• Maria Lucia Victor Barbosa
  • 15 Setembro 2015

No teatro da vida a farsa se faz presente. A hipocrisia, a mentira, a simulação, a impostura, a bajulação sempre ajudaram os vencedores da batalha da existência, sobretudo, os dotados de retórica capaz de iludir e convencer.

Na política, palco máximo da simulação, a farsa conta com o poderoso auxílio da propaganda que se sofisticou e se disseminou a través dos meios de comunicação, especialmente, os televisivos. Porém, a culminância da hipocrisia e do cinismo chegou ao Brasil a bordo do governo petista, na medida em que marqueteiros habilidosos esculpiram uma falsa imagem de Lula da Silva apresentado como proletário pobrezinho, vítima da sociedade de classes e depois, num passe de mágica, o transformaram em estadista.

Na verdade, Lula é um semianalfabeto que de pobre não tem nada, um populista ambicioso e sem escrúpulos que venceu pela sorte e não pelo valor. Na quarta tentativa ele chegou à presidência da República na medida em que sua fala vulgar, rudimentar, grotesca, circense provocou o sentimento de identidade tão caro às massas.

Disse alguém que “a vida é a tragédia das escolhas”. A maioria dos brasileiros escolheu Lula duas vezes. E depois mais duas quando ele logrou colocar em seu lugar o chamado poste. E não foram somente os pobres que o escolheram o salvador da pátria, chancelando a tragédia que ocorre agora no Brasil. Brahma ou Barba chegou também lá montado no apoio dos que ele finge amaldiçoar como elites, ou seja, banqueiros, empreiteiros, grandes empresários.

E a classe média, que a petista Marilena Chauí diz odiar, composta por intelectuais, artistas, profissionais liberais, professores, estudantes universitários compuseram o teor de fé da seita PT. Jactando-se de seu socialismo requentado, falso, atrasado, tão comum na América Latina por conta da dor de cotovelo que se tem dos Estados Unidos, a classe média erigiu Lula ao altar da pátria e o adorou.

Brahma ainda teve apoio de parte da Igreja católica, das tradicionais ramificações petistas sustentados pelo partido como a CUT, o MST, UNE e de outros ditos movimentos sociais, além de conquistar a adesão de instituições como a OAB.

Impressiona também o fortalecimento do PT através do apoio constante e fiel do PSDB, especialmente de Fernando Henrique Cardoso. Nunca houve oposição ao PT nem nunca haverá por parte dos peessedebistas. É tanta a devoção dos tucanos com relação a Lula da Silva, que melhor fariam dissolvendo seu partido e entrando para o PT.

A tragédia das escolhas fortaleceu tanto Lula e seu partido que ele se imaginou capaz de fazer o que bem quisesse. Assim, veio a enxurrada de erros na economia, a gastança exacerbada, a corrupção desenfreada. E no primeiro mandato da criatura, com Lula presidente de fato, foi o tempo em que ele caprichou no amassar do pão amargo que os brasileiros agora engolem a custo e que se tornará mais tóxico daqui para frente com o aumento da inflação, da inadimplência, do desemprego, dos juros, do dólar.

Como não há governo que aguente quando a economia vai mal, movimentos populares espontâneos têm ido às ruas para pedir a saída da governanta. Parece que só agora foi notada sua total incompetência, sua fala incoerente como se ela tivesse enorme dificuldade de raciocinar, o que indica absoluta inaptidão para o cargo presidencial, aliás, para quaisquer cargos até os mais simples.

O PT quebrou o Brasil e o abismo se abre aos nossos pés, prenunciando uma via-crúcis ainda mais dolorosa com o rebaixamento do Brasil pela Agência de classificação de risco Standard & Poors. Perdemos o grau de investimento e outras agências deverão fazer o mesmo com graves consequências para nossa já combalida economia.

Diante do descalabro já existem 17 pedidos de impeachment de Rousseff na Câmara e o mais expressivo é o do ex-militante petista, Hélio Bicudo. O PSDB, vergonhosamente, covardemente, se omite, se esconde, vacila e deixa para o PMDB resolver a questão.

Enquanto isso, diabolicamente Lula vai amassando o pão. Começou a atacar a criatura e se ela cair, ai de quem a substituir. Será massacrado pela única coisa que o PT sabe fazer bem: uma oposição violenta, raivosa, intimidadora, boçal. Desse modo, Lula imagina poder voltar em 2018, consolidando seu poder e o do PT.

Resta saber se o povo aprendeu a dura lição ou se seguirá sem medo de ser infeliz rumo ao Socialismo do Século 21, da Venezuela, como quer o Foro de São Paulo. O tempo dirá.


*  Socióloga.

www.maluvibar.blogspot.com.br

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  • Olavo de Carvalho
  • 14 Setembro 2015

Só pessoas prodigiosamente incultas podem ter alguma dificuldade de compreender que uma eleição presidencial com apuração secreta, sem transparência nenhuma, é inválida em si mesma.

Vamos falar o português claro: Aquele que não dá o melhor de si para adquirir conhecimento e aprimorar-se intelectualmente não tem nenhum direito de opinar em público sobre o que quer que seja. Nem sua fé religiosa, nem suas virtudes morais, se existem, nem os cargos que porventura ocupe, nem o prestígio de que talvez desfrute em tais ou quais ambientes lhe conferem esse direito. Discussão pública não é mera troca de opiniões pessoais, nem torneio de auto-imagens embelezadas: é eminentemente intercâmbio de altos valores culturais válidos para toda uma comunidade humana considerada na totalidade da sua herança histórica e não só num momento e lugar. O direito de cada um à atenção pública é proporcional ao seu esforço de dialogar com essa herança, de falar em nome dela e de lhe acrescentar, com as palavras que dirige à audiência, alguma contribuição significativa. O resto, por "bem intencionado" que pareça, é presunção vaidosa e vigarice. Todos os males do Brasil provêm da ignorância desses princípios. Políticos, empresários, juízes, generais e clérigos incultos, desprezadores do conhecimento e usurpadores do seu prestígio, são os culpados de tudo o que está acontecendo de mau neste país, e que, se esses charlatães não forem expelidos da vida pública, continuarão aumentando, com ou sem PT, com ou sem "impeachment", com ou sem "intervenção militar", com ou sem Smartmatic, com ou sem Mensalão e Petrolão. Desprezo pelo conhecimento e amor à fama que dele usurpa mediante o uso de chavões e macaquices são os pecados originais da "classe falante" no Brasil.

Só o homem de cultura pode julgar as coisas na escala da humanidade, da História, da civilização. Os outros seguem apenas a moda do momento, criada ela própria por jornalistas incultos e professores analfabetos, e destinada a desfazer-se em pó à primeira mudança da direção do vento. A cultura pessoal é a condição primeira e indispensável do julgamento objetivo. A incultura aprisiona as almas na subjetividade do grupo, a forma mais extrema do provincianismo mental.

Vou lhes dar alguns exemplos de desastres nacionais causados diretamente pela incultura dos personagens envolvidos.

Só pessoas prodigiosamente incultas podem ter alguma dificuldade de compreender que uma eleição presidencial com apuração secreta, sem transparência nenhuma, é inválida em si mesma, independentemente de fraudes pontuais terem ocorrido ou não. O número de jumentos togados e cretinos de cinco estrelas que, mesmo opondo-se ao governo, raciocinam segundo a premissa de que a Sra. Dilma Rousseff foi eleita democraticamente em eleições legítimas, premissa que lhes parece tão auto-evidente que não precisa sequer ser discutida, basta para mostrar que o estado de calamidade política e econômica em que se encontra o país vem precedido de uma calamidade intelectual indescritível, abjeta, inaceitável sob todos os aspectos.

Quando na década de 90 os militares aceitaram e até pediram a criação do “Ministério da Defesa”, foi sob a alegação de que nas grandes democracias era assim, de que só republiquetas tinham ministérios militares. Respondi várias vezes que isso era raciocinar com base no desejo de fazer boa figura, e não no exame sério da situação local, onde a criação desse órgão maldito só serviria para aumentar o poder dos comunistas. Mil vezes o Brasil já pagou caro pela mania de macaquear as bonitezas estrangeiras em vez de fazer o que a situação objetiva exige. Esse caso foi só mais um da longa série. Mesmo agora, quando a minha previsão se cumpriu da maneira mais patente e ostensiva, ainda não apareceu nenhum militar honrado o bastante para confessar sua incapacidade de relacionar a estrutura administrativa do Estado com a disputa política substantiva. Continuam teimando que a idéia foi boa, apenas, infelizmente, estragada pelo advento dos comunistas ao poder – como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra, como se fosse tudo uma soma fortuita de coincidências, como se a demolição do prestígio militar não fosse um item constante e fundamental da política esquerdista no país e como se, já no governo FHC, a criação do Ministério não fosse concebida como um santo remédio, com aparência legalíssima, para quebrar a espinha dos militares. Um dos traços mais característicos da incultura brasileira, já assinalado por escritores e cientistas políticos desde a fundação da República pelo menos, é a subserviência mecânica a modelos estrangeiros copiados sem nenhum critério.

Numa sociedade culturalmente atrofiada, a coisa mais inevitável é que todas as correntes de opinião que aparecem na discussão pública sejam apenas cópias ou reflexos de modelos impostos, desde o exterior, por lobbies e grupos de pressão que têm seus próprios objetivos globais e não estão nem um pouco interessados no bem-estar do nosso povo. Cada “formador de opinião” é aí um boneco de ventríloquo, repetidor de slogans e chavões que não traduzem em nada os problemas reais do país e que, no fim das contas, só servem para aumentar prodigiosamente a confusão mental reinante.

Como é possível que, num país onde cinqüenta por cento dos universitários são reconhecidamente analfabetos funcionais e os alunos dos cursos secundários tiram sistematicamente os últimos lugares nos testes internacionais, o currículo acadêmico de um professor continue sendo aceito como prova inquestionável de competência? Não deveria ser justamente o oposto? Não deveria ser um indício quase infalível de que, ressalvadas umas poucas exceções, o portador dessa folha de realizações é muito provavelmente, por média estatística, apenas um incompetente protegido por interesses corporativos? Terá sido revogado o “pelos frutos os conhecereis”? A interproteção mafiosa de carreiristas semi-analfabetos unidos por ambições grupais e partidárias tornou-se critério de qualificação intelectual?

Não é mesmo um sinal, já não digo de mera incultura, mas de positiva debilidade mental, que os mesmos apologistas do establishment universitário fossem os primeiros a apontar como mérito imarcessível do candidato Luís Ignácio Lula da Silva, em duas eleições, a sua total carência de quaisquer estudos formais ou informais? Não chegava a prodigiosa incultura do personagem a ser louvada como sinal de alguma sabedoria infusa? Todo sujeito que, à exigência de conhecimento, opõe o louvor evangélico aos “simples”, é um charlatão. Jesus prometeu aos “simples” um lugar no paraíso, não um palanque ou uma cátedra na Terra.

Publicado no Diário do Comércio.
http://olavodecarvalho.org
 

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  • Eurico Borba
  • 13 Setembro 2015


(Publicado originalmente no blog Diário do Poder, (Brasília), em 12/09/2015.)


Pretendo abordar um assunto prioritário que precisa ser resolvido nestes próximos dias, sob pena da história do Brasil ficar de tal forma maculada que as possíveis ações políticas futuras, redentoras da atual anarquia, serão comprometidas. Trata-se de homenagear uma virtude: a honra de um povo. Tal constatação é fato determinante para a vida de cada um em particular e para a sociedade brasileira como um todo, a não ser que aceitemos a possibilidade de viver numa sociedade de canalhas, amoral por definição.

A constância do deboche e da ofensa ética perversa não podem mais continuar a passar despercebidas da população sem que surjam gestos legais, efetivos e radicais, de repudio à atual conjuntura.

Não podemos aceitar cidadãos e cidadãs, com problemas a serem resolvidos pela justiça, já indiciados e denunciados, na direção do país à frente dos poderes da Republica. É impensável e inaceitável. Não há como ser condescendente com estes fatos. Acredito que o que nos resta, como um farol indicando o rumo a ser seguido para a preservação da democracia, é o Poder Judiciário.

Não há mais duvidas de que a Presidente vai ter de deixar o cargo em breve: ou pela ação do Superior Tribunal Eleitoral, ou pelo esperado parecer do TCU a ser apreciado pela Câmara Federal.

No entanto, o que não pode acontecer é que o processo legal, na Câmara dos Deputados, seja conduzido pelo Deputado Cunha, Presidente da Casa, já denunciado pelo Poder Judiciário. Seria um escárnio para com a nação: – um suspeito de corrupção presidir o julgamento de outra pessoa também suspeita de corrupção administrativa e de ter faltado com a verdade para com o povo que a elegeu. Isto não existe, é demais, não pode acontecer – e os parlamentares, irresponsáveis e incompetentes na sua maioria, não se movimentam sequer para protegerem a honra e a dignidade da Pátria, constantemente ultrajada, impedindo este inaceitável procedimento.

Todos os denunciados que ocupam cargos como o de Presidente da Câmara de Deputados e do Senado Federal, Deputados e Senadores, Ministros, por uma questão de simples decência, de dignidade, devem, (já deviam ter feito), se licenciar até que sejam julgados. Se forem absolvidos voltam.

Não é possível aceitar que a atual dramática crise política, seja conduzida por conchavos, compromissos de apoio futuros, numa nojenta articulação de mentes canalhas e amorais, se sobrepondo aos interesses da pátria que exige que a honra seja a primeira virtude a ser cortejada por todos, em quaisquer situações. A grave e complicada crise econômica e social não encontrará solução com a participação deste bando de suspeitos, de denunciados, de idiotas e irresponsáveis.
Nós, cidadãos e cidadãs, honrados, pacientes e ordeiros, exigimos que isto aconteça já. As próximas eleições estão muito distantes no tempo - não há como esperar em face da gravidade da crise que nos assola. Esperamos que os parlamentares providenciem, de imediato, o que for necessário para que as leis e os valores morais da nação prevaleçam.
Nós, o povo, não agüentamos mais tanto desrespeito e deboche. Basta. Parem de nos ofender e provocar.


Eurico de Andrade Neves Borba, 75, aposentado, escritor, ex professor e ex Vice Reitor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, um dos fundadores do PSDB em 1988, mora em Ana Rech, Caxias do Sul.
 

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  • Paulo G. M. Moura
  • 13 Setembro 2015


Dentre as propostas que o governo Dilma listou para aumentar as receitas do governo no contexto da crise fiscal em que meteu o país está uma que possibilitaria a brasileiros que tenham remetido capitais ao exterior irregularmente, repatriar esses valores mediante pagamento de tributos em troca da anistia pela evasão de divisas e sonegação fiscal.

A proposta teria nascido na CPI do HSBC e sido convertida em projeto de lei. A ideia consiste de extinguir a punibilidade dos crimes contra a ordem tributária e contra o sistema financeiro associados a ativos ilegalmente remetidos ao exterior. Para isso, os interessados em repatriar valores teriam que pagar à Receita Federal a alíquota de 17,5% e uma multa de mais 17,5%. O resultado da arrecadação da multa seria destinado a um fundo para compensar perdas de Estados em consequência da redução das alíquotas interestaduais do ICMS decorrente da virtual aprovação da equalização desse imposto entre todos os estados da federação.

A nova lei permitiria sanear os ativos irregularmente remetidos ao exterior e, em tese, geraria receita fiscal, hoje escassa em função da crise, sem criar privilégios em relação à situação vigente e sem extinguir eventuais punições aos crimes antecedentes à evasão.

Depois de desaparecer por um certo tempo, a proposta voltou à pauta, defendida pelo governo como medida necessária para responder ao rebaixamento da nota do Brasil pela agência Standard & Poor’s e evitar novos rebaixamentos pelas demais agências.

Segundo especialistas a evasão ilegal de capitais tem como principais origens a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, a corrupção, o contrabando, a extorsão e crimes conexos. Em todos esses casos, dizem os especialistas, a repatriação é improvável dado que os praticantes desse tipo de crimes não precisam, necessariamente, repatriar os capitais. Reza a lógica que, se já conseguiram lavar o dinheiro na transferência ao exterior, de modo a poder usá-lo em operações lícitas em outros países não teriam motivos para repatriá-lo.

Tendo isso em conta, e considerando a realidade brasileira presente, quem poderia se interessar, ou necessitar repatriar capitais hoje depositados no exterior?

Dado o cenário de recessão profunda e prolongada que se insinua, e a escassez de dinheiro, desvalorização do real e encarecimento do crédito em função da elevação da taxa de juros e perda do grau de investimento do país, é razoável supor que grandes empresas possam avaliar como interessante a possibilidade de pagar 35% (imposto de renda mais multa) ao leão para capitalizarem seus negócios com recursos próprios sem ter que recorrer a bancos.
Recorrendo à lógica apenas, tenho sérias dúvidas quanto à eficácia dessa medida. Afinal, se empresários desse quilate tem meios de evadir capitais do país sem pagar impostos e dispor desse dinheiro “limpinho” para investimentos no exterior, nada faz supor que, se assim o quiserem, não possam fazer o caminho inverso sem precisar arcar com a mordida de 35% do leão.

Sendo assim, quem mais poderia ter interesse na aprovação dessa lei?
Conforme os estudos antes referidos, recursos oriundos de corrupção estariam fora do espectro de possibilidades de repatriação de capitais. Mas, esses estudos, quero crer, dizem respeito a casos cujo objetivo seria o enriquecimento ilícito de quem pode se beneficiar da lavagem de dinheiro e sua aplicação no exterior sem a necessidade de sua repatriação.

Imaginemos, no entanto, o caso de um partido político envolvido num gigantesco esquema de corrupção, cuja máquina partidária, seus dirigentes e organizações satélites estejam viciadas no farto e prolongado financiamento ilícito com recursos roubados dos cofres públicos e que, flagrado com a mão na cumbuca vê secarem repentinamente as torneiras que irrigavam seus cofres.

Consideremos, além disso, que esse partido e seus dirigentes tenham estendido essa gigantesca teia de corrupção pelo exterior, através do desvio de dinheiro de um certo banco público de fomento; que tenha financiado obras públicas em países governados por ditadores amigos na África, América Central e Caribe, o que teria proporcionado o recebimento de pixulecos bem longe dos olhos e das garras do leão brasileiro.

Não seria essa nova lei uma excelente oportunidade de repatriar pixulecos “lavadinhos” para garantir o financiamento político de um partido-máfia em vias de extinção e desesperado pela sobrevivência? Ou então, de garantir a aposentadoria de seus dirigentes políticos decadentes, em vias de serem presos e precisando pagar caras bancas de advogados?

Os senhores governadores, senadores e deputados acreditam mesmo que a aprovação dessa lei vai compensar suas perdas com a equalização do ICMS?

Os senhores senadores e deputados estão dispostos a aprovar uma lei cuja finalidade real seria alimentar a sobrevivência de uma organização criminosa cujo único objetivo é eliminar todos os demais partidos para reinar sozinho?

(Membro do grupo Pensar+)
http://professorpaulomoura.com.br/
 

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  • Pedro Lagomarcino
  • 13 Setembro 2015

Mais uma vez, uma medida do atual (des)governo federal marcou a história do país. Lamentavelmente, mas é fato. Fruto de um atavismo intelectual e moral sem precedentes foi determinada a (re)construção dos “muros” da vergonha, nas imediações do Palácio do Planalto, para separar o povo, de sua principal mandatária, a Presidenta da República.Com isso, desfez-se, por si só, um autofágico discurso de que era possível reunificar o Brasil e haver uma reunificação. O (des)governo que tanto se dizia popular expôs a céu aberto sua total impopularidade.

É uma constatação: o nível deste atavismo intelectual e moral desafia senão a história do Brasil, a história de um dos países mais civilizados do primeiro mundo. Se em 1789 a França derrubou os muros da Bastilha do Ancien Régime, através do que representou (e ainda representa) o movimento intelectual da Revolução Francesa, o (des)governo federal do Brasil, na contramão da história e da evolução, determinou a (re)construção destes“muros”, de modo a transformaro habitatdo Palácio do Planalto, numa verdadeira Bastilha.Uma espécie de ode intempestivo ao absolutismo. Algumas diferenças são visíveis neste retrocesso,com mais de 225 anos, é claro. A primeira é que naBastilha brasileiranão se encontram intelectuais aprisionados para serem salvos, tal como havia na Bastilha francesa. Pelo contrário, os intelectuais brasileiros estão, aos milhões, do lado de fora, e clamam pela salvação, mesmo queem liberdade. Um paradoxo. A segunda é que as armas existentes dentro da Bastilha brasileirasão, consideravelmente, mais levese mais letais que as encontradas na Bastilha francesa do século XVIII. Vai ver são os sinais dos tempos. Em vez de pólvora, fuzise canhões, simplesmente as armas brasileiras são canetas utilizadas para “dar canetaços”, por dezenas de mãos que detém o poder e que estão manchadas de tinta,pelaprática reiterada, ao longo de 12 anos, de toda espécie de crimes, seja por ação, seja por omissão, seja com intenção ou culpa, destaco, contra asoberania do país, contra o povo brasileiro ou contra a Administração Pública.

No papel, consta que somos uma república federativa e que vivemos em uma democracia, “só que não”. Isso foi tornado visível com claridade solar, através da maior estrela, a Soberana Dilma Rousseff, a qual fez questão de registrar na íris dos cidadãos brasileiros a existência de um gigantesco hiato entre o discurso e a prática.Hiato este bem traduzido pela distância imposta acada brasileiro,do Rolls-Royce presidencial,do qual aSoberana acenava, não se sabe para quem, como se nada estivesse acontecendo ou por acontecer.Eis o retrato do desfile da Independência: um (des)governo manifesto, isolado, distante, incapaz,apático, esfacelado,sitiadodentro de si mesmo e completamente dependente de tudo que engendrou. A(re)construção dos“muros”da vergonha é o símbolo desta ideologia.Sobrou até para os militares, que no dia seguinte, tiveram de engolirum “canetaçoDilmático”, qual seja, o Decreto nº. 8.515/15. Em síntese, com tal ordem,as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica)foram tratadas como aspirantes aescoteirosdo Ministro da Defesa. Sim, pasmem,este mesmo que usa boné vermelho do MST.

São milhares de outros “muros” já instalados pelo (des)governo federal.“Muros” que representam a existência de uma verdadeira fábricafederalpara instalaçãoem série,de tudo que se tenha por inefetivo,em termos de gestão. Contanto que na gestão ocorra o locupletamento ilícito de verbas públicas, a fábrica federal de “muros” não apenas possuiexpertise, como é horsconcurs.“Muros” simbolizados pelo tamanho de tantas mentiras contadas e concretizadas pelas autoridades, das quais se infere que informações oficiais, hoje, se tornaramapenas a acepção do que se concebe como pífio. “Muros” de uma organização criminosa travestida de ParTidoPolíTico.“Muros” de corrupção, de improbidades, de imoralidades, de fraudes, de ilegalidades das mais diversas. “Muros” que ao serem instalados em série afetaram a geografia do território brasileiro, ensejando em um passe de mágica, a construção de mansões ou de castelos e de novos xeiques. A altura e extensão destes “muros” faz a muralha da China passar vergonha, quando vista do espaço sideral. “Muros” para delimitar as plantações de “laranjas” que frutificaram de norte a sul, como seus “empresários bem sucedidos”, ou “doutores com trânsito político”;ilustres desconhecidos que viraram celebridades, do dia para a noite, ostentandopatrimônios completamente incompatíveis com seus vencimentos. Ummisancene dailicitude ou da volatilidade de suas vidas, uma e outra dissolvidas logo na próxima investigação policial ou no próximo processo, tal como se dissolve um monte de açúcar,com oprimeiro jarro de água. Milhares de famílias se beneficiaram (e ainda se beneficiam) direta ou indiretamente deste “negócio” imoral e criminoso, às custas de milhões de brasileiros, através de um engodo apresentado ao mundo, com ares de nobreza ou como produto de um exemplar processo democrático, como se todos fossemos milhões de Cândidos. Só o Brasil mesmopara se tornar uma universidade de autoridades Panglossianas.Autoridades estas, das mais diversas, agraciadas como as respectivas moedas de trocas, de modo que cada uma, tal como quem se vende, certamente, recebeu mais do que realmente vale. Ministros se reunindo a portas fechadas com lobistas e empreiteiros que eram investigados e réus em processos. Quanta deferência para alguns, não é Excelências!

Até percentuais foram fixados, conforme o vulto de cada “negócio”, nos contratos da Petrobrás, para este ou para aquele partido, como propina.E quando tudo veio à tona, fomos “bombardeados” com propagandas em horário nobre, tentando nos fazer crer, que o sentimento que embalou os sonhos de gerações de umpaís, quando a referida Estatal foi fundada, nas promessas de uma nação com futuro próspero, é o mesmo que está nos corações de todos que agora. Uma manobra midiática, a duros golpes televisivos, tentando causar nos brasileiros um ufanismo, do inufanável, como se não soubéssemosdiscernir a mentira, da verdade. Os coraçõessabem ter pagado tributos por muito tempo, mais do que podiam e, por nada, porque os gestores do (des)governo foram os próprios usurpadoresdo poder. Não fosse isso, por que se cogita ainda novos tributos? Por que (re)implementar a CPMF? Por que aumentar a carga tributária? E por que não reduzir a carga atual?E os “muros” seguiram sendo construídos e sustentados não por nós brasileiros, porque nós jamais saberemos,com exatidão, as cifras do que revelou seja o mensalão ou a operação lava-jato. Não porque elas são imensuráveis, mas porque em se tratando de absolutismo, ou seja, de Brasil, somos inigualáveis na aplicação da Lei... a Lei do laissezfaire, laissezaller, laissezpasser (deixar fazer, deixar ir, deixar passar). Uma panaceia da irresponsabilidade das autoridades constituídas.

Se nos reportarmos ao período eleitoral, quando a Soberana postulava a reeleição, o povo já tinha ficadoatônito ao assistir o conselho dado a uma economista (com MBA)que para se recolocar no mercado de trabalho e ter um emprego deveria fazer os cursos do Senai ou do Pronatec. Não bastasse isso, o povo sabe e sente na carne imperara falta de empregos no Brasil, a despeito da Soberana ter afirmado não existir desemprego no país, em plena campanha de reeleição.O povo já sentia náuseas da Soberana ter posado com ares de indiferença, quando soube do agradecimento pelos “relevantes serviços prestados à nação”, a quem estava no Conselho de Administração da Hidrelétrica de Itaipú, sendo que este cidadão ao deixar o cargo,o fez sob as mais pesadas investigações da operação lava-jato. Que serviços foram estes eque nação foi esta é que gostaríamos de saber. Certo que não eram serviços recomendáveis. Mais certo ainda que a nação não pode tersidoo Brasil. Aliás, também é certo que este “companheiro de alguns” foi reconhecidopor muitos dos investigados na referida operação, como “Moch”, dada a perfeita identidade com os traços e as funções do carregador de... tcham, tcham, tcham...mochilas de dinheiro ilícito, para todos os cantos do país. Como se se já não bastasse seu antecessor na tesouraria do ParTidoter sido condenado, pelos mesmos crimes em que é investigado. O povo,até hoje não entende como ficava sabendo de tudo pelos meios de comunicação de massae a Soberana, mesmo sendo detentora do poder e de todas informações da Administração Pública, inclusive as reservadas, as restritas, as confidenciais, as sigilosas, e as de segredos de estado,alegavalevianamente, ou melhor, de forma trêfega, que não sabia de nada, seguindo a descompostura exemplar deseu antecessor, com “auréola de santo”, em outros tempos. O povo não tem mais condicionamento físico, para suportar as tantas “pedaladas fiscais”. Sente-se traído, quando dia a dia, desembrulha o pacote das promessas de campanha, todas sem exceção, reveladas como mentiras eprovas cabais da violação axiológica do teor de cada voto computado. Se é que houve lisura no processo eleitoral, pois o sistema adotado pelo Brasil foi rejeitado pelo Paraguai, pasmem, por falta de segurança e credibilidade. Pelo Paraguai! É dose! O povo foi subestimado com as tentativas do (des)governode tentar proibir a CPI do BNDES, para que não viessem à tonanegócios escusos, a exemplo dos feitos com o governo de Cuba, bem como diante da prevaricação e da omissão daSoberana,dado o “êxito dos negócios” de um comerciante que,em um ano, não passava de alguém que atuava no ramo de fechamento de varandas e, do dia para noite, apareceu com duas empresas de engenharia (mesmo sem ser engenheiro)estabelecidas em Angola, só que agora,seusnegócios eram enlaçados com a Odebrecht, via BNDES, simplesmente,por ser conhecido na Corte, como “sobrinho de Lula”. Não cabe mais a Soberana culpar o tomate da sexta básica pela inflação, nem saudar a mandioca, como uma das maiores conquistas do Brasil. Verdade seja dita, não cabe mais muita coisa.E o que principalmente não cabe mais é esperar, porque se tudo continuar como está, não restará mas Brasil dentro de poucos meses.

“Muros” que pareciam muralhas. Aos olhos de quem os construiu e de quem os permitiu construir, pareciam intransponíveis. Aos olhos de quem sentiu na carne, realmente, o impacto da construção de cada um, seus construtores sempre foram pequenos, muito pequenos.“Muros” que não servem para edificar um país. Estes “muros” nos separam e nos destroem e não podem ser tratados como uma empreitada que nos enriquece.
Impõe-se cassar as canetas deste absolutismo e defenestrar, pelas vias constitucionais, democráticas e republicanas, estas autoridades da vida pública brasileira.
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Dr. Pedro Lagomarcino
OAB/RS 63.784

* Especialista em Direito da Propriedade Intelectual - FADERGS
* Especialista em Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual - AVM/Cândido Mendes
* Especialista em Gestão Estratégica, Inovação e Conhecimento - ESAB
 

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  • David Coimbra - ZH
  • 11 Setembro 2015

O “Caso Fábio Júnior” resume a política brasileira .

Note : Fábio Júnior é um artista que nunca tinha sido ativo politicamente .

Manifestou-se no domingo , enrolado numa bandeira nacional , durante um show .

Deu sua opinião , de conteúdo mais ou menos consensual entre os brasileiros , e se excedeu na forma , ao criticar Lula e Dilma . Certo .

Na mesma noite , poucas horas depois de sua manifestação , as redes sociais já estavam abastecidas com reproduções do seu discurso , festejando-o , sim , mas também atacando-o através de variados tópicos , matérias , notas e artigos .
Levantou-se até o hipotético número de cirurgias plásticas a que ele se submeteu e de shows em que supostamente se apresentou bêbado ou drogado , entre outras insinuações acerca de sua conduta pessoal e competência profissional .
É a fórmula que os governistas consagraram neste século , sempre que identificam um inimigo . Idéias não são debatidas ; o autor das idéias , sim .

A reputação é vilipendiada , e para isso os governistas se valem de uma rede formada por guerrilheiros virtuais e intelectuais cooptados , todos eles recebendo vantagens diretas ou indiretas do dinheiro público manuseado pelo governo .

É uma manobra profissional .

Defendeu o governo ? Dê uma pesquisada . Em algum momento , ganhou um mimo pago com dinheiro público .
Mas quero voltar a Fábio Júnior .

Quem é Fábio Júnior ? Ele é a representação perfeita do brasileiro que não tinha paciência com política e que , agora , decidiu atuar .

Essa massa de brasileiros , em geral pertencente à classe média , estava ocupada com seus afazeres . As cabeças das pessoas andavam ocupadas com o chefe chato , com as agruras do seu time de futebol , com as artes dos filhos e com eventuais cônjuges ou candidatos a .

Política ? Só na véspera da eleição . Enquanto isso , as instâncias do Estado foram sendo preenchidas pelo partido dono do poder .

O PT encaminhou os recursos públicos para atendimento de seus interesses .Criou uma casta de beneficiários . Não tome o mau exemplo ; tome o bom : os aparentemente positivos investimentos na educação de nível superior . Universidades e faculdades foram criadas graças a programas federais . Essas faculdades estão tomadas de alunos mal formados por um ensino básico e fundamental deficiente . Importa ao governo que as escolas públicas que esses alunos freqüentaram sejam ruins ? Não . Importa que as faculdades para onde eles foram empurrados sirvam como ótimo negócio para seus proprietários e como bolsões de apoio ao partido .

O governo do PT não trabalhou para o país ; trabalhou para se eternizar no poder .
Foi precisamente a constatação do uso desvirtuado da coisa pública que arrastou para a política um oceano de gente que não se interessava por esse tipo de assunto pastoso .

Gente como Fábio Júnior , que fez uma manifestação singela , porque partiu de um homem singelo . Em certo momento , empolgado com a vibração da platéia com seu discurso , Fábio Júnior passou dos limites da boa educação .
Mas até aí ele foi o que é : um homem simples , sem sofisticação ideológica . São essas pessoas simples e sem sofisticação ideológica que dizem algumas bobagens quando se manifestam contra o que acham errado , como aquelas que identificam na volta da ditadura a oposição ao governo do PT .

É uma besteira : o PT não é o oposto da ditadura .

São excessos naturais de pessoas que começaram agora a fazer política . Pessoas que , como Fábio Júnior , estavam quietas e que se viram impelidas a fazer política devido às ações do governo . Foi o PT quem pariu milhões de Fábios Júniors .

Quem os pariu que os embale .
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