(Texto publicado originalmente em pontocritico.com. O autor é membro do grupo Pensar +)
Apesar de termos chegado muito perto do colapso financeiro provocado pela gastança desenfreada e irresponsável durante os governos Dilma, podemos acreditar que já o seu afastamento servirá para marcar o início do fim da onda de descrédito que se abateu sobre o país.
Algumas medidas iniciais de ordem administrativa poderiam ajudar bastante a manobra de recolocar o Brasil nos trilhos.
Uma demonstração clara de que a orgia de gastos públicos terminou. A redução efetiva no número de ministérios; demonstração cabal e visível do desaparelhamento da máquina, com o afastamento sumário dos (seriam 40 mil?) cargos em comissão alocados no governo; a abertura da caixa preta dos cartões corporativos. Quem usava. Quanto custavam. Como e para que eram usados; a abertura da destinação de gastos para entidades auxiliares do governo como MST e certas ONGs; auditorias no BNDES; auditoria no BB, auditoria na CEF, etc. sem falar na devida exposição, ressalvada a segurança das instituições.
São providências que, além de seus fins implícitos, serviriam com demonstração cabal de que não haveriam - sequer seriam aceitas - ingerências indevidas quanto ao andamento das apurações relativas a eventuais erros cometidos pelo governo afastado.
Afora o exposto e as iniciais medidas econômicas ortodoxas, bastaria o novo governo apoiar as apurações da Lava Jato, impedindo, no âmbito do Executivo, que ninguém indevidamente atrapalhe seus trabalhos.
Fundamental seria garantir a transparência em todas as apurações feitas e buscar junto às autoridades competentes, o fim do sigilo nas delações premiadas de executivos das empreiteiras.
Garantir que a opinião pública nacional e a imprensa mundial tenham o devido acesso a todas as apurações, dentro do direito de saber o que – de fato – derrubou um governo de esquerda no Brasil.
Este breve roteiro seria a forma mais fácil que o novo governo teria para livrar-se dos incômodos que os correligionários do governo deposto prometem trazer.
Isto feito, poderíamos tranquilamente aprovar as verdadeiras e inadiáveis reformas que o Brasil necessita.