Érico Valduga, em Periscópio

21/04/2009
Precisamos registrar, prezados leitores, mesmo em meio ao feriad? para que n?se perca, que a OAB-RS ? primeira entidade a colocar no papel, preto no branco, aquilo que muita gente pensa e n?diz: s?“calculados e sistem?cos” os tais vazamentos de informa?s sobre opera?s da Pol?a Federal. A opini?est?m nota oficial que a se? ga? da Ordem emitiu na sexta-feira, para “resgatar a verdade” sobre as declara?s do Superintendente da Pol?a Federal, delegado Ildo Gasparetto, de que os advogados seriam os respons?is pelos tais vazam entos. Algu?poderia observar que a rea? do ?o de classe ? ?o, e a observa? seria procedente se a nota se limitasse a negar a responsabilidade dos profissionais, como ? norma em manifesta?s semelhantes. A nota foi al? pois n?apenas enquadra as informa?s ditas vazadas como comportamentos calculados e sistem?cos, como indica a necessidade de que haja uma reflex?sobre eles. Se s?calculados e sistem?cos, tem um objetivo continuado a ser atingido, e este objetivo parece confundir-se com os interesses do partido que est?o poder e controla a republicana Pol?a Federal. Voc?viram ou leram, por acaso, algum “vazamento” relacionado a integrantes do PT ga?? Nenhum, nem para confirmar a regra. E quem ser?tudo indica, o candidato da agremia? intocada ao governo do Estado, no pr?o a no? Tarso Genro, o hoje ministro da Justi? a quem o Departamento de Pol?a Federal est?ubordinado. Pode n?ser coincid?ia, e a?ntra a oportuna reflex?sugerida pelos l?res dos advogados.

Rogério Mendelski

21/04/2009
Confesso j?esta primeira linha: sou vi?da Ford. Vi? choram perdas irrepar?is e eu choro por uma saudade que completa dez anos neste m?de abril. Foi num dia de abril que a Ford morreu n?apenas para este vi? mas para milh?de outros vi? que apostavam na instala? da montadora no munic?o de Gua?. Na verdade, a tristeza de uns pode ser a alegria de outros. As trag?as t?dois lados, mesmo quando s?aterrorizantes como a queda das Torres G?as. As pessoas civilizadas sentiram medo e viveram momentos de horror quando avi?pilotados por terroristas chocaram-se com as torres do World Trade Center. J?utros seres humanos que ainda n?conseguem se equilibrar como b?des zurraram de alegria. No caso da Ford, mantidas as devidas propor?s, houve quem chorasse a perda de um investimento de 1,9 bilh?de d?es e houve quem zurrasse. Meu choro de vi?s?o ?ilencioso porque disponho de espa? na imprensa que me permitem lamentar sempre que poss?l os preju?s sofridos pelo RS, mas n?tenho condi?s de conter uma inveja dos baianos. Outra fraqueza minha se manifesta quando passo de carro pela BR 290 e vejo o complexo da GM, em Gravata?E repito comigo mesmo: poder?os ter outra, igual ou maior, l?m Gua?. A Ford que perdemos ? mais moderna montadora da empresa no mundo. A tecnologia empregada ?e ?ma gera?, proporcionando 8 mil empregos diretos e 80 mil indiretos que se multiplicaram como ondas de som em reverbera?. O modelo de produ? de ve?los l?a Bahia serve de refer?ia para a Ford mundial. A montadora que n?quis ficar no RS porque o governo da ?ca tinha outras prioridades (secretas, ?erdade, porque s?desconhecidas at?oje) proporciona emprego, renda, infraestrutura nas ?as de transporte, educa?, sa?e comunica?s. Os beneficiados pela Ford s?os pr?os moradores dos munic?os de Cama?i e Dias D’vila, uma vez que 90% dos colaboradores da empresa vivem nesses munic?os. Na mesma ?ca em que o RS oficial rejeitou a Ford, institu?se em Porto Alegre o sistema de tra? animal, proporcionando a libera? do tr?go na capital ga? de 5 mil carro?. Os vi? ainda choram a morte da Ford no RS, mas, como disse no in?o, sempre h?utro lado. Perdemos dezenas de milhares de novos empregos, mas aumentou a venda de alfafa, incrementamos a fabrica? de arreios e surgiram montadoras desses estranhos ve?los que relincham. TEMPO RECORDE A Ford anunciou oficialmente sua inten? de instalar-se na Bahia no dia 16 de junho de 1999 e em pouco mais de dois anos, no dia 12 de outubro de 2001, a f?ica foi inaugurada e, no dia 3 de maio de 2002, saiu o primeiro carro da montadora, um Ford Fiesta, apresentado como modelo mundial. Em seis anos, a partir do in?o de sua produ?, a Ford montou no seu complexo de Cama?i 1 milh?de ve?los. CRESCIMENTO A partir da instala? da Ford, o PIB baiano n?parou de crescer. Em 2003, ano em que a montadora passou a produzir na plenitude de sua capacidade, o PIB da Bahia cresceu 20 vezes mais que a m?a nacional. Hoje, a produ? anual da Ford baiana ?e 250 mil ve?los, ou a cada 80 segundos um carro sai da linha de montagem. Quando os membros da fam?a ACM reivindicam a conquista da Ford, o governador Jaques Wagner (PT) responde assim: n?foi a Bahia que trouxe a Ford, mas o Rio Grande do Sul que a deixou ir. Na verdade, as duas opini?se completam. ISEN?O DE TRIBUTOS Das cr?cas aos investimentos do porte de uma GM ou de uma Ford, as mais candentes referem-se ao pacote de isen? de tributos recebidos pelas montadoras no RS e na Bahia. Estamos falando de guerra fiscal entre os estados brasileiros. Mas dar vantagens tribut?as ?montadoras at?ue n???ruim assim para as finan? p?cas, se fosse, certamente o governo do presidente Lula n?teria reduzido as al?otas do IPI para todas elas. FALTA PESQUISA As melhores pesquisas sobre a GM e a Ford ainda n?foram realizadas. Deveriam ser ouvidas apenas as popula?s de Gua?, de Gravata?de Cama?i e os governos do RS e da Bahia. S?es deveriam falar se tais montadoras s?fatores de progresso ou se s?apenas achacadoras de tributos e de vantagens sem nada darem em troca.

Maria Lucia Victor Barbosa

21/04/2009
O socialista latino-americano ?ntes de tudo um chato. Hip?ta por excel?ia, falso at? medula, intrinsecamente autorit?o, cultivador da mentalidade do atraso, ele bate no peito para se dizer defensor dos pobres e oprimidos, mas no fundo sonha com as del?as da burguesia que sabe apreciar como ningu?quando alcan?o poder. A 5ª C?a das Am?cas, realizada em Trinidad e Tobago, nos dias 18 e 19 deste, provou a chatice cong?ta do esquerdista latino-americano e seu insuper?l vezo bananeiro. Apesar da fila do beija-m?que se formou diante de Barack Obama, n?esteve de todo ausente o doentio antiamericanismo, resultado da inveja m?da que os reiterados fracassos da Am?ca Latina provocam em seus povos diante dos ?tos e do progresso norte-americano. A previs?para a C?a era a de que Hugo Ch?z e seus seguidores do ex?o socialismo do s?lo 21 dariam o show costumeiro contra o “Grande Sat?ranco”, destilando ret?a plena de insultos e ataques aos Estados Unidos. Se tal n?aconteceu foi porque o presidente Barack Obama j?inha comido o bolo quando vieram com o fub?Isto porque, se o grande assunto da C?a foi centralizado no embargo cubano, Obama previamente dera um passo importante ao eliminar as restri?s ?viagens e remessas de fundos dos cubanos-americanos ?lha. Em resposta Ra?astro declarou que: “estamos dispostos a discutir tudo – direitos humanos, liberdade de imprensa e presos pol?cos”. Algo a se duvidar partindo de quem partiu, pois o regime comunista cubano acumulou em quase meio s?lo, sob o tac?de Fidel Castro, horrores que v?da perda da liberdade ?xecu? de dissidentes e o total desrespeito aos direitos humanos. Enfim, esses tormentos pr?os dos sistemas comunistas que, se perpetrados por companheiros, s?louvados e admirados pelos socialistas bananeiros, inclusive, por Lula da Silva e seus petistas que consideram Fidel Castro um modelo de l?r democr?co. Engrossando o coro do fim do embargo, a presidente da Argentina, Cristina Kirchiner, choveu no molhado ao exortar o presidente norte-americano a “construir uma nova rela? entre as Am?cas”, tema sobre o qual Obama exp?om ?to, conforme os altos elogios que recebeu em Trinidad e Tobago. Evo Morales, mais gordo ainda depois de uma hipot?ca greve de fome, bateu de frente com o companheiro Lula no tocante aos biocombust?is, cobrou do Obama pronunciamento sobre um fict?o atentado que teria sofrido, mas sucumbindo tamb?ao carisma do norte-americano disse que iria pensar se readmitia o embaixador dos Estados Unidos, por ele expulso numa imita? grotesca de seu mentor Hugo Ch?z. Ch?z, que em qualquer evento s?lta dar cambalhotas para aparecer, apresentou seu filho a Obama e presenteou o presidente com a b?ia ultrapassada do anti-imperialistas, “As veias abertas da Am?ca Latina, de Eduardo Galeano. C?bre por seus constantes insultos aos Estados Unidos e tendo recentemente chamado Obama de “pobre ignorante”, Ch?z resolveu reclassific?o de inteligente e disse querer ser amigo do presidente norte-americano que, naturalmente, dever?e precaver diante desse tipo de amizade. O comunista e revolucion?o Daniel Ortega, hoje de novo no poder na Nicar?a, e que deixara como heran?a seu povo uma d?da de milh?de d?es, discursou durante longo e entediante tempo exaltando as virtudes da esquerda, cujos adeptos adoram como ele morar em mans? O Brasil n?poderia deixar de aparecer, preferencialmente com destaque. Mas o “cara” desta vez n?brilhou como queria. No seu estilo de metamorfose ambulante, Lula da Silva, tamb?deslumbrado com a presen?do companheiro Obama, primeiramente foi todo elogios. Provavelmente repetindo o chiste de algum assessor, disse que o norte-americano tomara um banho de Am?ca Latina, quando tudo indica que foi o contr?o, os latino-americanos tomaram um banho de Estados Unidos. Mas para dar aquele inevit?l toque de esquerda bananeira, Lula da Silva fez sua cr?ca. Disse que ajuda de US$ 100 milh?dos Estados Unidos para pequenas empresas da Am?ca Latina, ?smola. E olha que de esmola Lula entende com suas bolsas-cata-votos. A cr?ca, por? deve ter agradado ao PT que se reunir?m 22 de novembro para discutir v?as diretrizes, entre elas, “virar ?squerda, reatar com o socialismo”. Sobre o embargo ?om esclarecer que a rigor n?existe. Sua origem foi o confisco de propriedades norte-americanas por Fidel Castro. Mas produtos dos Estados Unidos entram na ilha via Canad?Panam?Venezuela, sendo que Cuba pode comprar de qualquer pa? O problema ?ue os cubanos, que vivem na mais desgrenhada mis?a, n?t?acesso aos cativantes objetos de desejo da burguesia. Apesar do clima amistoso criado por Obama, prevaleceu o socialismo bananeiro e apenas Trinidad e Tobago assinou a declara? final da C?a. Como disse o cubano Carlos Alberto Montaner, no “Manual do perfeito idiota latino-americano”: “A rela? sentimental mais ?ima e duradoura do idiota latino-americano ?om a revolu? cubana. E um velho amor n?se esquece nem se deixa”. Nem a mentalidade do atraso, acrescento. * Soci?a.

Márcio Luís Chila Freyesleben

21/04/2009
Em uma apraz?l comarca da minha Minas Gerais, a Promotoria de Justi?processou uma mulher, cuja identidade devo preservar, acusando-a de permitir que suas filhas ( de 15 e 16 anos) permanecessem no interior do estabelecimento comercial de sua propriedade, local onde comercializaria bebida alco?a e cigarro. Referida mulher ?ropriet?a de um pequeno estabelecimento comercial, no qual labuta, do qual retira o p? da fam?a, desde que o marido a deixou. Como conting?ia da sorte, trazia consigo as filhas no ambiente de sua lida e, quando podia, deixava-as aos cuidados de parentes e amigos. N?havia prova de que suas filhas, ou qualquer outro menor, tivesse feito uso de bebida alco?a ou de cigarro no estabelecimento. N?havia prova de que houvesse explora? do trabalho das filhas. A perman?ia no estabelecimento era o ?o fato objetivo da acusa?. Com efeito! Tirante a circunst?ia de que ?xtralegal servir a menor bebida alco?a ou tabaco, de resto a venda de tais produtos ?bsolutamente l?ta, como l?ta ? atividade comercial que se dedica ao mercadejo de tais artigos de consumo. Eu concordo que, na medida do poss?l, o recomend?l seria que as menores n?permanecessem naquele ambiente de trabalho, evitando assim contato com pessoas que ali comparecem para desfrutar do ? ebrifestivo. A decis? no entanto, sobre a conveni?ia da perman?ia delas ali, ?a m? Diante do contexto e da realidade daquela senhora, n?cabia ao Conselho Tutelar, ?romotoria, ao Judici?o ou, em resumo, ao Estado imiscuir-se na educa? de suas filhas. Por certo, ela preferiria trazer as filhas em outro ambiente, propiciar-lhes boa escola e tudo mais que a sua condi? financeira pro?. Eu c?ico a me perguntar: o que essa senhora fez de errado? Eu respondo: em verdade, nada! Se ela nada fez de errado, por que diabos o Estado est? meter o bedelho em um sua vida? Responderei novamente: porque nada sust? a f? normatizante do Estado, que tudo quer regrar; as liberdades inclusive. E, como afirma Ortega y Gasset, Este ? maior perigo que hoje amea?a civiliza?: a estatifica? da vida, o intervencionismo do Estado, a absor? de toda espontaneidade social pelo Estado; quer dizer, a anula? da espontaneidade hist?a, que em definitivo sustenta, nutre e impele os destinos humanos (A Rebeli?das Massas, eBooksBrasil.com ). Na perspicaz an?se de Nivaldo Cordeiro, A maior das mentiras da modernidade foi recriar o antigo mito sofista da igualdade, sobrepondo-se ?ecessidade mais terrivelmente amea?a de todos os tempos, a liberdade. (...) O resultado dessa vis?err? ? estatiza? progressiva e inexor?l da vida cotidiana. Tudo passou a depender do ente estatal. A moeda ?o Estado, os regulamentos se multiplicam, a vida espont?a tende ao desaparecimento. Os homens s?coisificados, tratados com seres incapazes de uma vida adulta e respons?l. ?o Estado-mam? que tudo prov?mas que n?permite o menor desvio de seus regulamentos. Afinal, as leis s?inexor?is e quando se legisla sobre a banalidade da vida torna-se a pr?a vida uma pris?infame (As Massas e o Estado em Ortega y Gasset, s?o eletr?o www.nivaldocordeiro.net). Deveras, n??ado ao Estado imiscuir-se na vida das pessoas ao ponto de anular suas liberdades. N??ermitido ao Estado adentrar a resid?ia das fam?as, com a falaciosa cartilha do politicamente correto em riste, para dizer como devem educar seus filhos, como devem viver... Com raz?Ortega y Gasset quando afirma que A velha democracia combinava liberalismo e entusiasmo pela lei. As minorias podiam atuar e viver ao amparo do princ?o liberal e da norma jur?ca. Hoje triunfou uma democracia hipertrofiada, em que a massa atua diretamente sem lei, por meio de press?materiais, impondo suas aspira?s e seus gostos. A massa atropela tudo que ?iferente, egr?o, individual, qualificado e seleto. Quem n??omo todo o mundo, quem n?pensa como todo o mundo corre o risco de ser eliminado. E agora, todo o mundo ??massa (idem). N?h?egar que o Estado ? not?l cria? humana que evoluiu e transformou-se em um m?ina formid?l que funciona com grande efici?ia pela quantidade e precis?de seus meios: ? produto mais vis?l e not? da civiliza?. Mas ?reciso domestic?o. ?necess?o traz?o para propor?s humanas. Fazer novamente o criador dispor de sua criatura (Nivaldo Cordeiro, idem). E a tarefa dos homens livres ?utar para conter os apetites deste ente pantagru?co (Reinaldo Azevedo, O Livre Mercado e o Car?r, s?o eletr?o www.bloglawandeconomics.org). O Magistrado - sabiamente - absolveu a pobre mulher. * Procurador de Justi? Minist?o P?co de Minas Gerais

Ángel Soto

20/04/2009
http://www.cadal.org/articulos/nota.asp?id_nota=2816 En la reciente cumbre de las Am?cas, el presidente venezolano Hugo Ch?z en un acto en el que quiz?pretendi?sarse de listo, entreg? mandatario norteamericano Barack Obama un ejemplar del libro Las venas abiertas de Am?ca Latina, obra escrita por el uruguayo Eduardo Galeano en el siglo pasado. Obama, como es su costumbre, lo recibi?n una amplia sonrisa, que m?bien habla de su educaci?cordialidad y esp?tu de recomponer las relaciones con el subcontinente, pero tambi?de su desconocimiento por lo que estaba recibiendo. Porque de saberlo, m?bien debiera ser tema para preocupar a sus agentes de seguridad, dada la toxicidad del contenido entregado al Presidente de Estados Unidos. Un verdadero atentado a la seguridad nacional. Nos hizo recordar otro arranque literario de Ch?z cuando descubri?un tal Noam Chomsky, que parec?ser le abri?err?u espectro cultural. Efectivamente, el libro de Galeano es uno de los que m?da?e ha hecho a nuestro continente. Su argumentaci?lemental sostiene que somos pobres porque ellos son ricos. El cl?co discurso del imperio que succiona la sangre de las venas hasta acabar con su v?ima. Un dec?go revolucionario anti imperialista que culpa nuestro atraso primero a los espa?s, luego a los ingleses y en el siglo pasado a Estados Unidos. De haber sido escrito en el siglo XXI seguramente culpar?a Coca Cola, Google, Amazon, Internet, Starbucks, McDonalds y alguna otra transnacional que nos roba, y claro que los argumentos tendr? la misma seriedad que culpar a las rosquillas. Un libro que resume los agravios sufridos por los latinoamericanos y que los victimiza exculp?olos de toda responsabilidad en su fracasada historia. Transmite un odio visceral a cualquier cosa que huela a democracia y mercado, en definitiva a la libertad, para retorcerse en el igualitarismo estrecho de mente que impide alcanzar el desarrollo. En una pr?a cita, Obama tendr?ue cuidarse de recibir otros pasquines que invadan la Casa Blanca. Los hay muchos, desde La Historia de Absolver?de Fidel Castro; La Guerra de Guerrillas, de Ernesto Che Guevara; ¿Revoluci?entro de la revoluci? de Regis Debray; pasando por Dependencia y desarrollo en Am?ca Latina, de Fernando Cardoso y Enzo Faletto, hasta Hacia una teolog?de la liberaci?e Gustavo Guti?ez; para concluir en el que quiz?por el t?lo sorprender?l mandatario norteamericano: Para leer al pato Donald, de Ariel Dorfman y Armand Mattelard incubado en las propias universidades norteamericanas. Por el bien de nuestro continente y del efectivo esp?tu de relanzamiento de las relaciones entre nuestros pa?s, es de esperar que el librito de Galeano se le haya quedado a Obama en el Hotel. Ojal?ue el presidente norteamericano en una pr?a oportunidad le devuelva la mano regal?ole a Ch?z Camino de Servidumbre, de Friedrich Hayek o La Acci?umana de Ludwig von Mises. Mientras tanto, si alguien me dice c?puedo enviarle un libro al Presidente norteamericano, feliz le mando Del buen salvaje al buen revolucionario, de Carlos Rangel, que como escribi? c?bre Jean Francois Revel, es el primer ensayo sobre la civilizaci?atinoamericana que disipa las interpretaciones falsas, las descripciones mentirosas y las excusas complacientes. Mientras tanto digamos: ¡No m?venas abiertas para Am?ca Latina! * Profesor en la Universidad de los Andes y Director Instituto Democracia y Mercado.

Notícias Terra

20/04/2009
Uma mulher de 27 anos afirmou nesta segunda-feira a um jornal que, em 2002, teve um filho com o atual presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que recentemente reconheceu legalmente outra crian? nascida de uma rela? que manteve quando ainda era bispo. Coloco-me nas m? da justi? vou pedir que se fa?um exame de DNA, estou 100% segura de que o pai do meu filho ?ernando Lugo M?ez, afirmou Benigna Leguizam?o jornal Ultima Hora, de Assun?. Ela tem outros tr?filhos e acusou Lugo de supostamente ser o pai de L.F.L, nascido em 9 de setembro de 2002 em um distrito do departamento de San Pedro, onde, naquela ?ca, o governante era bispo. Teve origem humilde e n?tenho vergonha. Trabalho vendendo detergente para dar de comer aos meus filhos, agora que meu atual marido est?oente. N??usto que um filho do atual presidente viva com tantas necessidades, ressaltou Leguizam?m uma casa de um bairro pobre de Ciudad del Este, a 330 km de Assun?. Benigna diz que se relacionou com Lugo quando este era bispo de San Pedro, a regi?mais pobre do pa? e ela tinha 17 anos. Ela explica que passava por problemas com o pai da primeira filha, que n?queria ajud?a financeiramente, quando conheceu Lugo, que, segundo Benigna, induziu a que tiv?emos rela?s. Ela lembrou que, durante a campanha para as elei?s de 20 de abril de 2008, n?quis tornar o fato p?co, apesar de, segundo ela, terem tentado suborn?a. No entanto, decidiu pedir exames para comprovar a paternidade ao ver que outra mulher, Viviana Carrillo, 26 anos, obteve sucesso em um caso semelhante no m?passado.

Percival Puggina

19/04/2009
Em plena reuni?da c?a Unasur, Ch?z saiu de sua cadeira e foi at?nde estava Barack Obama. Nas imagens de tev?ue registraram o fato ficou n?da a perturba? inicial do ianque, conhecedor da rotineira falta de ju? do venezuelano. “O que esse sujeito vai aprontar?”, deve ter pensado durante a aproxima?. No entanto, Ch?z lhe trazia um regalo e o presidente norte-americano descontraiu-se de imediato. Tratava-se de uma vers?da obra “Veias abertas da Am?ca Latina” do uruguaio Eduardo Galeano. Para quem n?sabe, o livro em quest? vendido como sendo uma leitura que rompe com o ensino tradicional da Hist?, foi publicado em 1971 e sustenta tese original?ima: nosso subcontinente ?obre porque sempre foi explorado – primeiro pelas metr?es ib?cas, depois pelos ingleses e, finalmente, pelos norte-americanos. Tenho certeza de que sequer o esclarecido leitor destas linhas tinha not?a de t?inovadora vis?da realidade regional, n??esmo? Ironias ?arte, o mais alienado colegial dos anos 50 do s?lo passado lembra que esse assunto, j?nt? era tema de col?o. Ora o tema era trazido por professores formados na academia na primeira metade do s?lo, ora por jovens militantes da esquerda, doutrinados nas c?las onde se planejava o assalto ao poder para alinhar o Brasil com as “admir?is conquistas da humanidade” alcan?as pela hoje defunta Uni?Sovi?ca. Enfim, essa ? tese do livro que Ch?z escolheu a dedo para presentear a Obama, o que mostra o quanto est?tualizada a leitura do caudilho instalado no Pal?o de Miraflores. Na mesma semana em que seu pupilo boliviano Evo Morales se declara comunista, marxista e leninista, Ch?z resolve entregar esse mimo ao presidente ianque. Se ?ara ajud?o a dormir, faria melhor presenteando-o com um m?i. O supostamente revolucion?o livro de Eduardo Galeano ?na verdade, uma obra reacion?a que conspira a favor da ideologia do autor e contra a prosperidade dos nossos pa?s, atribuindo os problemas sociais e econ?os da Am?ca Ib?ca ?? de maliciosos agentes externos que se v?aproveitando da nossa inoc?ia. Nada melhor do que a realidade cubana para o desmentir. H?eio s?lo, a antiga P?la do Caribe, ap?omper com os Estados Unidos, assumiu, sem pagar um centavo, todo o patrim? norte-americano na ilha, nunca mais enviou lucro para o exterior, abriu a veia dos russos e passou a beber sangue sovi?co, em rublos, durante tr?d?das. Resultado? Cuba virou uma sucata e, hoje, atribui sua mis?a a qu? m?ontade comercial dos Estados Unidos. Me poupa, Galeano. Quem leva a s?o o livro em quest? a exemplo de Ch?z, se deixa cegar pela ideologia e acaba acreditando que somos pobres por culpas alheias. At?arece que aqui sempre se valorizou o trabalho, o m?to e o esp?to de iniciativa. At?arece que aqui sempre tivemos bons governos, instrumentos pol?cos corretos, gest?fiscal rigorosa e elevado esp?to p?co. At?arece que aqui se combate a corrup? e se cultuam elevados valores. At?arece que aqui lugar de bandidos e de corruptos ?a cadeia e a Lei se imp?gualmente a todos. Com tantas e t?nobres condutas, se temos uma sociedade ?voltas com problemas sociais e econ?os s?de ser por culpa dos outros, n??esmo? Ou, como contestou algu? num site em que se discutia a d?da p?ca brasileira, iniciada com a Independ?ia: “Tente dizer ao seu patr?que n?vai trabalhar hoje devido a um resfriado que voc?egou h?ez anos”.

Polan Lacki

19/04/2009
Nos pa?s latino-americanos, uma crescente porcentagem de jovens, rurais e urbanos, j?st?onseguindo concluir a escola fundamental e at? m?a ou secund?a. Lamentavelmente, este ?to ?ais aparente que real, pois em termos pr?cos est?roduzindo resultados decepcionantes. Os jovens, agora mais escolarizados e com um horizonte de aspira?s e ambi?s ampliado, sentem-se frustrados, para n?dizer enganados. Depois de estudar longos 11 anos, durante os quais alimentaram a ilus?de que este esfor?lhes ofereceria um futuro de oportunidades e de prosperidade, eles descobrem que n?est?aptos sequer a obter um modest?imo emprego; pois egressam do sistema escolar sem possuir as qualidades que os empregadores esperam e necessitam encontrar em um bom funcion?o. Isto acontece porque o sistema de educa?, rural e urbano, n?lhes proporciona os conhecimentos ?s, as aptid?necess?as e nem sequer as atitudes e os valores que necessitam para ser bons empregados; tampouco os prepara para que sejam bons cidad? e pais de fam?a que saibam educar, orientar, alimentar e cuidar da sa?dos seus filhos, etc. Falemos sem eufemismos, com exce? do que lhes foi ensinado nos tr?primeiros anos (ler, escrever, efetuar as 4 opera?s aritm?cas, aplicar a regra de tr?e conhecer o sistema m?ico), praticamente todos os demais conhecimentos s?irrelevantes para que eles possam ter um melhor desempenho no trabalho e na vida pessoal, familiar e comunit?a. Nesses oito anos subseq?es, os poucos conte? que poderiam ser ?s geralmente s?ensinados de maneira excessivamente te?a, abstrata, fragmentada e desvinculada da vida e do trabalho, com o que se transformam em virtualmente in?s. Ent? se imp? seguinte pergunta: para que estudaram esses oito anos adicionais? Sejamos objetivos e realistas: qual ? utilidade ou aplicabilidade na vida cotidiana que tem o ensino te?o sobre os logaritmos, os determinantes, a geometria anal?ca, a raiz quadrada e c?a? Ou o ensino memor?ico sobre a hist? da Cle?ra ou da Imperatriz de Biz?io, os fara? as pir?des do Egito, a hist? da Mesopot?a e as altitudes das Montanhas Rochosas? Alguns defensores deste conservadorismo educativo afirmam que tais conte? s?necess?os para desenvolver a criatividade, a engenhosidade, o senso cr?co e problematizador, o esp?to de iniciativa dos educandos e para oferecer-lhes uma suposta forma? integral. Pessoalmente, opino que existem formas mais inteligentes e produtivas para atingir tais objetivos. Conte? mais pr?os - no tempo e no espa?- ?realidades cotidianas dos educandos seriam muito mais eficazes para desenvolver as suas potencialidades latentes, para estabelecer rela?s entre causas e efeitos, para evitar que repitam os erros que foram cometidos no passado, etc. Outros te?os afirmam que ?ecess?o manter esses conte? para democratizar as oportunidades de acesso ?niversidade, ignorando que, na maioria dos pa?s da Am?ca Latina, apenas 5 ou 10% dos jovens t?esse privil?o. Em tais condi?s, n???o nem justo castigar e entediar os outros 95 ou 90% que n?chegar??niversidade, fazendo-os estudar durante oito anos temas excessivamente te?os, abstratos, long?uos, n?utiliz?is e prescind?is, para n?dizer in?s. Na din?ca do mundo contempor?o, os educandos t?motiva?s e interesses muito mais imediatos e concretos. A sua principal aspira? ?onseguir um trabalho bem remunerado para adquirir os bens e servi? da vida moderna e para poder constituir uma fam?a pr?ra e feliz. Portanto, uma educa? realista dever?er orientada ao atingimento desses anseios e necessidades concretas e priorit?as da maioria da popula?; e n?a proporcionar-lhe uma crescente quantidade de informa?s descontextualizadas e desconexas, que s?irrelevantes e n?utiliz?is na solu? dos seus problemas cotidianos. A realidade concreta nos indica que, depois de concluir ou abandonar a escola fundamental e m?a, a grande maioria dos educandos rurais: A - em uma primeira etapa, v?dedicar-se a atividades agropecu?as, como produtores ou como empregados rurais, nas quais fracassam, principalmente, porque a escola rural preferiu ensinar-lhes a hist? do Imp?o Romano ou o Renascimento Franc? em vez de ensinar-lhes a produzir, administrar as propriedades rurais e comercializar as suas colheitas com maior efici?ia; ignorando que este ? primeiro requisito para que possam incrementar a sua renda e, gra? a ela, sobreviver com dignidade no meio rural. B - em uma segunda etapa, depois de fracassar nas atividades rurais, esses ex-agricultores e os seus filhos migram para as cidades onde ser?serventes da constru? civil, pedreiros, pintores ou marceneiros, motoristas, manobristas e guardadores de autom?s, policiais e vigilantes, cozinheiros e gar?s, balconistas e vendedores ambulantes, empregadas dom?icas ou faxineiras de escrit?s e de edif?os residenciais, garis, burocratas e oper?os das empresas p?cas e privadas, etc, pois, no mundo moderno, s?essas atividades urbanas, as grandes ocupadoras de m?de-obra. Isto significa que os conte? curriculares das escolas rurais n?responderam ?necessidades dos pais e agora os conte? das escolas urbanas n?respondem ?necessidades concretas dos seus filhos. Para que essas maiorias possam realizar-se como pessoas e sejam mais eficientes e produtivas, necessitam de conhecimentos que sejam ?s e aplic?is para melhorar o desempenho nas ocupa?s majorit?as rec?mencionadas e, especialmente para que possam desempenhar, com efici?ia, outras atividades que s?mais valorizadas pela sociedade e pelo mercado de trabalho. O verniz pseudo-cultural e intelectual, t?freq?e nos nossos obsoletos curr?los, n?contribui ao atingimento de nenhum desses dois objetivos; pois os potenciais empregadores n?est?muito interessados em saber se os jovens candidatos a um emprego conhecem a biografia de Montesquieu, Robespierre ou Richelieu. O abismo existente entre aquilo que o sistema de educa? ensina e o que os educandos realmente necessitam aprender ?implesmente inaceit?l. Ele ??prejudicial ?ossa juventude, ao setor produtivo e ao futuro das nossas na?s, que n?podemos continuar aceitando inconsistentes teoriza?s, justificativas e elucubra?s dos especialistas que insistem em manter nos curr?los o sup?luo, em vez de substitu?o pelo essencial. A sociedade como um todo, dever?xigir que o sistema de educa? adote transforma?s radicais, corajosas e imediatas; porque as medidas cosm?cas adotadas pelo referido sistema nas ?mas d?das demonstraram ser mal priorizadas/direcionadas, insuficientes e ineficazes. Os cidad?, que atrav?dos seus impostos est?financiando esse anacr?o sistema de educa? e pagando as conseq?ias dessa m?ualidade educativa, t?todo o direito de exigi-lo; e o sistema de educa? tem o dever de acatar essa just?ima reivindica?. Os conte? que a maioria dos educandos, provavelmente, nunca utilizar?ever?ser sumariamente extirpados dos curr?los e substitu?s por outros que tenham uma maior probabilidade de ser utilizados pela maioria dos educandos, durante o resto das suas vidas. ?necess?o oferecer-lhes uma educa? que os ajude a que, eles mesmos, possam transformar as suas realidades adversas, corrigir as suas inefici?ias e solucionar os seus problemas cotidianos. As crescentes multid?de desempregados/subempregados, pobres e miser?is que n?t?dinheiro para pagar um teto digno, comprar os alimentos e os rem?os ou mandar os seus filhos para a escola, para o m?co e para o dentista, necessitam, em primeir?imo lugar, de uma educa? ?, no sentido de que as habilite a conseguir um trabalho/emprego gerador de um sal?o razo?l, com o qual possam satisfazer as necessidades prim?as de sobreviv?ia das suas fam?as. Estas multid?de mal-educados pelas nossas escolas n?est?muito interessadas em saber qual ? altitude do Everest ou a extens?do Rio Nilo; tampouco em conhecer a hist? das competi?s e batalhas que ocorreram no Circo M?mo ou no Coliseu de Roma. Depois que adquiram os conhecimentos necess?os para serem empregados mais produtivos, melhores cidad? e bons pais de fam?as eles poder?buscar as oportunidades e as fontes para adquirir os outros conhecimentos que satisfa? as suas curiosidades e os seus interesses intelectuais e culturais. Estas oportunidades e fontes n?necessariamente dever?ser proporcionadas atrav?do sistema de educa? formal (escolarizado). ?compreens?l que os privilegiados da sociedade que j??acesso ao p?desejem ir ao circo. Entretanto, a prioridade da grande maioria constitu? pelos n?privilegiados, pelos pobres, pelos sofridos e pelos abandonados ?iferente, eles querem primeiro o p? depois o circo. Documentos que ampliam e fundamentam as propostas deste artigo poder?ser solicitados atrav?dos E-mails Polan.Lacki@uol.com.br e Polan.Lacki@onda.com.br ou encontrados na se? Artigos da P?na web http://www.polanlacki.com.br e no novo site http://www.polanlacki.com.br/agrobr E para concluir, a seguinte reflex?que ?dequada ao atual desafio da nossa educa?: ?preciso navegar, deixando atr?as terras e os portos dos nossos pais e av?nossos navios t?de buscar a terra dos nossos filhos e netos, ainda n?vista, desconhecida-Nietzsche

Olavo de Carvalho

19/04/2009
Este ? terceiro de uma s?e de cinco artigos com o tema Brasil-Mentira A democracia reside na busca permanente da compensa? m? entre fatores que, em si, n?s?democr?cos. Exemplos recentes da radical aboli? do senso das propor?s nas discuss?p?cas neste Pa? e da sua substitui? por proclama?s absolutistas rancorosas e pueris at? dem?ia, aparecem em dois artigos do Observat? da Imprensa, publica? que, sublinhando o grotesco da situa?, se autodefine n?como um agente entre outros no jornalismo brasileiro, mas como um tribunal para o julgamento da idoneidade dos demais agentes. Discutindo a celeuma causada pelo uso do termo ditabranda, na Folha de S. Paulo, para qualificar o regime militar brasileiro, o Sr. Alberto Dines, fundador, diretor e guru m?mo do Observat?, proclama: O debate sobre a ‘ditabranda’ estava errado desde o in?o porque fixou-se numa classifica? de ditaduras, quando o certo seria discutir a inflexibilidade do processo democr?co. Em um certo momento pareceu que as partes estavam querendo inventar um medidor de ditaduras, ou ditadur?ro, por meio do qual as diferentes relativiza?s, devidamente equacionadas, estabeleceriam um kafkiano ranking de autoritarismo, do suport?l ao insuport?l... A ‘Guerra Suja’ argentina matou 30 mil, a nossa matou 300 ou 3 mil. A quantifica? ?esumana, armadilha brutalizante... Vamos por partes. O Sr. Dines afirma que toda compara? de autoritarismos ?ndecente. S?le a democracia absoluta. O pacifismo ?ncondicional ou ?ip?ta. A democracia ?ntegral ou ?ma farsa. N?vou apelar ao expediente, at?ovarde nas presentes circunst?ias, de mostrar que nenhuma democracia no mundo jamais foi integral. Os meros fatos n?alcan? as alturas do rigorismo plat?o exigido pelo Sr. Dines. Em compensa?, conceitos puros s?o dom?o da l?a e n?podem furtar-se ao dever de definir-se a si mesmos. Ora, a democracia integral ?ndefin?l, porque ?utocontradit?. Todo principiante no estudo da teoria pol?ca tem de saber, desde logo, que a democracia n??ma subst?ia, uma coisa, mas uma qualidade que se tenta impor a uma subst?ia preexistente, isto ??ociedade tal como estava antes do advento da democracia. Tem de saber tamb? em consequ?ia, que a democracia n??ma quantidade fixa, mas uma propor? – e que, por isso mesmo, n?pode ser integral. A democracia constitui-se essencialmente de uma limita? m? entre os poderes, o que subentende que esses poderes existam e que cada um deles n?seja integralmente capaz de limitar-se a si mesmo. Todos os te?os da democracia, mesmo os mais entusiastas, sempre ressaltaram que ela ?m estado de equil?io inst?l, incapaz de fixar-se na perfei? do equil?io puro subentendido na palavra integral. A democracia n??m princ?o universal, mas um arranjo pragm?co. Princ?os universais podem ser aplicados ad infinitum sem levar jamais a contradi?s. Por exemplo, o pr?o suum cuique tribuere, ou a no? de que a responsabilidade de um ato incumbe a quem o cometeu e n?a outra pessoa. Voc?ode aplicar indefinidamente esses princ?os a todos os casos poss?is e imagin?is, nunca levar?a situa?s paradoxais e sem sa?. Bem diferentes s?os arranjos pragm?cos, cuja aplica? ?imitada por defini? e que, estendidos para al?do seu campo pr?o de aplica?, se autodestroem ou se convertem nos seus contr?os. A democracia ?m dos exemplos mais ?os dessa distin? e isso ?esmo uma das primeiras coisas que o estudante de teoria pol?ca tem de aprender. Em toda democracia h?por defini?, uma infinidade de abusos antidemocr?cos. Suprim?os por completo, como subentendido na no? de democracia integral, exigiria a instala? do controle social perfeito, portanto a elimina? da pr?a democracia. A democracia reside precisamente na busca permanente da compensa? m? entre fatores que, em si, n?s?democr?cos. Isso quer dizer que enormes coeficientes de autoritarismo subsistem necessariamente dentro de qualquer democracia e que sem eles o pr?o conceito de democracia n?faria sentido. A democracia integral coincidiria em g?ro, n?o e grau com a ditadura. Em segundo lugar, democracias n?existem no ar, mas em unidades pol?cas soberanas que coexistem com outras unidades pol?cas soberanas. Um regime de um pa?s?de ser democr?co para dentro. N?pode conceder aos cidad? e governos de outros pa?s os mesmos direitos e garantias que d?os nacionais. Isso implicaria sua dissolu? imediata. Uma democracia integral pressuporia a inexist?ia de fronteiras, mas parece dif?l explicar isso a uma mente como a do Sr. Dines. Tratados internacionais podem, por sua vez, retroagir sobre as leis internas, diminuindo o coeficiente de direitos desfrutados pelo cidad?da democracia. Por outro lado, o governo mundial, necess?o ?mplanta? da democracia integral, seria tamb?contradit? com a no? de democracia, por ser inating?l ?iscaliza? direta de todos os eleitorados locais – a n?ser na hip?e de uma humanidade ilimitadamente poligl?a. Uma express?como democracia integral s?de ser usada por um leviano opinador que n?examinou o problema por um s?nuto e que se limita a manifestar desejos arbitr?os como uma criancinha que esbraveja e chora quando contrariada. A exist?ia mesma de um poder legislativo, que ?m componente essencial da democracia, prova que ela n?pode ser integral. Se voc?em de estar continuamente produzindo novas leis, ?orque as anteriores n?produziram a democracia integral. Se a produzirem, a subsequente supress?do legislativo a transformaria ipso facto em ditadura. Basta isso para mostrar como as id?s de pureza e democracia s?radicalmente incompat?is, n?apenas no baixo mundo dos fatos, mas na pr?a esfera dos conceitos absolutos. Como ?oss?l que um sujeito que ignora uma coisa t?elementar da teoria pol?ca tenha os meios de sair por a?ando li?s de democracia? * Ensa?a, jornalista e professor de Filosofia