• Gilberto Simões Pires
  • 21 Novembro 2015


RECEITUÁRIO
O receituário que o PMDB apresentou nesta semana, que tem como propósito tirar o país da crise, ainda que não contenha medidas suficientes para resolver os graves problemas –crônicos- que a economia brasileira enfrenta, desde o ano de 1500, deveria ter aprovação imediata, com apoio de todos os brasileiros.

NOVA MATRIZ DE DESENVOLVIMENTO
O que mais chama a atenção é que o (tardio) conjunto de medidas, ou NOVA MATRIZ DE DESENVOLVIMENTO, que resultaram de uma encomenda feita pelo PMDB a economistas, cientistas políticos, e empresários, o PT não só não digere como tem verdadeiro pavor. Principalmente porque fere, em todos os sentidos, o que manda a cartilha do Foro de São Paulo.

APOIAR
Mesmo que muitos leitores já estejam minimamente informados sobre o conteúdo do documento, o que me preocupa é o tempo que o PMDB levou para se dar conta de tantas obviedades. Entretanto, independente deste monumental atraso, é importante apoiar e exigir o que lá está escrito. Eis:

MEDIDAS...
1- o Orçamento Geral da União, depois de aprovado pelo Congresso, deve ser CUMPRIDO pelo Executivo. Ou seja, passa a ser IMPOSITIVO e não AUTORIZATIVO.
2- As DESPESAS constitucionais OBRIGATÓRIAS com saúde e educação ACABARIAM. Todo ano seriam estabelecidos no orçamento os valores para cada área.
3- O FIM DE TODAS AS INDEXAÇÕES, inclusive para salários e previdência. A cada ano, Congresso e executivo definiriam os reajustes que serão concedidos.

MEDIDAS...
4- Que seja criada uma idade mínima de aposentadoria do INSS: não inferior a 65 anos para homens e 60 para as mulheres.
5- O fim da indexação de benefícios ao salário mínimo.
6- Mudar a política externa brasileira negociando acordos comerciais com Estados Unidos, Europa e
Ásia com ou sem a participação do Mercosul.

MEDIDAS...
7- Voltar ao regime de concessões na área de petróleo, em vez do de partilha, dando à Petrobras o direito de preferência.
8- Privatização do que for necessário para reduzir o tamanho do estado.
9- Simplificar e reduzir o número de impostos, unificando a legislação do ICMS.

MEDIDAS
10- Garantir segurança jurídica para investimentos e criação de empresas, aprimorando a concessão de licenciamentos ambientais.

11- Nas negociações entre patrões e empregados, os acordos coletivos prevaleceriam sobre as normas legais, resguardados os direitos básicos.

SUGESTÃO
A título de sugestão, um dos pontos que proponho para ser modificado é o que trata da PREVIDÊNCIA. Partindo apenas da simples constatação ATUARIAL, de que as mulheres vivem, em média, cinco anos mais do que os homens, por questão de justiça e honestidade de princípios a idade mínima, tanto para homens quanto para mulheres, deveria ser a mesma. Esta realidade, incontestável, o PMDB ainda não conseguiu entender.


 

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  • João Antonio Pagliosa
  • 21 Novembro 2015


Neste ano de 2015, quando a maioria dos brasileiros finalmente entendeu que a situação econômica do país é bem pra lá de crítica, até dia 30 de outubro, nossa dívida pública consumiu 939 bilhões de reais, ou para entender melhor o caos em que nos encontramos, cerca de 49,0% de todo o gasto do governo federal.

Esta montanha de recursos deve-se ao volume da dívida nacional, a qual finalizou setembro último com 3,8 trilhões de reais (dívida interna) e 561 bilhões de dólares (dívida externa). Se computarmos o valor do dólar a quatro reais concluímos que a dívida pública total já é superior a seis trilhões de reais, acima portanto, de nosso PIB.

No ano passado nosso PIB nominal (sem considerar inflação), foi de 5,521 trilhões de reais e estamos vivenciando uma séria recessão técnica que fará nosso PIB 2015 recuar no mínimo 3,2% e, dentre as grandes potências do mundo, nosso Brasil varonil é o único país que enfrenta recessão. Uma vergonhosa incompetência administrativa.

A meta de superávit primário (pagamento dos juros da dívida, para que ela pelo menos não cresça), virará déficit de 120 bilhões porque precisamos acertar as “pedaladas” para não quebrar nem o BNDES, nem o BB e nem a CEF.

O desemprego não para de crescer e atormenta a vida de milhões de brasileiros. Segundo o IBGE estima-se agora em 7,9% e, nos últimos doze meses, mais de 1,3 milhões de trabalhadores perderam seus empregos. Só no último outubro foram mais de 170 mil desempregados. Isso apenas na iniciativa privada porque as empresas públicas não demitiram ninguém. Pode isso? No Brasil não só pode como é lei, e a isso denomino indisciplina com dinheiro público. E, para nosso desassossego, ocorre em todas as esferas de poder.

Os preços do petróleo e seus derivados caem fortemente no mundo mas no Brasil os combustíveis não param de subir, como se estas coisas fossem dissociadas. Loucura não é? E a greve dos caminhoneiros foi paralisada na base da truculência, porrada e multas pesadas. Muito diferente das ações governamentais quando o protagonista da greve ou manifestação é o MST ou tantos outros baderneiros inveterados.

E o país, meus prezados, ainda não chegou ao fundo do poço. Por isso eu questiono: O impeachment de Dilma é golpe? Não, não é! O impeachment desta senhora é inevitável, imprescindível e absolutamente urgente!

Confio no país e na sua capacidade de recuperação, mas, precisamos ter comando competente nas rédeas desta abençoada nação. Oro para que esta transição ocorra de maneira pacífica e ordenada e clamo para que Lula pare de falar asneiras. Vista o pijama e saia de cena!

* Engenheiro Agrônomo
 

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  • Felipe Melo
  • 21 Novembro 2015

(Publicado em midiasemmascara.org)

É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres?

Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje.

O dia 9 de novembro marca o aniversário da queda do Muro de Berlim. Por anos, esse muro foi a materialização de uma realidade que se tentava manter oculta para o resto do mundo – a adoção deliberada de repressão, patrulhamento, escassez, fome, perseguição e extermínio como políticas de Estado nos países comunistas. As notícias enviadas do outro lado da Cortina de Ferro eram aterradoras. Os vinte e seis anos da queda desse muro da vergonha deveriam ser motivo para manter viva a memória de todas as tragédias, coletivas e particulares, provocadas pelo comunismo. Mas há quem prefira, ao contrário, louvar a ideologia mais mortífera do século XX.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) promoverão, entre os dias 18 e 21 de novembro, um seminário de comemoração da Intentona Comunista. A Intentona, também conhecida como Revolução Vermelha de 1935, foi uma tentativa de golpe contra o presidente Getúlio Vargas levada a cabo pela Aliança Nacional Libertadora, organização de matiz socialista liderada por Luís Carlos Prestes – que havia, na década de 1920, liderado outra revolta, de caráter tenentista, conhecida como Coluna Prestes. De acordo com o portal da UFRN, a Intentona ensejou grande repressão por parte do governo Vargas e “o início de um anticomunismo ainda muito presente na sociedade brasileira”. A historiografia oficial nos conta que o objetivo desse movimento golpista era derrubar Vargas. No entanto, a Intentona começou a ser gestada muitos anos antes de Getúlio assumir o poder.

REVOLUÇÃO TIPO EXPORTAÇÃO
Com a vitória da Revolução Bolchevique de 1917, a liderança do Partido Comunista Russo, então liderado por Vladimir Lênin, enxergou a premente necessidade de organizar formalmente os esforços de todos os partidos comunistas do mundo para promover a revolução global. Desse modo, em 1919, foi criada a Internacional Comunista (Comintern) com o objetivo de concertar esforços, táticas e ações dos partidos comunistas de todo o mundo com o objetivo de tomar o poder em seus respectivos países e neles implantar a ditadura do proletariado. O Comintern, teoricamente, pautava-se pelo chamado “centralismo democrático”, onde questões programáticas eram objeto de discussão dos grupos internos da organização comunista. Na prática, esse princípio de organização leninista, que fingia ser uma espécie de fórum democrático em que debates abertos orientavam as diretrizes dos partidos comunistas, era falso: tudo era decidido pelo Partido Comunista da União Soviética (PCUS) – e, em última instância, por seus homens fortes.

Em 1922, entre os dias 5 de novembro e 5 de dezembro, ocorreu em Moscou o IV Congresso Mundial do Comintern. Partidos comunistas de 58 países enviaram delegados, sendo 343 o número de delegados votantes. Sob a presidência de Lênin e Leon Trotsky, o IV Congresso contou com a presença de personalidades comunistas importantíssimas, como o italiano Antonio Gramsci. No entanto, um dos destaques do congresso foi um ilustre desconhecido: Antônio Bernardo Canellas, delegado do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Canellas ficou famoso no contexto do IV Congresso por pedir um aparte no meio de um discurso Trotsky – o chefe do Exército vermelho chamaria o brasileiro de “o fenômeno sul-americano”.

O POTENCIAL COMUNISTA DOS TRÓPICOS
Durante o IV Congresso do Comintern, Canellas apontou a necessidade da criação de um órgão que tratasse especificamente da América Latina. A proposta foi submetida a votação, e contou com o entusiasmado apoio de Antonio Gramsci. Surgiu, assim, o Secretariado Latino do Comintern, submetido à autoridade do recém-criado Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC). Em 1925, ocorreu o V Congresso do Comintern, do qual surgiu o Secretariado para a América do Sul, com sede em Buenos Aires. Seu principal órgão era o Escritório de Propaganda do Comintern para a América do Sul, chefiado por Abilio de Nequete, fundador e primeiro secretário-geral do PCB. Em 1927, saía a primeira edição do La Correspondencia Sudamericana, jornal do Secretariado para a América do Sul, cujo editor era o argentino Rodolfo Ghioldi.

O VI Congresso do Comintern ocorreu em julho/agosto de 1928. Com o relato do sucesso das atividades do Secretariado para a América do Sul, foram eleitos sete membros latino-americanos para o CEIC – dentre eles, Rodolfo Ghioldi e o brasileiro Astrojildo Pereira, membro-fundador do PCB. Essa eleição dava proeminência considerável ao secretariado, o que representava a importância da América Latina para o Comintern e, portanto, para Moscou.

Nesse ínterim, Prestes havia liderado seu frustrado levante dos anos 1920 e, junto com outros revolucionários, exilou-se na Bolívia. Em 1928, conheceu Ghioldi, sendo recrutado pelo argentino para as fileiras do Comintern. A partir desse ano, passou a receber treinamentos específicos para a organização de uma revolução comunista no Brasil. Em 1930, retornou para o País, instalando-se clandestinamente em Porto Alegre. No ano seguinte, a convite do governo soviético, mudou-se para Moscou, onde sua formação ganhou profundidade e amplitude. Sua importância estratégica para o Comintern era tamanha que, ao voltar para o Brasil, em 1934, veio acompanhado de dois importantes agentes da Internacional Comunista: os alemães Olga Benário (que, depois, seria mulher de Prestes) e Arthur Ernest Ewert, oficial da NKVD (serviço secreto que precedeu a KGB).

O “CAVALEIRO DA ESPERANÇA” CONTRA-ATACA
Em agosto de 1935, ocorreu o VII Congresso do Comintern, o último antes de sua dissolução. Georgi Dimitrov, Secretário-Geral do CEIC, determinou, dentro da estratégia de “frentes populares” – organizações de massa de caráter teoricamente anti-fascista –, que o PCB apoiasse a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) tendo, por presidente, Luís Carlos Prestes. O papel da ANL seria o de promover uma sublevação armada no Brasil que tinha por objetivo a implantação de uma ditadura do proletariado a soldo de Moscou. Para tanto, era necessário organizar um discurso de caráter nacionalista e anti-varguista que, em seu bojo, carregasse bandeiras sociais que pudessem ludibriar o povo brasileiro e atrair sua simpatia – reforma agrária, abolição da dívida externa, etc. No mesmo congresso, Prestes foi eleito membro efetivo do CEIC, e Ghioldi, chefe do Secretariado para a América do Sul.

A operação revolucionária a ser liderada por Prestes e encampada pelo PCB teria como principais pontos de apoio: o Secretariado para a América Latina; Iumtourg, uma falsa agência de turismo e casa de câmbio controlada pelo Comintern e sediada no Uruguai, por meio da qual se poderia criar uma ponte financeira entre Moscou e o Brasil; e os partidos comunistas de Argentina, Uruguai e Chile. Todos os agentes envolvidos haviam sido financiados pelo governo soviético e recebido treinamento militar especializado. O momento exato do início da revolta armada dependia diretamente do aval do Comintern.

Os detalhes da Intentona Comunista tomam um livro inteiro – aliás, o jornalista William Waack escreveu o excelente “Camaradas”, com farta documentação comprobatória. Meu propósito não é apresentar uma análise profunda e exaustiva desse evento, que, para nossa sorte, não foi adiante. Almejo, ao traçar um breve histórico das origens da Intentona Comunista, duas coisas.

A primeira é expor esse movimento tal qual ele foi – uma tentativa de golpe que tinha por objetivo a implantação, no Brasil, de uma ditadura do proletariado nos moldes soviéticos e consolidar um posto avançado da União Soviética no continente americano. A segunda é suscitar uma pergunta: o que merece ser comemorado, afinal de contas? É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres, e que, mesmo fracassada, foi capaz de exemplos detestáveis de barbarismo e crueldade – como a execução da garota Elza, uma menina semi-alfabetizada de 16 anos estrangulada à morte a mando de Prestes?

Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje. E fazê-lo por meio de instituições federais de ensino superior – o que praticamente confere à homenagem um caráter de oficialidade governamental – é um ultraje além da medida. Se há algum exemplo claro e paradigmático de como as universidades federais brasileiras são ideologicamente orientadas para reproduzir o discurso hegemônico da esquerda, eis tal exemplo.


Fontes:
– Manuel Caballero, “Latin America and the Comintern 1919 – 1943”. Cambridge Latin American Studies, n. 60, Cambridge University Press, 2002. 213 p.

– John C. Clews, “As Técnicas da Propaganda Comunista”. Coleção Problemas Políticos da Atualidade, v. 1, O Cruzeiro, 1964. 283 p.

– Paul M. A. Linebarger, “Guerra Psicológica”. Editora Biblioteca do Exército, 1962. 541 p.

– William Waack, “Camaradas”. Companhia das Letras, 1993. 381 p.

– Sérgio Rodrigues, “Elza, a Garota”. Nova Fronteira, 2008. 236 p.

– Coletânea de documentos da Internacional Comunista (1919 – 1943), disponível em Marxists.org.


https://felipeoamelo.wordpress.com/ 

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  • Armando Fuentes Aguirre (Catón)
  • 19 Novembro 2015

 

Estou disposto a encaminhar uma reclamação à Revista "Fortune", pois me fez vítima de inexplicável omissão. Acontece que ela publicou a lista dos homens mais ricos do planeta e nela eu não apareço!

Aparecem, o sultão de Brunei e também os herdeiros de Sam Walton e Takichiro Mori. Figuram aí personalidades como a Rainha da Inglaterra, Stavros Niarkos e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcárraga.

No entanto, a mim não me mencionam na "Fortune". E eu sou um homem imensamente rico. Vejam vocês:
• tenho vida que recebi não sei por que e saúde que conservo não sei como;
• tenho uma família. Esposa adorável que, ao entregar-me sua vida, me deu o melhor da minha; filhos maravilhosos dos quais não recebi senão felicidade; netos com os quais exerço uma nova e gostosa paternidade;
• tenho irmãos, que são como meus amigos e tenho amigos que são como meus irmãos;
• tenho gente que me ama com sinceridade apesar dos meus defeitos e a quem amo com sinceridade apesar dos meus defeitos;
• tenho quatro leitores aos quais, cada dia, dou graças porque leem bem o que eu escrevo mal;
• tenho uma casa e nela muitos livros (minha esposa diria que tenho muitos livros e, entre eles, uma casa);
• possuo um pedacinho do mundo na forma de um pomar que, a cada ano, me dá maçãs que teriam encurtado ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso;
• Tenho um cão que não vai dormir enquanto não chego e me recebe como se fosse o dono dos céus e da terra;
• tenho olhos que veem e ouvidos que ouvem; pés que caminham e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas já ocorridas a outros, mas que a mim nunca me haviam ocorrido;
• sou dono da herança comum dos homens: alegrias desfrutadas e penas para irmanar-me aos que sofrem.

 Tenho fé em Deus, que guarda para mim infinito amor.

 Podem existir riquezas maiores do que as minhas? Por que, então, a revista "Fortune" não me pôs na lista dos homens mais ricos do planeta?

 E a ti, como te consideram? Rico ou pobre?

 Há gente pobre, mas tão pobre, que a única coisa que tem é dinheiro...

* Jornalista mexicano

(A tradução do original em espanhol para o português foi cometida por Percival Puggina, sem autorização alguma, mas ele espera ter feito o melhor possível...)


 

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  • Roberto Rachewski
  • 17 Novembro 2015

(Publicado originalmente em http://robertorachewsky.blogspot.com.br)

Sexta-feira, 13 de Novembro de 2015, data de uma tragédia anunciada. Este foi o dia em que o ISIS, também conhecido por Estado Islâmico, chegou à Paris, com toda a violência e crueldade que lhe são características.

Paris é o centro do multiculturalismo europeu e foi ali, entre tolerantes, que a intolerância fez suas vítimas fatais. 
Depois da chacina, cabe-nos fazer algumas reflexões sobre o acontecimento, suas causas e suas consequências.
Transcrevo aqui, algumas que passaram pela minha mente.

  • A guerra pós-moderna é como a arte pós-moderna. Não se sabe se aquilo é guerra tanto quanto não se sabe se aquilo é arte. Na arte e na guerra pós-modernas podemos deixar de ser meros espectadores para fazermos parte do espetáculo, sem precisarmos entender seu sentido, sua mensagem, seu preâmbulo e seu epílogo. A arte pós-moderna está cada vez mais próxima da guerra e a guerra pós-moderna está cada vez mais próxima de nós.
  • Civilizar-se significa também domesticar-se, perder ou abdicar daqueles comportamentos de selvageria, caracterizados pela irracionalidade e violência. Quem quer ingressar na civilização deve se submeter a este processo ou simplesmente deve ser deixado à parte. À parte, até que civilize-se como os demais. Apartheid (separação) com base na cor da pele, como ocorria na África do Sul; ou com base na ascendência religiosa, como ocorria na Alemanha Nazista, é racismo. Quando baseia-se no comportamento violento e selvagem de quem é colocado à parte, é autodefesa.
  • Estados Unidos da América é a civilização levada ao novo mundo. Israel é a civilização levada ao mais velho dos mundos. Não é à toa que ambos são frutos da barbárie que teve a Europa como palco. Parece que a Europa e a barbárie namoram faz tempo. É por isso que os sentimentos antiamericano e antissemita têm e tiveram forte apelo por ali.
  • O mesmo governo que chora as vítimas, massacradas por terroristas armados, desarmou-as, impedindo-as de se defenderem.
  • Interessante saber que fundamentalistas religiosos sabem que nenhum deles matará infiéis, em nome de deus, sem a ajuda de uma arma. Por outro lado, socialistas ateus acreditam que o governo irá salvar a todos de qualquer ameaça. Quem disse que é preciso ser religioso para ter fé?
  • Um homem-bomba é um assassino que julga e condena os outros à morte sem permitir direito de defesa às suas vítimas. Este é o primeiro e mais óbvio de seus crimes. O segundo crime é o que, dado o fato que quase todos os homens-bombas acabam suicidando-se, com a impossibilidade de se aplicar a lei sobre eles, fazem, também, perecer a justiça. A impossibilidade de se aplicar sobre eles uma punição, fundada nos princípios morais das vítimas e executadas por quem está a elas ligados, é, por si só, um atentado contra aquela civilização, contra aquela cultura, contra aquele povo e contra cada um dos indivíduos que clamam por vingança. A ausência de justiça impede que se restabeleça o equilíbrio, que se cicatrize as feridas e que se toque a vida para a frente com a alma lavada. O terceiro crime, é condenar os sobreviventes ao ódio, ao medo e à irracionalidade. É aí que reside a glória de qualquer ato de terror. Somente colocando a nossa emoção no devido lugar, subordinando-a à razão, é que conseguiremos não nos subjugar. Quando a racionalidade subsiste a qualquer ato de terror, podemos nos considerar vingados, podemos declarar com orgulho que a justiça prevalecerá, que a morte do suicida foi em vão e que a da vítima inocente não.

 

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  • Ricardo Bergamini
  • 17 Novembro 2015

 

Os filósofos e economistas difundiram suas idéias mediante livros e folhetos, oralmente (nos “salões”, reuniões de caráter social, equivalentes às nossas conferências) e, sobretudo, na Enciclopédia.

A Enciclopédia foi “um quadro geral dos esforços do intelecto humano em todos os gêneros e em todos os séculos”. Era um resumo ordenado e sistemático, disposto em ordem alfabética, da forma de um dicionário.

A Enciclopédia foi redigida por uma sociedade de filósofos e economistas – os chamados “enciclopedistas” – dirigidos pelo filósofo Diderot (1713-1784) e pelo matemático D’Alembert (1717-1783).

Diderot e seus colegas desenvolveram, nas páginas da Enciclopédia, um fervoroso programa de reivindicações sociais e políticas. Reinava na França, nesse tempo, um espírito policial de intolerância. Assim, pois, os enciclopedistas evitaram a propaganda aberta dos seus ideais libertários. Introduziram sorrateiramente as suas idéias nos verbetes de menor significação política, a fim de iludir a vigilância da censura.

Colaboraram na Enciclopédia, entre outros: Voltaire, Rousseau, Quesnay, Necker, Torgot, Buffon, Condorcet, Helvetius, Holbach.

A Enciclopédia foi editada com dificuldades. Duas vezes foi proibida. Ficou suspensa durante oito anos. Começada em 1751, foi concluída em 1772. Constava de 35 volumes.

Idéias diretrizes que difundiu e popularizou:

- Liberdade individual;

- Liberdade de pensar, escrever e publicar;

- Liberdade comercial e industrial;

- Guerra às idéias religiosas, consideradas um obstáculo para a liberdade;

- Guerra ao absolutismo político.

A Enciclopédia foi um dos mais importantes fatores dentre os que contribuíram para a eclosão da Revolução Francesa. As novas idéias difundiram-se, não só na Europa – mas em toda a América.

Apesar da rigorosa censura, as obras e os autores proibidos (a “Enciclopédia”, Monstesquieu. Voltaire, Rousseau) foram entrando clandestinamente nas colônias espanholas.

A influência também se exerceu no Brasil. Manifestou-se claramente na Inconfidência Mineira (1789). “Excluídos os antecedentes históricos da colônia – escreve João Ribeiro – os primeiros germes da revolução seriam trazidos pela cultura universitária européia, onde os princípios de Montesquieu, Rousseau e Voltaire eram o alimento comum da mocidade. Os brasileiros numerosos que seguiam carreiras científicas e literárias estudavam na França ou em Portugal e não podiam ser insensíveis a esse movimento irresistível das novas teorias”.

www.ricardobergamini.com.br
 

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