• Gilberto Simões Pires
  • 26 Janeiro 2015


SYRIZA
Ontem, a Comunidade Europeia, notadamente os países da Zona do Euro, ganhou um legítimo presente Grego, ao ver confirmada a conquista de 149 das 300 cadeiras do Parlamento, obtida pelo SYRIZA, partido ultra-radical esquerda da Grécia, liderado por Alexis Tsipras.

CONTRA A AUSTERIDADE
O Syriza, por ser ultra radical de esquerda, já deixou bem claro, ao longo da campanha eleitoral, que não pretende cumprir o programa de austeridade, firmado entre o governo anterior e a Troika ( União Europeia, Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional).

CALOTE
Isto significa, alto e bom som, que o novo governo grego vai dar um solene CALOTE aos credores das instituições que formam a Troika. A vitória do Syriza significa que a Grécia vai dar uma legítima e sonora Banana àqueles que lhe estenderam a mão através de um mega-auxílio financeiro concedido ao país, que totaliza algo como 250 bilhões de euros. Pode?

HUMILHAÇÃO
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, para quem não sabe, afirmou por diversas vezes, com grande ênfase, que a Troika é -coisa do passado-. E que, em caso de vitória de seu partido, confirmada ontem nas urnas, a Grécia -deixaria para trás a austeridade após cinco anos de humilhação-.

PRODUZIR POBREZA
Com a vitória do Syriza, a Grécia entra para o clube dos países social-comunistas existentes no nosso planeta. E, como é sabido através da situação de todos que optaram por esse caminho, vai produzir pobreza em grande escala. Isto em plena Europa, que por muitos anos mostrou o quanto o comunismo é capaz de destruir. Pode?

ESCASSEZ
Desfeito, na marra, o contrato firmado pelo governo anterior com a Troika, a tal -humilhação- referida por Tsipras vai dar lugar à uma -escassez- de produtos e serviços sem precedentes. Sem dinheiro e sem estímulo, o povo grego vai à míngua. Com toda força, como já acontece na Venezuela, Argentina e dentro de pouco tempo também no nosso pobre Brasil.

FAZENDO AS MALAS
Com a eleição de Tsipras, a turma da Ursal (União das Repúblicas Socialistas da América Latina), conhecida como Unasul para os desatentos, deve estar em estado de euforia. Muito provavelmente, Dilma e seus amigos já devem estar fazendo as malas para participar da posse do mais novo comunista. Será uma festa e tanto, não?

www.pontocritico.com

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  • Guilherme Fiuza
  • 26 Janeiro 2015

 

O chocante atentado em Paris contra uma revista de humor ultrapassa as fronteiras da França e da Europa. É a versão terrorista e sanguinária de uma praga que se espalha por todo o planeta: a caçada à liberdade de expressão fantasiada de revolução anticapitalista.

Por incrível que pareça, o Estado Islâmico, com seu método de tentar calar os oponentes cortando-lhes a cabeça, tem discretos simpatizantes entre “progressistas” do Ocidente – esses zumbis da esquerda que continuam se sentindo nobres e humanitários por detestar os Estados Unidos. No Brasil, o último grande movimento de massas gerou um único e bizarro fruto concreto: uma escória de depredadores boçais que conseguiram até o apoio de sindicatos de professores. Todos supostamente unidos contra o poderio da elite branca – e todos, na verdade, tentando a vida fácil de camelôs da bondade. A revolucionária e destemida Mídia Ninja terminou contratada pela campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Chegou-se a ver uma certa esquerda culta fazendo uma defesa envergonhada e meio dissimulada da violência. A palavra “vandalismo”, usada com propriedade para classificar as ações patológicas dos black blocs, acabou virando bordão debochado entre essas tribos antenadas. “Vandalismo” seria um tratamento conservador e reacionário por parte da mídia burguesa, para estigmatizar protestos legítimos e heroicos. Estudantes e intelectuais chegaram a portar broches com a inscrição “vândalo” – para tentar ironizar os críticos do quebra-quebra. Se esse ponto de vista ignorante, irresponsável e complacente com a violência chegou a proliferar entre gente esclarecida de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, pode-se imaginar o potencial de sucesso que a propaganda da barbárie politicamente correta tem ao redor do mundo.

Falar em “barbárie politicamente correta” já seria em si uma estupidez – se esse fenômeno não pudesse ser, infelizmente, identificado a olho nu. Quando um cinegrafista da TV Bandeirantes foi morto no centro do Rio de Janeiro por um rojão dos “manifestantes”, uma numerosa turma “progressista” educada e bem alimentada passou a dizer que a mídia capitalista estava explorando um cadáver para coibir os protestos contra o sistema. Se a desonestidade intelectual chega a esse ponto, por que não dizer que a repercussão da morte dos chargistas franceses seja também uma tentativa de vitimizar o capitalismo?

Esse vale-tudo da propaganda ideológica quer fundar uma nova verdade na marra. Os impostores que estão governando o Brasil há 12 anos só não foram enxotados ainda porque montaram um conto de fadas eficiente (tosco, mas incrivelmente eficiente). Quase mensalmente o governo popular solta alguma historinha sobre a ditadura militar e suas vítimas. É uma tragédia real que foi devidamente mercantilizada pelo PT – como a vitamina ideal para seu figurino de vítima. Consegue assim o milagre de mandar e desmandar no país sem perder a aura de combatente contra os poderosos e arbitrários. O ápice do sucesso desse projeto de cinismo assumido foi o discurso de posse da presidente reeleita: com a expressão mais tranquila do mundo, Dilma Rousseff atacou a corrupção e defendeu a Petrobras.

Petrobras cuja CPI seu governo trabalhou para sepultar. Petrobras que foi arrombada por um escândalo gestado sob o governo do PT, com operadores desse roubo bilionário diretamente ligados ao Planalto e ao partido governante. A praga do envenenamento da verdade, que ameaça jornalistas e humoristas no Brasil e no mundo, é o grande trunfo desses projetos autoritários fantasiados de revolução social. Só uma verdade envenenada permite que Dilma faça um discurso defendendo a Petrobras, e o Brasil não perceba a zombaria.

Qualquer humorista brasileiro sabe que nos últimos anos ficou mais difícil satirizar o governo – que em si já é uma sátira. A guerra da informação é uma das principais plataformas desse projeto populista de poder. Já tentaram contrabandear censura à imprensa em programa de direitos humanos – para ver que não fazem cerimônia. Simpatizantes do PT vandalizaram uma editora que publicou reportagem sobre o petrolão. Os fins (postiços) justificam os meios (boçais). Paris não é longe daqui.
 

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  • Paulo Rabello de Castro
  • 24 Janeiro 2015


No meio da tarde mais quente dos últimos anos, o ONS mandou apagar, preventivamente, parte do sistema de distribuição de energia elétrica do País, para evitar uma queda drástica de todo o sistema. Mas não foi só isso que foi suprimido dos brasileiros sem aviso prévio. O governo decidiu, no mesmo fatídico dia 19, apagar a inteligência nacional ao tentar convencer o público de que as medidas de escalada tributária do novo ministro da Fazenda, anunciadas no mesmo dia, representavam esforço de “austeridade fiscal” por parte do setor público. De fato, existe um grave déficit entre despesas e arrecadação tributária que precisa ser contido para, segundo o ministro Levy, “recuperar a confiança da economia”. Boa tese, sempre bem-vinda, essa do resgate da confiança. Não existe política econômica sem confiança nas pessoas do governo, em sua competência e retidão de objetivos.

A austeridade fiscal, entretanto, não mais se obterá no Brasil com aumento de carga tributária, seja com que desculpa for apresentada. A razão é simples. A capacidade contributiva da economia como um todo está muito próxima ao esgotamento. Haja vista a sequência de refinanciamentos fiscais (REFIS) promovidos pelo fisco. O governo tenta extrair um pouco mais de sangue por um braço do paciente, mas as veias do enfermo estão murchas. As incisões são cada vez mais dolorosas e improdutivas. É uma abordagem perdedora. Por isso, custa a crer que o patrocinador dessa manobra extrativa contra a economia enferma seja um profissional de boa escola, que um dia aprendeu de onde vem a real recuperação de um corpo econômico debilitado: só cuidando das forças da oferta, ou seja, das condições da economia de quem produz, e não da saúde de quem só vive de rendas em primeiro lugar.

Acontece que governos só vivem de rendas. Não por mal ou por vício, e sim, por definição. Para gastar, governos têm que tomar de alguém, de algum modo. Para tanto, existem jeitos e maneiras, e há limites. Adam Smith, o primeiro e, talvez, o maior de todos os economistas, no seu primordial “A Riqueza das Nações” (em 1776!) já nos lembrava de que impostos têm que ser simples e módicos. Por quê? O pagador tem que sobreviver ao imposto e, depois de contribuir, ainda ser capaz de prosperar. Fácil, não? Pois essa verdade vem sendo agredida no Brasil sem que qualquer ação reparadora de um poder de Estado surja em defesa do direito fundamental do povo de sobreviver ao imposto. Não espanta que não tenhamos mais progresso. Aliás, até o FMI agora projeta mais dois anos de total estagnação no País: 0,3% de “expansão” do PIB este ano e um pífio 1,5% em 2016. Dá pra acreditar? E pode ser pior do que isso...

A razão tributária da estagnação brasileira é evidente. Quando o IOF sobre operações de empréstimos passa de 1,5 para 3%, o governo não está querendo conter o consumo, como alega. O consumo em 2015 está morto e enterrado. O governo age com indisfarçada voracidade arrecadadora; tornou-se um impostólatra. Como um bêbado inveterado, só pensa em sugar o que restou da disponibilidade até dos endividados. Óbvio que a economia só afundará mais com medida tão infame. E quando eleva a CIDE com instinto igualmente arrecadador, engana o público duplamente: ao dizer que busca “austeridade” quando, de fato, está criando um enorme custo adicional para toda a cadeia produtiva nacional, portanto, medida recessiva; e, pior, quebrando a lei, pois CIDE não é imposto, é contribuição de fomento ambiental e ao transporte público e infraestruturas de apoio. Portanto, a CIDE só contribuirá para a suposta austeridade fiscal se os recursos forem desviados de sua finalidade legal. E por ai vai, na sequência de agressões à inteligência e ao bom-senso, um grande apagão da esperança debilmente produzida quando do anúncio de nomes de orientação técnica para a condução da economia. Repito: não se faz austeridade verdadeira no governo com qualquer elevação de tributos; pelo contrário, um governo que recorre a aumento de imposto para fechar rombos fiscais joga a austeridade sobre os ombros do povo, que paga a conta do gastador. Austeridade é uma coisa só: gastar menos ou, no caso do nosso governo, mesmo assim gastar mais, porém no ritmo da economia que o sustenta. Contudo, há mais de uma década o governo vem gastando em velocidade muito superior ao crescimento do PIB. Aí nada pode dar certo, nem com toda boa vontade do mundo. Onde está a regra de contenção do gasto federal? Nada de concreto nos foi apresentado, muito menos algo que mude em definitivo o MODO de gastar do governo, que lhe crie efetivo constrangimento a meter a mão no bolso furado do público. 

Não foi só apagão elétrico. Desse, ainda vamos ver muitos, pois o sistema opera no limite. O pagador de tributos também opera além do limite. A estupidez em matéria de política econômica também já passou do limite. E quantos apagões ainda teremos que suportar até que nossa paciência também chegue a um limite?

(*) O articulista coordena o Movimento Brasil Eficiente e convida quem queira se manifestar sobre o tema deste artigo a visitar o site www.assinabrasil.org
 

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  • Carlos I.S. Azambuja
  • 23 Janeiro 2015

 

Alguns detalhes sobre os Serviços de Inteligência de Israel, considerados os melhores do mundo


O Serviço de Inteligência é a batalha das mentes e cérebros e a função dos equipamentos é ajudar o ser humano em seu desafio conceitual. Mas na integração do homem e da máquina o fator humano é decisivo, mormente no Serviço de Inteligência” (Meir Amit, diretor do MOSSAD de 1963 a 1968).

Trinta e dois séculos após Moisés ter acatado a ordem de Deus, escolhendo 12 eminentes israelitas para se infiltrarem na Terra Prometida, o Estado de Israel foi criado, em 1948, e Ben Gurion, seu primeiro presidente, fez exigências rigorosas a seus agentes secretos: que fossem motivados pelo patriotismo; que representassem os melhores aspectos da sociedade israelense; que obedecessem ao postulado singular de comedimento; e que se lembrassem que defendiam uma democracia e não um Estado monolítico.

Nesse sentido, Israel é um país singular sob muitos aspectos, um dos quais tem sido o total apoio de seus cidadãos aos Serviços de Inteligência, considerados entre os melhores do mundo.

Os Serviços de Inteligência de Israel, assim como os de outras nações, são um reflexo de suas sociedades, das quais trazem seu poder de inspiração. Cada país possui uma estrutura de Inteligência moldada à sua própria imagem, refletindo a índole e as características culturais da Nação.

O que está no centro dos Serviços de Inteligência de Israel, diferenciando-os dos demais serviços de qualquer outra Nação, é a imigração. Desde a sua formação a comunidade de Inteligência de Israel empenhou-se em proteger os judeus em todo o mundo e ajudá-los a emigrarem para sua Pátria bíblica.

Quem pode imaginar a CIA, por exemplo, com a tarefa de proteger cada possuidor de passaporte dos EUA através do mundo?

A tarefa de defender não apenas o Estado, mas também “todo o povo de Israel” é a missão precípua dos Serviços de Inteligência de Israel: MOSSAD (Inteligência Externa, criado em 1951), AMAN (Inteligência Militar, criado em 1949), SHIN BET (Segurança Interna, criado em 1948), Serviço de Ligação (para a Imigração Judaica, criado em 1958), LAKAM (com a função primária de resguardar o programa nuclear secreto e obter dados científicos e tecnológicos no exterior, criado em 1957) e Departamento Político do Ministério do Exterior, criado em 1948.

Desde sua criação, o Estado de Israel vê-se cercado por um círculo de nações árabes hostis. Todas essas nações, todavia, possuem minorias étnicas e religiosas e Israel sempre pôs em prática o desenvolvimento de amizades com essas minorias, que sofrem, como Israel, em maior ou menor grau, com a ascensão do nacionalismo e radicalismo árabes. A idéia por trás dessa tática pode ser resumida em uma frase: “os inimigos do meu inimigo são meus amigos”.

Qualquer força que lute ou se oponha ao nacionalismo árabe é considerada por Israel uma aliada em potencial: a minoria maronita no Líbano, os drusos na Síria, os curdos no Iraque e os cristãos do Sul do Sudão, todos sofrendo o jugo das maiorias muçulmanas de seus países. O conceito de manter contato com todos eles tornou-se conhecido para as lideranças israelenses como “a aliança periférica”.

Desde 1951, quando foi criada, a agência externa, o MOSSAD, possui acordos de cooperação com a CIA. Mas a grande abertura dos altos escalões dos Serviços de Inteligência ocidentais para com o MOSSAD decorreu de uma vitória conseguida na Europa em 1956, quando os israelenses conseguiram superar a CIA, o MI6 inglês, franceses, holandeses e outros Serviços de Inteligência ocidentais que buscavam o texto de um discurso: o discurso secreto pronunciado por Nikita Kruschev no XX Congresso do PCUS, em fevereiro de 1956, que praticamente sepultou a era Stalin ao relatar, pela primeira vez, os horrores dos gulags, dos julgamentos encenados, dos assassinatos e das deportações de populações inteiras.

A partir de então, a reputação do MOSSAD tornou-se uma lenda.
Em suas memórias, Isser Harel, que dirigiu o MOSSAD de 1952 a 1963 e o SHIN BET de 1948 a 1952, escreveu: “Fornecemos a nossos equivalentes americanos um documento que é considerado uma das maiores realizações na história da espionagem: o discurso secreto, completo, do 1º Secretário do PCUS”. Harel, entretanto, não revelou como conseguiu o discurso.

Como qualquer outro país, o MOSSAD possui agentes secretos trabalhando nas embaixadas, sob cobertura diplomática. Onde não é possível estabelecer relações oficiais ou estas são cortadas por divergências políticas, os diplomatas alternativos do MOSSAD desempenham tarefas que normalmente não são da competência dos Serviços de Inteligência. Especificamente, na África, a CIA forneceu milhões de dólares para financiar as atividades clandestinas de Israel, pois sempre foram consideradas do interesse geral do Ocidente.

De acordo com o conceito periférico do primeiro diretor do MOSSAD, os vínculos sigilosos de Israel com a Etiópia, Turquia e Irã nunca deixaram de existir. Tanto Israel quanto o Irã ajudaram a revolta dos curdos contra o governo do Iraque; agentes do MOSSAD no Iêmen do Sul ajudaram os realistas a combater os egípcios; no Sul do Sudão aviões israelenses lançaram suprimentos para os rebeldes cristãos; e, no fundo da África, o MOSSAD operou num lugar tão distante como Uganda, em outubro de 1970, ajudando Idi Amin a depor o presidente Milton Obote.

Em todos os países há Estações do MOSSAD, sempre operando sob a cobertura diplomática, dentro das embaixadas. O chefe da Estação, todavia, não comunica suas atividades ao embaixador e remete seus relatórios diretamente para o MOSSAD, em Tel-Aviv. Suas missões incluem ligações oficiais com os Serviços de Inteligência do país-anfitrião, mas também operam suas próprias redes, sem o conhecimento do país-anfitrião.

A ênfase em atividades semi-diplomáticas concentra-se basicamente em dois continentes: África e Ásia.
O sucesso do SHIN BET em controlar os territórios tomados em junho de 1967, na Guerra dos Seis Dias (margem ocidental da Jordânia, Sinai e Faixa de Gaza do Egito, e as colinas de Golan) teve um preço: a sociedade israelense passou a ser julgada no mundo exterior pelo que se podia observar a respeito de sua política de segurança. A subversão e os atentados com os homens e mulheres-bomba foram e vêm sendo esmagadas, mas a boa vontade para com Israel no resto do mundo diminui, graças, fundamentalmente, à mídia. Em vez de admirado por grande parte da opinião política internacional, o Estado judaico tornou-se abominado para muita gente.

O SHIN BET, forçado pelas circunstâncias passou a ser encarado como uma força opressora de ocupação. Teve que aumentar seus efetivos, os critérios de recrutamento foram facilitados e o perfil social de seu pessoal mudou. Os novos agentes baseavam sua atuação mais na força do que na inteligência. A natureza diferente da missão também determinou novos métodos. Numa época em que dois mil árabes era detidos para interrogatórios, em que carros explodiam e hotéis e aviões passaram a ser alvo dos terroristas, o essencial era extrair informações tão rápido quanto possível. O fator tempo – aliás, como em todas as guerras sujas - passou a ser o elemento mais importante e a ação rápida passou a exigir a brutalidade. Isso também ocorreu no Brasil na guerra suja dos anos 70.

Em 23 de julho de 1968, um Boeing 707 da El AL, num vôo de Roma para Tel-Aviv, foi seqüestrado e aterrisou na Argélia. Os seqüestradores eram três árabes, militantes da Frente Popular pela Libertação da Palestina. Esse foi o primeiro e último seqüestro bem sucedido de um avião israelense. A partir daí Israel introduziu um esquema de segurança radicalmente novo em seus aviões de passageiros, colocando homens do SHIN-BET, armados, em cada vôo, viajando em poltronas comuns, disfarçados de passageiros, tornando a EL AL a empresa mais segura do mundo.
O mundo, no entanto, só tomou conhecimento dessas medidas quando um desses agentes respondeu a um ataque terrorista, em Zurique, em fevereiro de 1969, na pista do aeroporto de Kloten.

Em 1968, Meir Amit, diretor do MOSSAD desde 1963, foi surpreendentemente substituído pelo general Zvi Zamir, sem experiência anterior no Serviço de Inteligência. Segundo as especulações, ele havia sido substituído por ser eficiente demais. Os líderes do Partido Trabalhista, então no Poder, não desejavam um chefe do Serviço de Inteligência que fosse forte demais...


Dados bibliográficos: Noticiário da imprensa nacional e internacional e livro “Todo o Espião é um Príncipe”, Imago Editora, 1991, de Dan Ravin e Yossi Melman.


 

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  • O Estado de São Paulo - Editorial
  • 23 Janeiro 2015

Reportagem do Estado revela que, em defesa apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre sua participação no episódio da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli procura se eximir, e à Diretoria Executiva que comandava, de qualquer responsabilidade pelos azares da transação e argumenta que o Conselho de Administração da estatal, então presidido pela ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, que autorizou a aquisição em 2006, deve ser responsabilizado pelos prejuízos decorrentes do contrato Gabrielli sugere ainda que todos os integrantes do Conselho em 2006 sejam ouvidos no processo e, a exemplo do que já ocorre com os membros da Diretoria Executiva, tenham seus patrimônios congelados. Trocando em miúdos, o ex-presidente da Petrobrás entende que Dilma Rousseff, na posição que então ocupava, foi a principal responsável pela compra sobrefaturada e pelo prejuízo de quase R$ 1 bilhão sofrido pela estatal apenas nessa ocasião.

Esse novo episódio do escândalo da Petrobrás é apenas mais um da intensa troca de fogo amigo dentro do lulopetismo, desde que se tornou inevitável que, a exemplo do que ocorreu com o mensalão, as investigações sobre a corrupção na maior estatal brasileira levem à barra dos tribunais, e certamente às grades, novo e seleto time de figurões do partido de Lula. Começou, portanto, a fase do salve-se quem puder.

O envolvimento da presidente da República no rumoroso escândalo da Petrobrás é mais do que provável. Não significa que Dilma Rousseff tenha entrado na partilha que beneficiou os sócios do enorme esquema de corrupção que a Operação Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF), com apoio da Polícia Federal (PF), vem desvendando desde março do ano passado. A chefe do governo, infelizmente mais por palavras do que por atos, tem demonstrado repulsa pela ação de delinquentes travestidos de homens públicos que se dedicam à rapinagem do erário. Jamais seguiu o exemplo de seu antecessor e criador no tratamento complacente de notórios larápios, inclusive alguns investigados e presos pela Lava Jato.
Mas o fato é que a participação de Dilma na gestão da Petrobrás, pelo menos desde sua investidura no Ministério de Minas e Energia, nos primeiros dois anos e meio da era Lula, e depois na chefia da Casa Civil e na concomitante presidência do Conselho de Administração da estatal, até assumir seu primeiro mandato presidencial - toda essa experiência junto ao comando da petroleira, principalmente para uma "gerentona" considerada centralizadora, exigente e detalhista -, torna evidente duas coisas. A primeira é que é inconcebível que Dilma Rousseff não tivesse alguma noção do amplo, geral e irrestrito esquema de corrupção que atuava com desassombrado desembaraço nas entranhas da empresa tomada de assalto pelo PT e aliados. A segunda é que Dilma Rousseff, à luz fria da lei, é responsável pelos atos praticados sob sua gestão e supervisão.

É por isso que Dilma está envolvida no escândalo. Para fugir dessa evidência só lhe restaria o recurso - que a lei não acataria, por ser ela responsável por seus atos - de admitir publicamente que, como ministra, presidente do Conselho de Administração e presidente da República, jamais teve contato com a administração da maior estatal brasileira.
Não é apenas a chefe do governo que gostaria de ser acometida de miopia seletiva. Uma comissão interna de apuração da Petrobrás que se dedicou a investigar o episódio da suspeitíssima compra da Refinaria de Pasadena apresentou relatório, em março do ano passado (na mesma época em que a Lava Jato iniciava suas investigações), divulgado agora pela revista Veja, no qual apresenta uma lista de ações que resultaram em prejuízo para a empresa, mas limita-se a apontar "falhas" de gestão, sem jamais se referir a "irregularidades". São mencionados no relatório os diretores hoje presos no curso das investigações da Lava Jato, como Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, mas em momento algum os auditores internos levantam qualquer suspeita sobre a motivação das "falhas". É munição para o fogo amigo.
 

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  • Alfredo Marcolin Peringer
  • 22 Janeiro 2015

Sai ministro, entra ministro e a solução é a mesma: o aumento da carga tributária. E Joaquim Levy não é diferente, ainda que se pensasse ser. Acha que somos a Terra dos Atlas (a de Ayn Rand) que, suportada por jumentos, conseguiriam carregar um fardo adicional de tributos, quando não podem. O fato é que os brasileiros já estão extremamente estafados com a já atual estratosférica carga de impostos.

Arthur Laffer já demonstrou que não se consegue controlar custos e rendimentos ao mesmo tempo (1). Ou se controla um ou outro. Não há como evitar que quanto maior for a carga de tributos, menor seja o crescimento econômico, a renda e os empregos dos brasileiros. Infelizmente, o ministro Levy não se está dando conta que está agravando o problema, em vez de resolvê-lo. Ao criar mais custos para a atividade produtiva, quando, ao contrário, ela precisa de menos, de bem menos, até para carregar nas costas o próprio governo, ele está gerando problemas que se podem tornar incontornáveis. Ademais, há estudos que indicam que, quando a carga tributária ultrapassa os 20% do PIB, ela passa a ser cada vez mais nociva, principalmente para os mais pobres.

E, a título de ilustração, a carga tributária dos brasileiros, que era de 20,0% do PIB em 1988, vinte anos depois (2008) pulou para 34,85% e, em 2013 fechou em 35,92% (dados do IBPT). A pergunta que fica: até quando se vai permitir que uma dezena de burocratas (os que mandam no País!) continuem a expropriar os rendimentos do trabalho individual e empresarial de milhões de brasileiros? Está provado, por sinal, teórica e empiricamente, que o aumento dos impostos, em vez de ser a solução, é o problema atual da economia brasileira. Milton Friedman nos descreve que há quatro maneiras de se administrar a riqueza de alguém ou de um país: 1) quando o indivíduo gasta o próprio dinheiro com ele mesmo; 2) quando ele gasta o próprio dinheiro com terceiros; 3) quando ele gasta o dinheiro dos outros com ele mesmo; e 4) quando ele gasta o dinheiro dos outros com terceiros. E essa última alternativa, a governamental, é a mais deletéria em termos sociais e econômicos. Em outras palavras, quanto mais o governo gastar o dinheiro dos seus cidadãos, para si e para terceiros, em vez de deixar eles mesmos fazerem isso (até porque é deles!), mais ineficiência e miséria humana irá gerar, devido inexistir, na esfera governamental, a impossibilidade de realização do cálculo econômico de mercado. 


ABSURDOS ADICIONAIS: 1) O Senado Federal, para atender 81 senadores, emprega cerca de 10 mil servidores. 2) A conta MAIS MÉDICOS, criada há pouco tempo pelo governo Dilma, tem um orçamento de R$ 1,9 bilhão (2014) ...Como ela conta com 6.658 médicos atuando, cada um deles apropria-se, em média, de R$285.371,00 anuais. Esquecem que o SUS foi criado justamente para isso: cuidar da saúde da população carente. Preocupa, pois, sabemos que os gastos governamentais vão continuar crescendo. Como mostramos acima, a força do gasto, quando os recursos não têm dono, é infinitamente mais poderosa do que a da sua redução ou, mesmo, do que a sua contenção. Baseado nessa força praxeológica que costumo dizer que a nossa democracia tem início, meio e fim. E o fim não está longe... empurrada por uma força gramsciana desse governo do PT na direção do esquerdopatismo cubano miserável e sem liberdade...
 

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