• Bruno Garshagen
  • 20 Janeiro 2015

O que Eike e os seus diretores cometeram no comando do grupo é tão absurdo que parece inverossímil

Eike Batista não pode se orgulhar, dentre tantos feitos, de ter sido um empresário de trajetória rara no país. A forma como decidiu ampliar (e depois salvar) o grupo X com a ajuda de políticos é tão velha quanto as Capitanias Hereditárias. O que talvez cause certo espanto, porém, é a forma sucinta e exata com que ele próprio definiu parte importante dessa relação ao se perguntar: “Como faço para virar um empresário do PT?”

No excelente livro “Tudo ou Nada — Eike Batista e a verdadeira história do Grupo X" (Editora Record), a jornalista Malu Gaspar expõe um retrato minucioso e assustador do modo de gestão de Eike e da cumplicidade de seus executivos na roleta-russa administrativa implementada nas empresas. O que o empresário e os seus diretores cometeram no comando do grupo é tão absurdo que parece inverossímil. Falar em irresponsabilidade é eufemismo.

O empresário que um dia pretendeu ser o homem mais rico do mundo é pintado como um comerciante habilidoso e dotado de um talento diabólico para vender qualquer coisa, inclusive promessas de PowerPoint. E foi a extraordinária venda de promessas que o colocou na seleta galeria de bilionários, e depois fê-lo despencar para a realidade por tudo o que não cumpriu.

“O mercado pune”, um dos motes repetidos por Eike, de fato, se realizou, mas demorou. Em condições normais, a sua queda teria acontecido muito antes, mas ele foi beneficiado pela ilusão dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, o que incluía o encantamento internacional com o governo Lula e a quimera de ver o país como o novo eldorado econômico.

O livro apresenta dois Eikes: o Eike pré-PT, defensor do mercado que quando Lula foi eleito em 2002 “criticava os colegas que viviam pendurados em governos”; e o Eike pós-PT, que, ao descobrir que “contar com a ajuda do Estado poderia ser muito útil”, abriu os cofres de suas empresas para se transformar num dos empresários do partido.

Diante da onipresença infame do governo na economia brasileira, Eike “não alimentava qualquer ilusão de que seus projetos — tão dependentes de concessões, licenças ambientais e autorizações de todo tipo — pudessem deslanchar sem a boa vontade dos governantes”. Ele sabia da “importância de ter bons amigos no governo na hora do aperto” — assim como muitos outros Brasil afora. Por isso, despejou milhões de reais para financiar o PT e políticos que poderiam ajudá-lo, como Sérgio Cabral Filho e Aécio Neves. Tanto Lula quanto Dilma Rousseff serviram a Eike — e se serviram de Eike.

A verdadeira história do grupo X é a triste história de um empreendimento que poderia ter sido e não foi; de um empreendedor que, pelo exemplo bem-sucedido, poderia ter influenciado positivamente o país. Eike, no entanto, preferiu ser um empresário irresponsável e jogar o jogo político. Sua derrocada empresarial, curiosamente, coincidiu com a decadência do PT, que tenta fazer do Brasil a sua imagem e semelhança.

* Professor de Teoria Política

 

 

 

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  • Gilnei Lima
  • 19 Janeiro 2015

 

É quase um espetáculo circense!

Perdoem o comentário longo, mas armem-se de uma colherada de chá de paciência. É muito claro que as preocupações dos que se lançam ao mundo como defensores do socialismo não estão nada preocupados com a pobreza, mas sim com a riqueza.

Isso me lembra muitos socialistas que se dizem influenciados por Marx, apesar de nunca terem lido seus livros; e que também odeiam o liberalismo sem ter a menor noção do que se trata. Ouço e leio coisas parecidas todos os dias no Facebook, ditas e escritas por pessoas que nunca leram nada além de panfletos da esquerda.

O livro "Capital no Século XXI" que pretende ser uma nova "bíblia" da esquerda vertical, ao que parece, é uma enorme obra (com suas quase 700 páginas) discorrendo sobre muitos temas, mas para andar em círculos e voltar ao mesmo ponto, que em minha nada qualificada opinião, acaba sendo a ignição das ideias socialistas. (Neste ponto me antecipo na autodesqualificação para desarmar as desqualificações que serão vertidas sobre mim)

Entre tantos gráficos, Piketty não esconde sua interpretação moral sobre a riqueza e, principalmente, sobre a herança. Chega a ser engraçado suas recorrentes citações aos romances de Balzac para ilustrar e "comprovar" as distâncias entre trabalhadores e herdeiros.

Seu livro tem um único objetivo: julgar moralmente o direito de uma pessoa guardar para si o fruto de seu próprio trabalho e decidir, por si mesma, qual o destino desse fruto. A "moralidade" de Piketty chega ao nível de condenar os herdeiros pelo sucesso dos pais!

Seu raciocínio é muito simples: quanto mais rico, mais imoral. Exercendo uma arrogância que parece ser típica dos socialistas, Piketty ignora completamente a história, os esforços e os talentos de indivíduos, enlatando-os como se formassem uma única e homogênea massa de pessoas de caráter condenável pelo simples fato de terem enriquecido. 

É apenas mais uma reedição de alguns devaneios marxistas, com o autor tentando relacionar dados selecionados com crendices ideológicas impregnadas com uma das piores fraquezas humanas: a inveja. 

Apenas falam muito sobre pobreza, mas sem tirar o "olho gordo" da riqueza. Isto não seria uma questão já muito bem definida por Tomás de Aquino e os Sete Pecados Capitais? 

A razão de tão esbravejante defesa do socialismo e anticapitalismo, situa-se entre o pecado número 4 e número 6; levando em conta a falta de iniciativa motivada pelo tal pecado número 6; criando todo o sentimento despejado sobre os que se esforçam, resultando no pecado número 4.

Tudo que é tratado nestas teorias ideológicas têm, definitivamente, seus fundamentos no pecado número 5; impulsionados por mero flagelo do pecado número 7.

Com essa modesta dissecação, humildemente, posso lhes apresentar: Eis um socialista!

Para os curiosos

os sete pecados capitais de Aquino e Gregório: 

1. A gula;

2. A avareza;

3. A luxúria;

4. A Ira;

5. A inveja;

6. A preguiça;

7. A vaidade.

Este último, não é o sétimo por acaso. Segundo "O advogado do Diabo", na pele de Al Pacino: "Vaidade, este é o meu pecado favorito".

Apenas para deixar clara a minha visão sobre tais pensamentos, que transcendem a filosofia e levam às ações de anarquia, afirmo que : "O socialismo nos alcança quando estamos às portas do fim do mundo. O comunismo só tem lugar quando o mundo já acabou." 

* Jornalista

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  • Ossami Sakamori
  • 17 Janeiro 2015


Fala-se muito em rombo do BNDES. Alguns falam em até R$ 1 trilhão a ladroagem do maior banco de fomento do País. Tem ladroagem, sim. Isto não tenho nenhuma dúvida. O MPF investiga a relação incestuosa do presidente do Banco com a instituição BNDES. Também, é de conhecimento público a ascendência do Lula sobre o Luciano Coutinho.

Com relação à relação promíscua entre o Luciano Coutinho e o BNDES, se refere à empresa de consultoria que elabora os projetos de financiamento junto ao Banco. A ex-empresa de consultoria é contratada para ter sucesso no financiamento. A empresa tinha como sócio o próprio Luciano Coutinho até assunção dele como presidente do Banco. Nada há de ilegal, uma vez que o Luciano Coutinho não é mais sócio daquela empresa de consultoria. Mas tudo parece que os atuais sócios são "laranjas" do próprio.

O projeto do Lula tentar criar os maiores "players" brasileiros atuando no mundo com o PSI - Programa de Sustentação de Investimentos, criado por ele LULA no auge da crise financeira mundial em 2009, nada haveria de anormal, se não funcionasse como Bolsa Empresário.
Para criar "players" brasileiros, o BNDES emprestou e empresta a alguns poucos privilegiados a juros de 3,5% ao ano, enquanto o Tesouro paga Selic, hoje em 11,75% ao ano, para captar os mesmos recursos.

O Tesouro injetou no BNDES, segundo balanço semestral de 2014, exatos R$ 431,4 bilhões, nominal. Isto é o valor que foi injetado, sem considerar a equalização de juros. No apagar das luzes de 2014, Dilma autorizou injeção de mais R$ 30 bilhões no mesmo esquema do PSI, somando hoje R$ 461,4 bilhões.

Nada haveria de anormal se a injeção do dinheiro fosse na forma de investimento da parte da União. A crítica de analistas econômicos, na qual eu me incluo, é que a injeção de recursos da União está sendo feito em forma de "empréstimos" do Tesouro para o BNDES. O Tesouro capta o recurso no mercado pagando juros Selic e empresta ao BNDES. O empréstimo feito pelo Tesouro no mercado para este fim não entra no cômputo da dívida pública líquida.

Desta forma o dinheiro repassado pelo Tesouro para o BNDES sob forma do PSI, não entra também como despesa da União. Resumindo, os R$ 461,4 bilhões estão na contabilidade do Tesouro e do BNDES como uma espécie de "volume morto". O volume de dinheiro é de responsabilidade, portanto, do contribuinte.

Os principais recursos do BNDES para empréstimos vem do Tesouro em forma de PSI, do FAT, do Fundos PIS/PASEP e do Fundo de Marinha Mercante e de outros fundos constitucionais. No total, considerando o empréstimo do Tesouro, o passivo do BNDES é de cerca de R$ 544 bilhões. Em tese, este é o montante que está no risco do BNDES e em consequência do contribuinte. No entanto, o BNDES, pelo menos em cima do papel está enquadrado nas regras do BIS, banco central dos bancos centrais.

Na coluna de ativos constam como realizável a Curto e Longo Prazo, cerca de R$ 300 bilhões em empréstimos diretos do BNDES e cerca de R$ 217 bilhões em empréstimos com aval dos agentes financeiros. Somado os ativos referentes aos empréstimos alcança R$ 517 bilhões. Ainda na coluna de ativos consta a aplicação, no dia 31 de julho de 2014, em ações das empresas com financiamento no Banco, no montante de R$ 66,9 bilhões e R$ 10,4 bilhões em debêntures.

O problema de tudo isto é que o Patrimônio Líquido do sistema BNDES, incluindo BNDESpar, é de R$ 74,1 bilhões em 31 de julho de 2014. Outro problema grave é com referência à qualidade do crédito de responsabilidade direta do BNDES no montante de R$ 300 bilhões. O crédito referente ao repasse às instituições financeiras no montante de R$ 217 bilhões não tem tanta preocupação. Não se sabe qual é o percentual de "empréstimos podres" dentre os R$ 300 bilhões.

No mercado financeiro, até o engraxate da BMFBovespa sabe, de duas verdades. A primeira verdade é de que o presidente Lula teria intermediado a negociação de empréstimos do PSI no montante de R$ 300 bilhões, da parte do empréstimo direto do BNDES. Se realmente houve, qualquer 3% daria R$ 9 bilhões de comissionamento para o Lula. Isto merece investigações por parte do TCU e MPF, mas negadas pelo BNDES. Para ser negado acesso às informações para os órgãos de controle da União, é de supor que o "boato" do engraxate deve ser verdadeiro.
A segunda preocupação do mercado é quanto à natureza das garantias oferecidas pelos tomadores preferenciais dos empréstimos do sistema BNDES. Muitos dos empréstimos destinados aos amigos do Lula e do Palácio do Planalto, as garantias são as próprias ações das companhias. São empréstimos no montante de R$ 300 bilhões com alto risco de não receber de volta o empréstimo. Comenta-se que cerca de R$ 100 bilhões é quase como crédito podre. O montante é superior ao Patrimônio Líquido do sistema BNDES.

O rombo só vai aparecer no decorrer dos próximos anos, pois que o financiamento concedido pelo Banco é de longo prazo. Alguns antes, como foi o caso dos empréstimos de R$ 10,6 bilhões concedidos ao grupo OGX. Outra empresa que tem um passivo próximo de R$ 30 bilhões com o sistema BNDES é o grupo JBS/Friboi, a juros subsidiados de 3,5% ao ano. A empresa com dificuldade econômica conhecida no mercado que tem passivo alto junto ao sistema BNDES é a empresa de telefonia Oi. A Construtora Odebrecht, em dificuldade por conta da Operação Lava Jato, tem também tem passivo muito alto junto ao BNDES.

Curiosamente, essas empresas falidas ou em dificuldade financeira conta com o apoio explícito do Lula. Não, Lula não é sócio dessas empresas como comentam, mas apenas intermediário nas operações de financiamentos e refinanciamentos. Digamos, que o Lula deve ter amealhado, no mínimo, R$ 5 bilhões em intermediações no BNDES. Claro, os depósitos estão nas contas nos paraísos fiscais, por orientação do Henrique Meirelles, principal executivo do JBS/Friboi.

Ufa, consegui fazer o resumo do assunto complexo como este. Será que consegui fazê-los entender? Preocupa, não, se não entender o assunto na primeira leitura. O assunto é para quem tem vivência no mercado financeiro.
 

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  • José Casado
  • 16 Janeiro 2015

(Publicado oruginalmente em O Globo)

Numa noite de outubro, dois anos atrás, ela convocou uma cadeia nacional de rádio e televisão para comunicar: “Passamos a garantir, para o futuro, uma massa de recursos jamais imaginada para a Educação e para a Saúde.”
Enlevada num tom de realismo mágico, anunciou a alquimia: “A fabulosa riqueza que jazia nas profundezas dos nossos mares, agora descoberta, começa a despertar. Desperta trazendo mais recursos, mais emprego, mais tecnologia, mais soberania e, sobretudo, mais futuro para o Brasil.”

Arrematou, com esmero ilusionista: “Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um tesouro indestrutível, que é a Educação de alta qualidade. Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade mais justa.”

Para gerenciar a riqueza submersa a mais de quatro mil metros no Atlântico, Dilma Rousseff criou a estatal Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A.(PPSA). Deu-lhe amplos poderes para defender os interesses da União, o que inclui a gestão dos contratos de partilha, controle dos custos e das operações de exploração e produção de todo petróleo extraído da camada pré-sal.

Não é pouco. A combalida Petrobras, que nesses campos já produz mais de um milhão de barris, planeja concentrar investimentos numa área de tamanho equivalente a 150 mil campos de futebol, a 170 quilômetros de distância do litoral do Estado do Rio. Libra, como é conhecida nos mapas marítimos, é uma das maiores áreas do planeta reservada à exploração de petróleo. Foi leiloada a uma sociedade composta pela Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC.

Dilma continua com o seu discurso surrealista, com toques de absolutismo groucho-marxista: “Eu represento a soberania nacional, do pré-sal, a defesa dos 30%, a defesa do conteúdo nacional... Esse golpe (o processo de impeachment) não é contra mim, é contra o que eu represento, contra a soberania, contra o modelo de partilha do pré-sal”— disse semanas atrás a uma plateia de sindicalistas aliados do governo.

Longe do espelho d’água do Palácio do Planalto, sobram certezas sobre o desgoverno na condução dos negócios do pré-sal. A empresa estatal (PPSA) criada para recolher a “massa de recursos jamais imaginada” para Saúde e Educação mal começou e já está sucateada.

Tem 15 empregados, acumula prejuízos e patrimônio líquido negativo. Sem dinheiro, atravessou 2015 sobrevivendo da caridade privada. Fornecedores cederam-lhe licenças temporárias gratuitas de software.

Perplexos, auditores do Tribunal de Contas da União registraram: “Há sérios riscos de se comprometer ou até inviabilizar a realização de importantes tarefas técnicas, tais como: a) interpretação sísmica e modelagem geológica; b) construção de modelos estáticos e dinâmicos para simulação de fluxo em reservatórios petrolíferos; c) análise de dados de perfuração de poços e de desempenho petrofísica; d) testes de modelagem de escoamento.”

É real a ameaça aos resultados econômicos para a União, adverte o tribunal.

Com 28 meses de existência, a estatal do pré-sal pode ser vista como novo símbolo do governo Dilma. Parecia que ainda era construção, mas já é ruína.

*Jornalista
 

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  • Maria Lucia Victor Barbosa
  • 16 Janeiro 2015

 

Os recentes atos terroristas perpetrados na França por fundamentalistas islâmicos levam a reflexões importantes, pois envolvem situações globais que atingem indivíduos isoladamente ou mesmo populações inteiras.

Para começar lembremos que a liberdade é essencial à vida, uma espécie de oxigênio que permite viver com dignidade. É fruto da sociedade ocidental capitalista, do Estado Liberal que evoluiu para o Estado Democrático de Direito. É um bem precioso que foi conquistado aos poucos, lembrando que sistemas totalitários como o comunismo e o nazismo extinguiram a liberdade e massacraram os que tentaram exercê-la, assim como os regimes ditatoriais.

Mas existe limite à liberdade de expressão? Pode a mídia ser antissemita, racista, achincalhar, insultar, tripudiar sobre valores incluindo os religiosos? E não me venham dizer que não posso perguntar isso ou que estou do lado do terror. Tenho direito de me expressar livremente enquanto o ministro petista Berzoine não baixar a cesura total.

Que fique bem claro de minha parte, que as charges sem graça e de péssimo gosto jamais justificariam a chacina dos chargistas levada a cabo pelos irmãos terroristas Chérif e Said Kouachi, na redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris. Defender o terrorismo e legitimar o mal é característica da esquerda primitiva e acéfala que culpa os franceses, os Estados Unidos, os judeus, a islamofobia, a direita pelos brutais assassinatos em nome da fé. Tudo indica que os grupos fundamentalistas sendo totalitários, expansionistas, tribais, medievais atraem irresistivelmente a esquerda que encontra naquelas organizações fanáticas ecos do seu próprio modo de ser, identificando-se com as mesmas.

Seguiram-se às mortes dos jornalistas o assassinato de quatro judeus em um supermercado Kosher, pelo terrorista, Amedy Coulibaly e sua amante, Hayat Boumeddiene. As quatro vítimas chamavam-se: Yoav Hattab, 21, Yohan Cohen, 20 (que salvou uma criança de três anos quando lutou com o terrorista), Philippe Braham, 45 e François Saada, 64.

Lembra Gilles Lapouge sobre os judeus na França (O Estado de S. Paulo, 14/01/2015), que “fundidos na sociedade francesa e sentindo-se franceses até a raiz dos cabelos, seus talentos (Bergson, Lévi-Strauss, Mendés France, Léon Blum, Montaigne e outras milhares de centenas de pessoas) levaram à incandescência o gênio da França, à beleza de sua civilização – excluindo, claro, o vergonhoso espetáculo da ocupação nazista (1940 – 44) quando o general Pétain empreendeu uma campanha de perseguição aos judeus”.

Contudo, passado um dia ou dois dos ataques terroristas tudo voltou ao normal e as afrontas, as agressões e ameaças aos judeus se multiplicaram. Uma contradição, sem dúvida, pois se milhões de franceses foram às ruas para defender a liberdade de expressão, por que alguns negam a outros a liberdade de existir?

Um dos irmãos Kouachi também matou o policial Ahmed Merabet, um mulçumano que ferido e deitado no chão pediu clemência, mas levou um tiro na cabeça. Coulibaly, um dia antes de entrar no Koscher atirou em dois policiais, sendo que a agente Clarissa Jean-Philippe, de 25 anos, morreu.

Os franceses acorreram às ruas para defender um valor que lhes é caro, a liberdade ou para defender sua sobrevivência. Afinal, o ato terrorista se deu dentro do seu território e atingiu o chamado Quarto Poder. Porém, há uma legitimação do mal que não é só apanágio da esquerda diante das facções jihadistas ou guerra santa. Afirmo isso porque houve mais espanto do que manifestações mundiais quando emissários de Bin Laden derrubaram as Torres Gêmeas em 11 de novembro de 2001. Atualmente ninguém se comoveu com o sequestro e assassinato de três jovens Israelense, ao que tudo indica pelos terroristas do Hamas cujo objetivo é dar fim a israel. Mulçumanos matam mulçumanos e fica por isso mesmo entre eles. O Boko Haram sequestra jovens que são estupradas, mantidas como escravas, vendidas, além de dizimar populações inteiras a ferro e fogo, algo que parece apenas uma notícia longínqua que não interessa a ninguém. Outras facções do Islamismo radical seguem atuantes como o Taleban e agora entra em cena o Estado Islâmico com seus degoladores, crucificadores de cristãos, experts em todo tipo de atrocidades. Isso se dá sob a indiferença, legitimação ou aceitação das maiorias que aguardam sua vez de se submeter. Afinal, Islã quer dizer submissão.

Está na hora do mundo se movimentar para valer em vez de ficar esperando a ação dos Estados Unidos para depois criticá-la. E nem menciono o Brasil porque aqui a governanta quer diálogo com o terror, como se isso fosse possível, enquanto já se diz que fundamentalistas recrutam jovens em nossas favelas. Só falta Maria do Rosário declarar que terroristas desumanos têm direitos humanos.

*Socióloga.


 

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  • Ucho.info
  • 16 Janeiro 2015

A prisão de Cerveró, ocorrida nos primeiros minutos da quarta-feira (14), no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, fez crescer a apreensão no universo político nacional, onde muitos já têm perdido o sono por causa do envolvimento, direto ou indireto, no maior escândalo de corrupção da história brasileira. No Palácio do Planalto, o staff presidencial torce para que o ex-dirigente da estatal seja colocado em liberdade o mais rápido possível, pois temem que ele se renda à delação premiada. O que causaria um estrago maior do que o já existente, uma vez que com todos os envolvidos no esquema presos a chance de uma delação coletiva aumenta sobremaneira.

No caso de Nestor Cerveró resolver contar tudo o que sabe em troca de redução de eventual pena, uma avalanche de denúncias cairá sobre os principais partidos da chamada base aliada, que por enquanto continuam fingindo inocência. O principal prejudicado no vácuo de eventual delação de Cerveró é o PMDB, partido que a partir da próxima legislatura pretende dificultar a situação de Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Essa afirmação encontra respaldo no depoimento de Cerveró à Polícia Federal, na tarde desta quinta-feira (15). O ex-executivo da Petrobras disse que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, atuava não apenas na diretoria Internacional da estatal, mas também na de Abastecimento e na de Gás e Energia. Sempre em nome de empresas e supostamente a mando do PMDB.

A presença do ex-diretor da Petrobras na carceragem da PF deve estimular os outros presos, em sua maioria executivos de empreiteiras, a acelerar o processo de negociação da delação premiada, que no caso de pessoas jurídicas é acordo de leniência. Isso porque os executivos têm enfrentado longos momentos de depressão, situação classificada como “digna de pena” por um policial federal que frequenta a carceragem da PF em Curitiba e repassou ao UCHO.INFO informações sobre os presos da Lava-Jato.

A vida como ela é

Acostumados à vida farta e às mordomias patrocinadas pelo dinheiro fácil da corrupção, os executivos das empreiteiras têm se deparado com situações inusitadas, pelo menos para os marajás do Petrolão. Presos há mais de dois meses, os executivos são obrigados a dormir em cela com capacidade para três pessoas, a fazer as necessidades fisiológicas na frente dos outros, a lavar as próprias roupas em tanque disponível na carceragem e a se submeter a procedimento padrão, porém vexatório, no momento em que recebem as refeições.

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