• Sílvio Lopes
  • 15/05/2023
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O caminho da servidão

 

Sílvio Lopes

         Vivemos tempos, rigorosamente desafiadores para o exercício do jornalismo. Do jornalismo sério e responsável, ao que me refiro. Habituado a sempre melhor informar o público leitor, desde meu primeiro emprego, no jornal O Globo, começo dos anos 70 (no Rio, depois aqui, na sucursal, como correspondente), hoje constato que além disso, nós jornalistas somos obrigados a combater a (deliberada) desinformação (as verdadeiras fake news). Do próprio veículo, diga-se. Esquizofrênico, para denunciar o mínimo.

É o caso da insistência da extrema esquerda brasileira, de acusar de fascista quem se identifica de conservador, de direita ou simpático ao catecismo econômico, político e democrático do bolsonarismo. Nada mais longe da verdade. Tudo o que acusam ser obra do fascismo, foi, sim, legado da doutrina socialista (progressista).

No livro " O caminho da servidão", o prêmio Nobel de Economia de 1974, Friedrich A. Hayek, pondera o seguinte: "Não foram os fascistas, mas os socialistas que começaram a arregimentar as crianças desde a mais tenra idade em organizações políticas, para terem a certeza de que elas cresceriam como boas proletárias; não foram os fascistas, mas os socialistas, os primeiros a organizar esportes e jogos, o futebol e o pedestrianismo, em clubes de partidos onde os membros não pudessem ser contagiados por outras ideias. Foram os socialistas os primeiros a exigir que o membro do partido deveria distinguir-se dos outros pela maneira de saudar e até formas de tratamento. Foram os socialistas que, com sua organização de "células" e dispositivos destinados à fiscalização permanente da vida privada, criaram o protótipo do partido totalitário. "Balilla" e Juventude Hitlerista", " Dopolavoro" e "Força pela Alegria", uniformes políticos e formações militares dos partidos, pouco mais são do que imitações de instituições socialistas (progressistas), mais antigas".

Hayek conhecia profundamente a história das ideias políticas e as da economia, e tinha o poder analítico insuperável de captar as idiossincrasias e relações dialéticas entre elas. Dessa maneira, constatamos, uma vez mais, a face cínica e hipócrita que carrega a extrema esquerda (os auto- proclamados progressistas) de acusar os outros daquilo que verdadeiramente eles são e fazem. Eles, realmente, são um caso perdido.

*        O autor, Sílvio Lopes é jornalista, economista e palestrante sobre Economia Comportamental.