• Alex Pipkin, PhD
  • 17/05/2023
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Liberdade: o transcendente e o direito


Alex Pipkin, PhD

       Fico espantado quando converso com alguns amigos dotados de pensamentos “modernos”, ou como diriam eles, “progressistas”.

Para alguns desses progressistas, este negócio de defesa das liberdades não passa de um papinho morfético de liberais, de conservadores, e até mesmo da extrema direita.

Evidente que é ridículo considerar a liberdade somente como sendo um “sentimento”, esse é um princípio basilar, orientador de um modo de vida, individual e comunitário.

Liberdade tem, a meu ver, um caráter simbólico e transcendente essencial, embora precise estar resguardada na forma de direitos.

Uma vez que desaparece esse aspecto transcendente, banalizando-se a questão, a porta fica escancarada para que um contexto cultural, social e econômico seja tiranizado.

Eis o motivo do meu pavor, pois as pessoas não enxergam isso tal como eu entendo.

Tá certo, sou conservador, creio nos fatos e nas evidências, não somente nas “modernas” experiências de vida, algumas dessas, de fato, completamente incoerentes.

Todos nós sabemos - ou deveríamos saber que o bicho-homem é um ser falho, portanto, sempre é salutar dar uma olhadinha no passado, a fim de se tirar lições sobre o que pode acontecer no presente e/ou no futuro.

É bom não acreditar piamente nos princípios nobres que edificaram determinadas instituições, sendo mais prudente analisar o histórico passado e presente. A lógica da realidade, do que efetivamente acontece faz bem à saúde.

A coisa anda tão braba que nem com reza braba se soluciona.

Vejam só como é o bicho-homem. Nelson Rodrigues dizia que a paixão política é capaz de imbecilizar o homem. Sem dúvida, a razão também é suscetível a paixões e a erros.

Pois como acreditar - e não gargalhar de raiva - que agora os “modernos progressistas” abandonaram sua firme crença e compromisso sagrado com os princípios da liberdade de expressão, de pensamento e de imprensa?

Quando se perde o transcendente, quando se deixa a moral no armário, tudo, mas tudo mesmo, pode acontecer.

Claro, contra o indivíduo e o genuíno bem comum.