• Polan Lacki
  • 19/04/2009
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O FRACASSO DE UMA EDUCA?O RURAL E URBANA QUE OFERECE O CIRCO ANTES DO PÏ - Enviado pelo autor

Nos pa?s latino-americanos, uma crescente porcentagem de jovens, rurais e urbanos, j?st?onseguindo concluir a escola fundamental e at? m?a ou secund?a. Lamentavelmente, este ?to ?ais aparente que real, pois em termos pr?cos est?roduzindo resultados decepcionantes. Os jovens, agora mais escolarizados e com um horizonte de aspira?s e ambi?s ampliado, sentem-se frustrados, para n?dizer enganados. Depois de estudar longos 11 anos, durante os quais alimentaram a ilus?de que este esfor?lhes ofereceria um futuro de oportunidades e de prosperidade, eles descobrem que n?est?aptos sequer a obter um modest?imo emprego; pois egressam do sistema escolar sem possuir as qualidades que os empregadores esperam e necessitam encontrar em um bom funcion?o. Isto acontece porque o sistema de educa?, rural e urbano, n?lhes proporciona os conhecimentos ?s, as aptid?necess?as e nem sequer as atitudes e os valores que necessitam para ser bons empregados; tampouco os prepara para que sejam bons cidad? e pais de fam?a que saibam educar, orientar, alimentar e cuidar da sa?dos seus filhos, etc. Falemos sem eufemismos, com exce? do que lhes foi ensinado nos tr?primeiros anos (ler, escrever, efetuar as 4 opera?s aritm?cas, aplicar a regra de tr?e conhecer o sistema m?ico), praticamente todos os demais conhecimentos s?irrelevantes para que eles possam ter um melhor desempenho no trabalho e na vida pessoal, familiar e comunit?a. Nesses oito anos subseq?es, os poucos conte? que poderiam ser ?s geralmente s?ensinados de maneira excessivamente te?a, abstrata, fragmentada e desvinculada da vida e do trabalho, com o que se transformam em virtualmente in?s. Ent? se imp? seguinte pergunta: para que estudaram esses oito anos adicionais? Sejamos objetivos e realistas: qual ? utilidade ou aplicabilidade na vida cotidiana que tem o ensino te?o sobre os logaritmos, os determinantes, a geometria anal?ca, a raiz quadrada e c?a? Ou o ensino memor?ico sobre a hist? da Cle?ra ou da Imperatriz de Biz?io, os fara? as pir?des do Egito, a hist? da Mesopot?a e as altitudes das Montanhas Rochosas? Alguns defensores deste conservadorismo educativo afirmam que tais conte? s?necess?os para desenvolver a criatividade, a engenhosidade, o senso cr?co e problematizador, o esp?to de iniciativa dos educandos e para oferecer-lhes uma suposta forma? integral. Pessoalmente, opino que existem formas mais inteligentes e produtivas para atingir tais objetivos. Conte? mais pr?os - no tempo e no espa?- ?realidades cotidianas dos educandos seriam muito mais eficazes para desenvolver as suas potencialidades latentes, para estabelecer rela?s entre causas e efeitos, para evitar que repitam os erros que foram cometidos no passado, etc. Outros te?os afirmam que ?ecess?o manter esses conte? para democratizar as oportunidades de acesso ?niversidade, ignorando que, na maioria dos pa?s da Am?ca Latina, apenas 5 ou 10% dos jovens t?esse privil?o. Em tais condi?s, n???o nem justo castigar e entediar os outros 95 ou 90% que n?chegar??niversidade, fazendo-os estudar durante oito anos temas excessivamente te?os, abstratos, long?uos, n?utiliz?is e prescind?is, para n?dizer in?s. Na din?ca do mundo contempor?o, os educandos t?motiva?s e interesses muito mais imediatos e concretos. A sua principal aspira? ?onseguir um trabalho bem remunerado para adquirir os bens e servi? da vida moderna e para poder constituir uma fam?a pr?ra e feliz. Portanto, uma educa? realista dever?er orientada ao atingimento desses anseios e necessidades concretas e priorit?as da maioria da popula?; e n?a proporcionar-lhe uma crescente quantidade de informa?s descontextualizadas e desconexas, que s?irrelevantes e n?utiliz?is na solu? dos seus problemas cotidianos. A realidade concreta nos indica que, depois de concluir ou abandonar a escola fundamental e m?a, a grande maioria dos educandos rurais: A - em uma primeira etapa, v?dedicar-se a atividades agropecu?as, como produtores ou como empregados rurais, nas quais fracassam, principalmente, porque a escola rural preferiu ensinar-lhes a hist? do Imp?o Romano ou o Renascimento Franc? em vez de ensinar-lhes a produzir, administrar as propriedades rurais e comercializar as suas colheitas com maior efici?ia; ignorando que este ? primeiro requisito para que possam incrementar a sua renda e, gra? a ela, sobreviver com dignidade no meio rural. B - em uma segunda etapa, depois de fracassar nas atividades rurais, esses ex-agricultores e os seus filhos migram para as cidades onde ser?serventes da constru? civil, pedreiros, pintores ou marceneiros, motoristas, manobristas e guardadores de autom?s, policiais e vigilantes, cozinheiros e gar?s, balconistas e vendedores ambulantes, empregadas dom?icas ou faxineiras de escrit?s e de edif?os residenciais, garis, burocratas e oper?os das empresas p?cas e privadas, etc, pois, no mundo moderno, s?essas atividades urbanas, as grandes ocupadoras de m?de-obra. Isto significa que os conte? curriculares das escolas rurais n?responderam ?necessidades dos pais e agora os conte? das escolas urbanas n?respondem ?necessidades concretas dos seus filhos. Para que essas maiorias possam realizar-se como pessoas e sejam mais eficientes e produtivas, necessitam de conhecimentos que sejam ?s e aplic?is para melhorar o desempenho nas ocupa?s majorit?as rec?mencionadas e, especialmente para que possam desempenhar, com efici?ia, outras atividades que s?mais valorizadas pela sociedade e pelo mercado de trabalho. O verniz pseudo-cultural e intelectual, t?freq?e nos nossos obsoletos curr?los, n?contribui ao atingimento de nenhum desses dois objetivos; pois os potenciais empregadores n?est?muito interessados em saber se os jovens candidatos a um emprego conhecem a biografia de Montesquieu, Robespierre ou Richelieu. O abismo existente entre aquilo que o sistema de educa? ensina e o que os educandos realmente necessitam aprender ?implesmente inaceit?l. Ele ??prejudicial ?ossa juventude, ao setor produtivo e ao futuro das nossas na?s, que n?podemos continuar aceitando inconsistentes teoriza?s, justificativas e elucubra?s dos especialistas que insistem em manter nos curr?los o sup?luo, em vez de substitu?o pelo essencial. A sociedade como um todo, dever?xigir que o sistema de educa? adote transforma?s radicais, corajosas e imediatas; porque as medidas cosm?cas adotadas pelo referido sistema nas ?mas d?das demonstraram ser mal priorizadas/direcionadas, insuficientes e ineficazes. Os cidad?, que atrav?dos seus impostos est?financiando esse anacr?o sistema de educa? e pagando as conseq?ias dessa m?ualidade educativa, t?todo o direito de exigi-lo; e o sistema de educa? tem o dever de acatar essa just?ima reivindica?. Os conte? que a maioria dos educandos, provavelmente, nunca utilizar?ever?ser sumariamente extirpados dos curr?los e substitu?s por outros que tenham uma maior probabilidade de ser utilizados pela maioria dos educandos, durante o resto das suas vidas. ?necess?o oferecer-lhes uma educa? que os ajude a que, eles mesmos, possam transformar as suas realidades adversas, corrigir as suas inefici?ias e solucionar os seus problemas cotidianos. As crescentes multid?de desempregados/subempregados, pobres e miser?is que n?t?dinheiro para pagar um teto digno, comprar os alimentos e os rem?os ou mandar os seus filhos para a escola, para o m?co e para o dentista, necessitam, em primeir?imo lugar, de uma educa? ?, no sentido de que as habilite a conseguir um trabalho/emprego gerador de um sal?o razo?l, com o qual possam satisfazer as necessidades prim?as de sobreviv?ia das suas fam?as. Estas multid?de mal-educados pelas nossas escolas n?est?muito interessadas em saber qual ? altitude do Everest ou a extens?do Rio Nilo; tampouco em conhecer a hist? das competi?s e batalhas que ocorreram no Circo M?mo ou no Coliseu de Roma. Depois que adquiram os conhecimentos necess?os para serem empregados mais produtivos, melhores cidad? e bons pais de fam?as eles poder?buscar as oportunidades e as fontes para adquirir os outros conhecimentos que satisfa? as suas curiosidades e os seus interesses intelectuais e culturais. Estas oportunidades e fontes n?necessariamente dever?ser proporcionadas atrav?do sistema de educa? formal (escolarizado). ?compreens?l que os privilegiados da sociedade que j??acesso ao p?desejem ir ao circo. Entretanto, a prioridade da grande maioria constitu? pelos n?privilegiados, pelos pobres, pelos sofridos e pelos abandonados ?iferente, eles querem primeiro o p? depois o circo. Documentos que ampliam e fundamentam as propostas deste artigo poder?ser solicitados atrav?dos E-mails Polan.Lacki@uol.com.br e Polan.Lacki@onda.com.br ou encontrados na se? Artigos da P?na web http://www.polanlacki.com.br e no novo site http://www.polanlacki.com.br/agrobr E para concluir, a seguinte reflex?que ?dequada ao atual desafio da nossa educa?: ?preciso navegar, deixando atr?as terras e os portos dos nossos pais e av?nossos navios t?de buscar a terra dos nossos filhos e netos, ainda n?vista, desconhecida-Nietzsche