Sim, exatamente isso - e em letras garrafais. Li a matéria de capa deste fim de semana da Veja (A FORÇA DA DIREITA) e, como cientista político, fiquei abismado com o conteúdo. Raso, distorcido e cientificamente errado.
Em resumo, pois poderia escrever a noite toda sobre o assunto: a matéria classificou o PSDB - um partido social-democrata - como direita e fez uma caricatura de cinco supostos "tipos da direita" (como a revista se referiu, literalmente, a Caiado, Feliciano, Meirelles, Bolsonaro e Holiday). Não mencionou o partido NOVO e a proeza de eleger quatro vereadores em quatro capitais brasileiras (BH, SP, RJ e Porto Alegre) - e não estou aqui dizendo que o NOVO é de "direita" por ser "liberal", mas é sem dúvida um partido que merecia menção nesta edição. Podia ter tratado sobre o número incrível de jovens que foram às ruas e que agora se elegeram vereadores municipais.
Mas, não.
A matéria de capa de Veja achincalhou o "conservadorismo" como termo pejorativo sempre que pôde e deu status científico ao termo "neoliberal", que nada mais é do que um monstrengo ideológico em forma de palavrão criado pela esquerda para xingar um liberal clássico, mais ou menos no mesmo patamar de outro palavrão de ocasião da mortadelada: "fascista".
Com TANTOS cientistas políticos no Brasil, uma única fonte foi consultada para a matéria para fazer a classificação partidária no Brasil. UMA ÚNICA FONTE! E, ainda por cima, para uma matéria de capa! Foi consultado o cientista político Adriano Codato, da Universidade Federal do Paraná. Basta uma pequena visita ao Google para ver que é um acadêmico marxista. Exemplos de artigos publicados: "O marxismo e o elitismo"; "Marx e seu legado para a teoria contemporânea do Estado capitalista"; "Marxismo como ciência social". Para coroar: Codato é signatário de uma "carta contra arbítrios da Lava Jato", ao lado de "intelectuais" do quilate de Marilena Chauí, aquela que ODEIA a Classe Média (não acredita? Dá uma olhada
aqui: http://www.valor.com.br/…/intelectuais-divulgam-carta-contr…)
Sim, um sectário inimigo da Lava Jato foi o "especialista" entrevistado como fonte de Veja para uma matéria que tinha tudo para ser ótima na esteira da derrocada da esquerda petista nas eleições do último domingo.
Quem te viu, quem te Veja! Que decadência, que matéria mais pobre e manipuladora! A matéria de capa intencionava mostrar ao leitor a "força da direita". O que ela realmente demonstrou ao leitor atento é a "força da esquerda" nas redações brasileiras. Inclusive de Veja.
Simplesmente porque elas não oferecem risco às vítimas e aos policiais. Se forem proibidas e tornado crime o seu porte, os bandidos usarão armas reais. A vantagem de bandidos usarem essas armas é justamente por não ser crime. Em sendo crime, qual a vantagem de usarem uma arma de brinquedo e não uma real? Nenhuma!
Atentem para o que disse o repórter no final da reportagem. O "adolescente" tinha dez registros de "imprudência". O crime mudou de nome.
https://www.youtube.com/watch?v=hBYfzcQhQ1E
É por isso que o ART. 126 do relatório do PL 3722/2012 precisa ser excluído do texto.
A Globo em sua sórdida campanha pelo desarmamento civil vem atacando armas de brinquedo e air soft, pois bandidos as usam no cometimento de crimes. Se forem proibidas e tornarem crime o porte destas, os bandidos usarão armas reais que, obviamente, oferecem risco real às vítimas e policiais. Estão mais preocupados com o susto (risco subjetivo) e não com a impossibilidade de ferimentos.
Mas por trás da aparente imbecilidade e falta de lógica, existe o objetivo maior de evitar que crianças brinquem com essas armas de brinquedo e que venham a querer uma real quando adultos.
A estratégia faz parte do processo de emasculação, de acovardamento da população.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/06/aumentam-os-assaltos-com-armas-falsas.html
O absurdo consta no relatório do PL 3722/2012, que será votado em plenário.
Art. 126. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo que com estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição do caput:
a) as armas de pressão por ação de mola, ar comprimido ou gás comprimido de calibre igual ou inferior a 6mm, os lançadores de projéteis de plástico maciços (airsoft) e os lançadores de projéteis de plástico com tinta em seu interior (paintball);
b) as réplicas e simulacros de armas de fogo destinados à instrução, adestramento, prática esportiva, coleção de usuário autorizado e para fins artísticos, tais como teatro, cinema ou televisão, que serão regulamentadas pelo Exército Brasileiro;
c) os brinquedos lançadores de água ou espuma que adotam cores chamativas não utilizadas na fabricação de armas de fogo, tais como amarelo, vermelho, azul, verde, laranja e roxo ou a combinação de várias cores.
JUSTIFICATIVA PARA EXCLUIR ESTE ARTIGO
Trata-se de simples demonização das armas, a partir dos brinquedos. É inócua medida, eis que nada de útil traz. Dificulta a crianças e adolescentes conhecerem as profissões às armas ligadas, mormente asMilitares e Policiais. Nada fará sobre crimes cometidos com simulacros. Nem deve. Bem fez o Relator ao eximir de crime o uso de simulacros ou brinquedos no cometimento de outros crimes.
O uso de brinquedos ou simulacros em crimes não pode nem deve ser apenado. Quanto mais os criminosos optem por usá-los em suas ilegais atividades menor o risco objetivo a ser enfrentado por pessoas que sejam por eles abordadas e por policiais que tenham de contê-los. É recomendável sempre crer que um criminoso tenha arma real e municiada. Contudo, inexiste motivo para que isto seja sempre verdade.
Sobre armas de brinquedo. Há de se considerar a diferença entre risco objetivo e subjetivo. Um objeto com aspecto de arma de fogo pode ser usado para intimidar a vítima de um crime como roubo ou estupro. É um risco subjetivo. Porém, caso o objeto seja um brinquedo ou simulacro, o risco objetivo é quase nulo. Será impossível ao criminoso e injusto agressor atirar, já que o objeto não pode disparar. Ao se criminalizar a conduta de utilizar um brinquedo ou simulacro no cometimento de um crime aumenta-se o risco objetivo de qualquer pessoa que possa vir a ser vítima, eis que o criminoso não terá vantagem nenhuma em usar brinquedo ou simulacro. O mesmo vale para a proibição da produção ou venda de tais objetos.
Não criminalização do porte de arma de brinquedo. Sendo crime o porte de arma real e de arma de brinquedo, evidentemente que o criminoso, não havendo vantagem nenhuma em portar uma arma de brinquedo, preferirá portar uma arma verdadeira, oferecendo assim risco real à vida da vítima e dos policiais em eventual confronto.
Que 100% dos crimes que ocorram sejam cometidos com simulacros e brinquedos. Isto reduzirá o risco objetivo das vítimas, a restar apenas o subjetivo.
Os brinquedos são vistos por crianças e adolescentes como... brinquedos!
Caso inexista brinquedo em forma de arma de fogo em lojas ele pode ser feito em casa com madeira, cartolina ou qualquer outro material.
Precisa ser permitida a fabricação de armas de brinquedo e o seu porte não pode se tornar crime.
(Publicado originalmente em http://libertatum.blogspot.com.br/)
Na sua obra A Arte da Guerra, o general Sun Tzun estabelece que a “invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante.” Essa citação do grande teórico chinês da estratégia militar é para nos lembrar da imediata, acertada e firme decisão das FFAA brasileiras no enfrentamento da guerrilha comunista no século passado. Sobretudo na guerrilha rural. E também a propósito da ausência da mesma atitude no exército colombiano tão logo surgiu à guerrilha comunista no seu país há mais de sessenta anos. Certa vez o General Augusto Heleno, em entrevista sobre o bando mega - criminoso e subversivo auto-intitulado de “forças armadas revolucionárias da Colômbia”, lembrou exatamente o quanto o exército brasileiro foi responsável e eficiente em ter atacado logo no seu inicio á guerrilha comunista que estava se instalando na Amazônia. Não lhe deu a mínima chance de sobrevida. Dizimou-a.
Todos sabem do altíssimo custo que esse descaso inicial (quase leniência) que o exército colombiano fez causar ao seu país: milhares de vítimas na população civil colombiana, com assassinatos, atentados, mutilações, seqüestros, destruição de igrejas e povoados, campos de concentração, aliciamentos e seqüestros de jovens e crianças para servir á guerrilha, inclusive como escravas sexuais. Num dado momento, no passado, o exercito colombiano resolveu agir premido pela população e enorme baixa de oficiais assassinados. Mas já era tarde demais. O câncer vermelho já havia se fortalecido muito e estabelecera na Colômbia uma matança só parecida com a revolução marxista de Fidel Castro contra a população cubana além de ter destruído o país com o socialismo.
E, decorridos todo esse período de humilhação e dor impostos ao povo colombiano pelos monstros da guerrilha comunista, o que vemos? A premiação do governo Colombiano com o Premio Nobel da Paz, por um acintoso e cínico acordo que legaliza e legitima os mega-criminosos e esbofeteia á memória dos milhares de suas vítimas, vivas, e mortas. E espanca o sentimento de dor e justiça da nação colombiana. Que ainda buscando forças entre as lagrimas e toda a dor existente em sua alma ainda rebelou-se contra mais esse ato bárbaro do marxismo, que agora maquia sua máscara sanguinária e de algoz dos colombianos, de vestal da paz. O povo sabe que é mais uma armadilha comunista na tentativa de escravizá-lo, via democratismo com as eleições.
E lembrar que no governo comunista do PT recém-deposto no Brasil se andava firmando acordos de atuação com essa mega-organização criminosa colombiana...
Sim, Sun Tzun também fala em sua obra da importância da paz. E evidentemente, tudo estando adequado ao momento, disposição e ação ou inação dos atores no cenário.
Felizmente, a pronta ação histórica do exército brasileiro foi ter decepado á tempo a cabeça do monstro.
* Ivan Lima é editor de Libertatum
No dia seguinte ao debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo na TV Globo, em que a pichação foi criticada por João Doria (PSDB) e Marta Suplicy (PMDB), o Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, na zona sul, e a Estátua do Borba Gato, em Santo Amaro, na mesma região, amanheceram cobertos de tinta colorida: rosa, verde, amarelo e azul.
A barbárie é ponta do iceberg de algo mais grave: a degradação das cidades e a incompetência arrogante das suas autoridades. A reação do prefeito Fernando Haddad (PT) foi emblemática. Em campanha na zona leste, Haddad disse achar que as pichações podem ser fruto da radicalização criada no debate.
“Acho que tem a ver com o tipo de provocação que foi feito no debate. Quando você instiga as pessoas, desafia as pessoas, como Doria e Marta fizeram, dizendo que ‘não vai acontecer nunca mais’. Não é assim que se fala com as pessoas, se dialoga”, afirmou. Lamentável. É a defesa do diálogo demagógico e transgressor. O crime não deve ser punido. A lei não deve ser cumprida. No episódio, a cidade de São Paulo foi demitida por seu governante.
O centro antigo de São Paulo, por exemplo, está à deriva. Edifícios pichados, prédios invadidos, gente sofrida e abandonada, prostituição a céu aberto, zumbis afundados no crack, uma cidade sem alma e desfigurada pela ausência criminosa do poder público.
Nós, jornalistas, precisamos mostrar a realidade. Não podemos ficar reféns das assessorias de comunicação e das maquiagens que falam de uma revitalização que só existe no papel. Temos o dever de pôr o dedo na chaga. Fazer reportagem. Escancarar as contradições entre o discurso empolado e a realidade cruel. Basta percorrer três quarteirões. As pautas não estão dentro das redações. Elas gritam em cada esquina. É só pôr o pé na rua e a reportagem salta na nossa frente. Os jornais precisam ter cheiro de asfalto.
Jornalismo é isso: mostrar a vida, com suas luzes e suas sombras. São Paulo, a cidade mais rica do País e um dos maiores orçamentos públicos, é um retrato de corpo inteiro da falência do Estado.
Também o Brasil, um país continental, sem conflitos externos, com um povo bom e trabalhador, está na banguela. Os serviços públicos não funcionam. Basta pensar na educação. A competitividade global reclama crescentemente gente bem formada. Quando comparamos a revolução educacional sul-coreana com a desqualificação da nossa educação, dá vontade de chorar. A assustadora falta de mão de obra com formação mínima é um gritante atestado do descalabro da recente “pátria educadora”. Governos sempre exibem números chamativos. E daí? Educação não é prédio. Muito menos galpão. É muito mais. É projeto pedagógico. É exigência. É liberdade. É humanismo. É aposta na formação do cidadão com sensibilidade e senso crítico.
O custo humano e social da incompetência e da corrupção brasileira é assustador. O dinheiro que desaparece no ralo da delinquência é uma tremenda injustiça, uma bofetada na cidadania, um câncer que, aos poucos e insidiosamente, vai minando a República. As instituições perdem credibilidade numa velocidade assustadora.
Os protestos que tomaram conta das cidades precisam ser interpretados à luz da corrupção epidêmica, da impunidade cínica e da incompetência absoluta da gestão pública. Há uma clara percepção de que o Estado está na contramão da sociedade. O cidadão paga impostos extorsivos e o retorno dos governos é quase zero. Tudo o que depende do Estado funciona mal. Educação, saúde, segurança, transporte são incompatíveis com o tamanho e a importância do Brasil. Os gastos públicos aumentaram assustadoramente.
A Lava Jato trabalha bem. Mas a percepção de impunidade é ainda muito forte. Ela empurra a democracia para uma zona de risco. Os governantes precisam acordar. As vozes das ruas, nas suas manifestações legítimas, esperam uma resposta efetiva, e não um discurso marqueteiro. A crise que está aí é gravíssima. A gordura dos anos de bonança acabou. A realidade está gritando no bolso e na frustração das pessoas. E não há marketing que supere a força inescapável dos fatos. Os governos podem perder o controle da situação.
Promessas surrealistas e imagens produzidas fazem parte da promoção de alguns políticos e governantes. Assiste-se, diariamente, a um show de efeitos especiais capazes de seduzir o grande público, mas, no fundo, vazio de conteúdo e carente de seriedade.
Nós, jornalistas, temos um papel importante. Devemos dar a notícia com toda a clareza. Precisamos fugir do jornalismo declaratório. Nossa missão é confrontar a declaração do governante com a realidade dos fatos. Não se pode permitir que as assessorias de comunicação dos políticos definam o que deve ou não ser coberto. O jornalismo de registro, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do País real. Precisamos fugir do espetáculo e fazer a opção pela informação. Só assim, com equilíbrio e didatismo, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório.
Transparência nos negócios públicos, ética, boa gestão e competência são as principais demandas da sociedade. Memória e voto consciente compõem a melhor receita para satisfazê-las. Devemos bater forte na pornopolítica. Ela está na raiz da espiral de violência que sequestra a esperança dos jovens e ameaça nossa democracia.
A sociedade está cansada da inconsistência de alguns governantes, de tanto jogo de faz de conta, de tanto cinismo. Quer mudança. Quer um projeto verdadeiramente transformador.
As cicatrizes que desfiguram o rosto de São Paulo e do Brasil podem ser superadas. Dinheiro existe, e muito. Falta vergonha na cara, competência e um mínimo de espírito público. Façamos reportagem. Informação é arma da cidadania.
* O autor é jornalista.
difranco@iics.org.br
O ex-presidente Lula, que já elegeu dois postes, agora não conseguiu reeleger vereador seu próprio filho – em São Bernardo do Campo, coração do PT. Onde o partido foi fundado (no neoclássico Colégio Sion de Higienópolis), São Paulo, o prefeito do PT perdeu por 2 milhões de votos de diferença. E nem quis depoimento de Lula no horário eleitoral, para não piorar. No maior estado, São Paulo, o partido afundou em 88% das prefeituras que tinha. O PT encolheu no país inteiro, reduzido a 40% das prefeituras que comandava. Até no Nordeste, onde lula apostava na sobrevivência do PT, o partido encolheu. Ao grito de Fora Temer!, o eco das urnas respondeu com um Fora PT.
As chances de Lula concorrer em 2018 despencaram. De um lado as urnas de domingo e de outro a Lava-Jato e a Justiça. Ele já foi denunciado duas vezes e não foi levado a Curitiba pela Polícia porque algo aconteceu no Aeroporto de Congonhas. Ele e Dilma, em 13 anos de administração petista, provocaram recessão no país que causa 12 milhões de desempregados, a volta da inflação, juros altos, desestruturação da economia e uma corrupção institucionalizada como nunca antes na história deste país. Lula deu de presente as instalações bolivianas da Petrobrás a Evo Morales e Dilma aprovou a compra de uma refinaria enferrujada no Texas. Quando gritam Golpe! O eco nos tanques vazios da Petrobrás responde com a mesma palavra.
Simbolicamente, o PT ficou confinado ao Acre, no extremo oeste do Brasil, mais próximo do Oceano Pacífico que do Atlântico. Rio Branco foi a única capital em que o PT se impôs. Aliás, foi mérito do prefeito que se reelegeu, que fez ótima administração e não usou na campanha os símbolos da cor vermelha e da estrela. Rio Branco é uma cidade exemplar, limpa e com suas ocas – centrais de serviços públicos. É um lugar onde até as UPAs funcionam. E um estado onde o PT ainda é aquele partido da ética, atributo perdido no resto do país para a corrupção institucionalizada, que começou já no primeiro mandato de Lula, com o mensalão. Se o PT ainda tiver esperança de renascer das cinzas, terá que decolar essa Fênix a partir do exemplo do Acre. Será que o resultado do Acre encontrará eco no PT do petrolão?
Vai ser difícil esse partido modificar seu caráter degradado pelo poder. O PT não teve a maior das virtudes, a humildade, e Lula, primeiro e único, se sente majestade. Nem a polícia levando quase todas as figuras importantes do partido, apeou os petistas da arrogância desafiadora de proprietários absolutos da verdade. Impregnados de uma ideologia que não deu certo em lugar nenhum do mundo e embriagados pelo poder, anestesiaram a ética original para realizarem as operações que hoje acabam em prisões, polícia, ministério público e justiça. Teria sido um bom combate se a causa não tivesse se tornado tão viciada. Se alguém gritar Ética! talvez só encontre eco no distante Acre.
(Publicado originalmente no www.institutoliberal.org)
Na esteira do artigo publicado por Rodrigo Constantino na revista Istoé desta semana, no qual ele narra duas histórias fictícias em que Liberais e Conservadores perdem a vergonha de assumirem suas convicções (relatos do gênero, na vida real, estão se tornando bastante comuns), proponho debater o caminho que precisa ser trilhado por um Esquerdista no esforço de clarear sua mente e livrar-se do jugo do politicamente correto, do ideário “progressista” e da cultura de dependência do Estado. Tal atividade consiste em traçar um “caminho da servidão” às avessas, através do qual o outrora inocente útil logrará livrar-se dessa ideologia que está mais para uma patologia – como bem explicado por Tom Martins.
Parcela significativa de minhas sugestões parte da experiência própria (fui “isentão” por bastante tempo), de maneira que posso atestar sua eficácia. E prestar auxílio aos afetados por essa esquizofrenia é tarefa que ganha relevo na medida em que, desde a revolução cultural de maio de 1968, a população inteira do país consome os princípios desta doutrina sem nem mesmo dar-se conta, de forma congênere e na mesma proporção com que ingere Iodo no sal de cozinha – precisamente como almejava Antonio Gramsci.
Novelas, filmes, seriados, livros de ficção, aulas de História, de Geografia (e mais recentemente Filosofia e Sociologia), músicas, tudo sempre esteve carregado pelo marxismo cultural e sua subversão aos valores que constituem a base da sociedade ocidental, como a família, a religião, a prosperidade, e, inclusive, a arte e o bom gosto estético.
Momento mais propício para esta expurgação do que o atual nunca houve, considerando-se que a Internet propiciou a disseminação dos princípios contrários ao propagandeados pelo jornalismo como um todo (categoria profissional das mais contaminadas pelo vírus esquerdista).
Vamos, então, ao roteiro que pode ser denominado de “oito passos do membro do CA (comunas anônimos)”, e o primeiro cobaia será ZÉ COMUNA, o qual é usuário deste entorpecente há 10 anos e ofereceu-se para participar do programa, com especial incentivo de seus pais e demais familiares:
1. Procurar voluntariamente o tratamento: Zé Comuna não pode, simplesmente, ser conduzido pelo colarinho até uma aula sobre a teoria dos ciclos econômicos de Mises, sob o risco de ele levantar-se durante a preleção do instrutor e gritar “Fora, Temer”, com direito à cusparada nos colegas. É necessário, com calma e persistência, mostrar-lhe as contradições da Esquerda, as incongruências do Feminismo, a situação dos pobres nos países com governos socialistas (se possível, leve-o para um passeio em Caracas, mas procure levar marmita de casa), a condição dos “pobres” nas nações com economias liberalizadas, enfim, jogue diante dos seus olhos as evidências, e direcione suas preces para que ele recobre os sentidos. Se tudo der certo, Zé Comuna irá experimentar uma epifania, e partirá para o segundo passo;
2. Admitir o problema: Não há como estabelecer algo mais básico neste processo de depuração: encarar a realidade e reconhecer que enveredou pela direção errada. Enquanto o indivíduo seguir buscando formas de justificar suas atrofiadas crenças em detrimento dos fatos que observa (ou, pior ainda, desprezando os fatos), prosseguirá achando que Hitler era um extrema-direita, que Che Guevara é um herói da humanidade, que Stalin só queria melhorar a vida do proletariado russo. Zé Comuna, então, em sua primeira sessão no grupo de apoio, deve levantar-se em meio a todos, dizer seu nome, e declarar: “eu sou um idiota útil da Esquerda”, ao que todos os presentes devem responder: “bem-vindo, Zé Comuna”;
3. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:32)”: Após interromper o deslocamento à Esquerda, nada mais natural que o peregrino passe a rumar em direção ao Conservadorismo e ao Liberalismo Clássico, no intuito de recuperar o tempo perdido no DCE (e demais antros do gênero) e nos protestos com a galera do PSOL. E, nesta empreitada, é fundamental que ele procure preencher todos os vácuos deixados por seus professores e pela mídia durante sua vida inteira.
Zé Comuna deve perguntar-se por que ele nunca havia ouvido falar que o Comunismo deixou um rastro de mais de 100 milhões de mortos por onde passou; por que ele achava que a crise financeira de 2008 foi causada pelo Capitalismo, e não pela intervenção indevida dos bancos centrais na economia; por que lhe disseram que a igualdade total era o objetivo primeiro a ser buscado em um país; por que havia se deixado convencer que o sexo do indivíduo é determinado pela sociedade?
Zé Comuna, neste período, precisa receber ajuda externa, pois não é moleza encontrar fontes de informação esterilizadas e com garantia de procedência conservadora ou liberal – momento em que ganha especial relevância o trabalho de todos aqueles comunicadores da grande rede, protagonistas em websites, canais do Youtube e podcasts, bem como de escritores da nova geração, que difundem o contraponto a tudo aquilo que ele considerava como verdadeiros dogmas até então;
4. A Busca deve ser Racional, e não Emocional: Que tristeza ver tanta injustiça com os pobres trabalhadores retratados no livro “OS Miseráveis”, de Vitor Hugo; que tocante ver Adam Sandler morrer dizendo que se arrepende de ter trabalhado tanto e construído a maior empresa de construção civil do país, no filme “Click”; que empolgante cantar, ao final de “Faroeste Caboclo”, que João de Santo Cristo só queria pedir para o Presidente ajudar os sofredores; e que divertido deixar a vida nos levar, como sugere Zeca Pagodinho.
Mas chega de emoções por hoje, né, Zé Comuna? A partir de agora, busque sentido no que lê, assiste e escuta. Empregados da revolução industrial trabalhavam como burros de carga? Sim, mas somente aqueles que escaparam da inanição e da altíssima mortalidade anteriores a esse período; a empresa de Michael Newman empregaria milhares de pessoas, não fosse apenas um filme de comédia; João de Santo Cristo não era vítima do “injusto” sistema capitalista, como Renato Russo (filhinho de papai entediado) te quis fazer crer, mas sim um traficante vagabundo – não tivesse saído da carpintaria, quem sabe ainda estivesse vivo e com netos; e não deixe o acaso determinar seus rumos em hipótese alguma, pois o planejamento vai fazer toda a diferença na sua vida. Enfim, Zé Comuna: fuja da armadilha sentimentalóide, respire fundo e não deixe a mensagem subliminar entrar. E, neste intuito, dois minutos raciocinando de forma honesta são suficientes;
5. Tenha Paciência consigo mesmo: O processo de descompressão pós-esquerdismo é lento e, por vezes, dolorido. Olhar para trás e perceber a quantidade de disparates repetidos à exaustão e a estultícia da maioria dos posicionamentos outrora adotados pode mexer com a autoestima facilmente. Extrair um tumor maligno costuma ser bastante traumático. Por isso, Zé comuna não pode ter pressa. É um dia depois do outro, como bem sabem os dependentes de narcóticos que frequentam clínicas de reabilitação. A cada novo encontro no grupo, ele precisa relatar cada pequena vitória e as dificuldades enfrentadas. Quando ele completar um ano sem dizer “não vai ter golpe”, deve ser agraciado com aquelas medalhinhas comemorativas. E assim ele vai em direção à cura, mas sem perder de vista que jamais estará 100% livre da ameaça: qualquer relaxamento e a tentação de posar de bom moço anticapitalista para compensar problemas emotivos, sentir-se benquisto pelos professores ou pegar aquela colega de faculdade bicho-grilo pode bater forte. Cochilou, o cachimbo cai – e a foice e o martelo sobem;
6. Pratique os novos aprendizados: Nada trará mais ânimo para Zé Comuna em sua saga do que constatar, em sua própria vida, quão benéficas serão as transformações por ele sofridas. A pessoa mais rica da cidade tem 500 vezes mais dinheiro que ele? Certamente este Tio Patinhas não ingere 500 vezes mais calorias, ou atinge uma longevidade 500 vezes maior; sem problema então, desde que sua fortuna tenha sido erigida honestamente – neste caso, ele gerou valor para todos ao seu redor. Seu pai chamou-lhe a atenção porque não está estudando o suficiente? Não se trata de um patriarca opressor que deseja vê-lo inserido em um sistema cruel, mas sim alguém preocupado com seu futuro. Tomou bronca do chefe que lhe pediu mais esforço? Nada de pedir indenização por assédio moral na Justiça; partiu mostrar serviço. A língua inglesa está em todo lugar? Nada de chamar britânicos e americanos de “malditos imperialistas”, e sim agradecê-los por nos terem fornecido uma linguagem universal, coisa que a humanidade tentou implantar por muito tempo sem sucesso (vide o fracassado Esperanto). Que coisa boa ver o ressentimento e a inveja esvaecerem, né, Zé Comuna? Dizem que é bom até para a pele;
7. Substitua sua Fé no Igualitarismo por Outra: Abandonar uma “religião secular” como a Esquerda pode provocar no aluno do programa de desintoxicação ideológica uma perigosa sensação de abstinência. Afinal, era com muita paixão que Zé Comuna devotava seu tempo à missão de “construir um mundo melhor” – antes de arrumar o próprio quarto, claro. É necessário, portanto, que sua energia outrora voltada para eleger Luciana Genro seja canalizada para outras direções, tais como um culto religioso, um esporte, uma nova profissão, uma atividade filantrópica, uma esposa, um filho, um cachorro. Enfim, o importante é ele trocar o anseio por “mudar a humanidade” (para o lamento de Pol Pot e Cia) e passar a buscar, justamente em outros seres humanos, até mesmo em suas imperfeições e falhas, motivações para acordar todo dia e seguir em sua jornada diária;
8. Não abandone os círculos de amizade: Após tanto tempo convivendo com os mais diversos estereótipos da Esquerda, desde os veganos inveterados, passando pelos pichadores do Monumento às Bandeiras, até os ditos socialistas que curtem tomar café na Champs Elysées, Zé Comuna ficará sem nenhum amigo caso simplesmente dê as costas a seus antigos “camaradas”. Ao invés de desdenhar daqueles que não tiveram a mesma sorte, ele deve procurar direcioná-los para o mesmo caminho por ele trilhado – mas sem esquecer-se do 1º passo, ou ele será simplesmente ejetado dessas turmas (tratamento destinado a todo coxinha/fascista/nazista/machista/homofóbico).
Se tudo tiver dado certo, Zé Comuna precisará de um novo apelido após concluído o programa. Mas acredito que seus pais, irmãos e amigos resolverão este problema facilmente, radiantes de poder contar com uma pessoa totalmente renovada em seu cotidiano. Hélio bicudo (um dos fundadores do PT e subscritor do pedido de Impeachment de Dilma Rousseff) e o cantor Lobão (que chegou a pedir votos para Lula ao vivo no Faustão e hoje apoio o livre mercado e a redução do tamanho do Estado) são casos bem sucedidos desta aconselhável transmutação do caráter do indivíduo.
Não se pode perder de vista que a intenção da maioria dessas pessoas comprometidas pelo esquerdismo é louvável. Certa feita um amigo meu, capturado ainda na década de 1990, perguntou-me: “caso Liberais clássicos e Conservadores passem a ser maioria no país, quem irá cuidar da escumalha(sic)?”. Naquele momento, percebi que sua preocupação era digna de elogio, mas suas ações esbarravam no eternomonopólio da virtude, o qual o leva a crer que, se há desamparados, a culpa é da Direita, e só quem pode resgatá-los é a Esquerda. Não se discute que os fins são nobres, mas o debate sobre os meios para alcançá-los precisa acontecer. Se os farrapos da cracolândia merecem nossa solidariedade, também os esquerdistas fazem jus ao nosso apoio e suporte – até mesmo porque nenhum deles pediu para estar em tal situação degradante. Foram abduzidos desavisadamente, e não sairão dessa sem nosso amparo.
Em uma parábola do livro de Mateus, os fariseus indignam-se porque Jesus Cristo mostra misericórdia aos cobradores de impostos e pecadores. Ele demonstra, em verdade, ser capaz de ajudar todos os que estão doentes em sentido espiritual. Eis aí um ótimo exemplo do pretendido com o programa de oito passos do CA: em vez de cortar relações com “progressistas”, mostre-lhes de onde vem o verdadeiro progresso da humanidade.
Um abraço a todos, independente de suas concepções ideológicas, mesmo para os Leninistas, Frankfurtianos e Fabianos – e, claro, para aqueles que nem sabem do que estou falando, mas sustentam a tese de que “empregado não vota em patrão”. Talvez possamos compartilhar os mesmos pontos de vista em um futuro próximo, e quem sabe hoje não seja um bom dia para aderir ao 1º passo do programa, não é? A não ser, claro, que você seja daqueles que ganham muito dinheiro bancando o defensor dos fracos e oprimidos, ou desempenhando papel de guru da Esquerda. Esses vão é remar contra a recuperação do Zé Comuna.
Opa, Zé Comuna não. Agora ele prefere ser chamado por seu verdadeiro nome. Respeitemos sua vontade, pois atravessar uma selva de volta à civilização foi tarefa árdua. Ademais, ninguém está livre: você pode ainda ver um filho ou outro ente querido passar por este calvário, e precisará saber como guiá-lo até a luz. Desejemos muita força para quem está passando por esta situação neste exato momento…
Sobre o autor: Atua como Auditor-Fiscal do Trabalho, e no exercício da profissão constatou que, ao contrário do que poderia imaginar o senso comum, os verdadeiros exploradores da população humilde NÃO são os empreendedores. Formado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) como Profissional do Tráfego Aéreo e Bacharel em Letras Português/Inglês pela UFPR. Também publica artigos em seu site: https://bordinburke.wordpress.com/https://bordinburke.wordpress.com/