Os comunistas foram fragorosamente derrotados no plebiscito costurado na Ilha Cárcere para livrar a cara das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), bando narcoterrorista que há mais de cinco décadas vem detonando a vida da Colômbia e da América Latina. Para quem ignora os fatos, as Farc atuavam (e atuam) como braço armado do Partido Comunista Colombiano. De início, eram apenas um projeto esboçado durante os motins de “el Bogotazo”, em 1948, mas tornado trágica realidade dezessete anos depois sob o comando de Manuel Marulanda Velez, o “Tirofijo”, índio astucioso que entrevistei no final dos anos 1960 para documentário produzido pela TV alemã sobre as guerrilhas virulentas que, já então, tomavam conta do noticiário internacional.
(Uma pergunta: “Tirofijo” por quê? Bem, para desencadear a guerra de guerrilha na Colômbia, Marulanda e asseclas se apropriaram de um vastíssimo corredor de terras que atravessa boa parte do norte do país. Sua tática consistia em ocupar o alto dos morros próximos às estradas (“carreteras”). De lá, ele próprio, com incrível precisão, atirava nos motoristas que se recusavam a pagar pedágio. Dos que procuravam fugir da “contribuição”, Tirofijo, para dar o “bom exemplo”, cortava a garganta do recalcitrante e puxava a língua pela glote, compondo, no cadáver, uma máscara de horror. Depois de fotografá-los, mandava imprimir e distribuir cartazes de suas vítimas mundo afora).
Foi exatamente assim que as Farc, hoje uma das mais ricas e poderosas organizações criminosas do mundo, se impôs na América Latina.
Muito bem, voltemos à vaca fria. Como sabem todos, inclusive os comunistas, o que o povo colombiano repudiou no plebiscito não foi o badalado acordo de paz, sempre bem-vindo, mas, sim, a nefasta armação castrochavista bolada para fazer das Farc um arremedo do PT dentro da Colômbia. (Não esquecer que um dos primeiros atos de Juan Manuel Santos – presidente tido e havido como traidor – foi receber Hugo Chávez no Palácio Narino propondo, por baixo do pano, a legalização política do exército terrorista e sua transformação em organização partidária).
De fato, inculpar o bando terrorista dos milhares de crimes (hediondos) cometidos ao longo de cinco décadas, e ainda por cima declarar seus integrantes como habilitados para disputas eleitorais e o livre exercício do poder político seria o mesmo que cuspir na cara (e na alma) do povo colombiano.
Como esperado, os colombianos não se deixaram lograr pelas manobras fraudulentas de Santos e corriola. De fato, como poderia a população da Colômbia esquecer décadas de violência, sequestros, torturas, assassinatos em massa, narcotráfico, contrabando de armas, ocupação de terras pela força, roubo de cargas, bombardeios, incêndios, pagamento de pedágios, assaltos, estupros e devastações sem fim? Impossível. Passar por cima de semelhantes monstruosidades seria, no mínimo, um ato de alta traição. Assim, não derrotar pelo voto a farsa tramada em Havana (logo onde, meu Deus!) sob a orquestração capciosa de embusteiros fanáticos como Fidel, Raul, “Timochenko” e a anuência criminosa de Juan Manuel Santos – e, pior, sem um único representante do lado oposto – seria o mesmo que baixar a cabeça diante do algoz e aceitar como legais a perfídia, o logro e a servidão.
Conforme previsível, a mídia esquerdista mostrou-se frustrada com a vitória indiscutível do “não”. Diante do fato, foi de um cinismo colossal. Seus analistas e “formadores de opinião”, sem considerar a dor dos colombianos, torceram e distorceram tudo ao sabor das próprias aspirações ideológicas. E, tal como no caso do referendo em que o Reino Unido votou contra sua permanência na falida União Europeia, e derrotou na bucha a burocracia socialista de Bruxelas, a mídia amestrada cegou para a realidade mais elementar e desconsiderou o fato de que o colombiano devota desde sempre um profundo horror às Farc e ao Partido Comunista.
Simples assim.
PS – Segundo a contabilidade da oposição, as Farc, que já financiaram com polpudos dólares do narcotráfico as campanhas presidenciais de Lula e Hugo Chávez, via o “embaixador” Olivério Medina, têm escondidos e não declarados, por baixo, só em Cuba, mais de US$ 250 bilhões.
Se quiserem, compram a Petrobras, avaliada hoje em US$ 120 bi. E em dinheiro vivo.
(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempo.
Com certeza, é hoje o homem mais admirado do Brasil. Milhões reverenciam o juiz federal Sergio Moro como herói, por sua atuação firme e decidida no combate à corrupção envolvendo políticos e grandes empresários brasileiros. Corrupçãoque, embora histórica, alcançou níveis estratosféricos nos treze anos de governos petistas.
Em qualquer aparição pública, seja em mercado, aeroporto, loja, restaurante etc., ésaudado e aclamado efusivamente, tem de posar para “selfies” e conceder autógrafos, e ele reage sempre com modéstia, com sorriso de alguém pouco à vontade, como o tímido que é, e essa simplicidade e certo desconforto com os aplausos mais o elevam na admiração geral. O sucesso, bebida que a tantos embriaga, não lhe subiu à cabeça.
Mas deve ser difícil ser Sérgio Moro. Nem falo da responsabilidade como juiz nas ações penais derivadas das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato. Só ela já seria de tirar o fôlego. Complicado é viver sem descanso o personagem público em que se transformou – paladino do combate aos políticos e empresários safados e corruptos enredados na maior teia de desvios de dinheiro público até hoje descoberta por aqui. Como pode ser só ele mesmo, tendo de carregar o tempo todo a reluzente roupagem de herói?
Moro personifica a sede de justiça de todo brasileiro honesto. Desde que Cabral bateu às costas do Brasil, fomos um povo injuriado, aviltado em nossa dignidade pelos crimes cometidos impunemente pelos poderosos. A cadeia, dizia-se, havia só para os negros e pobres, e os fatos cuidavam de confirmar a percepção popular, de tal modo que a infamante afirmaçãoimpregnou nossa cultura comonódoa irremovível. Éramos assim mesmo, um povinho, e continuaríamos para todo o sempre condenados a essa miséria moral, e o brasileiro meio que se conformou.Como lutar contra a natureza, contra um desígnio maldito, contra um atributo enterrado em nossa essência? E o brasileiro baixava a cabeça em resignação bovina, impotente diante da força poderosíssima do mal e da desgraça que o marcava como a um gado.
Eis que surgiu a Operação Lava-Jato. De repente, acontecia algo que contrariava e desmentia nossa crença até então inabalável. Sim, os braços da Justiça podiam alcançar também os ricos e poderosos que viviam no mundo dos colarinhos brancos,até então protegidos pelas artimanhas processuais de caríssimas bancas de advogados.O milagre operava-se por meio da ação do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do juiz federal Sérgio Moro, este com seus despachos e sentenças corretas e implacáveis, e o brasileiro identificou nele, juiz, a moralidade e justiça que iriam lancetar e erradicar o tumor maligno da corrupção política desenfreada.
Foi deste modo que o herói sufocou o indivíduo. Moro tornou-se símbolo da possibilidade e esperança de o Brasil tornar-se um país digno, em que a competência e honestidade prevalecerão sobre o atraso e o crime. E, por isso, em cada gesto, cada postura, cada ação, cada palavra, sabe-se observado pelos milhões que o aplaudem e por uma minoria raivosa que, temente da pena severa do magistrado, espera por algum deslize para atacá-lo.E representar o herói o tempo todo deve cansar pra burro.
Alguns homens perdem o trem da História. Aconteceu com Joaquim Barbosa. Surgiu como um bastião em defesa da justiça e da luta contra a corrupção dos políticos, atuou com brilhantismo no julgamento dos réus do escândalo do mensalão, mas, após, preferiu desembarcar. Retirar-se para a aposentadoria régia e tranquila. Lavou as mãos. Alguns alegam que o fez por problemas de saúde. Outros, por sofrer ameaças físicas. Seja o que for, pouco ou nada importa. Aos homens que são distinguidos com a dourada oportunidade de fazer a diferença para melhor na História de um povo não se admite a fuga, a renúncia. Os verdadeiros estadistas, os esplêndidos homens, os heróis de uma pátria são os que arrostam os perigos e riscos pessoais em nome da visão grandiosa e nobre de sua missão. Sem estes, não existe o grande país, não existe o grande povo.
Outubro de 2016.
Afirmar que os beneficiados por leis vigentes em épocas passadas não podem propor sua alteração é um pensamento reducionista.
Tudo o que existe no mundo está em contínuo movimento. Nunca nos lavamos na mesma água, disse o velho filósofo Heráclito Efésio. Muitas ideias que foram libertárias no passado, no futuro não passarão de rotinas. A realidade social está num contínuo vir-a-ser.
Joaquim Nabuco, um dos maiores abolicionistas, foi educado por uma família escravocrata. Então, mesmo indiretamente, ele recebeu algum benefício da escravidão. Assim como Nabuco, há na História diversos exemplos nesse sentido.
Dizer que não podem propor reformas previdenciárias os governantes que em momento anterior foram beneficiados por regras que hoje querem mudar equivale a dizer que muitos abolicionistas do passado deveriam ter defendido a continuidade da escravatura, porque ela os beneficiou.
Na época em que foram criadas muitas das leis previdenciárias ainda vigentes, a inatividade era considerada uma extensão do serviço público e, como tal, não necessitava contribuição e nem preocupação com a idade mínima para aposentadoria. Além disso, a expectativa de vida era bem menor. Num primeiro momento, o número de contribuintes era muito maior do que o de beneficiários, e a bomba-relógio que estava sendo montada passou despercebida.
Agora, a realidade é outra. A situação inverteu-se. Os déficits previdenciários são altos e crescentes, tanto na previdência pública, como no INSS. Precisamos fazer reformas e quem vai fazê-las se a geração presente, que desfruta dos benefícios e até de privilégios obtidos pela legislação passada não pode fazê-las?
Teremos que buscar pessoas em outros países, naturalizá-las e elegê-las parlamentares para que elas façam as reformas? Impossível.
Não interessa quem está propondo as reformas, o que interessa é se elas são necessárias e qual o seu conteúdo. O resto é crença de quem, desconhece as consequências que advirão de não fazê-las, como o risco do não pagamento dos atuais aposentados, que, geralmente, são contra as reformas mesmo sem ser atingidos por elas.
O assalto à Petrobrás é o maior escândalo de corrupção da história. Graça Foster, pressionada a avaliar o prejuízo da empresa para fechamento do balanço apontou, à época, a cifra de R$ 88,6 bilhões de prejuízo. E foi demitida. Em seguida a Petrobrás publicou balanço estimando o prejuízo em R$ 6 bilhões. Algum tempo depois a Polícia Federal revelou a estimativa de R$ 20 bilhões, ainda assim, uma diferença considerável em relação ao valor apontado por Foster.
O que está por trás dessa diferença? Fórmulas de cálculo? Informações imprecisas? Ignorância?
De fato, o montante do prejuízo somente poderá ser calculado após o encerramento das investigações, inclusive nos setores governamentais que recém começam a ser alcançados pelas investigações (Eletrobrás, BNDES, Saúde).
Os fatos desnudados pela Lava Jato sugerem que por trás de todas (ou de quase todas) as decisões sobre investimentos públicos nacionais e internacionais dos governos Lula e Dilma (obras públicas, obras internacionais financiadas pelo BNDES, investimentos de fundos de pensão das estatais, perdão de dívidas internacionais de ditaduras “amigas”, financiamento público para empresários “amigos”, desonerações tributárias e edição de MPs, havia assalto aos cofres públicos. Tudo isso, desde 2003.
Qual o peso da corrupção na construção da crise em curso, a mais grave da nossa história?
O cálculo do prejuízo precisa considerar, em primeiro lugar, a avaliação dos custos do impacto desse escândalo sobre a captação (ou impossibilidade de) de financiamentos internacionais pelo governo e empreendedores privados. Empresas brasileiras perderam valor de mercado e viram encarecer ou ser negado seu acesso ao crédito. Os investimentos em infraestrutura no país, em curso e futuros estão ameaçados, assim como estão sob suspeita as obras das Olimpíadas de 2016, tocadas por empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Os prejuízos, nesse caso, atingem também a imagem internacional do Brasil.
Agregue-se à conta o cálculo dos prejuízos dos acionistas internacionais da Petrobrás a ser adotado pela Justiça dos EUA e da Europa, cuja cobrança, estimada em US$ 98 bilhões, será lançada contra os cofres das estatais brasileiras com ações em bolsa. Esse prejuízo, em última instância, recairá sobre o pagador de impostos brasileiro dado que a Petrobrás e demais estatais quebradas não dispõem dos recursos para essas indenizações.
Dito isso, observemos a forma como os envolvidos estão sendo cobrados: a) devolução das propinas; b) multas; c) acordos de leniência com cálculo de prejuízo sob circunstâncias, no mínimo, controvertidas e valores para lá de duvidosos.
Informação recente sobre a delação do Marcelo Odebrecht dá conta de que o MPF lhe pediu R$ 7 bilhões de indenização. Marcelo Odebrecht, em resposta, aceitaria pagar R$ 5 bilhões parcelados. Ora convenhamos, chancelar um acordo desse tipo ignorando os fatores de cálculo aqui sugeridos é, no mínimo, ingenuidade.
Um dos argumentos para justificar esses acordos é o de que é preciso salvar as empresas e punir os indivíduos, alegando que não podemos levar as empresas à falência. Pois bem, admitindo-se como plausível esse argumento, qual deveria ser a forma justa de punir os verdadeiros responsáveis?
Na nossa maneira de entender esse cálculo deveria considerar:
1 – Qual o sobrepreço das licitações fraudadas em cada contrato cartelizado à época de sua pactuação, comparado ao preço de mercado de obras similares (TCU)? (Obs.: pela Lei da Corrupção essa diferença seria de 20%).
2 – Quanto os acionistas nacionais e internacionais investiram em ações, tomando por base as informações fornecidas ao mercado pela Petrobrás (e demais estatais e bancos públicos nos casos correlatos), e quanto perderam com a descoberta da verdade?
3 - Qual o montante desse prejuízo em valores atualizados monetariamente, considerando juros, inflação e câmbio?
Tendo-se em conta esses critérios, não seria despropositado imaginar que os R$ 88,6 bilhões que causaram a demissão de Graça Foster estejam mais próximos da verdade. Quiçá subestimados.
Diante disso, por mais que os valores até agora recuperados pareçam impressionantes, eles são, de fato, uma pequena parte dos valores devidos.
Qual é, então, o roubo do século que segue ocorrendo e ninguém vê?
É a propina cobrada pelos ex-diretores presos da Petrobrás?
São os bônus por resultado pagos aos executivos das empreiteiras?
É a propina cobrada pelo PT, PP e PMDB para financiamento eleitoral ou enriquecimento pessoal de seus dirigentes?
São os valores destinados ao Lula em forma de pagamentos de palestras, ocultação de patrimônio ou financiamento de seu instituto?
Não! Isso seriam meros pixulecos ou acarajés!
Quem são os verdadeiros responsáveis pelas decisões estratégicas das empreiteiras?
Para executar que função eram remunerados os executivos presos?
Ora, para permitir que se roubassem bilhões nas licitações cartelizadas e fraudadas, cujos montantes envolvem sobrepreço de 20%, 30% ou mais!
Onde está esse dinheiro?
Essa riqueza, óbvio, foi transferida para o patrimônio pessoal dos acionistas desses conglomerados empresariais. Exceto Marcelo Odebrecht, o único acionista preso, os demais estão todos soltos e impunes.
A Odebrecht possuía 60% das ações da Brasken. Essas ações deveriam ser repassadas à Petrobrás (ou ao Estado brasileiro) antes que sejam transferidos para novos financiadores da Odebrecht como está ocorrendo. Isso pagaria o prejuízo? Não? Quanto valem as ações da Odebrecht Ambiental (que também está à venda) e quem são os acionistas dessa empresa? A Andrade Gutierrez é dona da Light e da CCR. A Camargo Correia é dona da CPFL (também à venda) e sócia da CCR. A OAS é dona do grupo INVEPAR em parceira com os fundos de pensão das estatais, também fraudados pelo mesmo esquema. Os acionistas dessas e das demais empresas de seus respectivos grupos, todos, possuem sim patrimônio para ressarcir as vítimas.
As vítimas somos nós, pagadores de impostos e demais acionistas das estatais saqueadas.
Porque o silêncio em torno dessa questão?
(Publicado originalmente em www.institutoliberal.org.br)
Sejamos francos: Você não terá o apoio do meio cultural. Não terá o apoio dos professores universitários. Não terá o apoio dos funcionários públicos. Não terá o apoio dos sindicatos, nem dos movimentos sociais e estudantis. As viúvas do PT irão te caçar, irão te caluniar, irão tentar te sabotar de todas as maneiras até o último dos seus dias no governo. Diante disso, você pode sair do jeito que entrou ou plantar a semente de um futuro que o distinguirá dos demais presidentes. Para isso, contará com apenas alguns meses de apoio da imprensa e do congresso.
Meu consciente libertário fica tentado a sugerir a completa dissolução do estado para se conceder a justa alforria aos municípios, no entanto, rebaixo-me ao espírito democrático federativo para sugerir medidas politicamente viáveis.
A primeira coisa que deve ser feita é se cobrir com certo populismo para ganhar a confiança do povão. Anuncie que doará metade de seu salário a instituições privadas de caridade. Vá todos os meses a um orfanato, asilo ou ONG de ação social diferente, em cada canto do Brasil, e faça sua doação. Ao final, chame os jornalistas e diga: Pessoas é que devem ajudar pessoas. A sociedade precisa parar de acreditar que o estado resolverá todos os problemas. O estado não é a solução. O estado é o problema. Repita isso mil vezes.
No mesmo dia em que anunciar seu programa pessoal de caridade, risque um enorme X num mapa do Brasil representando as duas linhas ferroviárias que construirá ligando os extremos do país. O povo adora essas coisas. Tenha isso como sua obsessão. Dê um jeito de começar a obra no mês seguinte. Vá aos canteiros de obras toda semana. Almoce com os trabalhadores. Ande de bicicleta com as crianças. Isso lhe dará lastro popular para adotar as medidas que listo abaixo.
1 – Ciente de que o congresso não permitiria que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica sejam vendidos, acredito que você poderia pelo menos propor a extinção do BNDES e a venda da Petrobrás, da Eletrobrás, dos Correios e de todas as mais de 140 empresas que estão sob o comando do governo; e também todas as participações minoritárias noutras empresas. Justificativa: Isso será a maior ação anti-corrupção da história do Brasil, além de uma boa fonte de dinheiro para tapar o rombo deixado pelo PT.
Fazendo isso ou não, a extrema-esquerda vai te chamar “entreguista”. Então, faça!
2 – Cortar completamente a destinação de verbas para movimentos sociais e ONGs. Justificativa: Se movimentos sociais e ONGs não conseguem captar recursos na sociedade, é porque a sociedade não os reconhece, portanto, não há razão de existirem.
Fazendo isso ou não, a extrema-esquerda vai te chamar de “fascista”. Então, faça!
Aproveite o embalo e acabe com o imposto sindical sob a mesma justificativa.
3 – O congresso também não aprovaria privatizar todo o ensino que hoje se encontra sob o controle do estado, mas você poderia pelo menos propor a privatização da administração das escolas técnicas e das universidades. Justificativa: Porque a gestão das universidades precisa se desligar da política para se dedicar a formação profissional e a produção científica. Permita que sejam cobradas mensalidades dos alunos e ofereça vouchers aos mais pobres.
4 – No ensino fundamental e médio, elimine todo e qualquer viés comunista do currículo, substituindo Paulo Freire por métodos que priorizem o cálculo e a língua portuguesa. Justificativa: A ideia de mesclar “consciência política” com o ensino tradicional é um eufemismo para doutrinação ideológica, método que já foi utilizado tanto nas ditaduras comunistas quanto no fascismo italiano e no nazismo alemão.
5 – Acabar com o patrocínio a todo tipo de projeto cultural fora do âmbito educacional. Justificativa: Todos os artistas que hoje têm projetos viabilizados com dinheiro público poderiam viabilizá-los captando recursos diretamente na sociedade através de campanhas de crowd funding. Leis como a Rouanetbeneficiam apenas um pequeno grupo de artistas que tem o suporte de produtoras que, juntos, compõem uma verdadeira classe de privilegiados a custa do dinheiro público.
Lembre-se: Fazendo isso ou não, os artistas irão te odiar, afinal, você não é comunista. Então, faça!
6 – Não vou te pedir para reduzir o número de ministérios para três ou quatro, afinal, você precisará agradar os partidos de alguma forma. Porém, você pode acabar com 2/3 do funcionalismo público lançando um programa de demissão voluntária. Pague para as pessoas largarem a teta do governo. Justificativa: Além de redução de gastos, minimiza-se o ambiente de criação de dificuldades para se vender facilidades. Seus netos serão gratos.
7 – Lançar um programa radical de redução da burocracia, começando pela extinção dos cartórios. Justificativa: Tornar a vida do cidadão e do pequeno empresário mais fácil e barata, acabando com a necessidade de se contratar despachantes.
8 – Lançar um programa de reforma tributária gradual, triplicando o teto de renda para isentos do imposto de renda, zerando os impostos sobre produtos e serviços básicos, cortando pela metade e unificando os impostos sobre produção. Justificativa: Fazer com que a maior parte da renda circule no mercado em vez de se perder nos labirintos do governo.
9 – Lançar um programa de abertura da economia, acabando com todas as regulações e barreiras, incluindo o setor de telecomunicações. Justificativa: A economia brasileira só se fortalecerá quando aprender a conviver com a concorrência internacional.
10 – Acabar com todo tipo de empréstimos e subsídios às grandes empresas. Justificativa: Elas precisam aprender a viver sozinhas, se tornar eficientes para lucrar e se autofinanciarem. Deixe quebrar quem tiver que quebrar.
11 – Substituição de todos os programas sociais que destinam dinheiro aos beneficiários por um sistema devouchers para alimentação e moradia. Justificativa: Se o objetivo dos programas sociais é acabar com a pobreza, então, dê comida e moradia aos necessitados, não renda a quem não produz.
12 – Lançar um programa de privatização gradual do sistema de saúde mesclando a venda de hospitais com a concessão de vouchers aos mais pobres. Justificativa: Já que toda pessoa, assim que se vê em condição, contrata um plano de saúde particular por enxergar sua qualidade, então, que o governo torne isso mais acessível a um maior número de pessoas.
13 – Transferir a toda a previdência social para o setor privado. Justificativa: Para que as pessoas mais pobres também tenham a liberdade de escolher qual programa de aposentadoria lhes convém.
14 – A saída do PT do governo e sua consequente desmoralização já é uma grande reforma política, mas precisa-se fazer mais: Acabar com o fundo partidário, permitir que apenas pessoas físicas doem dinheiro para campanhas eleitorais, implantar o voto distrital misto, acabar com as coligações regionais e proporcionais, acabar com a reeleição no poder executivo. Justificativas: Assim como deve ocorrer com sindicatos e movimentos sociais, os partidos têm que aprender a captar recursos diretamente de seus eleitores, o que certamente criaria um compromisso entre as partes que hoje praticamente não existe. Quanto ao voto e as coligações, serviria para tornar o pleito mais claro e objetivo. Por fim, numa cultura patrimonialista como a brasileira, não se pode criar a oportunidade de uma pessoa utilizar da máquina estatal para se manter no poder. Faça-se o exemplo, retirando de si mesmo o direito de tentar se reeleger.
Aproveite o embalo e acabe com a ridícula formalidade do “vossa excelência” no tratamento entre parlamentares e com foro privilegiado para políticos. Não custa nada tentar.
15 – Criação de mecanismos constitucionais que impeçam que o estado ou qualquer pessoa do governo identifique cidadãos ou grupos deles a partir da religião, da raça, do gênero ou da inclinação sexual. Justificativa: Não cabe ao estado fazer essas avaliações porque, uma vez com esse poder, o próprio estado pode se tornar um agente segregador em função do perfil cultural e religioso de seus governantes.
16 – Liberação do porte de armas: Justificativa: A liberação do porte de armas não é uma ação de combate à violência, mas apenas a concessão do direito das pessoas defenderem a si mesmas, suas famílias e suas propriedades.
17 – Acabar com todo tipo de publicidade estatal, permitindo apenas uma placa nas obras e a promoção de campanhas de utilidade pública, como as de vacinação. Justificativa: A sociedade precisa julgar as ações do governo pelo que vê em seu dia a dia, não pelo que é transmitido na televisão em campanhas de marketing; e também porque, sem os anúncios do governo, os grandes jornais seriam obrigados a cativar o público pelo quanto infernizam a vida dos políticos, não pelo tanto que os protege.
18 – Proibição do uso de rojões. Pena de 30 anos de cadeia aos infratores. Justificativa: Porque o autor desse texto odeia rojões. Esse é o preço cobrado pelas sugestões acima.
Faça isso, Temer. Faça! Lance tudo isso de uma só vez, num único pacotão. Faça isso no primeiro dia de governo. Mesmo que algumas coisas sejam cortadas, se conseguir aprovar pelo menos a metade dessas medidas, com toda certeza você será lembrado como o presidente que fez as loucuras que o Brasil precisavae sua esposa bela, recatada e do lar terá muito orgulho de você.
* Artista plástico formado em arquitetura e urbanismo. Estuda e escreve sobre filosofia política e econômica porque gosta. Libertário, sente-se muito bem entre liberais e conservadores. Ateu, defende com segurança a cultura judaico-cristã.
Nem bem concluídas as eleições municipais, mas já com o clima bem mais passível de ser interpretado, começam as projeções acerca da próxima eleição presidencial. Entre nomes cotados, Lula, Marina Silva, Aécio Neves, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, José Serra, Ronaldo Caiado, Henrique Meirelles. Mas não apenas estes.
Depois de Michel Temer declarar que não concorrerá a reeleição, Henrique Meirelles gostaria de recuperar a economia e ser presidente. Porém, se isso ocorrer, ninguém garante que Michel Temer não mude de ideia e resolva ele mesmo disputar a reeleição.
Lula, embora repetidamente “ameace” o país com sua candidatura, com os resultados obtidos pelo PT nas recentes eleições municipais, ficou claro que isso não passa de tática para poder vitimizar-se ao sofrer as sanções legais que seus inúmeros problemas em processos criminais inevitavelmente lhe trarão. Se insistir, com chances impossíveis de sucesso, submergirá frente a um vexame que enterrará de vez o “mito” que nunca foi. Além disso, mesmo que ainda não tenha sido condenado em segunda instância e preso até 2018, alguns de seus processos estarão em pleno julgamento justamente no ano da eleição. Se concorrer, seria a renúncia à possibilidade de fazer-se de vítima.
O PSDB tem Serra, Aécio e Alckimin- este último fortalecido após a vitória de João Dória Jr em São Paulo. Já cogita-se a realização de prévias. Com ou sem a escolha pelo voto dos filiados, como sempre o partido sairá dividido do processo de escolha. Já especula-se até que José Serra cogita filiar-se e concorrer pelo PMDB, se não for o nome escolhido.
Para embaralhar mais o processo, Marina Silva tentaria ser candidata a vice numa chapa com o PSDB. A pretensão teria causado frisson em integrantes da Rede. Cabe lembrar que embora Marina tenha apoiado o impeachment, o Senador Randolfe Rodrigues, nome de destaque em seu partido, foi repreendido por Marina por ter posição favorável a Dilma.
O PDT ensaia o lançamento de Ciro Gomes. Candidato de temperamento difícil, uma candidatura que tem tudo para não decolar.
Diante de tantas incertezas pairando sobre os antigos protagonistas PT e PSDB, além da fragilidade das demais candidaturas, é bem possível que um outsider possa ter força para ganhar a eleição.
Partido que apoiou o PSDB em várias disputas para presidência da República, o DEM quer ser protagonista em 2018.
Recém reeleito prefeito de Salvador com mais de 74% dos votos e provável candidato ao governo baiano, ACM Neto afirmou que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) deverá entrar na disputa presidencial.
Caiado tem a seu favor um posicionamento que vai ao encontro da mensagem que veio das urnas no último dia 2 de outubro. Seu partido sempre fez a mais forte oposição ao PT e está passando incólume pelos escândalos que abalaram o país.
Será um pleito histórico, onde abre-se a possibilidade de um segundo turno sem partidos de esquerda.