A CARTA MARCADA DE MINO CARTA - Enviado pelo autor
Pelo menos desde o primeiro mandato de Luiz In?o Lula da Silva, a revista Carta Capital se tornou uma revista totalmente descart?l, por ter se transformado numa cartilha vendida ao capital lulo-petista, capital acumulado de maneira que o leitor bem conhece. No entanto, a edi? de n?o 543, que ora se encontra nas bancas, conseguiu superar todos os padr?do jornalismo marrom brasileiro e olhe que o pa??r?o no g?ro.
Pois n??ue a Carta Capital resolveu fazer eco ?alta de decoro com que o ministro Joaquim Barbosa tem denigrido o Supremo Tribunal Federal, com sua renitente mania de bater boca com seus colegas da inst?ia maior do poder Judici?o? Suprimindo qualquer distin? entre o papel da imprensa e aquele que se usa na privada, uma reportagem intitulada “Barbosa Reage” simplesmente esquece o que qualquer reportagem deve ter de informativo para se transformar em louva? do exaltado ministro, bem como em execra? ao presidente do STF, ministro Gilmar Mendes.
Estou exagerando? Basta ler o “abre” da reportagem para concordar comigo: “N?houve aplausos nem discursos. Na quinta-feira 23, data em que o ministro Gilmar Mendes completou um ano na presid?ia do Supremo Tribunal Federal (STF), o plen?o da Corte ficou vazio. As sess? assim como as demais atividades do dia, acabaram canceladas. Reinou o sil?io, a traduzir a fratura institucional do STF finalmente exposta, no dia anterior, pelo ministro Joaquim Barbosa”.
O par?afo ?ma p?la da manipula? dos fatos, pois induz a crer que, n?fosse por ter Gilmar Mendes no cargo, o Supremo estaria repleto de gente no plen?o cantando parab? a voc?o seu presidente quando este completasse seu primeiro ano de mandado. N?creio que tal comemora? acontecesse, qualquer que fosse o presidente da Corte, a menos que ele n?tivesse nem um pingo de esp?to republicano e resolvesse transformar a sede do STF na casa da m?Joana, onde o ocupante de um cargo presidencial pode se sobrep? Institui? que preside e comandar festinhas em homenagem pr?a.
Quanto a “Reinou o sil?io a traduzir uma fratura institucional” ? escancaradamente – uma frase composta de figuras de linguagem, cuja inten? ?ersuadir, de modo subliminar, pela emo?. N?tem nem pode ter nenhum fundamento nos fatos, em especial diante da nota publicada e assinada por oito ministros da Corte, em que estes reafirmam sua “confian?e o respeito ao senhor ministro Gilmar Mendes na sua atua? institucional como presidente do Supremo, lamentando o epis? ocorrido nesta data”.
Assim como a antipatia a Henrique Meirelles, cuja demiss?do BC a revista j?oticiou em capa uma vez pelo menos, embora ela n?tenha acontecido at? momento, a antipatia da Carta Capital por Gilmar Mendes n?tem cunho jornal?ico. Al?de servi? prestados ao poder Executivo, trata-se provavelmente de uma antipatia pessoal de seu capo, il vecchio Mino Carta, jornalista que, a exemplo da saudosa Dercy Gon?ves, tem se despedido definitivamente de seu p?co numa semana para tornar a saud?o com novos e disparatados artigos na semana seguinte.
Enfim, as birras de Carta Capital dessa semana n?se encontram somente na mat?a principal, mas tamb?em textos menores como o intitulado “A semana Severina de Gabeira”, em que a revista se congratula com Severino Cavalcanti, sem d?a um injusti?o gigante moral do mui respeit?l Congresso nacional, e se deleita com o fato de Fernando Gabeira ter sido atingido pelo esc?alo das passagem a?as.
Que Gabeira n?? que aparenta ser, quem ?ais esclarecido j?abe. Mas, ao apresentar Gabeira como “porta-voz da indigna? seletiva dos freq?adores dos cal??da zona sul carioca e das ruas arborizadas de S?Paulo” (numa das quais, por sinal, fica a reda? da pr?a Carta), a revista entrega sua vis?classista e preconceituosa e coloca-se no papel de porta-voz dos freq?adores do n?o 132 da rua Silveira Martins, no centro de S?Paulo, onde, para quem n?sabe, funciona o Diret? Nacional do PT.