais facilidades. Isso por si j?eria um esc?alo, mas o que ocorreu foi mais monstruoso. Tatiana passou, usando o caminho das cotas, mas agora ?cusada de n?ter direito, mesmo sendo filha de pai pardo e m?branca. Sabem por qu?Pasmem! Uma comiss?descobriu que ela nunca foi discriminada, jamais foi ofendida por ser parda e que, por isso, n?deveria merecer a cota. Uma comiss?entrevistou a mo? julgou que ela n?pertencia ?a?certa e a condenou a sair da universidade. ?isso. Uma comiss?diz a qual ra?um indiv?o pertence. Isso me lembra os horrores do holocausto. Comiss?reconheciam os judeus e os separava. Uns iam direto para a morte; outros, para o trabalho escravo. Parece exagerada a compara?? Ent?pense em outra cena. Dois rapazes num banco em frente a uma comiss? Eles tiraram as mesmas notas. A comiss?aponta para um e sentencia: voc?st?entro, pois ?egro. O outro est?ora. Sua ra?discriminou as outras e agora ? hora da revanche. Essa cena n??eal? ? mas o di?go ? que no teatro chamamos de subtexto, as inten?s que movem o personagem. Na real, o texto vem travestido de justi?reparadora. O abismo se aproxima! * Diretor de teatro e cineasta