(Publicado originalmente em www.implicante.org)
Diz a lenda que Stalin certa vez zombou da força do Papa: “O Papa? Quantas divisões ele tem?”. Não tenho a resposta para essa pergunta, mas sei que o PT ainda tem algumas dezenas de ônibus.
Massacrado nas eleições municipais e derrotado na votação da PEC 55, o PT não tem votos nem nas urnas nem no Senado. Com efeito, como já mostrou este Implicante, o PT perdeu votos no Senado em relação à votação do impeachment de Dilma – de 20 para 14. Mas como o partido nunca foi afeito ao jogo democrático, não está disposto a perder de graça. Nesta terça (29), em Brasília, vândalos realizaram mais um “protesto pacífico” típico da turma, virando um carro de reportagem, ateando fogo em outro, e depredando caixas de correio, bancos e os prédios de vários ministérios – tudo em nome do respeito ao patrimônio público, claro. Esses vândalos absolutamente apartidários foram entusiasticamente defendidos por deputados federais petistas e por lideranças dos seus AstroTurfs* de sempre.
Na noite de terça, no Twitter, vi algumas das mais absurdas justificações para a violência, incluindo dizerem que haviam virado um carro para se defender (o fulano é o Hulk?) e que num momento de luto nacional não se deveria fazer política (e fazer protesto, especialmente violento, é o quê?).
Nenhum veículo de imprensa fez a pauta mais óbvia: relacionar a violência de terça com as longuíssimas invasões de escolas, todas elas com pichações “Fora Temer”. A imagem acima mostra que pichadores deixaram registradas no prédio do MEC algumas das suas escolas de origem. Quem pagou os ônibus que levaram os estudantes a Brasília? Onde se hospedam e quem paga? Ninguém da imprensa está interessado em fazer essa reportagem, mas já tivemos que ler da pena de alguns colunistas perguntas do tipo “quem financia os panelaços?”.
A violência de terça-feira mostra (mais uma vez) que o núcleo de poder do PT não está em Brasília, mas nas escolas de todo o Brasil. Muitos professores, diretores, reitores etc. são agentes diretos da quebradeira, ao desenvolverem um ambiente na escola no qual alunos viram militantes, crentes de que estão numa revolução e que em nome dela tudo se justifica – afinal, “não reconheço governo golpista”. Naturalmente, esses próprios professores não vão lá dar a cara a tapa, mas têm muito orgulho dos seus jovens rebeldes que obedecem rigorosamente suas cartilhas.
A turma que vai protestar neste domingo (4) deve comparecer às ruas não apenas em defesa da Lava Jato, mas para marcar, mais uma vez, que nossa diferença é não apenas de pauta, mas de método. Sem um só ato de depredação, derrubamos uma presidente. A Lava Jato, que nós apoiamos e eles nunca, pôs na cadeia Eduardo Cunha, que, se dependesse deles, estaria no poder desde que não ameaçasse Dilma (com Lula ministro). Eles seguem quebrando e seguem perdendo votos. Mas ainda têm as escolas e os ônibus.
*AstroTurf, uma famosa marca de grama sintética, é termo utilizado para designar os “laranjas” políticos de um partido; ex. “Frente Brasil Popular” e “Frente Povo Sem Medo” são nomes diferentes do PT, que também é comercializado sob as marcas “PSOL”, “Rede”, “professor universitário”, “colunista da Folha” e muitas outras.
Cedê Silva é jornalista. Escreve muito poucas vezes no medium.com/@CedeSilva e pouco muitas vezes no twitter.com/CedeSilva. Escreve no Implicante às sextas-feiras.
Em1959, ano em que Fidel Alejandro Castro Ruz e seus barbudos derrubaram a ditadura corrupta de Fulgencio Batista, começou o grande amor da esquerda latino-americana pelo líder revolucionário, paixão que continua até hoje apesar de Castro ter se tornado, como bem definiu o presidente norte-americano recém-eleito, Donald Trump, “um ditador brutal de uma ilha totalitária”.
Inicialmente a retórica de Castro parecia ser a de um democrata e no seu documento, A História me Absolverá (1953), o jornalista Ruy Mesquita relatou não haver encontrado “nenhum traço de marxismo, de comunismo ou de esquerdismo”.
Entretanto, Fidel declarou mais tarde que sempre fora marxista-leninista e que a falsa imagem de democrata foi usada apenas para não assustar. Condizente com sua verdadeira ideologia ao assumir o poder Castro cancelou as eleições livres que prometera, suspendeu a Constituição de 1940 que garantia direitos fundamentais aos cubanos e passou a governar por decreto. Em 1976, impôs sua Constituição baseada na da URSS e nela havia, entre outros artigos, os que limitavam os direitos dos cidadãos de se associarem livremente. Pela opressão, por suas próprias leis o tirano de Cuba governou despoticamente durante 49 anos. Assassinou, prendeu, torturou, matou milhares de cubanos que não concordavam com sua ditadura. E não é à toa que Cuba foi chamada de Ilha Cárcere.
Algo a ser ainda esmiuçado através da História é a ligação de Castro com a União Soviética. Possivelmente isso foi planejado antes dele derrotar Batista e selado através de um pacto muito favorável para ambas as partes: Cuba seria sustentada pelo império vermelho e Castro teria proteção com relação aos Estados Unidos. Os soviéticos, através do caudilho puseram uma pedra no calcanhar dos norte-americanos e reforçaram a cultura antiamericana que se tornou fortíssima na América Latina. A pequena e insignificante Ilha produtora de charuto e rum podia ser, na perspectiva das URSS, um posto avançado para disseminar o comunismo em toda América Latina.
A morte aos 90 anos do último ícone da esquerda latino-americana provocou muitos louvores dos adeptos do neosocialismo. Lula, por exemplo, disse que Castro foi como seu irmão mais velho, o maior de todos os latino-americanos. Dilma também não poupou elogios. Até o Papa Francisco se disse triste com o passamento do ditador sanguinário.
Sua Santidade certamente perdoou o que Castro - na juventude estudante em colégio jesuíta - fez com a Igreja. Em 1961, expulsou 131 padres, marginalizou instituições religiosas e, aos que expressavam sua fé punia com a proibição de acesso à universidade e às carreiras administrativas. Até a celebração do Natal foi proibida.
Não vi a opinião dos gays de esquerda, mas li no Livro Negro do Comunismo que homossexuais eram tratados como “pessoas socialmente desviadas” e que por isso eram presos, sofriam maus tratos, subalimentação, isolamento. Na Universidade de Havana foram julgados em público e obrigados a reconhecer seus “vícios” antes de serem demitidos e presos.
Não vi tampouco a opinião das feministas de esquerda ou da deputada petista, Maria do Rosário. Mas na mesma obra consta que centenas de mulheres foram presas em Cuba por motivos políticos. Eram espancadas, humilhadas, entregues ao sadismo dos guardas e seus maridos eram obrigados a assistir suas revistas íntimas. Horrores se passaram nas medonhas masmorras cubanas para homens e mulheres e ainda passam, pois existem presos políticos em Cuba.
Foi-se o mais importante símbolo esquerdista da América Latina deixando como legados o fracasso econômico e o inferno social para seus compatriotas. Seu irmão Raul, que governa desde que a doença abateu o tirano caribenho, está com 85 anos. Quem sucederá na ditadura hereditária dos Castros depois que Raul também se for? Chávez, o verdadeiro herdeiro de Castro na América Latina partiu antes. Como Cuba, a Venezuela é a imagem do fracasso, da brutalidade governamental, da ausência dos direitos humanos, que configuram o Socialismo do Século 21. As figuras que remanescem no poder classificadas como de esquerda são subprodutos de caudilhos. No Brasil afunda Lula e seu PT depois de terem arrebentado o país.
Enquanto isso, transformações estão em curso no mundo: Trump foi eleito presidente nos Estados Unidos e vários líderes europeus, também de direita poderão se tornar presidentes de seus países em 2017.
Ao final desse pequeno artigo faço minhas as palavras do editorial do Estadão de 29/11/2016: “O espetacular fiasco da experiência socialista e castrista em Cuba deveria servir como prova definitiva da inviabilidade desse modelo e da natureza irresponsável, despótica e corrupta do regime de Fidel”.
Maria Lucia Victor Barbosa é professora, escritora, socióloga, autora entre outros livros de O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética da Malandragem, Editora Zahar e América Latina – Em busca do Paraíso Perdido, Editora Saraiva.
A todos os esquerdistas, de FHC e Aécio a Lula e Dilma, Coletivistas estatistas, que sonham em transformar o mundo, que se acham engenheiros sociais, que se vêem como pais de todos, fura bolo e mata piolho, aprendam a seguinte lição de lógica, sociologia e filosofia:
Errado: Fidel era um assassino, mas sonhava com um mundo mais igualitário.
Certo: Fidel era um assassino porque sonhava com um mundo mais igualitário.
Somos desiguais porque a natureza nos fez desiguais, não existe igualdade possível entre dois seres humanos. Quando nascemos já somos diferentes, parecemos diferentes porque somos diferentes, pensamos diferente porque somos diferentes, conquistamos resultados diferentes porque somos diferentes, nascemos, pensamos e vivemos como diferentes porque somos diferentes. Nossas diferenças acabam quando morremos é por isso que todos aqueles que querem transformar o mundo num lugar de seres iguais são todos assassinos. Assassinos de oportunidades, Assassinos de potenciais, assassinos da liberdade, assassinos de pessoas.
Fidel não pode entrar para a galeria dos sonhadores, sonhadores sonham e fazem sonhar. Fidel era um produtor de pesadelos, ele deve entrar para a galeria dos assassinos, tiranos, genocidas. Seu lugar é ao lado de Hitler, Mao, Stalin, Pol Pot, Arafat, Pinochet, Videla, Franco, Chávez, todos assassinos sonhadores de uma igualdade impossível.
Parem de sonhar com a igualdade de oportunidades, de resultados. Sonhem com a igualdade política, a igualdade perante as leis, o fim dos privilégios que Fidel tinha e os políticos brasileiros têm como ninguém. Sonhem com a liberdade, respeitem as diferenças e as desigualdades. Respeitem o indivíduo.
Uma sociedade justa não é aquela que é livre das diferenças, onde todos são obrigados a serem tratados e a se comportarem como se fossem iguais. Uma sociedade justa é aquela que é livre para sermos o que somos, seres únicos, respeitados por sermos diferentes, e reconhecidos como indivíduos desiguais.
Abraços,
Roberto Rachewsky
(Publicado originaçmentena Folha)
Há economistas no Brasil que se autointitulam "desenvolvimentistas", embora sejam mais bem descritos como keynesianos de quermesse. Dessa tribo, os que se designam "neodesenvolvimentistas" pretendem se diferenciar dos demais quermesseiros por uma suposta ênfase na necessidade de equilíbrio fiscal, "[rejeitando] a noção equivocada de crescimento sustentado pelo deficit público. (...) As contas públicas devem ser mantidas equilibradas".
No entanto, como se diz, o teste do macarrão consiste em colocá-lo na água e ver se amolece. E, no teste do macarrão, a vertente "neoquermesseira" amolece bonito. Apesar da retórica a favor do equilíbrio fiscal, quando colocados diante de um problema concreto, os neoquermesseiros imitam santo Agostinho: ajuste sim, claro, mas não, por favor, agora...
O exemplo mais recente (e não o único) foi cometido aqui mesmo, nas páginas da Folha, por Nelson Marconi e Marco Brancher, que se posicionaram contra a proposta que cria um teto para o gasto público no Brasil.
Começam argumentando que "a participação de despesas e receitas no PIB permaneceu relativamente estável entre 2010 e 2013 nos três níveis de governo", o que é a) falso; e b) irrelevante, dado o aumento recente.
De fato, no período o gasto público primário aumentou de 33,8% para 34,9% do PIB, lembrando que cada ponto percentual do PIB corresponde hoje a R$ 65 bilhões. Não mencionam, ademais, que nos 12 meses até junho deste ano esses mesmos gastos haviam pulado para 38% do PIB.
A propósito, se tivessem feito algum esforço para estimar, como eu fiz, o gasto do setor público nos últimos 20 anos, teriam chegado a números na casa de 29%-30% do PIB em 1997, o que dá uma ideia clara do aumento da despesa nos últimos 20 anos.
Isto dito, à parte repetir a ladainha do ajuste por 20 anos (falsa, dado que em dez anos a indexação do gasto poderá ser revista), criticam a proposta, afirmando que a reforma da Previdência teria que vir antes, como se passar meses discutindo esse tema para lá de complexo fosse algo absolutamente sem custo ante a crise pela qual passamos.
Mais curiosa ainda é sua proposta de reforma: aumentar impostos para financiar os gastos crescentes dessa rubrica. Como se jamais tivéssemos tentado esse truque, que, diga-se de passagem, foi exatamente o que nos trouxe à situação atual.
Não se engane: aumentar os impostos pode, no máximo, adiar mais um pouco o encontro com a realidade, que, ao acontecer, será ainda mais doloroso do que no presente momento.
Também na linha de curiosidades, os autores admitem que a evidência internacional sugere que o teto leva a maior eficiência na distribuição dos recursos e traz o debate orçamentário para o Parlamento, mas que não funcionaria no Brasil, talvez por nos encontrarmos abaixo da linha do Equador, o que, segundo quermesseiros de todas as matizes, inverte também as consequências de políticas devidamente comprovadas.
Agora, caso queira se divertir, sugiro a leitura de artigo do mesmo Marconi aqui na Folha, em agosto do ano passado, que jurava ser possível fazer o ajuste fiscal apenas contendo os desperdícios, possibilidade abandonada em sua última contribuição.
Pode ter mudado de ideia. Mais provavelmente, porém, apenas buscou novos argumentos para justificar a gastança.
Ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia.
O Conselho Superior do Instituto Federal de Brasília -- instituição onde trabalho -- autorizou que uma comissão formada por grevistas, alunos e diretores de ensino definisse a programação de uma "semana de estudos e discussões". Comunicaram a nós professores que os eventos da tal semana seriam atividades letivas, portanto, caso algum aluno quisesse participar, não poderia receber falta nas aulas regulares. Bem, se os eventos se resumissem a palestras e apresentações artísticas, a determinação do Conselho Superior não seria tão absurda. Porém, o evento do último dia foi um claro convite às manifestações de hoje na Esplanada dos Ministérios.
A decisão do Conselho Superior foi totalmente irresponsável! Quer dizer que eu deveria dar presença para um aluno que estivesse na esplanada em pleno confronto com a Polícia Militar? É brincadeira! Palhaçada! E se um aluno menor de idade tivesse sido ferido? Irresponsáveis! Mil vezes irresponsáveis!
Colocaram na programação de uma semana de “estudos e discussões” uma manifestação na qual as chances de tumulto eram altíssimas! É surreal gestores do IFB tentarem nos vender a ideia de que a instituição não está tomando partido, que está apenas promovendo o “debate”. Quer fazer greve, faça! Mas que não se instrumentalizem as instituições públicas para tanto. Evento de greve é evento de greve. Atividade letiva é atividade letiva. Que não se misturem as coisas!
Prof. Eduardo Federizzi Sallenave
(Publicado originalmente em midiasemmascara.org)
Sua morte não deve significar esquecimento, ao contrário, um firme e exultante jamais deixaremos de ser cidadãos, devemos clamar um e todos os cubanos.
Seu legado, do qual não se pode excluir seu irmão Raúl porque seus aportes foram essenciais para a sobrevivência do regime, é um prontuário delitivo que apequena o de qualquer outro ditador do hemisfério.
Castro irrompeu na política através do bandoleirismo universitário. Não pôde aceder à liderança da Federação Estudantil Universitária, e se associou com os dois grupos mais violentos que operavam na década de 40 na Universidade de Havana.
Sua capacidade para sobreviver se desenvolveu entre aquelas famílias mafiosas. Lá aprendeu a misturar o assassinato com a adulação. Audaz, inteligente e manipulador, se rodeou de um grupo de incondicionais que lhe foram fiéis por décadas.
Mais tarde, um inimigo sem convicções lastreado pela corrupção, lhe permitiu converter umas escaramuças rurais em uma epopéia digna de Homero. A classe dirigente cubana e a imprensa nacional, salvo honrosas exceções, fizeram deixação de sua soberania. O populacho foi consumido por um novo César que desde o princípio lhes deu circo e pouco a pouco lhes roubou o pão.
O totalitarismo se deu novas leis. As paródias de processos legais permitiam assassinatos públicos. Fuzilou-se em parques, cemitérios e detrás das escolas. Militarizou-se a sociedade. Implantou-se o terror. Impôs-se um paradigma que promovia o ódio e o estalido das metralhadoras para resolver as diferenças. As bases culturais e morais da nação, como parte de um Plano Nacional que pretendia recriar a consciência cidadã, foram quebradas para introduzir novos valores e dogmas.
A escola foi quartel e centro de doutrinação, as gerações emergentes cresceram em um ambiente de triunfalismo no qual a fronteira era definida pela frase: “Com a Revolução tudo, contra a Revolução nada”.
Dezenas de milhares de pessoas foram para a prisão. Milhares mais partiram para o exílio. A liberdade intelectual desapareceu. Estabeleceu-se um estrito controle dos meios informativos. As religiões foram enclausuradas em seus templos. Uma espécie de nova devoção impôs sus próprias tradições, cultos, lutos e festas.
Paradoxalmente, o chauvinismo que o oficialismo impulsionou de que Cuba e o cubano era melhor e superior, foi se transformando em um profundo sentimento de frustração, segundo o indivíduo foi vivendo os fracassos e padecendo as contradições do regime.
O “companheiro” ficou de imediato sem os suportes teóricos que por décadas lhe haviam sido insuflados. Ele deu-se conta de que havia se formado em um ambiente no qual as palavras de ordem substituíam os pensamentos e a mentira se convertia em verdade e em pouco tempo voltava a ser mentira, que a fraude procedia desde as mais altas esferas e que a igualdade era outro grande estelionato.
O medo e a conveniência substituíram o conceito do direito pessoal. Um amplo setor do país se conduz com feroz individualismo, pratica o cinismo mais grosseiro e conforma uma massa coloidal que se adapta à situação que demande menos esforço.
Os promovidos progressos cubanos, esporte, educação e saúde, foram outra decepção. Acabaram-se as contribuições estrangeiras e o milagre social desabou.
Na ilha estabeleceu-se uma nomenklatura que desfrutou sem interrupção do poder absoluto. Instituiu-se uma aristocracia artística, desportiva e intelectual, subordinadas ao compromisso político. As Forças Armadas serviram como exércitos mercenários, e hoje são geradoras de fortunas para seus generais. O movimento operário é outra empresa do Estado.
A extorsão, a vulgarização da linguagem e dos costumes, a massificação do cidadão fizeram desaparecer o indivíduo e, por conseguinte, a privacidade.
O pudor escorregou para a promiscuidade e a prostituição, presentes em toda a sociedade, porém sempre questionadas, se reconciliaram com a comunidade para ser aceitas como práticas comuns, porque a primeira coisa era “resolver”, sem se importar como.
A corrupção, o abuso de poder e o cisma provocado pelo sectarismo moral e ideológico de uma nação, alcançaram níveis nunca imaginados. Décadas de castrismo espargiram uma dolorosa sombra no presente e prometem um angustioso alumbramento de futuro.
O castrismo é o principal responsável pela corrosão moral que ameaça se estender a toda a Nação.
Atualmente a economia é parasita, mendiga, dependente da generosidade de outros países como Venezuela e China. Fala-se de reformas econômicas, porém não se pode negar que o regime reprimiu o desenvolvimento de uma economia independente por décadas.
Fidel deixa uma herança penosa. Os números estão em vermelho, não só porque a economia está destruída, senão pela frustração de milhões de pessoas que compraram o sonho que lhes foi roubado, pela amargura dos que enfrentaram o sistema sem êxitos e por uma sociedade que, salvo exceções, perdeu as esperanças.
Tradução: Graça Salgueiro