• Renan Cruz
  • 08 Julho 2016

(Publicado originalmente pelo Instituto Liberal)

O lugar em que menos tive aulas de História durante um ano letivo foi na faculdade de História... Era doutrinação pura. Muitos ouvem falar do aparelhamento esquerdista na área de Humanas, mas poucos sabem o tamanho do precipício intelectual que está sendo cavado por dentro da chamada "academia". A extrema-esquerda, daquele tipo que ainda considera o PT moderado demais em sua implantação do bolivarianismo, está roendo as cordas de sustentação do pensamento no Brasil.

A doutrinação é rápida. Vi acontecer. Comparo ao macarrão instantâneo. Um discurso de três minutos de esquerdices ferve a cabeça do sujeito e, pronto, ele está no ponto para ser consumido. Um psolista já surge com garfo e faca na mão e o consome. Volte três anos depois e verá o quanto de asneira estará sendo declamada pelo(a) futuro(a) professor(a).

A formação de professores está consumida pelo "marxismozinho" de segunda classe, imposto de cima para baixo. O marxismo parte de quem ensina, orienta e dá as notas. O plano é perfeito e poucos escapam. A maioria chega com uma formação básica deficitária, com valores e posicionamentos ainda imberbes, inaptos a subsistir à pressão.

Embora intelectualmente desonestos, essa raça consegue captar, como se tivessem um radar dos infernos, quais são os cooptáveis. E nestes infunde o discurso. Como estamos falando da maioria, o que temos nas universidades brasileiras são esquerdistas "saindo pelo ladrão" (sem trocadilhos) e entrando nas salas de aulas de crianças de onze a dezessete anos. Em um período crucial de formação estes "professores" incitam seu alunado a transformar-se, também, em mini revolucionários de botequim.

Logo, em nossas escolas não há mais período de formação, mas sim período deformação. Assim, o ciclo se consolida. Mesmo em colégios particulares a lobotomia segue incólume. "Limpa a alma" dos burguesezinhos com os progressismos paridos no pós-68, redimidos por infundirem nos filhos a famigerada "consciência social".

Por outro lado, pais que pagam caro para dar aos filhos a melhor educação, acabam descobrindo que os seus filhos se transformaram em "gremlins" anarcossocialistas que compartilharão vídeos da Marilena Chauí e, na universidade, serão os primeiros a aplaudir qualquer pretenso intelectual que cite de cor os frankfurtianos. Tudo em razão de incitações ebulientes de militantes de meia pataca travestidos de educadores.

O que sei de história pesquisei por conta. A graduação que empunho, por si só, não me creditaria a ser qualquer coisa além de sindicalista, militante sem-terra com I-phone ou papagaio psolista. As licenciaturas e cursos de pedagogia, desprezadas no ambiente universitário, graduam professores ruins e como o nível de corte é baixo, todo mundo acaba aprovado e entra no mercado de trabalho que, para a área, é abundante. Como caíram no conto do vigário, se tornam replicadores do canto lamuriento.

Logo, esses finados espíritos livres estarão dentro de salas de aula como autoridades. Serão matriarcas e patriarcas, formando em casa o que Pondé chama de "revolucionários que não arrumam nem o próprio quarto". Além, é claro, de infestarem o serviço público, sendo agentes de formação de analfabetos funcionais condicionados a depender de benesses estatais.

Um dia, quando seu filho chegar em casa dizendo que em Cuba tudo funciona às mil maravilhas e que o atraso do Brasil é essa "burguesia", essa classe média mesquinha que respalda o retrocesso, você ficará se perguntando onde foi que errou.

* Professor de história e colunista do portal Voltemos à Direita.
 

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  • Genaro Faria
  • 08 Julho 2016



  O Estado é uma ficção jurídica que retirou dos monarcas, patriarcas, triunfantes chefes guerreiros e líderes religiosos a hegemonia do poder. A autoridade para legislar, executar suas normas e julgar aqueles que as violam transferiu-se com a criação do Estado para uma esfera impessoal: a lei.

  Não há dúvida, portanto, que a criação do Estado foi uma conquista histórica da humanidade. Que deu razão ao grego Aristóteles, filósofo que a defendia.

   Mas o Estado não é uma pessoa natural. Ele é uma pessoa jurídica, vale dizer, uma ficção concebida para que uma nação se libertasse do poder pessoal de seus governantes. Que se subordinariam, igualmente, à lei comum. E igualmente seriam julgados, como seus governados, pelos atos ou omissões que a infringissem.

    Moisés, ao perceber que os hebreus que ele havia libertado da escravidão se rebelavam contra ele, subiu o monte Sinai e de lá trouxe duas tábuas com os dez mandamentos invocando Jeová como seu legislador. Pois é claro que se sentia descredenciado como líder daquela gente que se exasperava no deserto a caminho da Terra Prometida. (O maravilhoso é que aqueles dez preceitos não foram insculpidos para acudir àquela situação dramática de um líder angustiado, mas como paradigmas para o ser humano. O que confirma sua inspiração divina.)

Não é o caso do Estado. Este é um produto histórico, mas do intelecto. Da razão, da qual é sempre prudente nós duvidarmos. (Segundo o poeta Trilussa: "Os racionalistas ensinam que nós devemos duvidar de tudo. Então eu comecei por duvidar da razão".)

O que dizer do Estado, essa figura jurídica que nada tem de mistério, de divina? Mas que é um produto histórico do nosso intelecto?

Direi que sua autoridade, não sendo inefável, sempre estará submetida à crítica que dele fazemos quanto a suas leis, sua execução e o julgamento que delas faz afronta os princípios que Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança, inscreveu em cada um de nós: a ética.

Precisamos colocar o Estado em seu devido lugar. Claro que ele não é religioso. Assim como não é gremista, não torce pelo Internacional, não gosta de chuva nem gosta de sol. Nunca foi à missa nem mandou oferenda a Iemanjá numa praia baiana ou carioca. O homem que o criou não foi capaz de soprar nenhum espírito em suas narinas. (Só os marxistas lhe atribuem uma vida própria. E o transformaram num Frankenstein.)

Quem existe, em carne, osso e alma é a nação. Que o Estado precisa refletir por aqueles que legislam, executam suas leis e julgam segundo seus preceitos que normatizam a vida em sociedade. E faça tudo isso segundo critérios isonômicos.

E o nome disso é democracia.
Mas o que vemos é que o Estado nunca refletiu a nação brasileira. Que vive uma crise cíclica, interminável, em intervalos tão curtos que nem esperam o fim de uma geração para se repetirem, cada vez mais intensamente.
Como é que o Estado sempre se preserva dessas intempéries da política?

Ele se preserva por seus agentes porque nós somos muitíssimo emotivos e muito pouco racionais. Como se diz que é próprio dos latinos.

Por exemplo: Eduardo Cunha renunciou ao mandado de presidente da Câmara dos Deputados. E o fez em grande estilo, com a leitura de um simulacro de carta-testamento em que denuncia seus perseguidores políticos, mantendo o privilégio de manter o foro privilegiado para entrar na História, segundo a promessa que lhe fizeram os atuais ocupantes do poder. O impeachment de Dilma seria um protagonismo dele. Não é bonito demais?

E justificou sua renúncia com o bem que ela faria ao Brasil, já que a Câmara dos Deputados estaria "acéfala". Bonito é pouco, isso é lindo demais!

Mas é, também, sintomático de que o governo interino está fazendo o que o governo suspenso tentou fazer, mas não foi capaz de providenciar. Por absoluta ingovernabilidade: preservar o poder. O que é muito diferente, e frequentemente contraditório com manter-se, indefinidamente, no poder. Como quis o PT.

O Estado se preserva. E é necessário que assim o faça. Mesmo que à custa de certo sacrifício de nossas expectativas. Ilegítimo, inaceitável é o Estado governado pr quem não se espelhe numa nação.

Como foi o Estado que até há pouco tempo o PT dele se apropriou para nos extinguir como nação. 

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  • Uirá Machado
  • 06 Julho 2016


SÃO PAULO - Marilena Chaui não é o dr. Simão Bacamarte, mas, assim como o personagem inventado por Machado de Assis, a certa altura da vida passou a enxergar no mundo somente dois tipos de pessoa.

Para o médico de "O Alienista", havia os loucos e os sãos; para a professora de filosofia da USP, há os defensores intransigentes dos governos petistas e os inimigos do Brasil. Entre as categorias, nenhuma nuance.

Quando Bacamarte decidiu levar suas ideias ao extremo, ampliando desmesuradamente o território da loucura, quatro quintos da população de sua Itaguaí terminaram enclausurados no manicômio local.

Quando Chaui faz o mesmo com suas teorias, o juiz federal Sergio Moro se transforma num agente treinado pelo FBI para desestabilizar o país e entregar o petróleo nacional às companhias norte-americanas.

"A Operação Lava Jato não tem nada a ver com a moralização da Petrobras", ensina a professora. "É para tirar de nós o pré-sal."

No maniqueísmo de Chaui, tudo que atinge a esquerda está a serviço da direita. O combate à corrupção não tem valor se afetar administrações do PT —pois integrará, nesse caso, um plano para debilitar os únicos defensores da soberania nacional. Foi assim durante o mensalão, é assim no petrolão.

Em vez de fomentar a autocrítica dentro do campo ideológico que representa, a autora do premiado "Convite à Filosofia" propõe discussões em torno de puros disparates. Com suas simplificações risíveis, Chaui, considerada uma referência intelectual, pouco ajuda e muito atrapalha a causa em que acredita.

No conto "O Alienista", após muito refletir sobre suas teorias, o médico curvou a cabeça e recolheu-se ele próprio ao manicômio. Marilena Chaui não é Simão Bacamarte, mas, se considerar bem o estrago que tem provocado na esquerda brasileira, talvez venha a acusar a si própria de estar a serviço da direita —sabe-se lá se treinada pelo FBI.
 

*Bacharel em direito e em filosofia, é editor de "Opinião".
 

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  • Felipe Camozzato
  • 06 Julho 2016


Segundo o economista Joseph Schumpeter, as inovações são força motriz do crescimento econômico. A destruição criativa, como nomeou, rompe com negócios bem estabelecidos, reduzindo o monopólio do poder. Em seu lugar, são criados novos produtos, serviços e lógicas de mercado. Neste momento, observamos a destruição criativa em Porto Alegre com o Uber e, mais recentemente, com o seu concorrente indiano, o WillGo. Aqui, a destruição criativa pode ser vista tanto no impacto ao fechado mercado dos taxistas, empresas de ônibus e lotações, quanto na lógica de regulamentação e arrecadação da prefeitura.

A meu ver, mais que quebrar paradigmas acerca da qualidade dos serviços de transporte da Capital, o Uber mostrou aos porto-alegrenses que não faz sentido a prefeitura regulamentar o serviço de táxis. Uma vez que já temos o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de Trânsito para proteger as pessoas de abusos e ilegalidades, não há sentido em exigir mais regulamentos que atrapalham o surgimento de alternativas inovadoras e de qualidade para a mobilidade urbana de Porto Alegre.

Além disso, as taxas cobradas aos taxistas são abusivas. No Uber, qualquer pessoa que cumpra com os pré-requisitos da empresa pode iniciar o serviço de transporte sem pagar taxa alguma à prefeitura, o que é uma grande oportunidade para quem está desempregado ou buscando complementar sua renda, especialmente nessa crise. Será que há necessidade de mais cobranças, uma vez que estas pessoas já pagam taxas ao adquirirem o veículo, ao mantê-lo ano a ano, e ao fazer a autorização de motorista profissional?

Para finalizar, o melhor de tudo: a partir de agora há mais concorrência! Com a chegada da WillGo em Porto Alegre, quem mais irá ganhar é o consumidor, que terá outra opção de aplicativo. O Uber e o WillGo não precisam de regulamentação da prefeitura. A melhor fiscalização que existe é a do consumidor.

* Administrador
 

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  • Cesar Maia, no ex-blog
  • 06 Julho 2016

 

1. Os representantes de Dilma na comissão especial do Senado que analisa o impeachment adotaram a tática de quanto mais retardar a votação final melhor. Contam reverter votos de senadores ou fatos novos que possam desmoralizar o presidente Temer. Essa é uma tática suicida.

2. Temer governa como presidente efetivo olhando os dois anos e meio que tem à frente. Com isso, aprova leis, aplica políticas, introduz ações, reconstrói a máquina federal, os cargos em todos os escalões e empresas, redireciona a execução orçamentária...

3. Estabelece-se cada dia mais o consenso que a equipe econômico-financeira –liberal- de Temer é uma esperança das coisas mudarem. Mesmo setores de centro e centro-esquerda têm essa percepção. Nesse sentido, o governo Temer –por enquanto- não tem oposição "interna", seja política, seja social.

4. A oposição de fato se dedica a denunciar um suposto "golpe", se organiza e se mobiliza em função disso. Ou seja, a oposição de fato radicalizou à esquerda sua postura. Com isso, ela se torna antípoda às medidas e ações do governo Temer.

5. Ou de outra forma: a hipótese do retorno de Dilma – com a base que lhe dá sustentação no PT, PCdoB, CUT, MST, et caterva e suas palavras de ordem - cria a certeza que aquele hipotético retorno de Dilma significará uma implosão da situação atual: remudarão tudo. Ou seja, o poço das crises política, econômica, social será muito mais profundo que hoje. Será como a ação de uma perfuradora de poços de petróleo do pré-sal.

6. Esse é um quadro que apavora as empresas, os investidores internacionais, os desempregados, os governos estaduais e municipais, os governos que interagem com o Brasil, os empregados, os sindicatos fora da CUT/MST. Essa percepção crítica chega a cada dia mais e mais aos Senadores que votarão o impeachment em 2 meses ou pouco menos.


Pesquisa e Edição: JCM do Ex-Blog do Cesar Maia , 06.07.16
 

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  • Ênio Meneghetti
  • 06 Julho 2016

 

Pela segunda vez teve prisão preventiva decretada o ex deputado federal (PT) gaúcho Paulo Ferreira. Entre 14/03/2012 a 17/03/2014, assumiu como suplente. Condição que mantém na atual legislatura, porém sem assumir.

Paulo Ferreira foi um dos alvos de prisão da Operação Abismo, deflagrada na segunda feira, 04 de julho, na 31ª fase da Lava Jato. Ferreira estava preso, já que foi um dos alvos da Operação Custo Brasil, aquela que prendeu o ex-ministro de Lula e Dilma, Paulo Bernardo, marido da senadora (PT) Gleisi Hoffman.

O ex-tesoureiro do PT foi delatado pelo ex-vereador petista Alexandre Correa de Oliveira Romano, o Chambinho. O delator entregou documentos que comprovam as transferências bancárias e pagamentos que efetuou a pedido de Paulo Ferreira, detalhando ainda o vínculo entre os beneficiários das remessas e o ex-tesoureiro.

Chambinho explicou que utilizava suas empresas, Oliveira Romano Sociedade de Advogados, a Link Consultoria Empresarial e a Avant Investimentos e Participação Ltda., para simular contratos de prestação de serviços para esconder o recebimento de valores recebidos como propina.

Entre as empresas que lhe repassaram valores, algumas que compuseram o Consórcio Novo Cenpes, objeto da Operação Abismo. Chambinho declarou que a pedido de Paulo Ferreira recebeu recursos destinados ao PT e ao próprio Paulo Ferreira.

Chambinho contou que apelou ao ex tesoureiro pedindo para que lhe fizesse indicações de clientes. Ferreira propôs que trabalhassem "em parceria", onde ele indicaria a empresa e Chambinho simularia os serviços prestados. Depois também ajudaria Ferreira a financiar sua campanha eleitoral. Assim, Paulo Ferreira indicou ao depoente seis empresas. Atuaram com o superfaturamento de contratos de prestação de serviços advocatícios ou pela simulação de contratos de consultoria.

Não havendo efetivo trabalho, Paulo Ferreira recebia 70% do valor da nota emitida e o Chambinho com 30%. Em havendo, com contratos superfaturados, o percentual era de 60% para Paulo Ferreira e 40% para Chambinho. A parceria funcionou entre 2009 e 2012.

A força-tarefa da Operação Abismo trouxe ainda uma notícia sobre a comemoração do aniversário do ex-tesoureiro: "Uma dupla homenagem a Paulo Ferreira, pelos seus 53 anos de vida e por sua nova empreitada em Brasília, onde recentemente foi empossado como deputado federal pelo PT."
A festa está imortalizada no canal you tube. Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=DxNIwLaxP0E
https://www.youtube.com/watch?v=M-9xiJCrqes

A luz dos fatos atuais a festança é de embrulhar o estômago.

Como convidado de honra, José Dirceu, veio a Porto Alegre para o evento digno da revista Caras. Marco Maia e outras figuras do mesmo naipe deram o ar da graça.
 

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