PREVENÇÃO CONTRA DOENÇAS
O Brasil, para quem não sabe, é reconhecido mundialmente pelos bons resultados que obtém nas campanhas de VACINAÇÃO, que tem como propósito PREVENIR as mais variadas DOENÇAS. A rigor, este reconhecimento ganhou força a partir de 1973, com a criação do PNI -Programa Nacional de Imunizações- que definiu calendários de VACINAÇÃO voltados para crianças, adolescentes, adultos, idosos e população indígena.
ADESÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
É importante registrar que o sucesso das CAMPANHAS DE VACINAÇÃO sempre teve como aliado direto os meios de comunicação que, na sua totalidade, sempre se preocupam em fazer alertas constantes chamando a atenção da população sobre os reais benefícios das imunizações e/ou prevenção de doenças virais.
CAMPANHA PARA RECUPERAR O BRASIL
O que muito me chama a atenção é que as graves doenças que estão dilacerando, a olhos vistos, o adoecido tecido ECONÔMICO E SOCIAL do nosso empobrecido Brasil, não consegue fazer com que a maioria dos meios de comunicação entre, de corpo e alma, numa FORTE E DECISIVA CAMPANHA PARA RECUPERAR O PAÍS.
REFORMAS
Considerando que são muitas as REFORMAS que o Brasil precisa para se livrar das mais variadas doenças que adquiriu ao longo dos últimos 30 anos, o processo exige um decisivo engajamento do povo, com efetiva participação dos meios de comunicação. Deveria seguir um calendário, como acontece com as CAMAPANHAS DE VACINAÇÃO.
A MAIOR E MAIS PERIGOSA
De novo: como são muitas as doenças, o calendário determina que a VACINAÇÃO, cujo calendário deve iniciar pela maior e mais perigosa, ou seja, pela tentativa de IMUNIZAÇÃO dos fabulosos ROMBOS FISCAIS. E neste particular, sem sombra de qualquer dúvida estamos falando da REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.
CALENDÁRIO
Volto a afirmar que por serem muitas as doenças que precisam ser atacadas, apenas a REFORMA DA PREVIDÊNCIA, ainda que muito bem feita, não será suficiente para tornar o nosso Brasil um país definitivamente saudável. O calendário já identifica que depois de concluída a VACINAÇÃO da PREVIDÊNCIA é preciso dar início imediato à CAMPANHA pela REFORMA TRIBUTÁRIA. E assim por diante...
Acabei de assistir a um vídeo que transita pelo território livre da Rede Mundial de Computadores, no qual o jovem jornalista Caio Copolla, na Rádio Jovem Pan de São Paulo, descreve com riquezas de detalhes o comportamento dos Deputados Federais da oposição na Comissão de Constituição de Justiça, durante a votação do projeto da nova previdência social. Citando nominalmente aquela gente da esquerda delinquente representada pelos Deputados Paulo Pimenta, Erica Kokai, Gleise Hoffmann, Clarissa Garotinho, Zeca Dirceu, Maria do Rosário e outros revela, então, o ousado teatro ou a encenação dos ordinários lutando desesperadamente para obstruir na CCJ a proposta da Reforma da Previdência. O que ele torna público em relação ao procedimento dos quadrilheiros (segundo a Operação Lava Jato) – tudo apoiado, insuflado e incensado pela extrema imprensa presente na ocasião – não constitui só mera oposição ideológica e, muito menos ainda, grave falta de decoro parlamentar. Ao contrário é, sem dúvida, uma afronta aos interesses da Nação e verdadeira violação à sobrevivência de sua sociedade. Concluiu ele, com outras palavras: “aqueles calhordas não estão nem aí para o Brasil. A obsessão deles é destruir Bolsonaro”.
Não estou falando aqui por conta de censura ou de cerceio à liberdade de expressão no Legislativo. Refiro-me ao desserviço e à trama insolente, vazia e inconsequente contra o País numa hora em que a população enfrenta um caos iminente que o levará à banca rota, caso medidas extremas não sejam urgentemente adotadas. A atitude é tão vil e criminosa que deveria estar tipificada na Lei de Segurança Nacional e é agravada sobremaneira por conta da circunstância de que aqueles servidores públicos estão se valendo do mandato popular, que o povo soberanamente a eles confiou, para traí-lo da forma mais soez e vil.
Certamente que ao caro leitor chegou a notícia que a min também foi transmitida dias atrás de que se teria visto um desses paus mandados cativos do Sistema Goebells dizer, em cadeia nacional, que ouviu numa dependência do próprio Congresso a conversa entre três parlamentares da esquerda maldita fechando questão entre eles no sentido de que trabalhariam diuturnamente objetivando não permitir que a reforma da previdência trouxesse uma economia maior que meio bilhão de reais, certos de que desta maneira Bolsonaro não se reelegeria, pois o Brasil não sairia do atoleiro em que eles mesmos o meteram. Solertemente combinavam isto e riam-se, riam-se a bandeiras despregadas. A situação é tão repugnante que o tal jornalista do telejornal, mesmo indo contra seu severo e exigente patrão não conseguiu deixar de vomitar a notícia. Depois deve ter levado uma boa reprimenda, mas já era tarde e as Redes Sociais espalharam para os quatros cantos da Nação.
Confesso que estou ficando um pouco cansado de bater firme na extrema imprensa, porém acompanho a mesma com muita atenção e estou convicto de sua má intenção e de sua falta de sinceridade de propósito. Diariamente, os doentes que a compõem dão motivo de sobra para apanhar ou para levar bordoada e o que mais me irrita é sua nojenta covardia. Nunca dizem realmente quais são suas verdadeiras intenções, isto é, a real causa de sua vindita e de seu ódio contra o Governo atual. Por que não declaram em alto e bom som seus motivos verdadeiros? Por quais razões não escrevem que nunca se conformam de estarem sendo-lhes arrancados os privilégios, as benesses e a grana que os governos civis de Sarney a Temer pagavam a todos os jornalistas, deformadores de opinião, colunistas, editores, diretores e, principalmente, aos donos dos Conglomerados das Comunicações? Por que escondem esta verdade? De sã consciência alguém acredita que se esses vermes não tivessem há mais de trinta anos sendo cevados, direta ou indiretamente, com o dinheiro público que a classe política canalha arranca dos nossos bolsos, qualquer daqueles patifes teria sobrevivido ou mesmo que viveriam como nababos, como hoje vivem? É claro que não.
Entretanto nem tudo está perdido. Como canta nosso Hino da Independência: Já raiou a liberdade, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil! Isto mesmo! Desde outubro de 2018 e, em seguida, com a pose do novo Presidente da República e de sua equipe simplesmente surpreendentemente competente, honesta e Verde e Amarela até a medula, já podemos ver raiar um novo sol para esta “Terra Brasillis”. Percebam como a vermelhada que antes dominava livre, leve e solta e que mandava e roubava está agora acuada nos cantos dos locais aonde ainda conseguem entrar. Nada mais podem fazer senão dar vexame e se desmoralizar. O antigo establishement que a apoiava mergulhou e a imprensa hiena que deles se alimentava é sistematicamente desmentida e ridicularizada pelas “Lives” semanais do Capitão. Quem quiser se deleitar e ver esta corja do mal apanhar sem dó, basta ir para as Redes e acessar “Bolsonaro no Twitter”, toda quinta feira às 19 horas.
Além disso, nos conforta enxergar que os bons e os patriotas já têm voz. Por exemplo, é realmente reconfortante ver a independência e a coragem do jovem Caio Copolla antes mencionada, bem como as do nobre e competente jornalista Alexandre Garcia que bate sem dó nos capadócios da comunicação, muito mais do que faço e com maior autoridade também, sem falar que a todo instante nova revelação acerca de malversações ou sobre antigos ataques aos cofres públicos é por ele denunciada. No mínimo é instrutivo ouvir o que fala o velho ícone da boa imprensa. Ainda esta semana recebi um vídeo, pela Rede de Computadores, que traz seu comentário acerca da atual realidade do bando guerrilheiro que se intitula MST. Explicando que, em razão da chegada do Capitão bem como da prática de umas poucas medidas administrativas, disse que aquele movimento terrorista – com o qual o “Ogro Encarcerado” um dia bazofiou dizendo que enfrentaria até nossas Forças Armadas – em março do ano passado matou, assombrou, depredou e invadiu mais de quarenta propriedades e que nesta nova era só tentou contra uma e assim mesmo, como se sabe, de lá saiu com o rabo entre as pernas. Ouso recomendar que assistam com prazer ao vídeo que se encontra no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=sHDQiXCU0Ok.
O Brasil se desmoralizou perante o mundo e chegou à beira do precipício por conta do domínio de uma esquerda, sobretudo incompetente e nociva. Todavia é justo por causa dessa incompetência e de sua consabida covardia que agora mais facilmente dela nos livraremos. A cada dia que passa a corda vai apertando no pescoço daquela gente do mal. A julgar pelos sinais que aqui revelo, já tenho até a esperança de ver em breve no Brasil uma nova imprensa, uma nova corrente de pensamento e, sobretudo de ver esta Nação voltar a seu berço esplendido e de ocupar o lugar de destaque que um dia teve na Comunidade de Nações Livres e Soberanas.
*Jose Mauricio de Barcellos ex Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado.
**Publicado originalmente no Diário do Poder
POPULISTAS DA ESPÉCIE -SÁDICOS-
Depois de ter sido brutalmente saqueado, estuprado, agredido e enganado inúmeras vezes, por vários POPULISTAS da espécie -SÁDICOS-, o nosso empobrecido Brasil, já inconsciente e em péssimo estado de saúde ECONÔMICA E SOCIAL, foi jogado numa mal cheirosa e precária UTI.
VEIAS DA ECONOMIA
Sem forças para reagir, devido às múltiplas fraturas, o Brasil, desde o ano 2002, quando o PT assumiu o governo, segue na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos, na esperança de que o Congresso Nacional aprove a REFORMA DA PREVIDÊNCIA, considerada como o primeiro e importante passo para que o sangue volte a correr nas veias que alimentam a nossa combalida economia.
CORREDORES CHEIOS DE DESOCUPADOS
Mesmo diante deste quadro dantesco e complicado, onde mais de 12,5 milhões de DESOCUPADOS ocupam os corredores que levam à UTI, clamando por urgência no tratamento, os sádicos deputados da Comissão Especial da Câmara, escolhidos com o propósito de dar vida ao doente em ESTADO TERMINAL, parecem felizes com o agravamento do sofrimento.
EXAMES DE LABORATÓRIO
Nem mesmo os péssimos resultados dos exames divulgados, constantemente, pelo laboratório oficial (IBGE) tem sido capazes de acelerar a tramitação da REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Hoje, por exemplo, o instrumento que mede a PRODUÇÃO INDUSTRIAL apontou dramática queda 1,3% em março, o que elimina por completo o crescimento de 0,6% verificado no mês anterior. Que tal?
MAIS INTENSA DESDE MAIO 2018
Na comparação anual, a PRODUÇÃO INDUSTRIAL já recuou 6,1%, na queda mais intensa desde maio de 2018, mês considerado FATÍDICO por força da inesquecível greve dos caminhoneiros, movimento que simplesmente impediu, por vários dias, que o Brasil pudesse respirar, mesmo através dos aparelhos.
PASSO FIRME PARA VOLTAR À RECESSÃO
Aliás, a julgar pelo que revelam os tristes resultados dos exames que medem o desempenho da economia, a continuar nesta batida caracterizada pela irresponsabilidade dos nossos legisladores do atraso o Brasil está dando um passo firme e certeiro para entrar novamente no árido terreno da RECESSÃO, com início marcado para o segundo semestre deste ano.
Virou coringa a expressão “ponto fora da curva” e tem sido empregada nas mais diferentes acepções. Umas lisonjeiras; outras, nem tanto, envolvem censura, às vezes até carregam nota depreciativa. Vou usá-la como censura. Boi do couro grosso, de há muito acostumado a bordoadas, mesmo as mais inesperadas, posso bem levar mais umas hoje. Paciência. Segue a vida.
Vem da curva de Gauss (1777-1855), parece, sua origem. É uma fórmula matemática utilizada na Estatística, que se exprime, graficamente, à maneira de um sino. A imensa maioria dos eventos analisados estatisticamente cai dentro do sino. Um ou outro fica fora da curva. É o dito ponto fora da curva. Por analogia, aplica-se aos que se destacam, estão além do universo considerado. Daí “fulano é ponto fora da curva em seu meio”. Sicrano, pelo contrário, desceu muito, ficou “ponto fora da curva entre seus amigos de infância”. E assim por diante. Multiplicam-se ao infinito as aplicações analógicas da expressão com raiz na Estatística.
Vou falar do decreto 9.758 de 11 de abril de 2019, triste ponto fora da curva — bagatela para os superficiais, golpe sério para quem enxerga fundo. O diploma legal obriga os membros do Poder Executivo a um só tratamento: senhor (claro, senhora, senhores, senhoras). Por óbvio, exclui da esdrúxula imposição o Legislativo, o Judiciário, comunicações com autoridades estrangeiras e outras exceções.
Vossa Excelência não pode mais, agora é só senhor. Vossa Magnificência, excluído, basta o senhor. Vossa Senhoria, rifado. Doutor, o simples e familiar doutor, banido, onde já se viu chamar alguém de doutor em comunicação oficial? Já está muito bom o senhor, para que mais? Ilustre, fora. Digno, expulso. Respeitável, idem. O tratamento nivelador vale para todos, presidente, vice-presidente, ministros, reitores, poupa ninguém. Majestade e alteza já haviam sido enxotadas faz mais de século. Ficou mais simples, é bom, ruminam alguns. Caminhemos devagar, escapando das armadilhas simplificadoras; nessa uniformizante e igualitária toada, acabaríamos despencando logo nos buracos do cumpanhero e do camarada para todo mundo. Camarada presidente.
Entro por atalho, um exemplo conhecido vai cortar caminho. À vera, até envolto na legenda, tantas as versões sobre os diálogos, ainda que no cerne concordantes. O protagonista é Talleyrand (1754-1838), o “príncipe dos diplomatas”, causeur, brilhante presença de espírito, inteligência superior. À mesa, em ambiente fidalgo, tratava os assuntos da França e da Europa com rapidez, objetividade, leveza; eficácia. Sob as formas refinadas, um auge de senso prático. Em jantares de convívio ameno, depois de cortar a carne, um de seus recursos, com senso da medida honrava a cada conviva ao regalar um pedaço. Com o pitéu, ia junto nas palavras, no tom e no gesto certos o reconhecimento das superioridades devidas à idade, à condição social e ao mérito. Postura sempre simples e natural; nunca postiça ou enfatuada. A um eclesiástico destacado ou um príncipe: “Monseigneur, me daria a grande honra de aceitar um pedaço?” A um duque: “Poderia ter a alegria de lhe oferecer este pedaço?”. A um marquês: “Me daria a alegria de aceitar este?” E assim ia, até o mais simples dos convivas.
Ambiente de século XIX, restos do Ancien Régime, Paris, outros hábitos, sei bem. Resta uma constatação, sem gosto e cultivo do senso do matizes, sem apreço às variadas fulgurações do espírito, inexiste civilização. O esplendor das formas constituía ali expressão refinada da “unidade na variedade” — a palavra universo vem daí. Busco em Isaac Newton: “A variedade na unidade é a lei suprema do universo”. Variedades harmônicas. Não agridamos inconsideradamente a variedade. Em resumo, o grande espetáculo de cultura do salão de jantar de Talleyrand anos a fio, repetida com variações sem-número de vezes, animou conversas, perenizou-se nas páginas das memórias do tempo, foi degustada em biografias célebres. Chegou viva até nós com seu fulgor de alta civilização. Formou personalidades.
Ao longo dos séculos admirações e imitações sensatas foram nutridas por cenas como a acima descrita em duas pobres pinceladas. Pedagógicas, alimentam o impulso da perfeição pessoal (e social), assim como um exemplo de um santo nutre o desejo da ação virtuosa. E aqui repito: precisamos buscar a simplicidade, mas fugir dos simplismos e simplificações. É raro uma solução niveladora não padecer pelo menos de simplismo; com frequência, empobrece o convívio; e, em decorrência incoercível, a própria personalidade.
Amplio. Valores do Brasil antigo levavam naturalmente a distinguir pessoas e situações com apenas um gesto, uma palavra rápida. Faziam parte do ambiente cultural que encantou muita gente de relevo que viveu por aqui. Sempre me impressionou o comentário de Fernand Braudel, dos maiores historiadores do século XX: “Foi no Brasil que me tornei inteligente. O espetáculo que tive diante dos olhos era um tal espetáculo de história, um tal espetáculo de gentileza social que eu compreendi a vida de outra maneira. Os mais belos anos de minha vida, eu passei no Brasil”.
O que ele viu, espetáculo de gentileza social — de convívio — que fez entender a vida de forma diversa. Para Braudel, o fundamental em um historiador era conservar o coração da criança (maravilhar-se), surpreender-se com os fatos. E olhar o passado como uma criança percebe as primeiras imagens. Entre 1935 e 1937, floriu no Brasil o coração de criança do historiador, aperfeiçoou antenas.
Corta. Vamos ser realistas, o Brasil já não está conseguindo fazer inteligentes os homens potencialmente muito inteligentes. Porque está morrendo a nossa forma própria de enxergar a realidade, sufocados os ambientes familiares, onde ela florescia. Corremos risco iminente de já não termos o olhar que nos distinguia.
E aqui volto ao decreto 9.758 de 11 de abril. Esse malencontreux texto, para ser benévolo, é ponto fora da curva, pois vem de um governo que já editou muitas medidas saneadoras — teve muita coisa dentro da curva. Nivelador, simplificador, aproxima-nos de autômatos. Vira as costas para o Brasil que cultivava matrizes de juízo e conduta, apreciava diversidades, harmonizava-as, sabia estimular umas a fortalecer as outras. E com isso criava condições para convívio enriquecedor de personalidades.
No mesmo pacote do decreto 9.758 veio o revogaço. Sugestão: incluam o 9.758 no revogaço.
*Publicado originalmente em http://www.abim.inf.br/
Quando jovem, fui um sujeito, de certa forma, apolítico. Pelo menos no sentido dogmático do termo. Procurei focar minhas energias no estudo (embora aluno mediano), além de concentrar-me no trabalho, na aquisição de experiências profissionais para ascender pessoal, profissional e economicamente. Talvez até muito diferentemente daqueles jovens, impulsivos por natureza, e que desde cedo nutrem o gosto pelos ideais políticos categóricos e pela constante ansiedade em reformular o mundo em que se situam. Não resta dúvida de que há na juventude instintos e sentimentos aflorados de liberdade e fraternidade.
Afora "filhos de pais ricos" que não necessitam (muitos são os que mais estudam e labutam; elite), a maioria das pessoas busca estudar e trabalhar a fim de evoluir na vida. Aqueles que conseguem prosperar com esforço próprio, abdicam de recompensas de curto prazo, seguindo firme com autodisciplina no alcance de objetivos e se caracterizam marcadamente por possuírem uma visão de longo prazo.
Atualmente, muitos desses jovens possuem vantagem comparativa e competitiva, na medida em que a economia digital proporciona novas e grandes oportunidades para o empreendimento e emprego da energia, motivação, impulsividade, criatividade e coragem característicos da fase da juventude.
Lembro-me de como me senti humano e digno quando consegui meu primeiro emprego. Autoestima foi lá pra cima. O efeito "bola de neve" que acontece quando se investe e age com responsabilidade, afinco e perseverança é bem provável e notório.
Hoje os empregos escassearam. O governo expropria, tributa e regula insaciavelmente tudo, intervindo nos mercados e retirando as possibilidades de crescimento natural de trocas voluntárias e da imperiosa necessidade de cooperação social para que os agentes econômicos progridam, criando emprego, renda e riqueza.
Como é primorosa a tendência revolucionária e luta da juventude pela liberdade, não é mesmo?!
Mas por que será que esses jovens - de todas as correntes ideológicas - não percebem que o Estado e suas políticas institucionais lhes roubam a tão endeusada liberdade?
Fico me questionando porque essa juventude não se amotina contra esses social-democratas e socialistas que roubam sua liberdade individual, aumentando impostos para financiar o déficit público gerado por políticas irresponsáveis e inadequadas? Por que não se insurgem contra o bando de burocratas - que não produz riqueza - sustentados por meio de regulações absurdas, extorquindo a olhos nus o bolso dos contribuintes de todas as idades, através da arrecadação (coerção) de impostos? Por que esses jovens não se rebelam contra impostos que pagam salários milionários para aqueles que vivem à custa dos indivíduos trabalhadores, sustentando uma estrutura estatal inchada e ineficiente?
Fundamentalmente, por que esses jovens consentem e dão aprovação ao roubo e a retirada de sua liberdade individual? Essa juventude colabora e é cúmplice dessa imoral situação? Por que tolera o visível achaque e assalto ao bolso dos trabalhadores?
É juventude, por que ordeiramente e com base nas ideias não pressionam e retiram do poder o consentimento para roubar-lhes a liberdade?! Por que os jovens não "brigam" e reagem com ideias e argumentos lógicos e sadios focados na geração de emprego, renda e liberdade na busca do desenvolvimento econômico e social? Por que os jovens trabalhadores e produtores de riqueza não se opõem para decidir autonomamente o que devem fazer com seus recursos particulares, ao invés de se submeterem as ordens coercitivas de um Estado expropriador, tributador e regulador ao extremo?
Infelizmente, não vejo mobilização dessa juventude pela efetiva contestação e argumentação visando assegurar o máximo possível de sua propriedade e entrega do mínimo de impostos possível? Não desejam mais crescimento gerador de mais oportunidades e empregos para todos?
Triste constatar que essas verdadeiras ideias de liberdade não agitam as jovens massas entorpecidas por tais causas nobres; concentram-se em pautas de rebanhos político-partidários, ideológicos, apaixonados, discriminadores, de direitos - impossíveis - assegurados e de justificativas "sociais anacrônicas", entre outras.
Como La Boétie recomendou: "decidam não mais servir, e vocês serão livres; não lhes peço que empurrem ou sacudam o tirano, mas que, simplesmente, não mais o sustentem - e vocês o verão, como um grande colosso cuja base se retira, cair graças ao seu próprio peso e quebrar-se em pedaços".
Luta juventude! Com ideias e argumentos pela real liberdade do indivíduo!
Há um avião pronto para decolar, com motor suficiente para te tirar da seca. Mas você quer saber se tem vascaíno à bordo, qual a religião do fabricante e o signo do copiloto. Assim está o Brasil, com um grupo de abnegados tentando fazer a reforma da Previdência pegar no tranco apesar de vocês, os analistas zodiacais do neofascismo imaginário.
Até anteontem vocês se comportaram direitinho. O que importava, basicamente, era ter uma tripulação confiável para tirar o Brasil do deserto deixado pela exuberância da DisneyLula. Após uma eleição cheia de artimanhas para tentar reabilitar o poder da quadrilha, o país escolheu o caminho onde, por vias tortas ou não, a tal tripulação confiável chegou à cabine de comando. Posto Ipiranga.
Mas vocês não querem mais sair do lugar. Aparentemente nesse meio tempo vocês fizeram um mestrado em crítica comportamental, com MBA em etiqueta comparada, e seus interesses mudaram. Vocês trocaram o Posto Ipiranga pelo salão de cabeleireiro, onde uma desavença sobre a novela da véspera é crise grave.
De fato, é uma rotina mais agitada e emocionante. O Posto Ipiranga é um tédio.
E assim estamos, neste estanho ano da graça de 2019. Enquanto Paulo Guedes, Rogério Marinho, Mansueto Almeida, Marcos Cintra, Salim Mattar, Campos Neto, Tarcísio Freitas, Sergio Moro e outros grandes trabalham duro para tirar o Brasil do atoleiro, vocês fuxicam rebotalhos de rede social e tocam nos ouvidos da nação as suas cornetas do fracasso. Nada presta, assim não dá, ole-lê, ola-lá. Os velhos trombeteiros do apocalipse, de Ciro Gomes a Requião, de Jean Wyllys a Gleisi, estão animadíssimos com a chegada de vocês à orquestra.
A reforma está afundando na CCJ – diziam vocês – porque o governo só existe no Twitter (vocês sabem tudo de articulação política), porque o Rodrigo Maia mordeu a orelha do cachorro do Bolsonaro, porque o Mourão é o golpista gente boa (vocês estão na dúvida), porque os filhos são fanfarrões (ah, se eles tivessem MBA em etiqueta comparada…) e acima de tudo porque vocês encontraram essa fantasia de corregedores perfumados do estorvo bolsonarista e vão fazer cara de nojo para tudo.
OBS: A reforma passou bem na CCJ, iniciando ainda nos primeiros meses da nova gestão a agenda mais esperada pelos que querem reconstruir isso aqui, mas vocês continuaram com cara de nojo, dizendo que demorou (!), dizendo que o projeto do Paulo Guedes foi desidratado (mentira) e não vai prestar, ole-lê, ola-lá.
Sobre essa parte de viver surfando entre meias-verdades, vocês estão provando aos parasitas do petismo que é possível mentir com muito mais classe do que eles fizeram por 13 anos. Aliás, no salão da resistência democrática não se ouviu um pio sobre a fake news da menina que se recusou a cumprimentar o presidente. Podem poupar suas meias-verdades para explicar esse silêncio hediondo: já entendemos que na nova cartilha de vocês não é permitido apontar eventuais picaretagens na imprensa, porque pode ser entendido como discurso bolso-fascista. Incrível como vocês estão mudados (os cabelos continuam os mesmos, mas o juízo… quanta diferença).
Ainda assim, a nova aposta de vocês não é de todo burra. Não há de faltar bizarrices dos bolsonaros e seus circundantes para alimentar as crises de fofoca que vocês hoje se dedicam a fermentar e espalhar. Vocês são os colunistas sociais da miragem autoritária, uma espécie de reencarnação da Revista Amiga para futricas de coturno. Não deixa de ser um papel na sociedade.
Se apesar de vocês o avião decolar e tirar o Brasil da seca, vocês obviamente vão querer embarcar correndo, pedindo educadamente desculpas pelo atraso. Não tem problema, a tripulação que está dando duro mal sabe de vocês (não dá tempo de ler a Revista Amiga). São democratas – exatamente como vocês fingem – e não irão barrar ninguém.
Talvez os passageiros à bordo não sejam tão receptivos, mas não dedicarão a vocês nada pior do que uma cara de nojo, como a que vocês hoje fazem para tudo. Nada grave, eles apenas terão entendido quem vocês são.
*Reproduzido de institutomillemium.org.br
**O autor é jornalista e escritor brasileiro, mantém uma coluna sobre política na revista "Época" e escreve para o jornal "O Globo". É coautor da minissérie "O brado retumbante", exibida em 2012 pela TV Globo, e assina o livro "Meu nome não é Johnny" cuja adaptação ao cinema rendeu ao escritor o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria Melhor Roteiro Adaptado. Além deste, Fiuza escreveu "3.000 dias no bunker", "Amazônia, 20º andar", “Bussunda - A vida do Casseta” e "Giane — Vida, arte e luta".