• Adriano Marreiros
  • 06 Julho 2022

Adriano Marreiros

Nossas liberdades não são tão invioláveis assim, salvo em caso de defender a ideologia...

A maior parte do vocabulário sinalizado pelos Justiceiros Sociais Woke como derivado de racismo não tem nada com isso. Palavras têm origens rastreáveis e rastreadas. Considerar expressões como inveja branca, lista negra, peste negra e ovelha negra derivadas de alguma relação com raça é a Etimologia Freestyle. Estudar etimologia, a origem das palavras, dá trabalho. Na modalidade freestyle, inventa-se uma correlação para poder xingar os outros de racistas. Além de ser mais relax e não dar stress de tanto estudar, gera likes e dá prestígio aos antirracistas de internet.[1]

Madeleine Lacsko, Gazeta do Povo

        Olhando para o horizonte, figurativamente, pois são 15:48h, só vejo escuridão.  Por vezes precisamos explicar que usamos figuras de linguagem ou nos colocarão numa lista negra de pessoas que teriam cometido algum absurdo.  A escuridão tem sido a base de várias dessas expressões tão injustiçadas em tempos em que a Literatura não existe nas universidades e nem no ENEM...

Pego sobre meu criado mudo umas anotações feitas meio nas coxas – como jamais fizeram qualquer  telha que seja –  enquanto tomo um copo d’água, porém feito de vidro, penso no que escrever para não correr perigo de vida: decido pelo caminho seguro e resolvo falar sobre o sentido exato das palavras, o denotativo.  Largo, então a crônica, e passo a fazer uma espécie de glossário, mas sem seguir ordem alfabética, diante de muito analfabetismo funcional, escolhendo palavras e expressões em que tenho observado mais dúvidas, ultimamente...

Quaisquer.  Plural de qualquer.  Única palavra em português com plural no meio da palavra, Pronome que se refere a algo não especificado e sem que haja exceção.

Exemplo de uso: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.” (Constituição. Art. 53)

salvo em caso de: Expressão usada para fazer exceção ao que está sendo dito, para dizer quando o que está sendo dito não se aplica.

Exemplo de uso: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.” (Constituição. Art. 5º, XI).  Quando não há exceção, se aplica em qualquer caso ou tempo, por exemplo: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. (Constituição, 5º , VI)

Senão em: Mais uma expressão usada para fazer exceção ao que está sendo dito, para dizer quando o que está sendo dito não se aplica, equivalente a salvo em caso de (ou seu plural).

Exemplo de uso: “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;.” (Constituição. Art. 5º, LXI). 

Ou: Conjunção alternativa que denota que basta que ocorra uma entre duas ou várias situações ou hipóteses.  Difere por exemplo da conjunção “e” que é aditiva e exigiria que mais de uma coisa ocorresse para que se aplicasse o que está sendo dito.

Exemplo de uso: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.” (Constituição. Art. 5º, XI). Obs.  Usamos o mesmo exemplo por sua clareza e importância)

Concepção: Fecundação. Fusão do espermatozoide com o óvulo.

Exemplo de uso: “Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente..” (Pacto de San José da Costa Rica - considerado supralegal pelo STF- Art. 4º, 1). “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (Código Civil, Art. 2º ).

Inviolável: Aquilo que não pode ser desrespeitado, que tem que ser observado por quem quer que seja, que nenhuma pessoa física ou jurídica tem o direito de violar.

Exemplo de uso: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”(Constituição, Art. 5º, VI)

Independentemente: Advérbio.  Expressa a relação de independência entre duas ou mais coisas, pessoas, instituições, etc.

Exemplo de uso: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença” (Constituição, Art. 5º, IX)

Creio que por hoje basta, não elencarei quaisquer outras palavras, até pra não correr o risco de que provocar a ira dos que desconhecem semântica e interpretação ou: dos que querem distorcê-las, afinal, independentemente do que pensemos, nossas liberdades não são tão invioláveis assim, salvo em caso de defender a ideologia...

A Etimologia Freestyle é uma das principais ferramentas do Justiceiro Social do Parque de Areia Antialérgica para fingir que é intelectual ou antirracista. Ao inventar significados que não existem para uma expressão ou palavra, é possível dar impressão de que combate racismo. Melhor ainda, se a Etimologia Freestyle for usada chamar outra pessoa de racista, teremos um herói. Vários sonsos surgirão para "educar" a pessoa injustamente acusada e fazê-la "acordar" para o racismo estrutural. É o autoritarismo do bem.

Madeleine Lacsko. (Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/madeleine-lacsko/etimologia-freestyle-tres-expressoes-racistas-que-nao-tem-nada-a-ver-com-isso/ )

P.S.  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados. 

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

*       O autor é mestre em Direito, membro do Movimento Contra a Impunidade (MCI) e do Ministério Público Pró Sociedade (MP Pró Sociedade), autor de “2020 D.C., Esquerdistas Culposos e Outras Assombrações” e de “Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais”.

**         Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária: https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1531/lista-negra.html

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  • Fernão Lara Mesquita, em O Vespeiro
  • 06 Julho 2022

 

Fernão Lara Mesquita

Com a repercussão das decisões recentes da Suprema Corte americana reinterpretando a constituição para barrar abortos e limitar os poderes do governo central de impor ao país inteiro medidas para o meio ambiente ou a segurança pública e das comparações que têm aparecido na imprensa dessas manobras técnicas com as estrepolias do "trio assombro" do STF que legisla em cima da perna conforme a cara do freguês à revelia mesmo da vasta constituição brasileira com seus 250 artigos e 111 emendas (por enquanto), cabe uma nota comparativa sobre os limites dos poderes desses tribunais nas duas democracias federativas mais sólidas do mundo. 

Sonhar não custa nada... 

A questão da atribuição de novos poderes para o governo central, para os estados e para os municípios (ditos "comunas" na Suíça) é uma discussão permanente nas duas.

O Artigo 3 da constituição suíça diz que todos os poderes futuros pertencem aos cantões (os estados), a menos que o eleitorado como um todo (nas comunas) e os cantões entre si decidam, por emenda constitucional, que eles sejam atribuídos à federação (o governo central).

A constituição americana tem uma provisão semelhante na 10a Emenda que afirma que "todos os poderes que não foram formalmente entregues ou negados à União pela constituição (em seus escassos 7 artigos e 27 emendas), pertencem, respectivamente, aos estados ou ao povo".

As duas federações exigem, portanto, que qualquer aumento dos poderes do governo central tem de acontecer via emenda constitucional.

Em outras democracias como a francesa ou mesmo a inglesa uma simples decisão governamental pode criar ou eliminar poderes e mesmo autoridades locais, o que as põem em outra prateleira em matéria de hegemonia do povo.

Mas as autoridades americanas encontraram um meio de furar esse cerco com o conceito dos "poderes implícitos" (implied powers) ou a "cláusula interestadual" (interstate clause) que permite ao governo central assumir poderes adicionais por mera interpretação da constituição a cargo da Suprema Corte que, graças a isso, ganhou os poderes excepcionais ao longo do caminho que hoje a faz objeto de cooptação por correntes ideológicas.

Se a sabedoria suíça pudesse ser reduzida a uma única frase ela seria "Todo poder concentrado gerará um foco de corrupção". O único país da Europa que nunca teve um rei e que não tem mais nem presidente da república, elege um board de sete membros para fazer o papel que eles têm em outras praias, não permite essa pequena trapaça no governo "do povo, pelo povo e para o povo". Ela interpreta o Artigo 3 em seu senso estrito. Não apenas a criação de um banco nacional, o estabelecimento de todo e qualquer imposto federal, a criação de um sistema nacional de segurança social, a construção de estradas federais, a criação de subsídios para as universidades cantonais ou a criação de políticas ambientais, mas até assuntos muito pequenos como a concessão de subsídios federais para trilhas em parques públicos, nada escapa da obrigação de passar por emenda constitucional seguida de ratificação em referendo pelos eleitores.

Essa é a razão pela qual os suíços emendam sua constituição várias vezes por ano todo ano, o que depende de uma votação como outra qualquer que pode ser iniciada por qualquer cidadão mediante coleta de assinaturas como acontece com as emendas às constituições estaduais e municipais nos Estados Unidos. É também a razão pela qual a constituição federal americana passou por tão poucas emendas desde a sua adoção. E, finalmente, é o que explica porque a Suprema Corte americana tem tanto poder e a suíça tem tão poucos e não precisa ser disputada na guerra pelo poder que só o povo e ninguém mais que o povo tem: seus juízes, com mandatos de 8 anos, não podem mudar nada que o povo não tenha, explicitamente, querido mudar.

A consequência prática é que as mudanças na Suíça em geral demoram mais não propriamente porque o processo, que requer voto majoritário das duas câmaras do parlamento, voto majoritário do conjunto dos cantões, cada um valendo um voto e, finalmente, voto majoritário de todo o povo num referendo, seja em si mesmo demorado - tudo isso acontece com muita agilidade - mas porque é mais custoso toda a gente estar de acordo.  

Os suíços não têm pressa. Preferem não engolir sapos. As coisas lá só acontecem se e quando todo o povo está convencido da conveniência de fazê-las e pagar por elas, o que explica, além do resto, porque os gastos do governo suíço e a dívida que ele transfere ao povo são comparativamente muito menores que todos os demais do mundo.

Conclusão: democracia mesmo é a suíça. A americana já é uma cópia que manquitola um pouco. As que substituíram reis, Europa afora, são próteses e meias-solas com graus variados de desgaste. Já o resto...

Publicado originalmente no site do autor: https://vespeiro.com/2022/07/06/supremas-cortes-nas-democracias-e-no-brasil/

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  • José Luiz Martins
  • 04 Julho 2022

 

José Luiz Martins

Sendo muito sincero, pouco me importa se você mantém relações sexuais com homens ou com mulheres, desde que sejam adultos e a relação seja consensual.

Também não tenho o menor interesse se você se veste como homem, como mulher ou como um esquimó. Isso é uma questão sua e não vou me intrometer. No máximo, posso dar risada, se eu achar engraçado - e não venha censurar o bom humor alheio. Não é nada contra você, todos temos nossos aspectos risíveis - admita os seus.

Viva como bem entender e conte com meu total apoio contra quem quiser se meter no seu modo de vida. Não é porque você não se parece comigo, que vou te atacar. Pelo contrário: a diversidade costuma ser bastante enriquecedora.

Só não queira entortar a verdade para fazer política barata. Em primeiro lugar, crianças não estão prontas para a sexualidade. Apresentar o sexo para elas, seja hétero, homo ou bissexual, é muito complexo e pode fazer uma confusão danada na cabeça delas. Respeite o ritmo das crianças e espere alguns anos.

Outra coisa: não é porque você matava aulas na escola, que a biologia não existe. O fato de você ignorar algo não faz com que isso deixe de existir. Um dos meus maiores aprendizados como deficiente físico foi entender e aceitar meu corpo como ele é. Uso próteses e muletas para potencializar meu desempenho físico, não para tentar me transformar em algo que não sou, nem nunca serei.

Finalmente, não se faça de vítima. Todos nós temos nossas diferenças - com todas as vantagens e desvantagens que isso traz. Porém reduzir-se a um único aspecto de sua vida apenas empobrece a alma. Somos mais que nossos hábitos sexuais. A menos que você transe 24 horas por dia, você é um monte de outras coisas além do sexo.

Uma coisa é lutar contra o preconceito - e conte com meu apoio, eu tenho bastante experiência nisso, pode acreditar. Outra, completamente diferente, é depender de aprovação alheia pra viver. Boa sorte.

*       Texto publicado sem título pelo autor em sua página no Facebook.           .

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  • Sílvio Munhoz
  • 03 Julho 2022

Da selva ao shopping

Segurança pública, armas e mais incongruências...

Sílvio Munhoz

“Arma da morte de Bruno e Dom é símbolo da política belicista de Bolsonaro. [...] O descontrole sobre as armas de fogo, cuja consequência pode ser a morte de inocentes, também está na conta do presidente.”[1]

         A manchete espetaculosa, bem no sentido literal da palavra, como definia Aurélio: “3.Que é dado a espetáculos, a cenas ridículas e/ou escandalosas; espalhafatoso” que orna a matéria publicada em revista de circulação nacional, que já teve uma das maiores tiragens do País, confere razão ao ponto que, insistentemente, chamo atenção em minhas crônicas, quando apelido tais órgãos de ex-imprensa (existem exceções a confirmar a regra, poucas, é verdade), pois ao invés de cumprir o nobre objetivo de informar, hoje, parecem muito mais partidos políticos ou verdadeiras torcidas organizadas.

Como o fato aconteceu na Amazônia e não podem mais falar das girafas – todas já exterminadas, para desgosto da Greta e do Di Caprio – nem de desmatamento, pois ocorreu muito mais na época do time para o qual torcem[2] e só passaram pano, necessitavam achar alguma coisa para atacar o time adversário, eis que surge a “política belicista”... e à la Arquimedes, EUREKA é com essa tese que eu vou detonar.

Na matéria a torcida organizada diz ser a arma que matou Dom e Bruno uma arma de caça (e a licença aos caçadores tem sido incentivada no novo governo), como se no universo amazônico não existissem caçadores – legais e ilegais – desde os primórdios da civilização (lembram aquela história de caçadores-coletores) e tal atividade fosse mais uma invenção hedionda do atual Governo. Aliás, não avisaram aos autores do ‘novo cântico’ que a região é conhecida – tríplice fronteira, Brasil, Peru, Colômbia – como uma das mais perigosas e onde ocorre gigantesco tráfico internacional de drogas e armas, que muito se desenvolveu, assim como o crime em todo o Brasil, pela leniência com que os bandidos eram tratados quando quem governava era o time para o qual torcem.

Continuam, na insuperável sanha lacradora, com afirmações risíveis, tamanha a incongruência, como afirmar que os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) que somariam hoje em torno de 600.000, possuem um contingente maior que o Exército e tal número de pessoas armadas seria um perigo à segurança pública (mais armas com o cidadão honesto é perigo? Responderei mais adiante) e que, nos últimos 02 anos, surgiu notícia de ao menos 06 CACs utilizando a prerrogativa para vender armas aos traficantes...

Olvidam dois pequenos detalhes: primeiro, maçãs podres existem em todos os cestos, com certeza, por exemplo, conhecem algum jornalista corrupto que vendeu sua alma e consciência pelo vil metal; segundo, precisam voltar à escola e aprender matemática (tema negligenciado ao longo dos anos de pátria educadora, bem sabemos) ou será que imaginam mesmo que 06 CACs em 600.000, o que significa 0,0001 (vamos imaginar os atiradores esportivos que podem ter até 60 armas, 6 x 60 = 360 armas) representa alguma coisa no verdadeiro ARSENAL ILEGAL – composto na maioria de armas de guerra - que existe nas mãos das ORCRIMs do Brasil. Para contexto, estima-se existir em torno de 5.000 fuzis só nas mãos das facções que dominam 1.400 favelas no Rio de Janeiro. Na realidade, o armamento de 06 CACs é uma gota no oceano.

Em qual fonte beberam os torcedores para escrever cânticos tão disformes... quem seria? Tcham, tcham, tcham... Adivinharam? Como diz no texto, foi o gerente de projetos do “Instituto Sou da Paz”. Tal “instituto”, como denunciei outrora[3], recebe dinheiro da[4]open society, sabe, aquela do titio Soros – pretendente a dono do mundo -, que defende desarmamento, desencarceramento, legalização de drogas, aborto, extinção da polícia etc... e, igualmente da ford foundation, como já fora detectado pelo TSE quando a impediu de fazer propaganda antes do plebiscito do desarmamento, pois não podia participar quem estivesse recebendo dinheiro estrangeiro[5].

Enquanto isso, para não ficar só em uma das “torcidas”, na data de ontem, outra “grande organizada”, falando sobre o mesmo tema do armamento apresenta “chamativa” e lacradora manchete: “licença para armas crescem quase 05 vezes [...]; exército tem quase 674 mil autorizações ativas, mostra Anuário”[6]. Fazendo alusão aos dados Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, publicado na data de ontem (confesso, não consegui examiná-lo ainda, mas o farei em breve, para as já tradicionais crônicas, apontando as costumeiras incongruências).

A conclusão da matéria é, igualmente, em tom alarmante: "Em síntese, há um conjunto de ingredientes que desconsideram as evidências científicas sobre o impacto de longo prazo que armas de fogo e munições exercem na sociedade brasileira e que preparam o país para um cenário literalmente explosivo".

Como diz a matéria, “dizem os pesquisadores”, referindo-se aos membros (a matéria os nomina, não o farei) do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pela publicação do Anuário e do Atlas da Violência. Segundo a “torcida organizada” essa seria outra fonte prá lá de confiável. Será mesmo? Esqueceram de dizer somente uma coisa, que o FBSP, assim como o “instituto sou da paz”, não trabalha por ideal ou amor à Pátria, mas a soldo de entidades estrangeiras[7].

Pois é, meus amigos, e as “organizadas” querem lhe convencer que são fontes confiáveis... Claro que não são, pois as análises são sempre enviesadas para satisfazer o interesse de quem lhes paga, são os “intelectuais orgânicos”, citando Sowel, que a soldo criam teses, que satisfazem o que pretendem seus patrões, mesmo ofendendo os dados empíricos e depois, no mais das vezes, são chamados como “especialistas” para acrescer argumento de autoridade às matérias.

Prova disto é outra matéria publicada no mesmo site no mesmo dia, só um pouco mais escondida, que fala das mortes violentas no Brasil[8]. Segundo a notícia (talvez por isso não recebe manchetes “gritantes”) as mortes violentas diminuíram em 21 das 27 capitais (as 06 que tiveram alta localizadas nas regiões norte e nordeste, onde predominam Governadores e Prefeitos do time para o qual torcem) e a diminuição das mortes violentas em todo o Brasil foi de 6%. Pasmem (a análise será mais detalhada nas crônicas que falarei do Anuário), uma das causas, segundo os “confiáveis especialistas” seria: “Disputa de territórios entre facções criminosas”.  OPSS... sério, não ficam nem ruborizados, pois desde o começo da diminuição das mortes violentas, principalmente, nos 03 anos do atual governo, sempre disseram ser uma das causas a pax mafiosa[9], com a agravante que sempre diziam ser a “paz realizada pelas facções, principalmente, no norte e nordeste”. Não passará... tal mentira será desmascarada, após a INTERNET não existe mais memória curta, pecha que sempre atribuíram ao brasileiro...

Afinal, decidam-se: há paz ou não entre as facções criminosas do Norte e Nordeste?

Deixaram de mencionar, como seria de esperar, a possibilidade de aumento do número de armas em poder da população colaborar para a diminuição (na primeira matéria dizem ser causa e perigo de um verdadeiro caos futuro). De modo diferente, o Americano, John R. Lott Jr., estudioso do tema de armamento em poder da população civil, cravou no famoso jornal dos EUA, o Wall Street Journal: “More Legal Guns Reduce Crime in Brasil” em tradução livre, mais armas legais reduziram o crime no Brasil.

 Como diria Marx, o do bem, Groucho: “você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?” ou acredita na imprensa e especialistas ou no que você está presenciando?

No interregno de tanta lacração das “torcidas organizadas, no Rio de Janeiro - aquele Estado que o STF proibiu a Polícia de entrar em favelas dominadas por ORCRIMs e de combater o crime – vários membros de uma delas, quiçá, sentindo-se “empoderados”, desceram da  “comunidade” e adentraram um Shopping, fortemente armados, disparam uma infinidade de tiros assustando trabalhadores e clientes, fizeram reféns, roubaram uma joalheria e findaram por matar o vigilante da loja... cadê os partidos não eleitos, as costumeiras ONGs para entrar com uma ADPF e a ex-imprensa para exigir do STF[10] que os impeça de andar armados e cometer crimes...

Meus sentimentos aos familiares do guerreiro Jorge Luiz, o segurança morto enquanto trabalhava. Para finalizar, expresso minha indignação com o fato citando um post do Motta, que correu as redes após o episódio.

*       Publicado originalmente em

https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1525/da-selva-ao-shopping.html

 

[1] https://veja.abril.com.br/brasil/arma-da-morte-de-bruno-e-dom-e-simbolo-da-politica-belicista-de-bolsonaro/

[2] https://diariodopoder.com.br/politica/desmatamento-bateu-recorde-no-governo-lula-sob-silencio-constrangedor-de-ongs

[3] https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1244/estatistica-idelogia-desinformacao.html

[4] [1]

[5] https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2005-09-09/instituto-sou-da-paz-deve-suspender-propaganda-pro-desarmamento-decide-tse

[6] https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/06/28/licencas-para-armas-crescem-quase-cinco-vezes-no-governo-bolsonaro-exercito-tem-674-mil-autorizacoes-ativas-mostra-anuario.ghtml

[7]   https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/quem-george-soros-financia-no-brasil/?fbclid=IwAR22H_T8yntSAPkgkMEaRJayvnTJaYOSPr35xmEjxnvt1A26KhVlQbudV9U

[8] https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/06/28/macapa-tem-maior-taxa-de-mortes-violentas-e-sao-paulo-a-menor-veja-ranking-das-capitais-segundo-anuario.ghtml

[9] https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1281/estatistica-ideologia-desinformacao.html - Nesta crônica analiso a dita Pax mafiosa.

[10] https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/40158/a-morte-do-vigilante-em-um-shopping-no-rj-e-as-perguntas-que-o-stf-precisa-responder

 

 

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 03 Julho 2022


Alex Pipkin, PhD

Quem tem filhos, certamente sabe como funciona a adolescência.
Pai e mãe ensinam pela “janela aumentada”, mas a rebeldia e a vontade de fantasiar parecem não ter fim. Ademais, há sempre os “outros” do grupo que impingem comportamentos a serem seguidos.
Com uma visão maior de mundo e maturidade, as pessoas têm atitudes e comportamentos mais racionais, baseados na lógica da realidade, não necessariamente previsíveis.
É surpreendente que os países latino-americanos, tais como Argentina, Venezuela, agora Chile e Colômbia, e Brasil, entre outros, não tenham ultrapassado a mentalidade adolescente. Com efeito, pesaroso.
Na terra dos caudilhos, as populações em geral acreditam no inacreditável, fantasiando desejos irrealizáveis e, desafortunadamente, apreciando questões presentes que devastam concretamente um futuro melhor.
Existem razões ligadas à colonização, a formação cultural e às instituições extrativas que se formaram nesses países.
Os brasileiros, por exemplo, notadamente creem no salvador da pátria, e quase a metade da população vê o governo como responsável pelo atendimento de suas necessidades, ao invés de creditar seu desenvolvimento ao esforço individual.
Não resta dúvida de que um ensino de qualidade é fundamental para se reverter tal ótica utópica, não por meio do engodo de colocar mais gente para dentro de universidades que formam militantes em vez de profissionais qualificados.
Urge reestruturar o ensino nacional com a participação de especialistas de fato, de todas as correntes doutrinárias. Reproduzir aquilo que dá certo no mundo, também é um sinal de inteligência. Neste sentido, é preciso investir e exigir a certificação de professores, criar cursos nas áreas vocacionais, e fazer com que o governo financie determinadas escolas particulares.
Inevitavelmente, tem que ser cortado na raiz o domínio das “elites progressistas” nas decisões educacionais brasileiras.
Inclusão não deve ocorrer quantitativamente, necessita-se transformar e ocupar todos os espaços, principalmente, técnicos, propiciando melhorias efetivas em nível individual e para a nação.
Aliás, isso não é ideológico, é pragmático, basta ver os péssimos resultados do ensino “progressista”; o que dá errado tem que ser alterado!
O professor Eli Somer, da Universidade de Haifa, em Israel, nominou o transtorno mental de viver uma fantasia, de sonhar acordado, como devaneio excessivo.
Na verdade, o sonho coletivista, que se apossou das instituições brasileiras, logrou na prática, inclusive, transmutar o significado da palavra verdade, uma vez que aqueles que a afirmam factualmente hoje, são acusados de mentir por meio do multifacetado “discurso de ódio”. Os conceitos de liberdade, de direito e de justiça, desgraçadamente, vão nessa mesma linha.
Pois o devaneio próprio da adolescência tem exercido um protagonismo “mágico” na Venezuela, na Argentina, no Chile, na Colômbia, e pode se concretizar nefastamente no Brasil.
Como pode a contundente filosofia do fracasso, o coletivismo, ser profetizado e aceito - a narrativa e a promessa são sedutoras - mesmo quando os resultados de sua implementação são comprovadamente mortes, fome, miséria, pobreza e subdesenvolvimento?
Não tenho a resposta. Porém, isso também é decorrência de transtornos em nível individual, tais como o devaneio excessivo, e transtornos no âmbito coletivo, via o aparelhamento institucional e cultural por meio do pensamento coletivista.
Para a perversão da realidade se materializar foi preciso que embusteiros, politiqueiros, mídia e “intelectuais”, operassem intensamente na divisão da sociedade entre “nós e eles”, embaralhando palavras, políticas e ações, que fundamentadamente conduzem ao crescimento econômico e social.
Nessa era “progressista”, ou melhor, da pós-verdade, de autoritários disfarçados de democratas, tudo pode acontecer.
Lembrei de uma frase, atribuída a Joseph De Maistre: “Cada povo tem o governo que merece”.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 02 Julho 2022

 

Gilberto Simões Pires

ILUSÃO DA VERDADE

Por mais revoltante que seja, o fato é que a máxima de que "basta repetir uma mentira para que ela se torne verdade", técnica largamente utilizada pelo nazista Joseph Goebbels, funciona e muito. Esta consagrada máxima, como bem define a psicologia, se traduz pelo efeito da ILUSÃO DA VERDADE. Mais: exaustivos estudos sobre os efeitos desta técnica -infalível-, as pessoas em geral tendem a aceitar como VERDADES as afirmações que elas já ouviram antes, mesmo que sejam FALSAS. 

PELA MESMA LÓGICA...

Ora, se a máxima da REPETIÇÃO DE UMA MENTIRA QUALQUER produz o efeito desejado pelos anunciantes mentirosos, isto significa, pela mesma lógica de raciocínio, que a REPETIÇÃO DE UMA OU MAIS VERDADES produz efeito idêntico. Ou seja, faz soar como algo familiar do tipo que as pessoas já ouviram antes.

FALSOS BENEFÍCIOS

Assim, sob o aspecto econômico -mundial- uma grande -MENTIRA- que vem sendo repetida à exaustão diz respeito aos FALSOS BENEFÍCIOS que o mundo, notadamente os países europeus, obtém através dos mais diversos BANIMENTOS IMPOSTOS À RÚSSIA. Ora, quanto mais sanções impostas à Rússia mais os países dependentes -diretos- e -sem outra alternativa de substituição-, de certos produtos e serviços, vão sofrer. Em alguns casos, o drama já se mostra maior e mais complicado nos países que dependem por exemplo, de produtos derivados de petróleo e/ou demais commodities exploradas na região dominada pela Rússia.

OURO

A propósito, para Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM, a proposta que defende o presidente americano, Joe Biden, de banir a Rússia do comércio internacional de ouro é um legítimo TIRO NO PÉ. Ora, como o ouro é “reserva de valor” e, a Rússia é um player importante nesse ramo (negocia algo em torno de US$ 15 bilhões/ano e é o terceiro maior produtor de ouro do mundo) em momento de CICLO RECESSIVO não faltarão compradores para esse metal. Isto, portanto, resultará numa alta de preço do ouro, da mesma forma como já aconteceu com o petróleo. Ou seja, a Rússia acumulará ainda mais reservas em moeda forte com a venda desse ‘commodity’. 

Aliás, o Instituto de Finanças Internacionais de Berlim avaliou que entre fevereiro e maio a Rússia acumulou US$110 bilhões com a alta do preço do petróleo. Trevisan ressalta que não faltaram compradores, pois só a Índia aumentou em 700 mil barris diários a compra do óleo russo. Mais: a China acumulou mais de um milhão de barris em pouco menos de um dia. Muitas potências médias asiáticas seguiram o mesmo caminho.

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