• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 29 Agosto 2019


EXPLICAÇÃO CONVINCENTE
Ontem, num daqueles típicos encontros onde amigos se reúnem com o propósito de -jogar conversa fora-, um deles me perguntou se havia uma RAZÃO CONVINCENTE para explicar este indisfarçável ÓDIO que boa parte da mídia nutre e escancara, notadamente as organizações Globo, contra o presidente Jair Bolsonaro.


GASTOS DE PUBLICIDADE
Sem pestanejar, mesmo sabendo que seria repetitivo, mencionei -ipsis literis- aquilo que inclusive já havia abordado num editorial escrito no mês de junho, no qual expus o quanto a Caixa Econômica Federal economizou, ao longo do primeiro trimestre de 2019, em termos de GASTOS COM PUBLICIDADE.


CORTE DE PUBLICIDADE
Pois, a exemplo do amigo que fez a tal indagação, suponho que muita gente também não saiba que a grande e indiscutível RAZÃO para tanto ÓDIO se deve ao profundo corte de GASTOS EM PUBLICIDADE das grandes ESTATAIS FEDERAIS, como Petrobrás, Caixa Federal, Correios, Eletrobrás e BNDES, principalmente.


REDUÇÃO DOS GASTOS EM 98%
De novo: após DESPESAS COM PUBLICIDADE E PATROCÍNIOS na ordem de R$ 1,1 BILHÃO em 2018, só no primeiro trimestre de 2019 os gastos da CAIXA, com as duas rubricas, somaram apenas R$ 14 MILHÕES. Mais: o presidente da estatal, Pedro Guimarães, destacou: "- Estamos reduzindo em 98% os gastos com publicidade e patrocínio".


A FONTE SECOU
Como os leitores devem ter percebido, todas as demais estatais mencionadas aí acima fizeram praticamente o mesmo, ou seja, a fonte que engordava substancialmente o caixa dos grandes veículos de comunicação, notadamente a Globo, simplesmente SECOU.


MAL-ESTAR
Ora, o severo mal-estar provocado por esta espetacular ECONOMIA DE GASTOS EM PUBLICIDADE acabou se transformando num indisfarçável ÓDIO. Some-se a isto a edição da recente MP que permite às empresas de capital aberto a publicação de seus balanços no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ou do DO (Diário Oficial), de forma GRATUITA. Tá explicado?
 

 

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 29 Agosto 2019

 

Bolsonaro, muito acertadamente, tem enfatizado a urgência de maior abertura econômica e operação brasileira nos mercados além-fronteiras. O mundo é mais importante para o Brasil do que o país para o mundo. Isso, mesmo com a nova postura do governo bolsonarista. Velha nova profecia!

Mas justamente em seu governo, há significativa mudança no ambiente internacional, revertendo décadas de liberalização do comércio. Flagrante desaceleração global.

Do ponto de vista microeconômico, algumas cadeias de valor estão se tornando mais regionais e menos globais, especialmente aquelas ligadas a maior grau de inovação, dada necessidade de integrar de perto muitos fornecedores para sequenciamento just-in-time e da velocidade ao mercado consumidor. Além disso, empresas necessitam desenvolver inovações – e customizações - mais rapidamente, o que implica em proximidade.

Contudo, por trás dessa possível onda de regionalização, encontram-se dois movimentos grandiosos. Primeiro, o avanço tecnológico em produção e comunicações reduz diferenciais de custos e acelera "relocalização" das cadeias de suprimento. Resposta rápida e melhor às necessidades dos clientes locais. A tecnologia exerce pressão direta e diminui importância dos custos de mão-de-obra como critério decisor na complexa escolha entre produzir e comerciar globalmente versus localização.

Segundo, aumentou significativamente a ameaça do protecionismo (barreiras tarifárias e não-tarifárias) e o nível de incerteza sobre políticas - e guerras comerciais - entre EUA e China. Mais vozes se juntam em favor de práticas protecionistas. Justificações ligadas ao Brexit e à flutuação dos preços do petróleo. Notadamente a China, tem impulsionado a produção local, refletindo uma diminuição do comércio global. Para se ter uma ideia da redução de comércio, a exportação de soja brasileira para a China, no primeiro semestre de 2019, caiu mais de 45% comparada ao mesmo período de 2018. Recentemente a Arábia Saudita (frangos) anunciou (sem apontar verdadeira razão) deslocamento de parte de importações (brasileiras) para produção interna. Singelo. Mercados internos em crescimento.

Tais movimentos impõem um ainda maior fechamento brasileiro ao mundo? Muito pelo contrário!

Na verdade, a abertura comercial brasileira servirá de proteção contra falaciosas investidas como a do presidente francês, Emmanuel Macron, que criticou pesadamente o Brasil em razão das queimadas. O oportunismo de Macron se justifica. A França é um dos países europeus mais protecionistas, subsidiando seu setor agrícola que deixa de ser competitivo. O suposto "fim do pulmão mundial" - embora nada além do "padrão histórico" - nada mais é do que ocasião oportuna para justificar a retórica populista, que aliás já se manifestava antes do arranjo contra as queimadas brasileiras. A França, com seu discurso populista e ideológico, já desejava romper com o acordo da União Europeia com o Mercosul, que depende de sua ratificação pelo parlamento europeu. Com queda extrema na sua popularidade na França, aquele que não impediu o incêndio na catedral Notre-Dame, agora quer ser o ubermensch que salvará a "Amazônia do mundo" das queimadas, provocadas pela inoperância governamental do "fascista" Bolsonaro.

O discurso francês é, de fato, uma mostra do desejo protecionista de inibição a competição, ou seja, a inclusão da agenda ambiental como forma de criar barreiras não tarifárias, diferentes das barreiras tarifárias empregadas na guerra comercial entre EUA e China. A Amazônia serve-se como instrumento de grande visibilidade e reverberação entre atores políticos e sociais no mundo inteiro.

Parece-me ingenuidade não perceber que existe um movimento ideológico orquestrado em rede, extremamente conectado e alinhado em favor de conhecidas "políticas científicas, bondosas e redentoras". Tal agenda progressista encontra-se entrincheirada nas instituições mundiais, em especial na grande mídia global, propagando suas narrativas de engajamento as suas causas interesseiras. Mesmo assim, parece que o Reino Unido e a própria Alemanha não se renderam aos apelos ideológicos do presidente francês. Trump, por sua vez, contrabalançou, externando seu apoio e alinhamento a agenda brasileira.

Desse modo, é necessário que o Brasil (Mercosul) firme acordos preferenciais de comércio, tornando-se mais barato, seguro e atrativo ao investimento estrangeiro, especialmente das grandes transnacionais.

Exatamente no momento em que ocorria maior engajamento e fluidez na direção da modernização no Mercosul, essencial para o estabelecimento de certas cadeias regionais de valor, principalmente com a Argentina, estamos prestes a presenciar retrocesso no bloco comercial. A quase certa vitória do kirchnerismo no país vizinho, provavelmente trará tempos sombrios para o Mercosul, a considerar as trocas de farpas entre Alberto Fernández e Bolsonaro.

Tal impasse compulsoriamente terá que ser resolvido. Talvez até com o desmantelamento do formato de integração como mercado comum. Todos países vizinhos lucrariam, mesmo que, minimamente, como uma zona de livre comércio. Fazer as mercadorias se movimentarem continuamente entre países é mais difícil e mais caro do que parece. Portanto, redução de distância é redução de custos e riscos.

Ambos os casos, acentuam a urgência de uma melhor integração entre a comunicação e a coordenação das falas e discursos do Planalto, especialmente de algumas "pouco polidas" improvisações do presidente Bolsonaro com relação a agenda externa. Mesmo com a mudança de postura do governo Bolsonaro, é preciso ter cautela na forma, no "como dizer". Faz parte da arte da diplomacia em negócios internacionais. Caso contrário, pano pra mangas para a estruturada trupe, especialista na batalha cultural empregada pela rede da mídia global interesseira.

É necessário defender-se da retórica! Como? Por meio da maior abertura econômica, seja no fortalecimento dos vínculos no Mercosul, embora essa possibilidade pareça mais distante, seja pela formação de acordos bilaterais de comércio, com Estados Unidos, Canadá, México e com países asiáticos. Esse é o caminho para o imperioso investimento externo direto no país. Evidente que para ganharmos em competitividade, não necessariamente nesta ordem, é preciso modernizar e simplificar a política fiscal, desburocratizar, investir, sobretudo em infraestrutura, e promover o mercado e a produção interna. Assim, estimularemos ainda mais os investimentos.

Embora os mercados necessitem de mais liberdade para operar mais eficazmente, o papel do Estado – eficiente - nessas questões é ordem! O governo é quem define a estrutura legal dentro do qual o mercado opera!

Não há outra saída para o crescimento econômico e social. Descabido relegar a abertura econômica! Além disso, o foco em nossa pauta externa é a defesa mais aguerrida contra retóricas e agenda protecionista do presidente francês. Sem dúvida, o melhor remédio ante a virulenta guerra protecionista que se avizinha.

Alex Pipkin, PhD
 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 27 Agosto 2019


SONHO ANTIGO
Se o sonho da maioria dos brasileiros é, de fato, fazer do nosso empobrecido Brasil um país onde impere JUSTIÇA, LIBERDADE E DESENVOLVIMENTO, antes de tudo precisa cair na real e entender que esta vontade só será alcançada se conseguir vencer seus ferozes INIMIGOS, que têm sonhos bem diferentes.


AVANÇOS IMPORTANTES
Muitos destes INIMIGOS da JUSTIÇA, da LIBERDADE e do DESENVOLVIMENTO (capitalismo) são muitos antigos e bastante conhecidos. Entretanto, nos últimos 15 anos é que se mostraram bem mais efetivos. De forma bem organizada e muito focados nas FORÇAS DO MAL obtiveram avanços importantes.


DEMOCRACIA
Não é por acaso que tais INIMIGOS -FEROZES- estão identificados, ideologicamente, com o SOCIAL-COMUNISMO, pensamento este que simplesmente detesta a DEMOCRACIA e, por consequência, vê na JUSTIÇA, na LIBERDADE e no DESENVOLVIMENTO tudo aquilo que não pode vingar no Brasil.


RECUSA DO LEGISLATIVO
Em termos práticos, é pra lá de lamentável que tudo aquilo que o excelente ministro Sérgio Moro defende e propõe em termos de JUSTIÇA, com o apoio direto e explícito do povo, a maioria dos deputados e senadores, com a anuência do Judiciário, simplesmente recusa. Mais: recusa de forma gritante e desafiadora. Pode?


ABUSO DA IMPUNIDADE
Ontem, mais uma vez, o povo foi às ruas. Desta vez, no entanto, para dizer, de forma muito transparente e objetiva, que apoia Sérgio Moro e suas propostas, notadamente a LEI DO ABUSO DE AUTORIDADE, que a maioria dos deputados e senadores transformaram, por interesse próprio, em LEI DE ABUSO DA IMPUNIDADE.


CORRIGIR OS EXCESSOS
Se o projeto de lei apresenta falhas de definição daquilo que possa ser considerado ABUSO DE AUTORIDADE, caberia aos deputados e senadores corrigir o texto, retirando eventuais excessos. Entretanto, no caso da Lava-Jato, por exemplo, a maioria dos congressistas, notadamente os diretamente envolvidos em casos de corrupção, resolveu aprovar uma LEI QUE OS TORNA IMPUNES dos crimes cometidos. Aí NÃO! O RECADO FOI DADO!

 

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  • José Antônio Lemos dos Santos
  • 27 Agosto 2019

 


     Que Ele em sua clemência me perdoe por usar Seu santo nome nesta piadinha didática dos distantes anos de faculdade e que vou tentar contar tal como me foi contada. Diz a piada que nos tempos da Criação o camelo era para ser um cavalo e, na sua preocupação perfeccionista, Deus convocou os maiores especialistas em cada setor daquele importante projeto. Assim contratou os maiores sábios em cabeças, pescoços, pernas, rabos, barrigas etc. que fizeram isoladamente aquilo que seus conhecimentos recomendavam como o melhor em cada uma de suas respectivas tarefas. Só que na hora de juntar as partes deu aquele animal todo troncho, dando uma impressão desconjuntada e desarmoniosa, com a cabeça parecendo menor do que deveria ser, o pescoço e o rabo encaixados em pontos errados, as pernas de traz para frente...

Em sua bondade o Criador optou por manter aquele não esperado animal. Mas insistiu na criação do cavalo, só que desta vez chamando um arquiteto, que por formação é também urbanista, como sempre terá que ser. Aí saiu o cavalo, elegante, bonito, lépido e harmonioso.

Assim é com a cidade. Não se admite mais cada setor fazendo sua parte, mesmo que o melhor, fora de uma visão de todo o conjunto. Em nossa cabeça analítica ela é decomposta em facetas para facilidade de compreensão e de intervenção, mas só na nossa cabeça, pois na verdade a cidade é um complexo composto por partes que se integram em uma espécie de organismo vivo que se transforma com o tempo, onde o todo funciona através das partes, e não funcionará direito se todas as suas partes não funcionarem bem. Mais que isso, as partes geram entre si uma poderosa sinergia fazendo com que conjunto resulte com muito mais qualidades que a soma das qualidades de suas partes. Esta é uma de suas maiores belezas e mistério. Daí que cada cidade é única em sua formação e evolução, exigindo estruturas técnicas permanentes, especializadas em seu todo e em suas partes para que possam acompanhá-la e conhecê-la em suas manhas e características próprias.

Gosto muito da comparação da cidade com o corpo humano e do urbanista com o médico. Por exemplo, podemos comparar o sistema circulatório humano com o sistema viário urbano. Embora em ambos o ideal seja a fluidez permanente, muitas vezes temos casos de estrangulamentos que podem levar o conjunto ao colapso e então tornam-se necessárias intervenções emergenciais tipo uma ponte de safena ou um viaduto, seu similar urbano. Porém, resolvida a emergência, se o médico for um bom médico ele te explicará que ter escapado desta não significa que escapará da próxima. Daí vai orientar que a solução para o seu caso será o tratamento do corpo por inteiro, com exames gerais, diagnósticos e tratamentos diversos que podem ir da redução de peso até a mudanças de hábitos, alimentação e outros. No caso do viaduto é igual. Uma vez resolvido o problema emergencial do estrangulamento, a solução completa estará no tratamento da cidade como um todo, com exames gerais e diagnósticos observando a questão do uso e ocupação do solo, a distribuição de infraestrutura, serviços e equipamentos, reestruturação viária, etc. Aí é insubstituível o papel do urbanista, atribuição exclusiva que lhe é assegurada por lei. Ele vê o conjunto.

Nesse contexto o urbanista deve ter a formação de um generalista e estar preparado para o trabalho multidisciplinar. Precisa conhecer de cada área o bastante para saber pedir aos especialistas aquilo que a cidade precisa, com as características e dimensionamentos corretos de forma que a cidade pretendida não resulte em um camelo, mas que seja funcional e bela capaz de oferecer qualidade de vida para sua população com conforto, segurança, sustentabilidade e justiça social.

• O autor é arquiteto e urbanista, conselheiro do CAU/MT, acadêmico da AAU/MT e professor universitário aposentado.

 

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  • Alberto Saraiva
  • 27 Agosto 2019


E não é que é verdade? O cara atropela as palavras, engole outras, passa por cima de algumas regras gramaticais, solta palavrões.

Mas vamos dar uma olhada nos seus antecessores, que ainda estão vivos:

??SARNEY: um intelectual. Membro da ABL. Escritor e poeta. O multimilionário "dono" do Maranhão. Deixou o país quebrado, após sucessivos e mal sucedidos planos econômicos, e com uma inflação que, só no último mês do seu mandato (ampliado para 5 anos, sabe-se lá como) foi superior a 80%. Num mês!

??COLLOR: nascido em berço de ouro. Bom orador, teve educação de 1o. Mundo. Foi impichado por corrupção. Indiciado em vários processos, teve bens apreendidos. Não está preso graças à leniência do STF.

??FHC: Outro intelectual. Professor catedrático da USP. Professor visitante da Sorbonne. Ao cabo de seu segundo mandato (conseguido sabe-se lá como!) entregou a inflação sob controle, mas com o Brasil no FMI. Passou a faixa para Lula, seu velho companheiro de palanque e de ideias socializantes.

??LULA: Um farsante, semianalfabeto, comia os plurais com a mesma gula com que devorava dinheiro e amantes, como nunca antes na história deste país. Levou 8 anos enganando, trapaceando, roubando. Está preso, condenado em 2a. Instância, em vias de ser condenado também no TRF-4 num outro processo. E com uma outra condenação na 13a. Vara de Curitiba. É réu em mais um monte, no Rio e em Brasília.

??DILMA: A economista que não sabia nada de economia, a anta que não consegue construir uma frase com sujeito, verbo e predicado nos seus devidos lugares. Com a "expertise" de quebrar uma loja de 1,99, foi bem mais longe: quebrou um país inteiro. Foi impchimada. E acaba de ter prisão preventiva requerida, mas ainda não deferida pela Justiça.

??TEMER: A finesse em pessoa. Nunca elevou a voz. Nunca disse uma frase que não fosse rebuscada, com direito a mesóclises empoadas e gongóricas. Chefiou por décadas o MDB, um partido que saqueou o país também por décadas - e não por mera coincidência. Está em prisão domiciliar, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

??Aí Bolsonaro, menino pobre, estudante de Colégio Militar e Capitão reformado, sucede a essa súcia de letrados e iletrados, espertos e corruptos, carreiristas e punguistas (e até ex-terrorista!), quebra todas as regras sujas de se fazer política e é trucidado por ser tosco com as palavras? Por não ser politicamente correto? Por falar o que pensa, sem rodeios? Por corajosamente dar nome aos bois? Por enfrentar sem medo a mídia que o massacrou na campanha? E que continua massacrando um presidente legitimamente eleito?

Como deputado, estava no Congresso quando todos esses presidentes exerceram o poder roubando, ou aliciando partidos e deputados com ministérios, cargos e até dinheiro vivo, o Mensalão que o diga. O Petrolão também.
Mas ele nunca se deixou contaminar. Era uma voz isolada no Plenário e nas Comissões, e desprezado pelos colegas de tantas legislaturas, que nunca davam as assinaturas necessárias para que seus projetos andassem na Casa.

Ou então seus projetos eram engavetados pelos presidentes da Câmara - e muitos deles foram processados e/ou foram ou estão presos, como Ibsen Pinheiro, Severino Cavalcanti, João Paulo Cunha, Michel Temer, Eduardo Cunha.
??Ele sobreviveu incólume àquele antro!

Bolsonaro é uma total e absoluta exceção à regra de como se faz política no Brasil. Um alienígena completo. Que se elegeu sem partido importante, sem dinheiro, sem a mídia, sem as corporações, sem nada além de seu discurso conservador, que reverberou nas redes sociais por quem viu nele - com toda a razão - um político que iria fazer diferente de quem o antecedeu. E ele está fazendo.

??Tem a sutileza de um rinoceronte? Sim. Tem a coragem dos loucos? Também sim. Tem os cacoetes das raposas da política? Definitivamente não. E ainda bem que não, dados os exemplos acima.

Ele não é, nem nunca foi um RollsRoyce. Está mais pra um tanque de guerra, daqueles que passam por qualquer terreno para abrir caminho para a infantaria, que vem atrás. E a infantaria somos nós.

Para Bolsonaro, todo mato é caminho. E ele vai (vamos) chegar lá. Não interessa se o homem é um tosco, ante o quanto é verdadeiro. E comprovadamente honesto.

??O resto é choro de corruptos, mimimi de contrariados e o coro de mal informados pela mídia, que não engole o fato que um presidente se elegeu à sua revelia.

 Reproduzido de Recanto das Letras: https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6720413

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  • FARMS HERE, FOREST THERE
  • 23 Agosto 2019

 

21/01/2019 - Nada é mais cômodo do que viver convencido de que certas coisas não podem ser discutidas, pois são a verdade em estado definitivo. É o que está acontecendo hoje com a questão a mbiental pelo mundo afora — especialmente no Brasil.

Ficou decidido pela opinião pública internacional e nacional que o Brasil destrói cada vez mais as suas florestas — por culpa da agropecuária, é claro. Terra que gera riqueza, renda e imposto é o inferno. Terra que não produz nada é o paraíso. Fim de conversa.

Os fatos mostram o contrário, mas e daí? Quanto menos fatos alguém tem a seu favor, mais fortes ficam as suas opiniões.

Ninguém imagina, pelo que se vê e lê todos os dias, que a área de matas preservadas no Brasil é mais do que o dobro da média mundial. Nenhum país do mundo tem tantas florestas quanto o Brasil — mais que a Rússia, que tem o dobro do seu tamanho, e mais que Canadá e Estados Unidos juntos. Só o Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo, é duas vezes maior que a maior floresta primária da Europa, na Polônia.

Mais que tudo isso, a agricultura brasileira ocupa apenas 10%, se tanto, de todo o território nacional — e produz mais, hoje, do que produziu nos últimos 500 anos. Não cresce porque destrói a mata. Cresce por causa da tecnologia, da irrigação, do maquinário de ponta. Cresce pela competência de quem trabalha nela.

Como a agricultura poderia estar ameaçando as florestas se a área que cultiva cobre só 10% do país — ou tanto quanto as terras reservadas para os assentamentos da reforma agrária? Mais: os produtores conservam dentro de suas propriedades, sem nenhum subsídio do governo, áreas de vegetação nativa que equivalem a 20% da superfície total do Brasil. Não faz nenhum sentido.

Não se trata, aqui, de dados da "bancada ruralista" — foram levantados, computados e atualizados pela Embrapa, com base no Cadastro Ambiental Rural, durante o governo de Dilma . São mapas que resultam de fotos feitas por satélite. São também obrigatórios — os donos não podem vender suas terras se não estiverem com o mapeamento e o cadastro ambiental em ordem.

Do resto do território, cerca de 20% ficam com a pecuária, e o que sobra não pode ser tocado. Além das áreas de assentamentos, são parques e florestas sob controle do poder público, terras indígenas, áreas privadas onde é proibido desmatar etc. Resumo da ópera: mais de dois terços de toda a terra existente no Brasil são "áreas de preservação".

O fato, provado por fotografias, é que poucos países do mundo conseguem tirar tanto da terra e interferir tão pouco na natureza ao redor dela quanto o Brasil. Utilizando apenas um décimo do território, a agricultura brasileira de hoje é provavelmente o maior sucesso jamais registrado na história econômica do país.

A última safra de grãos chegou a cerca de 240 milhões de toneladas — oito vezes mais que os 30 milhões colhidos 45 anos atrás. Cada safra dá para alimentar cinco vezes a população brasileira; nossa agricultura produz, em um ano só, o suficiente para 1 bilhão de pessoas.

O Brasil é hoje o maior exportador mundial de soja, açúcar, suco de laranja, carne, frango e café. É o segundo maior em milho e está nas cinco primeiras posições em diversos outros produtos.

O cálculo do índice de inflação teve de ser mudado para refletir a queda no custo da alimentação no orçamento familiar, resultado do aumento na produção. A produtividade da soja brasileira é equivalente à dos Estados Unidos; são as campeãs mundiais.

Mais de 60% dos cereais brasileiros, graças a máquinas modernas e a tecnologias de tratamento do solo, são cultivados atualmente pelo sistema de "plantio direto", que reduz o uso de fertilizantes químicos, permite uma vasta economia no consumo de óleo diesel e resulta no contrário do que nos acusam dia e noite — diminui a emissão de carbono que causa tantas neuroses no Primeiro Mundo.

Tudo isso parece uma solução, mas no Brasil é um problema. Os países ricos defendem ferozmente seus agricultores. Mas acham, com o apoio das nossas classes artísticas, intelectuais, ambientais etc., que aqui eles são bandidos.

A consequência é que o brasileiro aprendeu a apanhar de graça. Veja-se o caso recente do presidente Michel Temer — submeteu-se à humilhação de ouvir um pito dado em público por uma primeira-ministra da Noruega, pela destruição das florestas no Brasil, e não foi capaz de citar os fatos mencionados acima para defender o país que preside. Não citou porque não sabia, como não sabem a primeira-ministra e a imensa maioria dos próprios brasileiros. Ninguém, aí, está interessado em informação.

Em matéria de Amazônia, "sustentabilidade" e o mundo verde em geral, prefere-se acreditar em Gisele Bündchen ou alguma artista de novela que não saberia dizer a diferença entre o Rio Xingu e a Serra da Mantiqueira. É automático. "Estrangeiro bateu no Brasil, nesse negócio de ecologia? Só pode ter razão. "

Nada explica melhor esse estado de desordem mental do que a organização "Farms Here, Forests There" (fazendas aqui, florestas lá) atualmente um dos mais ativos e poderosos lobbies na defesa dos interesses da agricultura americana Não tiveram nem a preocupação de adotar um nome menos agressivo — e não parecem preocupados em dar alguma coerência à sua missão de defender "fazendas aqui, florestas lá".

Sustentam com dinheiro e influência política os Green¬peaces deste mundo, inclusive no Brasil. Seu objetivo é claro. A agropecuária deve ser atividade privativa dos países ricos — ou então dos mais miseráveis, que jamais lhes farão concorrência e devem ser estimulados a manter uma agricultura "familiar" ou de subsistência, com dois pés de mandioca e uma bananeira, como querem os bispos da CNBB e os inimigos do "agronegócio".

Fundões como o Brasil não têm direito a criar progresso na terra. Devem limitar-se a ter florestas, não disputar mercados e não perturbar a tranquilidade moral das nações civilizadas, ecológicas e sustentáveis. E os brasileiros — vão comer o quê? Talvez estejam nos aconselhando, como Maria Antonieta na lenda dos brioches: "Comam açaí".

* Reproduzido da Revista Veja, 21 de janeiro de 2019

  

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