As gavetas do Congresso Nacional escondem um arsenal de guardados que só aparecem quando as facilidades dos parlamentares são ameaçadas pelo controle dos outros. Quando isso acontece, privilégio vira prerrogativa e controle se transforma em abuso.
Pois bastou que mais de 2 milhões de brasileiros sugerissem projeto com “10 Medidas Anticorrupção”, para que se lhes atravessassem outro com um novo rol de “abusos de autoridade” em substituição à legislação de l965. E cujo destaque - dentre inúmeras “mordaças” distribuídas pelo texto do PL 280/2016 - está no art. 30, que pune a persecução penal, civil ou administrativa “ sem justa causa fundamentada”. Dirão - mas pode haver investigação sem justa causa ?- E se responde – mas quem poderá fazer esse juízo se não o investigador? Mas como o legislador pretende deixar o tipo aberto e indefinido, a intenção de inibir agentes fica por demais evidente. Aqui a possibilidade do cometimento de “crime de hermenêutica”(?), uma novidade, funciona como armadilha a exigir prudência.
Parece claro que o maior legado da Lava-Jato seja uma legislação capaz de transformar o impacto social das suas ações que reprimem a corrupção no limite possível da aplicação de um sistema penal caracterizado pela impunidade, numa força capaz de motivar um conjunto de normas mais aptas à prevenção e à punição da criminalidade que apropria o Estado. Induzindo condutas que prestigiem a ética na política e garantam a consolidação da democracia. Mas é razoável pensar que ela só traçará um círculo virtuoso se assegurar, para o futuro, a progressiva deslegitimação do sistema político-partidário corrupto, e a maior legitimação da iniciativa popular na configuração de um arcabouço legislativo penal e processual penal mais eficaz.
De outra parte, não há negar a necessidade de modernizar a lei que pune abusos de autoridades que apostam na impunidade para exercer o arbítrio, eis que a atual já vai para 51 anos. Mas a sua tramitação em regime de urgência, no momento histórico em que os agentes estatais que ela pretende inibir compõem a seleta minoria que brasileiro ainda não vaia, entra na contramão da conscientização que adquirimos, da necessidade de reformar o Estado a que chegamos. Nele, por temor ao controle, legisladores ainda cometem leis para criminalizar nos outros os abusos a que se acostumou.
Os símbolos transmitem o intransmissível.
A abertura das Olimpíadas primou pela excelência tecnológica, de primeiro mundo, impecável, lindíssima. No entanto, concerne considerar que: 1) o projeto foi montado para que Dilma Rousseff abrisse o evento; 2) a ideologia globalista, comunista, por trás da tecnologia foi funesta, macabra; 3) a Agenda defendida pelos organizadores foi ABSOLUTAMENTE FIEL ao projeto globalista da NOVA ORDEM MUNDIAL. Vejamos alguns pontos que são símbolos:
1) Os diretores do espetáculo do marketing Olímpico são: Fernando Meirelles (diretor da companha de Marina Silva e dono da O2), Andrucha (sócio da Conspiração Filmes) e Daniela Thomas (filha de Ziraldo). O currículos dos diretores falam por si só.
2) TODOS os músicos e apresentadores do evento são COMUNISTAS. As músicas que não são COMUNISTAS são apologia pura ao submundo do crime. Os diretores acham que a bossa nova de Tom Jobim é MÚSICA CLÁSSICA. Villa-Lobos e Hekel Tavares é que vão para os infernos. Acham que funk de traficantes é MÚSICA POPULAR. Ou seja, Pena Branca e Xavantinho, Sá e Guarabira, Vicente Celestino, Alceu Valença, Altemar Dutra, Clara Nunes, Elis Regina que vão também para o inferno. Nem a beleza e a classe internacional de Gisele Bündchen pode mentir sobre essa farsa grotesca.
3) O excesso de cor VERMELHA nas luzes e fogos não é um chamado ao "calor" do momento, à "paixão" pelo esporte. É a cor COMUNISTA para agradar Dilma Rousseff, Pezão e Paes e os SENHORES a quem devem reverência e obediência.
4) A quantidade de vermelho nas roupas das delegações foi sugestiva. A quantidade de roupas VERDE E AMARELO dos países africanos ultrapassou o mais do que sugestivo. Curiosamente, tais cores praticamente inexistem na bandeira nacional desses países. A roupa da delegação do Brasil longe de ser VERDE e AMARELA adotou o tom escuro, quase NEGRO, com alguma papagaiada que fazia menção ridícula a floresta tropical. TODAS as roupas foram desenhadas por estilistas "internacionais", inclusive a de Cuba.
5) Na segunda parte, a apresentação "recuperou" da história do desenvolvimento econômico e cultural do Brasil do seguinte modo: 1)de um mundo de micróbios, unicelulares, surge a vida e a floresta; 2) em seguida, aparecem os índios emergidos dos micróbios e grandes ocas; 3) portugueses INVADEM com navios as ocas simples destruindo a cultura nativa ( o narrador fala isso expressamente); 3) a aparição dos negros transforma o solo do Brasil em um celeiro de cultivo, dando a entender que a agricultura é resultante do trabalho escravo. Nesse quesito, os indígenas que juntos com os portugueses durante séculos cultivaram o Brasil ( e não como escravos) também são lançados ao limbo da história porque o que vale é a mentira. Esqueceram de contar que os negros foram trazidos para lugares pontuais do Brasil e ligados diretamente ao período da mineração e cana-de-açúcar, com atuação presente e quase restrita à MG, BA, PE, e parte do RJ; 4) apresentam os árabes em primeiro lugar depois os chamando de Libaneses (como se fossem a mesma coisa e, pior, como se os Libaneses fossem árabes e não cristãos). A emigração de libaneses para o Brasil, como se observa, é antiga e se intensificou na segunda metade do século 19. Durante o domínio otomano, especialmente após o massacre de 1860, ocorreu uma emigração em massa para a América do Sul. Em que livro de história inventaram que a imigração libanesa ajudou a construir o poderio do Brasil a ponto de equipará-los com os PORTUGUESES, ÍNDIOS e NEGROS? a verdadeira união das três raças que construiu o Brasil e o consolidou como Pátria?; 5) lança os japoneses nesse bojo, certamente se esquecendo dos seguintes detalhes: o Japão, que só tinha se aberto para o comércio mundial em 1846.
O primeiro Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão foi assinado apenas em 5 de novembro de 1895. A assinatura desse tratado marcou o início das relações que persistem até os dias de hoje. Além disto, a política de imigração brasileira era executada não só como um meio de colonizar e desenvolver o Brasil, mas também de "civilizar" e "branquear" o país com população europeia, segundo o projeto EUGENISTA inglês do banqueiros Rotschild. Mas, os japoneses não eram brancos e TODOS os asiáticos eram considerados RAÇA INFERIOR. Assim, a imigração de asiáticos foi praticamente proibida em 1890. Neste ano, o decreto nº 528 assinado pelo presidente Deodoro da Fonseca e pelo ministro da Agricultura Francisco Glicério determinava que a entrada de imigrantes da África e da Ásia seria permitida apenas com autorização do Congresso Nacional. Foi, precisamente este fortíssimo preconceito contra o recebimento de imigrantes asiáticos que obrigou a colônia japonesa a fechar-se em copas, a viver isolada por décadas na zona rural de São Paulo. Aonde os japoneses entram na história cultural do Brasil? Só nos livros do PT que junto com o MEC inventou que os portugueses invadiram o Brasil e que a grande ligação histórica e civilizacional do Brasil é com a África e os árabes. A cultura Ocidental cristã que vá para os infernos.
6) A farsa do discurso comprovadamente MENTIROSO da ONU do aquecimento global teve assento. Parecia o palanque da Marina Silva, a NOVA VOZ DA ESQUERDA NACIONAL.
7) A linha de horizonte do Maracanã tinha como cenário "celeste" a favela, o funk, a periferia, o banditismo, como sendo a cara do Rio de Janeiro e de do Brasil. O resto do cenário do evento, ficava sempre "abaixo" dessa linha, na várzea, no limbo, grotesco onde as transformações se operavam rapidamente. O "céu do Olimpo do crime" tinha o cenário maravilhosamente ESTÁTICO, imutável, como sendo quase ETERNO. Eis o Brasil atual mesmo, o Brasil criado pela República golpista e criminosa que é COMUNISTA.
Bastam esses pontos.
Quem gostou da abertura da OLIMPÍADA GLOBALISTA? Aqueles que são a reencarnação da política do PÃO e do CIRCO da Roma Imperial.
Instituto Ludwig von Mises Brasil - Nota do editor
Walter Williams é reconhecidamente um dos maiores economistas vivos da atualidade. Autor de sete livros, suas colunas são publicadas nos principais jornais americanos. Negro e de origem humilde, cresceu pelo próprio esforço. Isso o tornou um crítico mordaz das políticas da ação afirmativa e do assistencialismo.
A seguir, um apanhado de suas melhores frases.
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Como pode algo que é considerado imoral quando feito individualmente se tornar moral quando feito coletivamente? Será que a simples legalização basta para estabelecer a moralidade? A escravidão era legal; os confiscos stalinistas e maoístas eram legais; a perseguição dos nazistas aos judeus era legal; o apartheid na África do Sul era legal. A legalidade tornava esses atos morais? Claramente, a estipulação da legalidade não justifica esses crimes. A legalidade, por si só, não pode ser o talismã das pessoas morais.
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No infindável debate sobre "justiça social", a definição de "justo" tem sido debatida por séculos. No entanto, permita-me oferecer a minha definição de justiça social: eu mantenho tudo aquilo que eu ganho com o meu trabalho e você mantém tudo aquilo que você ganha com o seu trabalho. Discorda? Então diga-me: qual porcentagem daquilo que eu ganho "pertence" a você? Por quê?
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Talvez o seu professor de história tenha ensinado a você que o legado do colonialismo explica a pobreza do Terceiro Mundo. Lamento, mas você foi enganado. O Canadá foi uma colônia. Austrália, Nova Zelândia e Hong Kong também foram colônias. Aliás, o país mais rico do mundo, os Estados Unidos, também foi colônia. Por outro lado, Etiópia, Libéria, Tibete, Nepal e Butão jamais foram colônias, mas hoje abrigam as pessoas mais pobres do mundo.
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Faça o seguinte experimento mental. Imagine que você é um tirano. Dentre suas metas para destruir a liberdade estão o extermínio de negros, judeus e católicos. Que tipo de país você preferiria gerir: a) um país no qual os estados são submissos ao governo federal e no qual todo o poder está centralizado em uma capital, repleta de poderosas agências governamentais com poderes decisórios e com detalhadas informações sobre os cidadãos do país, ou b) um país em que o poder está amplamente disperso por vários estados e milhares de jurisdições locais, e cujo governo federal é limitado?
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A estrada que estamos trilhando, em nome do bem comum, é muito familiar. Os inenarráveis horrores do nazismo, do stalinismo e do maoísmo não foram originalmente criados nas décadas de 1930 e 1940 pelos homens associados a tais rótulos. Aqueles horrores foram simplesmente o resultado final de uma longa evolução de ideias que levaram à consolidação do poder nas mãos de um governo central, e tudo em nome da "justiça social". Foram alemães decentes, porém mal informados — e os quais teriam tido espasmos de horror à simples ideia de extermínio e genocídio —, que construíram o Cavalo de Tróia que levou Hitler ao poder.
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Se eu vir uma pessoa com fome e então decidir abordar violentamente uma terceira pessoa com o intuito de, por meio de ameaças, intimidação e coerção, tomar o dinheiro dela para repassar ao faminto, o que você pensaria de mim? Creio e espero que a maioria de nós veria tal ato como roubo.
Será que tal conclusão muda se nós coletivamente concordarmos em tomar o dinheiro de uma pessoa para alimentar o necessitado? O ato ainda assim seria roubo. Atos imorais como roubo, estupro e assassinato não se tornam morais quando feitos coletivamente por meio de uma decisão majoritária.
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Democracia e liberdade não são sinônimos. A democracia é apenas a irracionalidade das multidões; a liberdade é a soberania do indivíduo.
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Os especialistas da elite intelectual substituíram aquilo que funcionava por aquilo que "soava bonito". A sociedade era muito mais civilizada antes de os intelectuais assumirem o controle de nossas escolas, de nossas universidades, de nossos programas sociais, de nossas polícias, e de nossos tribunais. Já passou da hora de colocarmos essas pessoas para correr e retornarmos ao bom senso.
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Uma vez que você aceita o princípio de que você é dono de si próprio, aquilo que é moral e aquilo que é imoral se tornam auto-evidentes. Assassinato é imoral porque viola a propriedade privada. Estupro e roubo também são imorais porque também violam a propriedade privada.
E aí vai uma pergunta importante: o estupro se tornaria moralmente aceitável se o governo aprovasse uma lei legalizando o ato?
Você provavelmente está pensando: "Qual o seu problema, Williams? Estupro é pura e simplesmente imoral, não importa o que o governo diga ou faça!"
Se você assumir essa posição, não seria igualmente imoral quando o governo legaliza o confisco de uma fatia da renda de um indivíduo para distribuir para outro indivíduo? Se um cidadão toma o dinheiro de uma pessoa e o repassa para outra pessoa, todos nós consideraríamos tal ato um roubo, pura e simplesmente. E, como tal, um ato imoral.
Será que o mesmo ato se torna moral quando o governo toma o dinheiro de determinadas pessoas e o repassa para grandes empresas, funcionários públicos, artistas e famílias pobres?
Ainda continua sendo roubo, pura e simplesmente. Só que com uma importante diferença: o ato é considerado legal, e quem o pratica não vai para a cadeia.
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Dado que o governo não possui recursos próprios, e dado que não existe nenhuma fada munida de uma varinha mágica entregando ao governo os fundos para bancar os programas que ele próprio cria, somos forçados a reconhecer que os gastos governamentais nada mais são do que o confisco da propriedade de um indivíduo e seu subsequente repasse para outro, a quem o dinheiro não pertence — ou seja, roubo legalizado.
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Os beneficiários de políticas protecionistas e de políticas de subsídios sempre são muito visíveis. Já suas vítimas são invisíveis. Os políticos adoram esse arranjo. E o motivo é simples: os beneficiados sabem em quem devem votar em agradecimento ao arranjo; já as vítimas não sabem quem culpar pelo desastre.
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Para os adeptos do multiculturalismo e da diversidade, coisas como cultura, ideias, costumes, artes e habilidades são uma questão racial, e são determinadas pelo grupo ao qual você pertence. Para tais pessoas, assim como um indivíduo não tem controle sobre a raça a que pertence, ele também não tem controle sobre sua cultura. Essa é uma ideia racista, mas é um racismo politicamente correto. Ela diz que as convicções, os valores e o caráter não são determinados pelo discernimento pessoal e pelas escolhas feitas, mas sim determinados geneticamente. Em outras palavras, como os racistas de outrora afirmavam: a raça determina a identidade.
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Um estabelecimento que proíbe a entrada de negros é tão válido quanto um que proíbe a entrada de brancos. Um estabelecimento que proíbe a entrada de homossexuais é tão válido quanto um que proíbe a entrada de heterossexuais. Um estabelecimento que proíbe a entrada de judeus é tão válido quanto um que proíbe a entrada de neonazistas. O verdadeiro teste para determinar se um indivíduo é sinceramente comprometido com a defesa da liberdade de associação não está em ele permitir que as pessoas se associem de uma maneira que ele aprova. O verdadeiro teste ocorre quando ele permite às pessoas serem livres para se associar voluntariamente de maneiras que ele considera desprezíveis. Associação forçada não é liberdade de associação.
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O poder que presidentes, deputados e senadores têm de fazer bem para a economia é extremamente limitado; o poder que eles têm de fazer o mal é devastador. A melhor coisa que políticos podem fazer para a economia é parar de fazer mal. Em parte, isso pode ser alcançado por meio da redução de impostos e da redução de regulamentações. Acima de tudo, eles deveriam parar de querer controlar nossas vidas.
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Em que sentido as mulheres são iguais aos homens? As próprias feministas não querem que os esportes deixem de ser segregados por gênero. Elas não defendem que haja lutas de boxe entre um homem e uma mulher; tampouco querem que haja jogos de futebol, vôlei, basquete e beisebol entre equipes masculinas e femininas. As consequências desastrosas desse arranjo seriam óbvias para todos. Feministas sabem que a política de igualdade de gêneros devem ser implantadas em áreas cujos efeitos são menos visíveis.
O fato é que nós humanos não somos iguais. Alguns são homens, outros são mulheres. Alguns são inteligentes e outros não são tão inteligentes. Alguns são negros, outros são brancos. Alguns são altos, outros são baixos. Alguns são pobres, outros são ricos. As diferenças — desigualdades — são infinitas. A igualdade perante os princípios gerais da lei é o único tipo de igualdade propícia à liberdade; é o único tipo de igualdade que pode ser impingida sem destruir a liberdade. Trata-se de uma igualdade que não requer — e nem pressupõe — que as pessoas sejam iguais.
Tentativas de tornar as pessoas iguais por meio de alterações nas leis produzem resultados que destroem a civilidade e o respeito pela lei. O governo só pode criar uma vantagem para uma pessoa se, ao mesmo tempo, ele criar uma desvantagem para outra pessoa.
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Pelo bem da argumentação, suponha que, sem a presença de uma empresa multinacional, o melhor emprego que um ugandense pobre e sem instrução fosse capaz de conseguir lhe pagasse US$ 2 por dia. E então vem uma empresa multinacional, constrói uma fábrica em Uganda e contrata esse ugandense por US$ 4 por dia, um salário muito abaixo daquele que ela paga aos seus empregados nos EUA. Uma simples questão de bom senso diria que esse ugandense ficou em melhor situação em decorrência da presença de uma empresa multinacional. E esse mesmo bom senso diria que ele estaria em pior situação caso essa multinacional fosse politicamente pressionada para sair do país. Faz algum sentido dizer que uma ação que melhora a situação de um ugandense é uma "exploração"?
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Todos nós somos tremendamente ignorantes a respeito da maioria das coisas que utilizamos e com as quais lidamos em nosso dia a dia. Mas cada um de nós é versado em coisas ínfimas e que podem ser consideradas relativamente insignificantes.
Por exemplo, um padeiro pode ser o melhor padeiro da cidade. Mas ele é tremendamente ignorante sobre praticamente todos os insumos que permitem a ele ser o melhor padeiro da cidade. Qual é a probabilidade de ele entender sobre todo o processamento do gás que ele utiliza em seu forno? Aliás, o que será que ele entende sobre a fabricação de fornos? E o que dizer sobre todos os ingredientes que ele usa: farinha, açúcar, levedura, baunilha e leite?
Qual é a probabilidade de ele saber como cultivar trigo e açúcar, e como proteger a plantação de doenças e pestes? O que ele sabe sobre a extração da baunilha e da produção de fermento? Será que ele tem a mais mínima ideia de como tudo isso é feito?
Tão importante quanto tudo isso é a questão de como todas as pessoas que produzem e distribuem todos esses itens sabem quem necessita deles e para quando.
Há literalmente milhões de pessoas cooperando entre si, por meio do sistema de preços e da busca pelo lucro, para garantir que o padeiro tenha todos os insumos necessários. Esse é o milagre do mercado. É o milagre do mercado e do sistema de preços que faz com que todo esse trabalho de coordenação seja feito de maneira tão eficiente. Aquilo que é chamado de mercado é simplesmente uma coleção de milhões e milhões de decisões individuais independentes tomadas diariamente não apenas em um país, mas em todo o mundo.
E quem coordena todas as atividades de todas essas pessoas? Tenha a certeza de que não existe nenhum comitê central planejando a produção e a distribuição de pão.
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Qual motivação humana foi a responsável por criar as coisas mais fabulosas que existem? Eu diria que foi a ganância. Quando uso o termo ganância, não me refiro a trapaças, roubos, fraudes e outros atos de desonestidade. Refiro-me apenas ao ato de indivíduos quererem melhorar ao máximo suas próprias vidas. Alguns preferem utilizar o termo "interesse próprio", "egoísmo racional" ou "ambição iluminada". Eu prefiro o termo ganância. Infelizmente, muitas pessoas são ingênuas o bastante ao ponto de acreditar que compaixão, preocupação e "entender a dor do outro" são atos moralmente superiores. Agindo assim, elas se tornam vítimas fáceis de charlatães, impostores, escroques e vigaristas.
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O capitalismo de livre mercado foi a melhor coisa que já aconteceu para o cidadão comum. Os ricos sempre tiveram acesso ao entretenimento, e quase sempre podiam fazê-lo do conforto de seus palácios e mansões. Os ricos nunca tiveram de vivenciar o trabalho extenuante e maçante de limpar seu próprio carpete, passar a própria roupa, ou passar o dia todo mourejando em um forno quente para ter um jantar decente. Eles sempre puderam pagar pessoas para fazer isso para eles. Já a produção em massa possibilitada pelo capitalismo fez com que rádios e televisores, aspiradores de pó, máquinas de lavar e de costurar, e fornos microondas estivessem amplamente disponíveis e ao alcance do cidadão comum, poupando-o dos estafantes e monótonos trabalhos pesados do passado. Hoje, o cidadão comum tem o poder de usufruir muito mais tempo livre, e com mais qualidade de vida, do que os ricos do passado podiam.
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Sempre que as pessoas utilizam o termo "exploração" em referência a uma transação voluntária, elas estão simplesmente discordando do preço. Só que, se partirmos do princípio de que discordância do preço é exploração, então a exploração está por todos os lados. Por exemplo, eu não apenas discordo do meu salário, como também discordo dos preços de um jatinho Gulfstream.
De maneira alguma estou sugerindo que você retire o termo "exploração" do seu vocabulário. Trata-se de um termo emocionalmente valioso, que tem grandes poderes enganadores quando empregado corretamente. No início de meus 44 anos de casado, minha mulher frequentemente me fazia acusações de a estar explorando. Ela costumava esbravejar: "Walter, você está me usando!" Isso durou um tempo. Até que, em um determinado dia, respondi: "Querida, é claro que estou usando você. Se você não tivesse nenhum proveito para mim, eu simplesmente não teria me casado com você".
Quantos de nós nos casaríamos com uma pessoa que não tivesse proveito nenhum para nós? Com efeito, o principal problema dos solitários deprimidos é que eles simplesmente não conseguem encontrar alguém que tenha interesse em usá-los.
Walter Williams é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.
Fonte: GLOBO
Não vi a abertura toda da Olimpíada, pois por algum motivo estranho a NBC resolveu transmitir com atraso para os Estados Unidos. Mas o que vi, achei bonito. Fico aliviado por ter dado tudo certo. Dou até um desconto pela parte do proselitismo ideológico, pelo “aquecimento global” (quem ainda acredita nisso?), pelos indiozinhos, pelo funk e até pela Regina Casé glamourizando as favelas.
A festa foi bonita e animada, apesar de ver alguns exageros por aí na reação (“a mais linda do planeta, quiçá da galáxia”). Gisele Bundchen super animada e linda. Guga, um cara do bem, emocionado. Vanderlei acendendo a pira foi o ponto alto. Tudo bem legal. Ou quase tudo.
Houve o lado cafona e jeca, politicamente correto, com as “minorias empoderadas”. O esquecimento dos imigrantes italianos e de São Paulo, que carrega a economia nas costas, foi imperdoável. Ainda assim, uma bela festa. Só que não posso me calar diante do ufanismo que ela produziu, mesmo que perca alguns leitores por isso.
Sinto muito ser o estraga-prazeres tão cedo assim, mas é que o brasileiro continua otário! A turma afetada que fala “chupa seu vira-lata!” e que celebra a espetada nos “estadunidenses imperialistas” com o 14-Bis não entende que a idiotice vem justamente de achar que tudo é uma maravilha só porque fizemos um belo e animado espetáculo. O que importa é o “day after”, gente, a dura realidade depois da festa.
A violência continua matando mais que guerra civil, o trânsito idem, a burocracia ainda é asfixiante, os impostos escorchantes, os políticos corruptos, a “educação” um lixo, a saúde pública um caos etc. Lamento informar, mas o custo de nossa malandragem ainda é altíssimo, a começar pelo da própria festa: R$ 270 milhões! E a reação dos ufanistas, que agora têm o maior orgulho do mundo por ser brasileiro, é só mais uma evidência de como somos bem otários mesmo. Um leitor escreveu:
A Brasucada beira a infantilidade, se a festa for bonita não importa o quanto vamos pagar. É bem o espírito do Brasuca que sai do país e volta entulhado de quinquilharias só porque lá fora é mais barato. Falta muita educação para um povo que só pensa em festa. Essa conta vai tirar o couro da classe pagadora de impostos e expor os pobres ainda mais à pobreza.
Os que estão morrendo de orgulho de ser brasileiro deveriam refletir sobre o que é motivo de orgulho para uma nação. Terei algum orgulho do Brasil no dia em que ganharmos ao menos um Prêmio Nobel. E não vale o da paz, que até terrorista já ganhou. Tem que ser de física ou química. Unzinho só para contar história, já que até los hermanos conseguiram essa façanha…
Sim, sabemos fazer uma boa festa. Mas esse nunca foi nosso problema. Ou, por outra: esse é justamente o nosso problema! Sabemos farrear. Somos cigarras que adoramos o Pão & Circo. O que NÃO sabemos fazer direito são escolas, hospitais, vias seguras e governos limitados. Eis o problema. Um leitor resumiu bem: “É a velha metodologia brasileira de uma grande parte da população com a cultura de mostrar que ‘vive bem’ e deixando as contas atrasarem!”
Não me levem a mal. Sei que o homem, especialmente o brasileiro, precisa de um entorpecente de vez em quando. Eu mesmo prestei homenagens a Baco ontem. Uma breve fuga da dura realidade se faz necessária para alimentar a esperança, a última que morre. Mas que seja breve. Pois o realismo também é fundamental, sob o risco de ficarmos aprisionados na fuga, tomando ficção por realidade e vice-versa. Não dá para manter uma euforia perpétua com base em estímulos artificiais. A ressaca inexoravelmente chega…
Sim, vamos aproveitar a Olimpíada, tentar resgatar seu espírito de “fair play”, de meritocracia, de convivência pacífica. Sim, vamos festejar o clima olímpico e elogiar a festa de abertura. Mas deixando o ufanismo boboca de lado, que é tão ridículo quanto o complexo de vira-lata e o derrotismo. É preciso um equilíbrio aqui, como defendo no meu livro novo sobre nosso jeitinho e o alto custo da malandragem. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
Devemos dar uma trégua ao sofrimento de um país mergulhado em crise e com tantos problemas estruturais. Mas com maturidade. Sem essa reação infantil de quem acha que, agora, somos a última Coca-Cola do verão e que o mundo terá de nos engolir. Um pouco mais de humildade não faria mal algum. Mais realismo seria saudável. E sem deixar de lado o custo dessa festa toda e quais são nossas prioridades, pois a festa um dia acaba.
PS: A turma que ficou “horrorizada” com as vaias a Dilma na Copa vaiando o presidente Temer: medalha de ouro na hipocrisia. E medalha de ouro na estupidez também: que tipo de animal pode querer a volta da presidanta?!
(Sob o título "Por que é tao difícil ára a esquerda brasileira reconhecer que errou em relação à Venezuela", o jornalista Rodrigo Silva, do Spotniks, nos brinda com a seguinte análise)
Ao longo dos últimos anos, não foram poucas as vezes em que representantes da esquerda brasileira lançaram apoio ao governo de Nicolás Maduro.
O PSOL apoiou a eleição de Maduro em 2013, “por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana”. O PCdoB lançou nota na época comemorando sua vitória, que permitiria “à Revolução Bolivariana entrar numa nova fase, renovando seus objetivos e desafios”. Lula gravou um vídeo de apoio à sua candidatura, que foi utilizando durante a campanha de Maduro, dizendo que o líder do PSUV “se destacou brilhantemente na luta para projetar a Venezuela no mundo e na construção de uma América Latina mais democrática e solidária” (para Maduro, Lula é “como um pai dos homens e mulheres de esquerda na América do Sul”). Luciana Genro se encontrou com Maduro e o apoiou pessoalmente na Venezuela. João Pedro Stédile, o líder do Movimento Sem Terra, foi até Caracas mandar a direita venezuelana “de volta pra Miami” num palanque:
“Lhes trago o abraço de nosso companheiro Lula a cada um de vocês e ao comandante Maduro. Viemos aqui para lhes dizer que nos orgulha o fato de sempre que temos dúvidas recorrermos aos pensamentos, ao exemplo e aos ideais do comandante Chavez. Porque Chavez não foi somente da Venezuela, ele foi do povo latino americano. Chavez era brasileiro, e inclusive nos ensinou a reconhecer o valor de Abreu e Lima que nem sequer nós brasileiros conhecemos. Por isso, viemos aqui para nos abastecer dos ideais e pensamentos do comandante Chavez.”
E o MST não foi o único movimento social ligado ao PT a apoiar o regime. O Levante Popular da Juventude fez o mesmo. Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes, publicou uma foto ao lado do presidente venezuelano declarando apoio nas redes sociais (a UNE, que se diz apartidária, também lançou nota apoiando Maduro em 2014, dizendo que “apoia o processo de revolução bolivariana para que ele não ceda às pressões da direita golpista”).
Na votação que elegeu Maduro, toda a esquerda brasileira se uniu para apoiá-lo. No Brasil, um ato chamado “Brasil com Chávez Está com Maduro” foi realizado em São Paulo. Contou com a presença do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST), do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), do Partido Socialista Brasileiro (PSB), da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Levante Popular da Juventude, da Via Campesina, da União da Juventude Socialista (UJS), do Cebrapaz, do Foro de São Paulo, do Consulta Popular, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab), da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), da Central de Movimentos Populares do Brasil (CMP), do Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo (MMC), do Partido Comunista Revolucionário (PCR), do Partido Comunista Brasileiro (PCB), da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e do Partido Pátria Livre (PPL).
E se já em 2013, o fato da Venezuela apresentar sinais de deterioração do seu tecido social e da sua economia, graças aos equívocos grosseiros provocados pela revolução, não ser suficiente para afastar o apoio de toda esquerda institucional do país, ainda em 2016, com a Venezuela liderando a produção global de pobreza, o cenário se mantém no mesmo lugar. Se há os que fingem, no entanto, que a revolução assumidamente socialista, apoiada por diversos partidos e organizações socialistas ao redor do mundo, nunca foi socialista de fato (como se a falência fosse um critério que automaticamente desaprovasse o ideal socialista), há os que tentam parecer que não é papel do Brasil se meter nas questões domésticas de um país soberano como a Venezuela, ainda que esse seja um país sob o jugo de uma ditadura perversa – o que apenas soa estupidamente cínico quando essas pessoas passaram a última década se metendo nas discussões venezuelanas, fazendo campanha, construindo palanques, financiando o partido e o governo e usando de seus ativos políticos, como no caso de Lula e Luciana Genro, para influenciar diretamente os resultados eleitorais.
O fato é que a imensa maioria dos grupos ligados à esquerda brasileira, não apenas não admitem o fracasso triunfal do socialismo venezuelano, como vivem no mais profundo silêncio em torno dessa discussão (ao menos enquanto Maduro permanecer no poder). Por que é tão difícil a esses grupos assumirem que erraram em relação à Venezuela? Qual a razão para manter uma posição política mesmo quando ela se torna a falência materializada?
O fato é que para esses grupos todos, desde que o governo venezuelano esteja em sintonia com seus discursos político-partidários, não importa o quanto a pobreza aumente, a fome mate e a democracia seja perseguida (com a prisão injustificada de políticos de oposição, as ameças de dissolução da Assembleia Nacional, o Estado de exceção declarado por Maduro e os superpoderes permitidos ao presidente, para governar como queira, pisando em qualquer ideal republicano) – esse mesmo grupo, aliás, que finge lutar por democracia no Brasil, quando o único ideal democrata que lhe importa é ter seus próprios representantes no poder, mesmo que eleitos com desvio de dinheiro público ou sustentados através do peso de uma ditadura.
Abaixo, selecionei cinco pontos que escancaram o quão estúpida é a relação da esquerda com o governo venezuelano, que segue com afinco uma cartilha que, não por acaso, gera resultados absolutamente opostos àquilo que essa mesma esquerda diz defender no Brasil. Caso você ainda não tenha se convencido de rechaçar a ditadura bolivariana (e as suas políticas econômicas equivocadas), essa é a hora. Não há mais como disfarçar: ou você está junto Maduro, ou você está ao lado do povo.
1. MADURO É PROVAVELMENTE O PRESIDENTE MAIS HOMOFÓBICO DA AMÉRICA LATINA.
Você não viu ninguém do PSOL comentar a respeito, mas Nicolás Maduro é provavelmente o presidente mais homofóbico da América Latina. E nada disso começou agora, do dia pra noite. Pelo contrário. Não é como se figuras como Luciana Genro pudessem ser pegas de surpresa. Muito antes de seu partido anunciar apoio à reeleição de Maduro, o líder venezuelano já havia entupido microfones com declarações rasteiras contra a comunidade LGBT.
Nas eleições de 2013, quando ainda era treinado por João Santana, o mesmo marqueteiro de Lula e Dilma, enquanto o PSOL escrevia notas de apoio por sua candidatura, Maduro insinuava que seu adversário, Henrique Capriles, fosse gay.
“Eu, sim, tenho mulher, escutaram? Eu gosto de mulheres”, provocou num comício, antes de beijar sua esposa, Cília Flores.
Capriles, que já havia sido xingado de maricón um ano antes pelo mesmo Maduro, rechaçou a acusação poucas horas depois.
“Quero enviar uma palavra de rechaço às declarações homofóbicas de Maduro. Não é a primeira vez. Creio numa sociedade sem exclusão, na qual ninguém se sinta excluído por sua forma de pensar, seu credo, sua orientação sexual.”
Poucos meses após o incidente, ainda em 2013, Maduro o acusou de ter um “esquema de prostituição gay e de transformistas” no estado de Miranda (a acusação jamais seria provada). Na ocasião, parlamentares chavistas cobraram o opositor na Assembleia Nacional aos gritos. Pedro Carreño, do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela), foi um deles:
“Responda, homossexual! Aceite o desafio, bicha.”
Nada disso era novidade no PSUV. Em 2015, Freddy Bernal, comissário para a Reforma Policial do país, ao responder o jornalista Vladimir Villegas, da Globovisión, sobre a presença de policiais homossexuais na corporação, resolveu aplicar o mesmo conceito que Ford havia imortalizado um século antes sobre seus automóveis – o de que o cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto.
“Um homossexual pode ser funcionário policial, desde que não manifeste publicamente sua orientação sexual.”
Para Bernal, esse seria um motivo de profunda vergonha.
“Imagine um oficial da polícia que queira usar uma camisa rosa, ou pintar os lábios…”
Parece difícil? Imagine algo muito mais extraordinário do que isso, Bernal: o fim da indignação seletiva da esquerda brasileira.
2. HÁ MAIS POBRES HOJE DO QUE ANTES DE HUGO CHÁVEZ ASSUMIR. E ELES PASSAM AINDA MAIS DIFICULDADE.
Segundo os dados da última Encuesta sobre Condiciones de Vida en Venezuela (Encovi), 81% dos venezuelanos são hoje considerados pobres. Houve um aumento de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa do ano passado. Do total, 87% dos venezuelanos possui dificuldades em encontrar alimentos necessários para uma nutrição adequada (adquirem alimentos para no máximo quinze dias). De acordo com a pesquisa, apenas 19% da população não é considerada pobre: 28% (8,4 milhões de pessoas) vive no limiar da pobreza extrema; 19% (5,7 milhões) é considerada extremamente pobre e 34% (10,2 milhões de pessoas) atingiu a pobreza recentemente. A classe média foi praticamente aniquilada.
Segundo o Censo de 1998, ano em que Hugo Chávez foi eleito, a extrema pobreza atingia 18,7% da população, número quase três vezes menor do que hoje, passados 18 anos de socialismo.
O desemprego agora atinge 26% dos jovens venezuelanos e o país detém o título de economia mais miserável do mundo, segundo o Índice de Miséria 2015, organizado pela Bloomberg.
Em 2014, 5% da população venezuelana não se alimentava três vezes ao dia. Segundo a última pesquisa, esse número aumentou para 20%. E a tendência é de piora, com as medidas adotadas pelo governo para combater a crise hídrica – a produção dos principais alimentos no paíscaiu 87% no último ano, forçando a Assembleia Nacional a decretar emergência alimentar e convocar a Organização para Alimentação e Agricultura da ONU (a FAO) para enviar uma missão de especialistas ao país e avaliar os riscos à segurança alimentar da população.
Só tem um problema nessa história: a FAO é atualmente dirigida pelo brasileiro José Graziano, ligado ao PT, que atuou no gabinete do presidente Lula como seu assessor especial. Há menos de um ano, Graziano utilizou a organização que dirige para fazer proselitismo político e condecorou Nicolás Maduro com um prêmio. A razão? Sua “luta” pelo combate à fome na Venezuela.
3. AS CONDIÇÕES DE TRABALHO PIORARAM. E A ESCRAVIDÃO É LITERALMENTE A SOLUÇÃO ENCONTRADA PELO GOVERNO PARA COMBATER A FOME.
E como Maduro decidiu combater a fome? Com uma velha ideia que você conhece muito bem dos livros de história, chamada escravidão.
Há poucos dias, o líder venezuelano determinou a todas as empresas do país, sejam elas públicas ou privadas, que coloquem seus funcionários à disposição do Estado para aquilo que ele entende como trabalho de desenvolvimento agroalimentar do país. O tempo disponível para o trabalho agrário? 60 dias, prazo que pode ser prolongado por outros 60 dias, segundo o decreto publicado nesta semana.
Qualquer um pode ser sorteado para trabalhar no campo: engenheiros, médicos, professores. A única condição é de que os funcionários designados tenham as condições físicas e técnicas para exercer as funções necessárias. Funcionários da Polar, uma fabricante de alimentos e de bebidas, foram os primeiros designados para o trabalho, segundo alguns empresários do setor.
A diretora da Anistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas, combateu o decreto, afirmando que “tentar abordar a severa falta de alimentos na Venezuela forçando o povo a trabalhar no campo é como tentar curar uma perna quebrada com um curativo”.
“O novo decreto é completamente inútil em termos de encontrar formas para que a Venezuela saia da crise em que ficou imersa por anos. As autoridades venezuelanas devem focar em pedir e levar de maneira urgente a ajuda humanitária que milhões de pessoas necessitam em todo o país e desenvolver um projeto efetivo a longo prazo para solucionar esta crise”, disse.
Trabalhos forçados determinaram um padrão laboral no último século em países socialistas como a União Soviética, Cuba, China, Coreia do Norte e Romênia. A Venezuela segue apenas seu script inevitável.
4. OS ANIMAIS ESTÃO MORRENDO DE FOME.
Ainda não está convencido da tragédia que assola a população venezuelana a partir da ótica dos direitos humanos? Encare o cenário pela perspectiva dos direitos dos animais.
Nos últimos seis meses, o zoológico público de Caricuao, o maior de Caracas, já contabilizou a morte de pelo menos 50 animais (entre eles porcos vietnamitas, antas, coelhos e aves). Com a escassez de alimentos, o cenário é caótico. Tigres e leões vêm sendo alimentados com abóbora e manga para compensar a falta de carne disponível. Um elefante come frutas tropicais em vez do bom e velho feno. A situação é tão precária que há poucos dias um cavalo foi tomado pela população e a sua carne desmembrada para consumo humano, como se a Venezuela fosse acossada por uma espécie de apocalipse zumbi.
E não se engane, quando se trata de sofrimento, não são apenas os animais nos zoológicos que padecem; os de estimação também. Um pacote de ração para cachorro, fabricado na própria Venezuela, quando disponível nas prateleiras, chega a custar 13 mil bolívares. O valor é equivalente a cerca de 11 dias de trabalho de um venezuelano que ganha um salário mínimo. Ou seja, quase uma quinzena dos salários no país. E isso para não falar das rações para gato, que alcançam os 20 mil bolívares. Não é difícil imaginar qual caminho esses animais seguem: o abandono.
Segundo a Asociación Venezolana de la Industria de Salud Animal o número de animais abandonados no país aumentou 30% nos últimos meses. E a escassez de ração é apenas parte dessa história. A falta de material de esterilização, de vacinas e medicamentos, também vem contribuindo para o cenário. Segundo a Fundación Amigos Protectores de los Animales, a crise econômica cria ainda um outro problema: a fuga em massa da classe média do país que, ao abandonar seus pertences, também abre mão dos seus próprios animais de estimação.
No ano passado, a Red de Apoyo Canino diz ter conseguido achar um lar para 600 animais. Até a metade deste ano, apenas seis tiveram a mesma sorte.
A chance de um animal de estimação abandonado sobreviver é mínima, haja vista a dificuldade de conseguir alimentos. A maior parte acaba morrendo atropelado.
5. A SAÚDE PÚBLICA ESTÁ COMPLETAMENTE ABANDONADA. E A EDUCAÇÃO CAMINHA PARA O MESMO BURACO.
A crise hídrica, associada à falta de remédios e a escassez de produtos básicos de higiene levaram a Venezuela a testemunhar nos últimos meses uma explosão de doenças como sarna, diarreia, malária e disenteria. O cenário é caótico. Os banhos são cada vez mais raros e as pessoas são obrigadas a armazenar água para administrar a escassez, infestando o país de criadouros de Aedes aegypti. As ocorrências de dengue, zika e chikungunya, não por acaso, explodiram recentemente.
Segundo um relatório da Secretaria de Saúde do Estado de Miranda, houve um aumento de 58,5% dos casos de sarna no estado no primeiro trimestre desse ano.
“O pico dos casos de sarna em Miranda coincide com o mês de recomeço das aulas, onde as crianças não são mais obrigadas a se lavar e trocar de roupas”, diz o relatório. “Embora o Estado tente manter o nível de abastecimento na capital, é possível supor, a nível nacional, que a situação seja mais grave no interior das províncias.”
Segundo o estudo, Miranda registra o maior número de casos de Malária nos últimos 50 anos. Já não há mais remédios para diarreia ou doenças hepáticas no país, além do tratamento de outras tantas doenças.
Há poucos meses, a Federación Médica Venezolana denunciou aquilo que se entende como um verdadeiro “holocausto da saúde”. De acordo com Douglas Leon, presidente da federação, “é aterrorizante trabalhar nos hospitais” venezuelanos que sofrem com “mais de 95% de falta de medicamentos”, enquanto “nas prateleiras das farmácias” a escassez é de 85%.
Os hospitais faliram completamente. Luvas e sabão desapareceram em alguns deles. Há pouquíssima eletricidade disponível para operações. Medicamentos usados no tratamento de doenças como o câncer muitas vezes só são encontrados no mercado negro. Em alguns hospitais, não há água suficiente sequer para lavar o sangue da mesa de cirurgias.
Para driblar o cenário, os médicos improvisam como podem. Muitos usam garrafas de água com gás para lavar as mãos. Outros passam horas bombeando ar manualmente nos pulmões dos bebês doentes.
“Parece que estamos no século 19”, disse o cirurgião Christian Pino, do hospital da Universidad de los Andes, ao The New York Times.
Nos últimos anos, o índice de mortalidade de bebês com menos de um mês de idade multiplicou-se mais de cem vezes nos hospitais públicos (e o de mães que faleceram ao dar à luz nesses lugares se multiplicou por quase cinco vezes no mesmo período).
A educação também não escapa. Com a crise no abastecimento de energia, algo próximo de 40% das aulas já são perdidas e cerca de 40% dos professores não comparecem nas escolas por estarem nas filas de supermercados em busca de alimentos, de acordo com a Federación de Maestros de Venezuela. Salas de aula com poças são usados como banheiros de emergência, porque não há água nos banheiros.
Na prática é inescapável dizer que, passado quase duas décadas da revolução bolivariana, isso é tudo que o governo venezuelano tem a oferecer: o mais completo caos social e econômico. E com o apoio, claro, da velha esquerda tupiniquim, que agora finge que não tem nada a ver com essa história. Pior para o povo venezuelano.
(Publicado originalmente em midiasemmascara.org)
Nesta sexta-feira, 05, participei do programa de debates “FlaXFlu” da TV Folha. Lá estive para defender o projeto de lei Escola Sem Partido. Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor de administração pública da FGV-SP, falou contra a proposta.
O debate ocorria de forma absolutamente civilizada até que, nos minutos finais, cometi uma heresia: chamei Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, de charlatão.
O professor Marco Antônio Teixeira imediatamente reagiu, extremamente ofendido, como se eu tivesse lhe faltado pessoalmente com o respeito. Longe disso!
Ora, os adversários do Escola Sem Partido nos acusam justamente de tentar cercear ou mesmo impedir o “pensamento crítico” (ignorando o fato de que o projeto de Lei fala abertamente em princípios como pluralismo de ideias e liberdade de crença).
É interessante notar que para eles existem certas figuras que não apenas estão acima de qualquer crítica, mas de qualquer possibilidade de crítica.
A reação exagerada do professor Marco Antônio Teixeira às minhas críticas comprova que Paulo Freire é uma espécie de divindade intocável para professores e especialistas da área.
Já estou na casa dos 30 anos, mas fui repreendido pelo professor como se fosse um aluno colegial durante minha fala. Tudo porque expressei minha opinião sincera sobre Freire.
Imagine, caro leitor, como deve ser tratado o estudante que ousar discordar de um professor freireano entre as quatro paredes de uma sala de aula….
O meu oponente me acusou de abusar dos adjetivos para desqualificar o patrono da educação, desconsiderando a diretriz civilizada de criticar apenas ideias e obras.
Porém, o vídeo do debate não deixa mentir que minha fala se deu no contexto da discussão sobre a precária formação dos nossos professores. O vídeo também mostra que justifiquei e citei fontes ao classificar Paulo Freire como um impostor intelectual.
Lembrei que a “Pedagogia do Oprimido” – a magnum opus ¬de Freire – é inspirada em escritos e na prática revolucionária de ditadores e genocidas como Fidel Castro e Mao Tse Tung.
Paulo Freire foi buscar no ditador chinês – só Deus sabe como – subsídios para conceber seu método pedagógico cujo objetivo não é o de ajudar o jovem estudante a pensar livremente, mas prepará-lo para assumir o papel de militante revolucionário!
Basta ler “Pedagogia do Oprimido” para conferir o próprio Paulo Freire dizendo exatamente isso: que seu método foi concebido por revolucionários e para formar revolucionários.
(Se você preferir, leia a aqui excelente análise de Marcelo Centenaro)
Ou seja, nossos professores saem dos cursos de formação carregando na cabeça o método freireano de multiplicar revolucionários. Onde fica o espaço para o estudante criticar a tradição ideológica da qual fazia parte Paulo Freire? Não existe.
Outro ponto que levantei foi a prosa deliberadamente obscura de Paulo Freire, uma tática muito usada no mundo das ciências humanas e denunciada por dois intelectuais de esquerda, Alan Sokal e Jean Bricmont, no livro “Imposturas Intelectuais”.
O livro apresenta como impostores intelectuais aqueles “gênios” das ciências humanas que abusam de um linguajar complexo para esconder o simplismo de suas ideias, passando a impressão de que são mais complexos e profundos do que realmente são.
Não tenho dúvidas de que Paulo Freire está acolhido nesta tradição ao lado de figuras como Foucault, Lacan, Derrida e outros pós-modernos cuja escrita empolada só serve para impressionar os impressionáveis e esconder ideias mofadas de séculos passados.
Reitero minha opinião: Paulo Freire é um charlatão medíocre, um impostor ridículo, um guia espiritual dos doutrinadores, e a educação brasileira foi condenada no exato momento em que este protótipo de intelectual foi ungido como seu patrono.
O episódio só serve para reforçar minha crença de que aquilo que o professor Marco Antônio Teixeira e outros chamam de “pensamento crítico” não passa de pensamento único.
* Sociólogo e jornalista.