• Gilberto Simões Pires
  • 27 Favereiro 2015

GRAMSCI ÀS FAVAS

Ao disparar a frase NADA DEMOCRÁTICA, que define bem o seu compromisso -ditatorial-, do tipo que formou líderes comunistas, como Fidel Castro, Hugo Chávez e Nicolas Maduro, por exemplo, o ex-presidente Lula mandou às favas a Cartilha de Antonio Gramsci, que prega uma REVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA, ao invés de uma LUTA ARMADA.

FORMA E PROPÓSITO

Confuso na forma, mas extremamente focado no propósito de manter o PT no Poder a qualquer custo (que as manifestações pró-impeachment da presidente Dilma, marcadas para o dia 15/03 em todo o país, estão ameaçando) Lula ainda foi enfático: -Em vez de ficarmos chorando, vamos defender o que é nosso. Defender a Petrobras (??) é defender a democracia e defender a democracia é defender a continuidade do desenvolvimento social nesse país.

POVO DESARMADO

Mesmo sabendo que a sociedade, totalmente DESARMADA, só está cansada de tanta roubalheira, principalmente na Petrobras (que Lula diz que é preciso defender), o ex-presidente não se fez de rogado e completou: - Nós sabemos brigar. Sobretudo quando Stédile colocar o exército dele (com armas de todo tipo e calibre) nas ruas.

ESPÍRITOS INCENDIADOS

Espero, sinceramente, que o povo brasileiro não se deixe levar por essa ameaça de Lula, que à base da força -prometida- pretende fazer com que os manifestantes repensem se devem ou não ir às ruas. O melhor de tudo é que Lula, com o seu pronunciamento nada democrático, tenha incendiado os espíritos dos indignados para que não esmoreçam.

QUADRO PREOCUPANTE

Como se vê, a economia não para e, portanto, não espera o Carnaval passar. Antes mesmo dos tambores calarem, os números já gritavam dizendo o quanto a situação do país é complicada e continuará complicada. Somando o que já era ruim com a paralisação causada pelos caminhoneiros, a mistura produz um quadro ainda mais preocupante.

INTERVENÇÃO

Como o governo tem viés comunista, a primeira promessa que fez aos caminhoneiros é que não vai mudar o preço do diesel nos próximos seis meses. Ora, quem é capaz e legítimo para alterar preço de qualquer bem ou serviço é o mercado. O nosso péssimo governo, passando por cima de tudo e de todos, diz que, independente do que acontecer com o preço do petróleo, vai manter o diesel como está. Pode?

 

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  • Guy Franco
  • 27 Favereiro 2015


Todo mundo apresenta, em alguma medida, um ou mais traços de personalidade governista. A diferença entre um ser normal e um ser que apresenta o distúrbio do governismo é a intensidade com que esses traços de personalidade se manifestam na alma.

Sim, o governismo é uma doença degenerativa da alma. Transmitida pelo ar ou via oral, de fácil contágio. Há um despreparo, mesmo entre especialistas, para lidar com a doença: não se sabe, até o momento, de nenhum tratamento realmente eficaz - embora exista a cura.

O vazio na vida contemporânea tem criado um problema, a degeneração da alma. O tédio e o vazio existencial não tem mais gerado pintores, ou metaleiros ou clubes de leitura de Asimov. No máximo tem gerado inocentes úteis que se agarram a qualquer engajamento que apareça na frente, incluindo aí as manifestações mais baixas espiritualmente, como defender partidos políticos ou o governo. É só ver o que acontece hoje na Europa, onde jovens são convencidos a juntar-se ao ISIS e a participar da guerra. À medida que uma pessoa se torna emocionalmente frágil, suas defesas espirituais diminuem, deixando-a mais vulnerável a doenças da alma.

É comum que os sintomas de governismo passem despercebidos por familiares e amigos do infectado, que muitas vezes confundem o distúrbio com engajamento político ou algo que o valha. As doenças da alma provocam ferimentos invisíveis, cicatrizes profundas, difíceis de serem detectadas. Por isso, é importante que se fique atento aos sinais de governismo para um diagnóstico rápido.

7 sinais de governismo:
1 - Os governistas são ousados, espontâneos e sem medo do ridículo. Como acreditam estar acima das regras da sociedade, por defender um contexto maior, vale tudo: justificar corrupção, defender políticos suspeitos, etc.

2 - Em geral, o governista não muda seu modo de agir facilmente, mesmo depois de ser pego numa mentira ou confrontado com dados que contradizem seu discurso a favor do governo. Além disso, o governista não tolera frustração e costuma botar a culpa nos outros por erros cometidos pelo governo que ele defende.

3 - Não é só a razão de um governista que é escangalhada, é o bom senso também. A distorção da visão de mundo é um dos sintomas que pode levar a alteração da realidade e a perda do bom senso. A distorção visual pode ocorrer de maneira rápida e severa.

4 - A incapacidade de separar a ficção da realidade, consequência direta da distorção de visão de mundo, é um sinal grave de transtorno mental governista.

5 - O governista procura viver dentro de um cercadinho ideológico. O desprezo por quem não apoia as suas visões (distorcidas) da realidade pode ter várias formas, a mais comum é ignorar o adversário. O governista não ouve deliberamente e está condenado a perpetuar o transtorno.

6 - Um sinal de governismo avançado é a mania de perseguição. É comum que tirem da cabeça conclusões absurdas:
“Os EUA financiam a quadrilha da mídia para desestabilizar o governo e dar um golpe no país.”
“O sucesso de Foster the People faz parte da cartilha da CIA para derrubar governos desafetos dos EUA.”

7 - O distúrbio governista pode resultar também em perda do senso de humor e, em casos mais graves, até mesmo apresentar episódios em que o infectado começa a fazer humor chapa branca.
 

http://www.pontocritico.com/

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  • Enio Meneghetti
  • 26 Favereiro 2015

O pavor do governo com as consequências que poderão vir através dos acordos de delação premiada, no âmbito da operação Lava Jato, produziu um monstro inacreditável.
Para tentar livrar alguns companheiros dos horrores revelados nos acordos que vem sendo celebrados, foi baixada dia 11 de fevereiro pelo Tribunal de Contas da União – TCU - a “Instrução Normativa 74”.
Pretende essa norma - tirada de algum cérebro mágico - que todos os "Acordos de Leniência" ou “Delação Premiada”, só possam ser firmados com a anuência do TCU.
O TCU não faz parte do judiciário. É um órgão auxiliar do Poder Legislativo. O TCU tem conselheiros vitalícios, nomeados e muitas vezes indicados pelo poder executivo.
Estamos saindo de uma semana onde o Ministro da Justiça em pessoa é acusado publicamente de aconselhar indevidamente advogados de um réu preso a NÃO firmar um acordo de Delação Premiada com o MP. Pior ainda, segundo revela a revista Veja, o próprio Ministro é que teria chamado os defensores do réu para fazer a solicitação.
Quando se toma conhecimento da norma baixada pelo TCU e da gravidade do conteúdo que esse réu preso oferece revelar, a situação ganha contornos inacreditáveis.
Essa é a “listinha” do que o réu Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia e mentor do chamado “cartel das empreiteiras”, oferece detalhar, conforme revelado pela revista:
1) O esquema de cobrança de propina na Petrobras, funciona desde 2003, no governo de Lula - ex amigo do empreiteiro. O primeiro operador era o tesoureiro do PT Delúbio Soares, réu do mensalão;
2) A empresa de Ricardo Pessoa, a UTC, teria financiado clandestinamente as campanhas do hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao governo da Bahia em 2006 e 2010 e a campanha de Rui Costa, em 2014, também financiada com dinheiro desviado da Petrobras;
3) A empreiteira teria ajudado o então réu José Dirceu a pagar despesas pessoais a partir de simulação de contratos de consultoria. Dirceu recebeu 2,3 milhões de reais da UTC somente porque o PT pediu;.
4) O presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo;
5) Em 2014, a campanha de Dilma Rousseff e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras. Ricardo Pessoa pode demonstrar como esse dinheiro saiu ilegalmente da estatal, através de contratos superfaturados, e testemunhar que o partido conhecia a origem ilícita. Também pode contar como o esquema de propinas foi montado pelo PT com o objetivo claro de financiar suas campanhas eleitorais. O presidente do BNDES avisou Pessoa que o tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro. Pessoa confirma que deu mais 3,5 milhões de reais à campanha presidencial petista após ser procurado por Edinho. A conversa entre eles teria duas testemunhas;
6) O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao tomar conhecimento de que Pessoa estava prestes a denunciar Lula, Dilma e Dirceu, procurou os advogados do empreiteiro, e o acordo de delação premiada que ele negociava com os procuradores da Operação Lava Jato foi suspenso.
Foi então que algum mágico achou uma brecha legal para conceder a prerrogativa ao TCU. Diz a Instrução 74:"Considerando que, por não afastar a reparação de dano ao erário, (...) a celebração de acordos de leniência por órgãos e entidades da administração pública federal é ato administrativo sujeito à jurisdição do Tribunal de Contas da União quanto a sua legalidade, legitimidade e economicidade, nos termos do art. 70 da Constituição Federal. (...) termos do art. 71, inciso II, da Constituição Federal; etc. "
Assim, os ministros do TCU resolveram: "Art. 1º A fiscalização dos processos de celebração de acordos de leniência inseridos na competência do Tribunal de Contas da União, inclusive suas alterações, será realizada com a análise de documentos e informações, por meio do acompanhamento das seguintes etapas: I – manifestação da pessoa jurídica interessada em cooperar (...); II – as condições e os termos negociados entre a administração pública e a pessoa jurídica envolvida, (...); III – (...); IV – relatórios de acompanhamento do cumprimento dos termos e condições do acordo de leniência; V – relatório conclusivo contendo avaliação dos resultados obtidos com a celebração do acordo de leniência".
E por aí vai. A medida, na prática, acaba com o sigilo e a eficácia dos acordos de delação premiada. No mínimo, pela burocracia que sugere e envolve, a morosidade dos processos que já é grande, tornaria-os ainda mais demorados. A medida pretende bloquear tudo mesmo.
Fica a impressão de que há nos bastidores pessoas desesperadas e dispostas a qualquer coisa.
E tem motivos de sobra para isso.
 

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  • Antônio Augusto Mayer dos Santos
  • 24 Favereiro 2015

Toma fôlego no Congresso Nacional a ideia de unificação dos pleitos como solução eficaz para revestir de economicidade e lisura as refregas eleitorais. Diante do crescente descrédito da política, a proposta sensibiliza a opinião pública e angaria rápidas adesões. Ou melhor: alastra uma pandemia.

 A Federação brasileira não comporta eleições simultâneas. Nenhum país do mundo aplica inteiramente esse modelo. Conjugar pleitos sob o argumento da despesa não é suficiente e nem prudente num país gigantesco estruturado em 27 unidades estaduais e 5.568 municipais. A alternância das eleições valoriza o voto do cidadão. Eleger o presidente da República e o vereador no mesmo dia banaliza realidades totalmente complexas. Questões nacionais, estaduais e municipais são muito distintas. Exigem momentos próprios.Senão, vejamos.

 Diante da liberdade sem critérios para formar coligações, dificilmente o eleitorado compreenderia os ajustes engendrados pelos candidatos. É pouco provável que uma coligação presidencial seja reproduzida na eleição estadual e também na local. Temas e propostas importantes correm o risco de ficar em plano secundário. Com tantos cargos em disputa, alguns deles tendem a ser rifados de atenção pelo eleitor. O já enfadonho horário eleitoral necessitaria de ajustes – leia-se ampliação – para acomodar sete vagas, descontado o pleito de renovação das duas de senador.

As lamúrias em torno de entraves administrativos decorrentes dos calendários eleitorais são plenamente superáveis com a atualização da Lei das Eleições. Aliás, se a cogitada unificação for combinada às demais regras, todas as administrações (nacional, estaduais e municipais) ficarão impedidas de interagir convênios e obras, empossar concursados, transferir recursos públicos e ampliar programas sociais, para dizer o mínimo dos mínimos.

O debate também passa pela Justiça Eleitoral.Uma eleição completa, do Planalto aos vereadores, exigirá a atuação conjunta de todas as suas instâncias. Ora, se os tribunais regionais e o Tribunal Superior Eleitoral já ficam sobrecarregados com as eleições que estão sob as suas alçadas, que se dirá com o acréscimo das centenas de recursos dos municípios. Por fim, haverá a necessidade de ampliação do horário de votação, eis que cada eleitor brasileiro digitará três dezenas de vezes na urna eletrônica os números do vereador ao presidente, além das respectivas confirmações. Ou seja: filas para votar.

Portanto, embora legítima e absolutamente respeitável, a pretensão de unificar pleitos expressa um retrocesso, engessa administrações, rifa debates, mascara despesas e não aperfeiçoa o desacreditado e cambaleante sistema eleitoral do país.

* Advogado eleitoralista
 

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  • Miriam Grossman
  • 24 Favereiro 2015

Não há nada de cinza em '50 Tons de Cinza'. É tudo preto.
Deixe-me explicar.

Eu ajudo pessoas que estão destruídas interiormente. Ao contrário de médicos que utilizam radiografias ou exames de sangue para determinar porque alguém está com dor, as feridas que me interessam estão ocultas. Faço perguntas e ouço atentamente as respostas. É assim que eu descubro como o paciente à minha frente está "sangrando".

Anos de escuta atenta me ensinaram muito. Uma coisa que eu aprendi é que os jovens são totalmente confusos sobre o amor - na busca e na manutenção do mesmo. Eles fazem escolhas erradas, e acabam com muita dor.

Eu não quero que você sofra como as pessoas que vejo em meu escritório, por isso estou avisando sobre um novo filme chamado '50 Tons de Cinza'. Mesmo que você não assista o filme, sua mensagem tóxica está se infiltrando na nossa cultura, e poderia plantar ideias perigosas na sua cabeça.

'50 Tons de Cinza' está em cartaz no Dia dos Namorados (Valentine's Day americano, que é celebrado em 14 de fevereiro), então você vai achar que é um romance, mas não caia nessa. O filme é na verdade sobre uma relação doentia e perigosa, cheia de abuso físico e emocional. Parece glamouroso, porque os atores são lindos, têm carros caros e aviões, e Beyoncé está cantando. Você pode concluir que Christian e Ana são legais, e que seu relacionamento é aceitável.

Esteja alerta para não ser manipulado(a)! A equipe do filme só quer o seu dinheiro; eles não têm nenhuma preocupação sobre você e seus sonhos.

Abuso não é glamouroso ou legal. Nunca é aceitável, sob nenhuma circunstância.

Eis o que você precisa saber sobre "50 Tons de Cinza": quando criança, o protagonista Christian Grey foi terrivelmente negligenciado. Ele está confuso sobre o amor, porque nunca o experimentou de fato. Em sua mente, o amor está entrelaçado com maus sentimentos como dor e constrangimento. Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras. Anastasia é uma menina imatura que se apaixona pelo visual e pela riqueza de Christian, e como uma tola decide satisfazer seus desejos.

No mundo real, essa história teria um final trágico, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo (para mulheres com histórico de violência) ou em um necrotério. Ou Christian continuaria batendo na Ana, e ela ficaria e sofreria. De qualquer maneira, as suas vidas definitivamente não seria um conto de fadas. Creia-me.

Como médica, eu estou pedindo: NÃO assista "50 Tons de Cinza". Cheque, apure os fatos e explique aos seus amigos porque eles também não deveriam assistir esse filme.

Aqui estão algumas das ideias perigosas promovidas por essa obra cinematográfica:

1. As meninas querem caras como o Christian, que se apoderam delas e se tornam violentos.
Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita o sofrimento. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem que ela pode confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não com algemas.

2. Os caras querem uma garota como Anastasia, que é fraca e insegura.
Errado. Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que saiba impor respeito. Se ele está fora de linha, ele quer que ela o corrija.

3. Anastasia é livre para consentir que a machuquem, então ninguém pode julgar sua decisão.
Lógica fraca. Claro, Anastasia tinha livre escolha - e ela escolheu mal. A decisão auto-destrutiva é uma decisão ruim.

4. Anastasia toma decisões relacionadas a Christian de forma consciente e imparcial.

Duvidoso. Christian constantemente supre Anastasia de álcool, prejudicando seu juízo. Além disso, Anastasia se torna sexualmente ativa com Christian - sua primeira experiência sempre - logo após conhecê-lo. A Neurociência sugere que, em razão disso, a intimidade deles daria o gatilho para os sentimentos de apego e confiança dela, antes mesma que ela esteja segura que ele faça jus a essa situação. O sexo é uma experiência poderosa - principalmente pela primeira vez. Enfim, Christian induz Anastasia a assinar um acordo que a proíbe de contar a alguém que ele é um abusador de longa data. Álcool, sexo, manipulação - dificilmente os ingredientes de uma decisão individual imparcial.

5. Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastasia.
Só em filme. No mundo real, Christian não mudaria para nenhum patamar realmente expressivo. Se Anastasia se sente realizada por ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria se tornar uma psiquiatra ou assistente social.

A questão de fundo: as idéias de "50 Tons de Cinza" são perigosas, e induzem à confusão e a más decisões sobre o amor. Há uma grande distância entre relacionamentos saudáveis e doentios, mas o filme borra essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar: o que é saudável em um relacionamento? O que está doentio? Há tantos tons de cinza ... Eu não tenho certeza.

Escute: é a sua segurança e o seu futuro que estão em jogo. Não há margem para dúvidas: uma relação íntima que inclui violência - consensual ou não - é completamente inaceitável.
Isso é preto e branco. Não existem tons de cinza aqui. Nem mesmo um.

* A autora tem formação em pediatria, com especialidade em psiquiatria infantil, adolescente e adulta.
Traduzido do site Meg Meeker, M.D. por Karen Rachel.

 

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  • Milton Pires
  • 21 Favereiro 2015

Ontem, dia 20 de fevereiro de 2015, mais uma vez, um grupo de brasileiros que recebeu da imprensa amiga o título de “intelectuais” veio a público afirmar que “a democracia está em risco, que a situação é a mesma de 1964 e que prepara-se no país um golpe contra o Governo Dilma”.

Não tenho mais argumentos e não vejo mais necessidade de escrever um artigo para refutar os conceitos dessa gente. Tampouco entendo ser necessário definir, mais uma vez, quem tem, numa nação livre, o direito de apresentar-se como “intelectual”. Acho, por outro lado, que é essa uma oportunidade para me dirigir à sociedade em mais um apelo para que ela, sociedade, consiga entender a diferença entre o PT e qualquer outro partido que esteve antes no Governo Federal.

Certa vez eu disse que o entendimento do brasileiro médio, a sua capacidade de emitir juízo sobre a realidade política, “oscila entre o lúdico e o obrigatório”, entre a mulata e o imposto de renda, entre o churrasco do final de semana e a conta do dentista. Existe no Brasil, desde sempre, uma espécie de mistura entre o pragmatismo e o utilitarismo, uma incapacidade congênita de avaliar qualquer ação em termos transcendentais e que atravessa, que perpassa toda atividade ou pensamento. Essa regra que aqui descrevo não é exceção no conjunto de motivos que seduziram, que motivaram até hoje, os marginais do poder. Os brasileiros sempre souberam que foram roubados, sempre tiveram, de forma clara e independente do seu nível de informação e educação, a noção de que o poder corrompe, de que os partidos mentem, e os candidatos mudam. O que então está acontecendo de diferente desde a chegada do PT ao poder em 2003? Por que a necessidade constante de invocar o Governo FHC como a origem da corrupção? Por que a reunião e a manifestação desses supostos intelectuais em defesa de Dilma Rousseff? Qual a importância de afirmar veementemente, fanática e histericamente, que tudo que estamos assistindo “sempre foi assim”?

Leitores que até aqui tiveram a paciência de seguir meu raciocínio, a resposta é uma só: porque em toda história do Brasil isso NUNCA foi assim ! É a primeira vez que a Nação enfrenta como governantes um grupo de criminosos com uma “causa”. Não estamos mais tratando com Sarneys ou Malufs, não lidamos mais com projetos de enriquecimento pessoal, com a compra de bens materiais ou com o acesso ao “sexo fácil”.Não é freudiana a explicação para o projeto de poder petista e eu diria que sequer sei, na verdade, se alguma teoria existe capaz de fornecer completamente os elementos para uma “explicação”. Pela primeira vez, em toda história, os brasileiros enfrentam uma força que rouba em nome de uma “causa”, que supera a crise imediata, a questão prática do dilema que envolve prazer e obrigação e que imperava, até hoje, no firmamento dessa nau chamada Brasil que, em pleno século XXI, navega orientada pelas estrelas. Nossa “estrela guia” é agora desgraçadamente vermelha, nosso timão é uma foice e nossa âncora um martelo. Pobre do nosso país ! Até hoje essa nação sabia o que significava ser governada por aqueles que lhe tiravam dinheiro mas agora vai aprender, a qualquer custo, o que é ser governado por alguém que lhe rouba a liberdade. É para confundir matéria e pensamento, dinheiro e liberdade..É para tornar a mesma toda história do Brasil contada até aqui, para dizer que estamos novamente em 1964 que os “intelectuais” vieram a público: o Foro de São Paulo continua (e assim dever ficar) ignorado. A ideia de uma América Latina inteira governada pelo socialismo segue como “teoria da conspiração”, não é ?

O PT “é um partido como outro qualquer”..Foram indivíduos que, visando “enriquecimento pessoal” praticaram “mal feitos” ..Em outras palavras: “A Luta Continua” e mais importante - “A Causa” segue ignorada...

Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2015.
 

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