Pronunciamento do Prof. Hermes Rodrigues Nery, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e coordenador do Movimento Legislação e Vida, no Senado Federal, sobre a questão do aborto, em audiência pública, realizada na Comissão de Direitos Humanos, em 28 de maio de 2015.
Exmo. Sr. Senador Paulo Paim, Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, Profª. Fernanda Takitani, Dr. Gollop, Dra. Lenise Garcia, membros da mesa, e demais presentes.
Estando de volta a esta Casa Legislativa, novamente no Senado, para, mais uma vez, fazer a defesa da vida, desde a concepção, que é o propósito do Movimento Legislação e Vida1, da Diocese de Taubaté, fundado por nosso Bispo Dom Carmo João Rhoden, e que há dez anos2, junto com outras entidades e grupos, especialmente a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, que aqui representamos nesta audiência pública, inúmeras vezes vindo ao Congresso Nacional para trazer informações aos parlamentares, exortando-os a decidirem em favor da vida e da família3, cujo combate pela vida tem se intensificado a cada dia, conforme S. João Paulo II expos na sua memorável encíclica Evangelium Vitae, dizendo que há um combate de mentalidades, cujo drama tem se agudizado em nossos dias, um conflito entre a cultura da morte e a cultura da vida. "Existe uma crise profunda da cultura"4, uma "conjura contra a vida"5, com circunstâncias dramáticas e terrificantes, que "tornam por vezes exigentes até o heroísmo as opções de defesa e promoção da vida"6. A vida humana tem um valor sagrado, que deve ser respeitado e salvaguardado, em todas as circunstâncias, desde a concepção até a morte natural. A questão do aborto é a ponta do iceberg. Sabemos que há um holocausto silencioso, vitimando milhares de seres humanos, a cada dia, em todas as partes do planeta, vidas ceifadas ainda no ventre materno, do modo mais cruento e doloroso, pois o inimigo de Deus tem sede do sangue inocente.
"Estamos todos na realidade presos pelas potências que de um modo anônimo nos manipulam"7, afirmou Bento XVI. Estas potências que atuam "de modo anônimo"8 tem expressão nos centros privados do poder e em grandes fundações internacionais9, na vasta rede de OnG's feministas que defendem os direitos sexuais e reprodutivos, em agências da ONU, e em tantos governos locais, como aqui, o governo brasileiro, cumprindo a agenda desses organismos, a agenda antinatalista e antifamília do Foro de São Paulo, dos partidos políticos de esquerda, especialmente o PT, que expulsou dois parlamentares deste Congresso Nacional, Luiz Bassuma10 e Henrique Afonso, por não aceitarem essa ideologia inumada e terem sido a voz dos nascituros indefesos, nesta Casa de Leis.
Sr. Presidente,
Na Câmara dos Deputados, quando aqui estive, em dezembro de 201311, disse que as Fundações internacionais usam as ONGs para seus fins, da forma mais pragmática. Fazem isso aqui no Brasil: agências da ONU, a Fundação MacArthur, a Fundação Ford, a lista é enorme, fazem ingerência em nosso País, e o governo brasileiro apoia e repassa recursos para essas Ongs, sob a orientação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, recursos para os fins de aborto e tudo mais. E mais uma vez afirmamos que isso deve ser motivo de se abrir a CPI do Aborto, para ver quem estão sendo beneficiados, quem estão recebendo para trabalhar contra a população brasileira.
Tudo isso tem uma história bem documentada, mas ainda conhecida por poucos. Trata-se de um processo por etapas. Primeiramente, desde os anos 50, o período do chamado "planejamento familiar", "um eufemismo de anticoncepcionismo"12, com programas gestados em países desenvolvidos, nos centros privados de estudo e pesquisa sobre demografia e população. Depois, essa fase foi superada para introduzir uma nova estratégia que chegou aos dias de hoje, com a chamada ideologia de gênero, o "conceito-chave da reengenharia social e anti-cristã para subverter o conceito de família"13.
Importante lembrar aqui uma publicação na revista Science14, em novembro de 1967, de Kingsley Davis, [diretor do Centro Internacional de Pesquisas Populacionais e Urbanas, da Universidade da Califórnia, em Berkeley], que chamou a atenção para uma nova estratégia muito mais sutil e sofisticada, para a eficácia da cultura da morte e para que o aborto acabasse sendo aceito com menos resistência como o meio mais eficaz de controle populacional. E para isso, seria preciso "descontruir a linguagem, os relacionamentos familiares, a reprodução, a sexualidade, a educação, a religião e a cultura, entre outros"15. Para ele, "a técnica de limitação demográfica concentrada no fornecimento de anticoncepcionais com programas patrocinados pelos organismos de saúde pública"16, não seria eficiente, para "influir na maioria dos determinantes da reprodução humana"17. O neomalthusianismo, que está aí até hoje na agenda de gênero e do ecologismo da ONU, aparece também em Davis, quando se refere às metas de "crescimento zero como objetivo final"18 com a ideia de que "qualquer ritmo de crescimento, se contínuo, acabará por esgotar a terra"19. Isso é uma falácia. Para Davis, naquela época, o controle demográfico era ainda "inaceitável para a maioria das nações a para a maioria das comunidades religiosas e atinentes."20 Então, como fazer para viabilizar o controle no "tamanho da família", para que os "casais em seu próprio interesse controlem automaticamente a população em benefício da sociedade"21, na ótica da referida agenda? O insight de Davis então foi captado, e a partir dos anos 70-80, mais ainda nos anos 90, depois das grandes conferências internacionais da ONU, se tornou esse movimento cultural e político global, com força econômica e tecnológica, para pressionar governos e instituições, pelo desmonte da família. As ideias de Davis foram operacionalizadas pela Fundação Ford, a partir do documento "Saúde Reprodutiva: Uma Estratégia para os anos 90"22. A própria IPPF acatou "as ideias básicas contidas no trabalho de Kingsley Davis23, e depois, "a orientação geral de todas as agências envolvidas com planejamento familiar, demografia e aborto passaram a seguir cada vez mais ostensivamente as linhas gerais das recomendações"24 de Kingsley Davis.
Seria preciso - para ele - então influir na consciência, manipular as consciências, colonizá-las ideologicamente, neutralizando as resistências a esta agenda, que insiste no "aborto provocado"25 como "um dos meios mais seguros de controlar a reprodução"26 e garantir não apenas a redução dos índices de natalidade, como também a pulverização e atomização da própria estrutura familiar. Foi então preciso responder à questão: "porque as mulheres desejam tantos filhos e como se pode influir sobre este desejo?"27 Isso não era só "uma questão tecnológica. A tarefa do controle populacional então se torna simplesmente a invenção de um instrumento que seja aceitável"28.
Então, sr. Presidente, a cultura da morte passou a ser também uma política de educação. Foi a partir de Davis, que Adrianne Germain, sua aluna, percebeu que era preciso uma estratégia de longo prazo, a partir da educação: "Nenhuma compulsão poderá ser usada, porque o movimento está comprometido com a livre escolha, porém filmes sobre sexo, posters, histórias em quadrinhos, conferências públicas, entrevistas e discussões são permitidos. Estes proporcionam informações e supostamente modificam os valores"29. Aí está a crise profunda da cultura, o combate de mentalidades, que a questão do aborto está inserida. "Considera-se que o esforço foi coroado de êxito quando a mulher decide que deseja apenas um determinado número de filhos e emprega um anticonceptivo efetivo"30. Por isso os meios de comunicação de massa, as escolas [não só públicas] fazem todo um trabalho de colonização das consciências [é a doutrinação ideológica] para que haja uma aceitação da cultura da morte, sem que as pessoas se dêem conta de que estão sendo manipuladas e agindo contra o que naturalmente elas jamais fariam se não estivessem sendo condicionadas culturalmente a isso. E para tais objetivos, tais ideologias visam mesmo "controle de seres humanos"31, daí a nova forma de totalitarismo. Foi o que sugeriu Kingsley Davis: "Mudanças suficientemente básicas para afetar a motivação de ter filhos seriam mudanças na estrutura da família, no papel das mulheres e nas normas sexuais"32. É preciso o "controle da motivação pela sociedade"33, para que o aborto pudesse ser praticado sem remorsos de consciência. E fazem tudo isso também com várias retóricas, que fazem parte dessa agenda, por exemplo, também a da defesa ambiental, da paz e dos diretos humanos, pois "o mandamento ecologista de controlar a natalidade para salvar o planeta"34 é "próprio do paradigma do desenvolvimento sustentável"35. Ora, "não é o assassinato de milhões de inocentes o maior ataque à paz e aos direitos humanos?"36 Esta cultura da morte é a perversão dos próprios direitos humanos, pois o primeiro e principal de todos os direitos humanos é o direito à vida, desde a concepção.
E agora, essas agências da ONU, com estas ideologias, estão, fazendo pressão, cada vez mais, promovendo eventos, a própria UNESCO, a Religions for Peace, a Aliança de Civilizações, todos juntos fazendo pressão, também junto à Igreja, intensificando os esforços por esta agenda. O Al Gore, por exemplo, "propôs um rigoroso controle de natalidade em nível mundial, sob o pretexto de preservar os recursos do planeta"37. A Organização inglesa Optimum Population Trust propôs "universalizar o controle obrigatório da população, dizendo: 'a cada sete dólares em anticoncepcional evita-se a emissão de uma tonelada de CO2."38 Outra grande falácia! E tudo isso com a retórica de combater a pobreza, quando, na realidade, sr. Presidente, querem é combater os pobres, especialmente dos países subdesenvolvidos e condená-los ao subdesenvolvimento. Pois essas agencias da ONU estão, de todas as formas, em todas as partes, até aonde não deviam estar, investindo pesado e pressionando para que a moral cristã seja flexibilizada, para não haver mais nenhuma resistência a este projeto de "reengenharia anti-cristã da sociedade"39.
E aí, para concluir esta minha colocação, sr. Presidente, demais membros da mesa, quero lembrar também da situação dos países desenvolvidos que adotaram essa agenda, e que hoje o movimento lá fora é muito grande por buscar reverter as legislações abortistas, pelos efeitos perversos [desumanos e de desagregação social], de uma agenda que comprovadamente não garante desenvolvimento [humano e social], pelo contrário, a crise atual dos Estados Unidos (que legalizou o aborto em 1973) e da Europa, e mesmo do Japão (em que o aborto é legalizado desde 1949) e de tantos outros países desenvolvidos, mostra o equívoco desta agenda que aceita o aborto como estratégia de controle populacional [o aborto químico, a pílula abortiva, tudo isso que é terrível, por cometer o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos, e também de causar danos à saúde da mulher, principalmente pobre e negra, de violentá-la enquanto pessoa humana], estratégia essa de liquidação da família, e que nós temos o dever de rechaçar, pois a família é a primeira e principal instituição humana.
E mais: a ideologia laicista, que visa minar a moral cristã, está impregnada na agenda das agências da ONU, das Fundações internacionais e das forças políticas do internacionalismo de esquerda. E tais organismos e grupos sabem da força civilizatória do cristianismo, do cristianismo como promotor da liberdade, da liberdade com responsabilidade e compromisso com a vida, do cristianismo como força promotora do verdadeiro desenvolvimento humano e social, que começa na estrutura natural da família, constituída por homem e mulher, aberta à fecundidade. É o que reconhece os mais sérios especialistas da atualidade, que dizem: "é na erosão do casamento e da família, afirma o Dr. Mitch Peralstein, que está a raiz do declínio do desempenho educacional e econômico das crianças norte-americanas criadas em famílias desestruturadas"40, principalmente nas famílias monoparentais. "Pearlstein argumenta que a fragmentação da família não só inibe o crescimento normal e a educação das crianças, mas também tem um efeito deletério sobre a economia em geral"41. Ou ainda em "Family Structure and Income Inequality in Families with Children: 1976 to 2000", publicada na revista "Demography", em 2006, Molly A. Martin "estima que 41% da desigualdade econômica entre 1976-2000 foi decorrente da alteração da estrutura familiar"42. Portanto esta agenda antinatalista e antifamília não são promotoras do desenvolvimento humano e social.
O que fazer diante disso?
Há muitas iniciativas que podem e devem ser feitas, principalmente no campo da educação, em todos os níveis, para vencermos a batalha em favor da vida e da família; mas no campo legislativo, temos o Estatuto do Nascituro em tramitação, e outros projetos de lei nesse sentido, estivemos aqui e apresentamos ao senador Magno Malta, que através da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, possa encaminhar a PEC pela Vida, para que nós possamos resistir à cultura da morte, afirmando a cultura da vida, explicitando no texto constitucional, no art. 5º da Constituição Federal, a inviolabilidade da vida humana, desde a concepção. A exemplo do que já fez a Hungria43, e vários estados do México, alguns até dos EUA e outros, temos esperança de ver aprovada a PEC pela VIDA em nossa Carta Magna, porque o ser humano já é pessoa e já possui dignidade, desde o primeiro instante, com a concepção. Podemos vencer a cultura da morte e afirmar a cultura da vida, a partir dessa decisão, nesta Casa de Leis. Por isso, caro Senador, pode ter a certeza de que "uma das tarefas mais nobres"44, em meio aos tantos desafios de hoje, "consiste em permanecer firmemente ao lado da vida, encorajando aqueles que a defendem e edificando com eles uma verdadeira cultura da vida"45.
Muito obrigado!
Íntegra do pronunciamento no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=CiBCrAMSDnk&feature=youtu.be
Notas:
http://fidespress.com/brasil/o-desafio-de-conjugar-legislacao-e-vida/
http://www.zenit.org/pt/articles/legislacao-e-vida-no-brasil
http://juliosevero.blogspot.com.br/2008/05/foi-uma-vitria-e-tanto-nunca-vi-isso.html
Evangelium Vitae, 11
Evangelium Vitae, 12
Evangelium Vitae, 11
Bento XVI, Jesus de Nazaré, v. 1, p. 35, 3ª reimpressão, Editora Planeta do Brasil, São Paulo, 2008
Ibidem.
http://www.amazon.com/Foundations-Influence-Rene-A-Wormser/dp/0925591289
http://jesus-logos.blogspot.com.br/2009/09/carta-ao-amigo-luiz-bassuma-de-hermes.html
https://www.youtube.com/watch?v=97EnsLrN64Q
Kingsley Davis, Política Populacional: os programas atuais terão sucesso?, publicado na revista Science, em 10 de novembro de 1967. http://www.aborto.com.br/historia/ha7-3.htm
Juan Cláudio Sanahuja, Poder Global e Religião Universal, p. 42, ed. Ecclesiae, Campinas, 2012.
http://www.sciencemag.org/content/158/3802/730.citation
Oscar Alzamora Revoredo, Ideologia de Gênero: Perigos e Alcance, Léxicon – termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, p. 499; Edições CNBB, 2007
http://www.sciencemag.org/content/158/3802/730.citation
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
http://www.votopelavida.com/fundacaoford1990.pdf
http://www.aborto.com.br/historia/ha7-1.htm
http://www.aborto.com.br/historia/ha7-1.htm
http://www.aborto.com.br/historia/ha7-4.htm
Ibidem
http://www.aborto.com.br/historia/ha7-5.htm
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Juan Cláudio Sanahuja, Poder Global e Religião Universal, p. 57, ed. Ecclesiae, Campinas, 2012.
Ibidem.
Ib. p. 60.
Ib. p. 55.
Ib. pp. 55-56.
Ib. p. 57.
http://www.thedailybeast.com/articles/2012/04/11/book-review-mitch-pearlstein.html
Ibidem.
https://muse.jhu.edu/login?auth=0&type=summary&url=/journals/demography/v043/43.3martin.pdf
http://noticiasprofamilia.blogspot.com.br/2011/05/sancionada-nova-constituicao-da-hungria.html
L'Osservatore Romano, 24.10.1998, p. 6.
Ibidem.
(Publicado originalmente na Tribuna da Internet)
Entre os vários desentendimentos que assolam o governo e o PT, o mais grave, sem qualquer dúvida, é o rompimento das relações entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu. Da antiga amizade, nada restou. Como ambos estão ameaçados, agora cada um deles cuida da própria sorte e, para se salvar, estão trilhando o caminho da autodestruição.
O rompimento ocorreu em janeiro, quando Dirceu sentiu que a situação se complicava e logo estaria envolvido na Operação Lava Jato. Como o PT e o governo se mostravam completamente desarticulados, resolveu procurar Lula para armar um plano conjunto de defesa, como sempre fizeram, inclusive no caso de Rosemary Noronha, em que Dirceu participou diretamente da montagem de blindagem da segunda-dama de Lula, ajudou a selecionar os quatro escritórios para defendê-la, depois contratou mais um, e acompanhava Lula e Rosemary em reuniões com esses advogados, todos caríssimos, a serem pagos pelo caixa 2 do PT.
Dirceu telefonou ao Instituto Lula e pediu a Paulo Okamotto que agendasse um encontro dele com o ex-presidente. Mas acontece que Lula não quis se reunir com ele, Okamotto começou a dar desculpas, até que Dirceu perdeu a cabeça a destratou o assessor. Isso aconteceu em janeiro. Desde então os dois ex-amigos estão rompidos.
SEGUNDO CAPÍTULO
Esta novela será demorada. Estamos apenas no segundo capítulo. A estratégia de Lula continua a mesma que usou no mensalão. Sua intenção é tirar o corpo fora e novamente culpar José Dirceu, para ter o mínimo de desgaste possível. Sonhar não é proibido. Mas as coisas mudaram do mensalão para cá, Dirceu não está disposto a pegar novamente cadeia. Seu objetivo é cumprir o resto da pena e se mudar para Portugal, tentar esquecer o que passou e curtir com a mulher e a filha o dinheiro que sobrou de suas "consultorias". O mais provável, porém, é que Dirceu seja novamente condenado.
Se a situação de agravar, ele vai fazer delação premiada e entregar todo mundo, particularmente Lula, que hoje é seu inimigo nº 1. Na entrevista que concedeu há duas semanas ao repórter Daniel Pereira, da Veja, Dirceu ameaça claramente entregar Lula, que não tem condições de demovê-lo, nada tem a oferecer, porque também está envolvido até a alma.
Se Dirceu contar o que sabe, destruirá Lula, o PT e o governo Dilma. Certamente é por isso que Lula já está até falando que não será candidato em 2018. Depois que a bomba explodir, é melhor fugir para a Itália, aproveitando a segunda cidadania que Dona Marisa Letícia oportunamente conseguiu, seguindo o belo exemplo de Henrique Pizzolato. E lá na terra de Fellini, a famiglia Silva então poderá dizer que la nave va...
* Jornalista
(Publicado na revista Época)
Lula ficou revoltado com Pixuleco, um boneco inflável de 12 metros de altura que apareceu em Brasília nas manifestações do dia 16. Pixuleco é uma caricatura de Lula com roupa de presidiário e a inscrição “13-171”. A sátira motivou uma nota oficial do Instituto Lula, afirmando que o ex-presidente nunca fez nada de errado e só foi preso na ditadura militar por defender as liberdades. Nunca antes um ex-presidente da República polemizou com um boneco inflável – que veio desinflar o mito de Lula. E, quando isso se consumar, acabará a bateria da marionete que governa o Brasil.
Lula está indignado, porque a indignação é seu disfarce perfeito. Um dia ele já se indignou de verdade, mas, quando notou que o figurino do injustiçado chorão lhe dava poderes mágicos, não vestiu mais outra roupa. Lula manda no Brasil há 12 anos e continua se queixando da opressão – fórmula perfeita para eleger uma oprimida profissional, que luta dia e noite contra uma ditadura encerrada 30 anos atrás. Hoje, há quem diga que essa ditadura foi profética ao prender Lula: atirou no que via e acertou no que ainda não existia. É evidentemente uma piada. O autoritarismo militar não tem graça, e Lula não estava destinado a ser o Pixuleco 171. Quem lhe reservou esse destino, quase sem querer, foi ele mesmo.
Lula não se enrolou por banditismo. Se enrolou por mediocridade. Foi muito pobre e, ao se aproximar do poder, mais forte do que o impulso de combater a pobreza foi o instinto de se vingar dela. Vingança pessoal, bem entendido. Não resistiu aos convites do poder como status, como ascensão social. Quem conviveu com ele nos primeiros anos de palácio se impressionou com os charutos, os vinhos caros e demais símbolos de riqueza. Um ex-operário fascinado pela opulência dos magnatas. Isso não costuma dar certo. Não para um político.
Luiz Inácio da Silva é um cara simpático, engraçado. Não tem o olhar demoníaco de um Collor, que exala prepotência e crueldade. Mas, assim como a imensa maioria dos companheiros petistas, tem uma noção visceral de sua mediocridade. Os companheiros morrem de medo de sua própria covardia. Daí o desespero com que se agarram às tetas do Estado, com a forte desconfiança de que não serão capazes de mamar em outra freguesia. Talvez até alguns fossem capazes – Lula muito mais do que Dilma, por exemplo –, mas eles mesmos não acreditam. E não pagam para ver. Ou melhor: pagam para não ver.
E pagam bem. A República do Pixuleco é possivelmente um dos mais formidáveis sistemas de corrupção da civilização moderna – se é que se pode chamar isso de civilização. Um sistema montado sobre um trunfo infalível em sociedades infantilizadas e sentimentaloides: a chantagem emocional. Lula da Silva chora, e os corações derretidos ficam cegos para tudo – inclusive para o saque a seus próprios bolsos. O Brasil está sendo roubado de forma obscena há 12 anos pelos coitados, e não se sabe mais quantos exemplares de Joaquim Barbosa e Sergio Moro serão necessários para o país enxotar o governo criminoso.
A Lava Jato já evidenciou: as campanhas presidenciais de Lula e Dilma foram abastecidas com dinheiro roubado da Petrobras. Enquanto Lula batia boca com o boneco inflável, explodia a confissão de Nestor Cerveró sobre o uso de propina do navio-sonda Vitória 10000 para a campanha de Lula em 2006. O próprio Instituto Lula que foi visto polemizando com o Pixuleco é uma central de arrecadação de cachês milionários do ex-presidente, oficialmente para palestras pagas por grandes empreiteiras – as mesmas que ganham obras no exterior graças ao lobby do palestrante.
Não é que o impeachment de Dilma seja uma saída legítima – ele é a única saída legítima, se os brasileiros ainda quiserem salvar suas instituições da pilhagem desenfreada. A legalidade no país leva todo dia um tapa na cara das trampolinagens companheiras sucessivamente reveladas e expostas, escatologicamente, à luz do sol. Dilma é a representante oficial da pilhagem – e só os covardes duvidam disso.
Se o Brasil tiver vergonha na cara, cercará o Congresso Nacional e o “encorajará” a fazer o que tem de ser feito. Se ficar em casa chupando o dedo, talvez o país tenha de ser libertado por um boneco inflável.
Sou especialista em acordar cedo – e sei que vocês, meus sete leitores, também são assim. Todos os dias eu me levanto às cinco horas para rezar e escrever. No entanto, durante muito tempo em minha vida, eu acordava tarde e rezava uma única prece, composta pela frase que dá título a esta crônica: – Deus não existe.
Acredito profundamente que todos nós, do mais humilde ao mais poderoso, temos um acontecimento central na vida. Para uma amiga, foi ter de ficar na ponta dos pés para contemplar o rosto da mãe pela última vez. O acontecimento central da minha vida foi contemplar uma igreja incendiada em Mariana e sentir que ali estava o retrato da minha alma. Deus existe.
Enquanto os manifestantes gritavam ofensas e palavras de ordem diante da igreja em que se realizava o casamento do deputado, eu me sentei na pedra e fiquei rezando. Naquele momento, pensei na noiva, na mãe da noiva, nos convidados e principalmente nas crianças que testemunhavam aquela cena, do lado de dentro e de fora da igreja. Ali elas estavam aprendendo que o certo na vida é ofender, xingar, humilhar, atacar o próximo que não realiza aquilo que desejamos. Uma bela lição de alguns professores grevistas – esses que, conforme o JL noticiou neste domingo, não ganham tão mal assim.
Existem momentos na vida que são sagrados. Momentos que devemos respeitar sempre e de maneira incondicional: o nascimento, o batismo, o adeus aos mortos, o socorro aos enfermos, o casamento. Mesmo as sociedades mais bárbaras reservam determinados instantes para que os inimigos possam observar seus rituais.
Ao contrário do que muitos iluminados modernos acreditam, o casamento não é uma brincadeira. É uma instituição sagrada e essencial à vida em sociedade. Na cerimônia matrimonial, assiste-se ao nascimento de uma família. E sem a família a vida humana civilizada é impossível. Uma sociedade que desrespeita o casamento comete um ato suicida, como se desse um tiro no coração, como se gritasse uma ordem incontestável: – Deus não existe!
E se Deus não existe – lembraria um personagem de Dostoievski –, tudo é permitido.
http://www.jornaldelondrina.com.br/blogs/comoperdaodapalavra
Agora que o fracasso do socialismo em Cuba já é evidente, o país está caminhando para a criação de outra monstruosidade castrista: o capitalismo do Estado na economia -- com militantes sem emprendedores - e socialismo estalinista em toda a sociedade, sem liberdade de nenhum tipo. Neste ambiente, há algumas vozes que proclamam o estabelecimento de um experimento socialista com o argumento de que "Fidel não era socialista, nem sabia o que estava fazendo", enquanto o país navegando sem rumo em meio a um punhado de oportunistas ansiosos por dinheiro fácil.
O capitalismo é sobre tudo, um sistema econômico de produzir bens e ele . O capitalismo não é um sistema social no sentido estrito e, embora sua implementação envolva conseqüências na sociedade, não é em si mesmo um sistema social. Pode-se dizer que o capitalismo não foi "inventado". Ele é o sistema econômico mais eficiente que a sociedade humana desenvolveu ao longo de um processo lento e contínuo na história da humanidade.
O socialismo é, de sua parte e sobretudo, uma elocubração teórica sobre “o que deveria ser”. É um sistema econômico-social "inventado" a partir de posições teóricas baseadas em não-produtivos pressupostos filosóficos. Assim, ele não é um sistema "natural", mas é o produto de esquemas mentais que enfatizam a "distribuição" em vez da "geração" de riqueza.
As diferenças descritas acima nos levam pela mão, para responder por que o socialismo fracassou em quase todas as áreas onde foi aplicado como um sistema sócio-econômico, em função do que não há uma única palabra escrita pelos "clássicos" do socialismo sobre como gerar ou produzir bens ou serviços. Essas sociedades supostamente socialistas falharam em seus sistemas de produção e têm sido forçadas a adotar o esquema setores econômicos capitalistas para gerar bens e serviços.
Por todas estas razões, no caso de Cuba, as mudanças fundamentais que Raul Castro programa se situam no ámbito econômico, tentando efetivar tímidas mudanças na direção do capitalismo, mas sem o apoio do empreendedorismo de todos os cubanos, limitando, assim, os efeitos na ilha. Ao deixar os negócios nas mãos da "nomenclatura", Raul Castro comete um erro típico de socialismo: imaginar que qualquer um (sem capacidade empresarial) pode ser bem sucedido no papel de produção de bens e serviços.
No sistema capitalista, os empreendedores, os donos dos negocios, não são eleitos nem designados: eles surgem por seleção natural, dentro de toda a sociedade civil. São pessoas com habilidades especiais no mundo dos negócios que nada têm a ver com o compromisso político e muito menos com que seus pais teham sido guerrilheiros da Sierra Maestra, ou com o fato de serem militantes de um determinado partido político.
As mudanças de Raúl Castro na direção do capitalismo estão comprometidas por um erro grave: não existem capitalistas cubanos, ou seja, a sociedade cubana não pode contribuir com seu talento e capacidade. A ela é reservado o papel secundário de empregados do Estado. Assim, o que as pretensões socializantes de marxistas opositores e governistas têm por objetivo é organizar outra experiencia socialista, tratando a sociedade cubana como um “conselhinho das Índias”. Liberdade geral, democracia pluralista e economía de mercado são as únicas alternativas de solução.
Artigos deste autor pode ser encontrado em http://www.cubalibredigital.com
CONAR?
Às vezes fico me perguntando para que serve o tal de CONAR - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Cultivo essa curiosidade porque o CONAR, sociedade civil (não é governamental, portanto), que foi fundado em 1950, tendo como foco principal a ética na publicidade, está falhando muito nesse importante propósito.
VOLUNTÁRIOS
Vale lembrar que o Conar, segundo apurei, é mantido pelas contribuições financeiras das entidades fundadoras e de empresas anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação. Ou seja, não aceita verbas do erário público nem goza de incentivos fiscais. Mais: os membros do Conselho Superior e do Conselho de Ética são voluntários e nenhum deles é servidor público ou exerce cargo eletivo.
FALHA IMPERDOÁVEL
Ora, como se declara totalmente dedicado à autodisciplina, e tem como propósito EVITAR a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo e abusivo, no meu entender o CONAR não está cumprindo com o seu dever ao não se pronunciar sobre as grossas mentiras propagadas, a todo instante, desde o início do mandato de Lula, persistindo com mais vigor ainda desde a posse deste péssimo governo Dilma-Neocomunista-Petista.
ENTIDADES
Só para esclarecer:
1-as entidades que fundaram o CONAR:
ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade,
ABA - Associação Brasileira de Anunciantes,
ANJ - Associação Nacional de Jornais,
ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão,
ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas,
CENTRAL DE OUTDOOR; e,
2- as Entidades que aderiram :
ABTA – Associação Brasileira de TV por Assinatura,
FENEEC – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas e da
IAB BRASIL – Interactive Advertising Bureau (internet)
ISTO É ÉTICO?
A minha indagação, sobre as razões, tanto da existência quanto da real função do CONAR, se tornou ainda mais preocupante depois de ler o livro - O ESTADO NARCISO-, de autoria de Eugênio Bucci, o qual, como bem diz J.R. Guzzo (que faz parte do Conselho Editorial da revista Veja), desmonta o conceito de -COMUNICAÇÃO PÚBLICA e revela que os governos gastam o nosso dinheiro com PROPAGANDA. Pergunto: - Isto é ÉTICO?
OMUNICAÇÃO PÚBLICA
Aliás, quem não quiser ler o livro basta ver a Veja desta semana. Lá está escrito, com toda clareza, que o brasileiro que não for cego ou surdo sabe muito bem que -COMUNICAÇÃO PÚBLICA- são todos esses anúncios que se lê nas páginas de revistas ou jornais, vê em comerciais na tv e ouve no rádio, dizendo que ele vive no país que tem os melhores governantes do mundo.
MÁQUINA DE ELOGIAR GOVERNOS
Como o cidadão não sabe disso, o governo usa a PUBLICIDADE para informá-lo. Só que todas as -mentiras- são pagas pelo próprio cidadão. Essa fantástica MÁQUINA DE ELOGIAR OS GOVERNOS, diz o autor, sustenta não só os 10 mil veículos de comunicação que divulgam a publicidade oficial, mas também as agências de propaganda, empresas de marketing político, produtores de comerciais, consultorias de relações públicas e assessorias de imprensa.
O que mais revolta é que os governos, depois de gastarem fortunas em propaganda, fazem exatamente o contrário de tudo que anunciam na mídia. Não querem informar, mas esconder as informações, conclui Bucci, com total razão. Que tal? Fala aí, CONAR...
Publicado originalmente em www.pontocritico.com