• Marcelo Ferreira Caixeta
  • 21 Janeiro 2017


(Publicado originalmente no Facebook do autor www.facebook.com/marcelo.caixeta.10)

Quem não aprendeu trabalhar não tem solução.

Uma análise psiquiátrica-forense.

Vou aqui repassar minha experiência de 35 anos em unidades psiquiátricas-forenses hospitalares.

Minha tese é de que , para deter as rebeliões/chacinas nos presídios, de nada adiantará “políticas de direitos humanos”, “recursos e mais recursos”, “comissões”, ou seja, o “blábláblá” de sempre… Atualmente dirijo uma unidade hospitalar psiquiátrica-forense destas, voltada para adolescentes. Tenho especialização em psiquiatria criminal ( forense ) e em psiquiatria do adolescente, pela Universidade de Paris.

Existe uma ciência chamada “etologia” que estuda o comportamento e desenvolvimento comportamental animal. Faz parte da biologia. A biologia mostra que, se você tampar os olhos de um gatinho, logo depois que ele nasce, por um pequeno período de tempo, depois, mesmo se você destampar os olhos dele, ele não vai voltar a enxergar, as células do cérebro dele responsáveis pela visão já “morreram”, não se desenvolvem mais. São os chamados “developmental tender points”, ou “pontos sensíveis do desenvolvimento”. Uma vez ultrapassados, não há mais volta…

Na psicologia infantil-juvenil há a mesma coisa : se você não aplicar a disciplina amorosa e o senso de responsabilidade/dever/trabalho, numa determinada fase, depois não se conserta mais. Isso está acontecendo com a juventude de hoje : não recebem disciplina, ocupação, responsabilidade, dever, na época certa. Não aprendem a trabalhar. Depois só irão “curtir os prazeres da vida”, não terão aprendido o “prazer do trabalho”. Irão transformar-se em animais, viver para o prazer das drogas, comida, sexo, o prazer da agressividade, lutas, guerras, etc. Isto é um problema da sociedade ocidental atual, que vive de “passar a mão na cabeça” da molecada, “a psicóloga disse que não pode bater”. Criança precisa, sim, ser contrariada, se necessário, precisa, sim, levar palmada. Não pode se julgar a dona do mundo, melhor do que todos, dona do próprio nariz, a “rainha do pedaço”, o “reizinho que tem de ser satisfeito em tudo”. O amor disciplinado tem de contrariar, tem de castrar. Na época certa tem de dar a tarefa, a responsabilidade, o estudo, o trabalho. Isso, na família de antigamente, ficava muito a cargo do pai. Mas a “função paterna”, hoje em dia , foi destruída, foi anulada. Colocaram a “psicologia” , os “direitos humanos”, os “meus direitos”, o prazer, as “garantias do Governo”, no seu lugar…

Resultado : depois que a pessoa não aprendeu a trabalhar, “ babau”… Não aprende mais; vai querer curtir a vida com outras coisas, que não o prazer da realização , do trabalho, da “coisa-bem-feita”. Vai ter prazer só nas coisas “biológicas”, inclusive na luta. Esse povo das gangues intra-penitenciária tem “prazer em brigar”, tem “prazer em matar”, e isso nossa “sociedade da psicologia”, dos “direitos humanos”, não quer aceitar. Eles estão superfelizes, estão se esbaldando, de tanto guerrear, matar, trucidar, esquartejar. É o prazer deles. Um prazer tanto maior porque turbinado, além dos fatores psicossociais acima, pela lesão cerebral produzida pelas drogas e pelas disfunções cerebrais produzidas pelas genéticas das quais muitos são portadores : hiperatividade, transtorno bipolar, distúrbio de personalidade psicopática, alterações cerebrolesionais do comportamento ( “impulsividade/agressividade orgânica”), etc. Então, com doença, com droga, com toda uma deformação social, psicológica, familiar, são praticamente incuráveis. Se há incurabilidade, têm, sim , de ficarem fechados, pois a sociedade precisa de paz para viver e trabalhar. Mas, mais uma vez, as políticas governamentais vão é na contramão disso tudo : “vamos soltar eles, gente”, “50% está preso injustamente”, “são criminosos de crimes pequenos”, etc.

Olhem, vou dizer prá vocês , após 35 anos lidando com esta população, nunca eu vi um “preso injustamente”, nunca vi um “anjinho na cadeia”. Pelo contrário, quando são presos é porque já é tarde demais, já cometeram crimes demais… Se nossa população carcerária cresce não é por causa de “falta de direitos humanos”, pelo contrário. Ela cresce porque o Brasil é o país mais permissivo , mais frouxo, do mundo, mais libertino do mundo, mais “pode-fazer-o-que-quiser” do mundo, mais sem regras e sem obediência do mundo . É claro que vai ter muito crime mesmo, muito homicídio, muita prisão …

Aqui pode tudo, esse povo faz de tudo, e quando é preso aí vem reclamar da “falta de liberdade”. Solução prá esse povo ? É reclusão mesmo, senão a sociedade não tem paz, como agora não vem tendo… É claro, que, ao meu ver, não é apenas “recluir por recluir”. No meu entender, prisões deveriam ser hospitais psiquiátricos, com tratamento, ocupação, psicoterapia, medicação que se fizer necessária. Avaliações periódicas para ver se há melhora. Se não há melhora, que continuem presos. Antes eles do que nós.

 

 

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  • João Luiz Mauad
  • 18 Janeiro 2017

 

(Publicado originalmente em institutoliberal.org.br)

Todo ano é a mesma ladainha. Às vésperas do Fórum Econômico de Davos, a ONG Oxfam joga na mídia os seus famosos estudos “provando” que a desigualdade de riqueza tem aumentado no mundo e requerendo ações imediatas para frear esse descalabro. Foi assim no ano passado e não é diferente este ano. O Globo, em 19/01, por exemplo, reverbera um comunicado da diretora executiva da Oxfam, Winnie Byanyima, no qual se lê que “A escala da desigualdade global está simplesmente excessiva. A diferença entre os ricos e os demais está aumentando em velocidade muito rápida”. Segundo a mesma ONG, a crescente desigualdade estaria restringindo a luta contra a pobreza global.

“Queremos realmente viver em um mundo onde um por cento é dono de mais do que o resto de nós juntos? Manter os negócios como de costume para a elite não é uma opção sem custos. O fracasso em lidar com a desigualdade vai atrasar a luta contra a pobreza em décadas. Os pobres são atingidos duas vezes com a desigualdade crescente: eles recebem uma fatia menor do bolo econômico e, porque a extrema desigualdade prejudica o crescimento, há um bolo menor para ser compartilhado”, disse Winnie.

Em seu discurso “State of the Union” perante o Congresso, Mr. Obama seguiu na mesma linha.

Interessante que, no mesmo dia 19, e no mesmo jornal, ficamos sabendo que, entre 1990 e 2014, cerca de 70 milhões de latino-americanos deixaram de ser pobres e passaram a engrossar a fila de uma nova classe média, de acordo com os dados oficiais dos próprios governos desses países. Segundo informe da CEPAL (uma organização com viés francamente de esquerda), a redução dos índices de pobreza na A.L. foi de 48,7%, em 1990, para cerca de 27%, em 2014. Apesar disso, segundo a mesma fonte, a América Latina continua sendo o continente mais desigual do planeta.

Como se pode ver, ao contrário do que querem fazer crer os apologistas do igualitarismo, como Oxfam e Obama, pobreza e desigualdade não são duas variáveis positivamente correlacionadas. Não há sequer comprovação de que elas sejam, de alguma maneira, correlacionadas. A pobreza pode aumentar, enquanto a desigualdade diminui (Cuba). A pobreza pode diminuir, enquanto a desigualdade aumenta (China) – a propósito, essa gente deveria perguntar aos chineses se eles se sentem melhor agora ou há 40 anos, quando a igualdade de renda era quase absoluta.

Mas façamos um exercício de aritmética simples. Imaginemos que a renda de João seja de $1.000 por mês e a de Pedro, $5.000. A desigualdade de renda entre os dois é, obviamente, de $4.000. Suponhamos agora que a renda real dos dois tenha duplicado num período de três anos. Nesse caso, a diferença nominal de renda entre os dois, que era de $4.000, passou a ser de $8.000 (João = $2.000 e Pedro = $10.000). Embora a renda real de João tenha aumentado na mesma proporção que a de Pedro, a diferença nominal entre ambos aumentou bastante. Pergunta: a vida de João melhorou ou piorou? Façam as contas: ainda que a renda de João triplicasse e a de Pedro somente duplicasse, a disparidade absoluta de renda – e provavelmente de riqueza – aumentaria.

A simplicidade do exemplo acima não lhe tira o mérito de mostrar quão estéreis são esses relatórios cujo foco principal recai sobre o falso problema das desigualdades, seja de renda ou de riqueza. Só quem pensa no bem estar de João olhando para os rendimentos de Pedro pode achar que não.

Ao contrário do que pensa e diz a Sra. Winnie, não há um bolo fixo, preexistente, de riquezas que, de alguma forma injusta, escorrem para os bolsos dos ricos, deixando os pobres mais pobres. Nas economias capitalistas, a riqueza é constantemente criada, multiplicada e trocada de forma voluntária. A desigualdade, portanto, é um efeito. Sua causa é a diferença de produtividade, ou a capacidade de cada um de gerar bens e serviços de valor para os demais.

Graças a esse fenômeno, nos últimos 200 anos houve um aumento exponencial do padrão de bem-estar no mundo e, consequentemente, uma redução espetacular dos níveis de pobreza. Só para se ter uma ideia desse milagre, 85% da população mundial viviam com menos de um dólar por dia (valores de hoje), em 1820, enquanto hoje são 20%. Será que esta verdadeira revolução pode ser atribuída à distribuição de recursos dos ricos para os pobres, ou será que isso se deve ao efeito multiplicador da produtividade capitalista e ao aumento exponencial do bolo de riquezas?

Confiscar as riquezas e a renda do Bill Gates, como gostariam Obama, Winnie Byanyima e Thomas Piketty, entre outros, de fato, reduziria a desigualdade no mundo, mas é muito pouco provável que melhorasse a vida dos pobres.

Muito pelo contrário. Em economias verdadeiramente capitalistas, onde o governo não interfere escolhendo vencedores e perdedores, a existência de milionários e, consequentemente, de desigualdade, longe de ser algo a lamentar, é altamente benéfica. Em condições de livre mercado, a riqueza pressupõe acúmulo de capital e investimentos em empreendimentos rentáveis, onde os escassos recursos disponíveis são utilizados de forma eficiente na produção de coisas necessárias e desejáveis. Num sistema desse tipo, os ricos criam um monte de valor para um monte de gente, além, é claro, de um monte de empregos.

Portanto, um eventual desaparecimento dos ricos em nada melhoraria a vida dos pobres e eles certamente veriam diminuir as suas chances de conseguir emprego e melhorar a renda. Onde não há gente rica, não há acumulação de capital. Sem capitais, o incremento da produtividade do trabalho é deficiente. Como os mais pobres vivem exclusivamente do próprio trabalho, não é difícil concluir que, quanto mais capitais houver, melhor será para eles.

O resto é chororô de invejosos.
 

 

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  • Miguel Lucena
  • 17 Janeiro 2017

 

“Ele não é uma pessoa má”, afirma a irmã do rapaz de 20 anos que participou do estupro coletivo de uma menina de 11 anos no Recanto das Emas na última terça-feira. Familiares informam que o jovem cursava o ensino médio, era freqüentador assíduo da igreja e não costumava causar preocupação para a mãe. Porém, nos últimos tempos, ele estava acompanhado de más influências e a mãe já tinha falado para ele se afastar dessas pessoas, mas ele não ouviu. A família repete um discurso que já vem se tornando corriqueiro na sociedade: o delinquente é visto como alguém incorporado por um espírito maligno que precisa ser exorcizado para voltar a ser puro e conviver em sociedade.

É como se o ato criminoso fosse praticado por uma entidade estranha ao corpo daquele indivíduo, usado por forças do mal. A culpa, no caso do Recanto das Emas, é das más companhias, mas o jovem de 20 anos era o único maior do grupo, formado por garotos de 13 a 15 anos, sendo ele o corruptor dos demais e único com capacidade de impedir o ato selvagem contra uma criança de 11 anos. A garotada, inclusive a vítima, estava numa residência fazendo farra com narguilê, cuja venda é proibida a menores de 18 anos.

Esses jovens desocupados são gerados, em sua maioria, na cultura da irresponsabilidade, na era dos direitos totais e deveres quase zero, com todos sendo livres para engravidar na hora que querem, às vezes sem saber quem fez o menino. Nas áreas mais pobres, os filhos praticamente não conhecem a figura paterna, criam-se num ambiente de vale-tudo e desrespeito às regras. O pai é o delegado de Polícia, quando chama o feito à ordem.

Disse em artigo anterior que esses jovens têm um perfil arrogante, prepotente, olham de soslaio, vivem desconfiados e não respeitam nenhuma autoridade.Não têm referências, os conhecimentos são pueris e o nível cultural bate e volta em Anita e Valesca Popozuda.

A sociedade em geral já está pagando o preço do nivelamento por baixo. Esse tipo de jovem já é detectado em todos os segmentos sociais, com os meios de comunicação ajudando a difundir como boa a cultura da baixaria e da terra arrasada das favelas. O jeito prostituta de se vestir – chamado disfarçadamente de periguete – chegou às elites, tornando as profissionais do sexo, antes facilmente identificáveis, em população difusa.

Meninos e meninas da classe média vestem as roupas que antes identificavam as gangues juvenis de São Sebastião, Ceilândia e Planaltina, chamados pelos policiais mais antigos de kit-mala. A maioria das cidades do Distrito Federal não tem espaço cultural e o lazer dos jovens é nos bares sujos, onde ficam até as madrugadas e promovem brigas, facadas e tiros.

Noventa por cento das vítimas de homicídios já passaram por uma delegacia pela prática de delitos, quase todos violentos. Para completar, o uso desenfreado de drogas lícitas e ilícitas vai preenchendo o vazio por falta de família, cultura e bom gosto.

A culpa, no entanto, é das más companhias...

* Miguel Lucena é delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e jornalista.
 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 16 Janeiro 2017

 

(Publicado originalmente em www.pontocritico.com)

DISCUSSÃO DAS CRISES
Quando algum país, qualquer que seja, passa por uma eventual (e sempre possível) -CRISE-, as atenções, tanto do governo quanto da sociedade, NORMALMENTE se voltam para a discussão e/ou tomada de decisões que tenham como propósito debelar os males que levaram à situação crítica.
 

VONTADE E CONHECIMENTO DAS CAUSAS
Por óbvio, todas as providências que visam um real enfrentamento de uma eventual CRISE dependem:
1- do pleno convencimento da existência do problema; e,
2- da vontade, que -governo e sociedade- precisam mostrar para atacar as CAUSAS que levaram o país ao -ESTADO CRÍTICO.


MÚLTIPLAS ENCRENCAS
No caso do nosso empobrecido Brasil, infelizmente, a lógica é outra. Detalhe: não se trata de exceção à regra. A questão é mais do que isto: é -sui generis-. A história mostra que gostamos -governo e sociedade- de plantar dificuldades futuras. Ou seja, gostamos mesmo é de MÚLTIPLAS ENCRENCAS, todas de difícil solução. Justamente para impedir e/ou dificultar o conserto dos problemas que, não por acaso, só se avolumam.


ECONOMIA
Vejam que em praticamente todas as rodas a CRISE que mais se destaca é a ECONÔMICA. Tudo porque o mau desempenho da ECONOMIA é determinante de mais DESEMPREGO, menor RENDA, mais INADIMPLÊNCIA, que culmina em menos VENDAS e/ou PRODUÇÃO.


75% DA PRODUÇÃO E CONSUMO
Poucos entendem, infelizmente, que todos os problemas que derivam do mau desempenho da economia são meras, ainda que preocupantes, CONSEQUÊNCIAS. A CAUSA do problema, por mais que muitos não saibam, ou não admitem, está no tamanho absurdo do ESTADO NA ECONOMIA, que se apropria de mais de 75% de tudo que é produzido e consumido no país.
Atenção: não se trata de uma afirmação idiota, irresponsável e nada certeiro. É isto mesmo, sem tirar nem por.


VÁRIAS CRISES
Pois, além da CRISE ECONÔMICA motivada por pouca LIBERDADE e muitos IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES, outras CRISES DEVASTADORAS fazem parte da vida dos pobres brasileiros, como: CRISE MORAL, CRISE FINANCEIRA, CRISE POLÍTICA, CRISE MENTAL, e por aí vai...


FORA TEMER ???
O que mais preocupa é que, diante de tantas CRISES muitos brasileiros gritam -FORA TEMER- como que pedindo a volta de DILMA, ou de LULA ao comando do país. Ora, alguém realmente acredita que a economia do Brasil, nas mãos e pés de qualquer um dos dois petistas, pode melhorar? Ora, ora...


PRAGMATISMO
Vamos deixar bem claro: Temer não é, como diz um provérbio popular, uma Brastemp, mas só o fato de ter sepultado a MATRIZ ECONÔMICA BOLIVARIANA, já é um bom começo. Isto basta? Óbvio que não, mas sejamos ao menos PRAGMÁTICOS: para quem não consegue viver com apenas uma ou duas CRISES, quando um mal maior já é atacado, isto me faz mais feliz, ainda que nunca um cidadão satisfeito.
Com Lula e Dilma a certeza é uma só: o retorno da MATRIZ que levou o Brasil à breca.
 

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  • Thiago Kistenmacher
  • 16 Janeiro 2017

 

(Publicado originalmente em rodrigoconstantino.com)


Assim como Fernando Holiday, vários são os negros que não caíram nas armadilhas dos escravocratas ideológicos, no entanto, quero focar neste rapaz de apenas 20 anos que, sendo negro, gay, liberal e cristão, é considerado pela esquerda como um traidor, um “Pai Tomás”, para ser mais preciso. De acordo com a mentalidade da esquerda, Fernando Holiday deveria ser comunista, ateu e fazer parte de movimentos negros e LGBT’s, entretanto, ele fez valer a diversidade que a esquerda tanto defende, mas que passa a odiar quando ela se configura em prática.

Só que essa turma não deveria odiá-lo. Seria ela racista? Quando os liberais criticam negros de esquerda, são acusados de racistas. Mas e quando a esquerda ataca um negro liberal? Aí a crítica só diz respeito ao posicionamento político? Contraditório, não? Holiday é mais um negro que a esquerda não conseguiu escravizar.

Algumas questões paradoxais: inúmeros movimentos “sociais” dizem estar ao lado dos negros para acabar com a “hegemonia” branca e, por isso, alegam lutar em favor da diversidade, mas querem algo mais diverso do que um negro que vai contra o discurso dos movimentos negros? Afirmam lutar para que os negros sejam livres, mas o que há de mais livre do que um negro que fala por si próprio sem se alicerçar em coletivos repletos de discursos fáceis e vitimistas? Dizem que o negro deve ser um revolucionário, mas o que seria mais revolucionário do que um negro que defende o liberalismo em meio a um império de esquerda? Enfim, esses coletivos insistem na ideia de que os negros devem ter autoestima e não mais se menosprezarem, mas não é justamente isso que o jovem Fernando Holiday tem feito?

Sabe por que isso tudo é tão paradoxal? Porque a esquerda não quer a abolição da escravidão, pelo menos não da escravidão que promove. Explico. Ela pode ser contra a escravidão abolida em 1888 no Brasil, mas defende a escravidão criada em 1917 na Rússia; é contra a escravidão abolida nos EUA em 1863, porém, relativiza a escravidão criada em 1959 em Cuba. A esquerda quer Fernando Holiday submetido à escravidão ideológica e acorrentado aos seus dogmas na senzala do seu autoritarismo. Como o jovem vereador se insurge contra isso tudo, os descontentes chicoteiam-lhe com a fúria do seu ressentimento.

 

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  • Lucas Berlanza
  • 16 Janeiro 2017

(Publicado originalmente em www.institutoliberal.org.br)

Prestigiada por sua carreira de sucessos merecidos como atriz, homenageada com uma honraria na cerimônia do Globo de Ouro, Meryl Streep subiu ao palco e preferiu destilar veneno esquerdista ao microfone. Repetiu a mentira Democrata sobre o suposto deboche de Donald Trump a um repórter com deficiência física, um engodo detalhadamente desmentido por Felipe Moura Brasil em sua coluna na Veja.

Não ficou só nisso, como se caluniar alguém dessa forma fosse pouco; “chorou miséria”, lamentando o quanto os afortunados artistas de Hollywood, os estrangeiros e os jornalistas – eles mesmos, os figurões da CNN que trocam carícias e cargos com o Partido Democrata – são as “categorias” mais perseguidas nos EUA na era nazista de Trump. Trump, saliente-se, que ainda nem foi empossado como presidente da República (!). O que é, na verdade, um posicionamento de oposição à imigração ILEGAL – ILEGAL! -, Streep, como os seus amigos Democratas, lê como xenofobia. Ainda sobrou para os lutadores de MMA e jogadores de futebol, menosprezados de maneira gratuita pela diva do cinema.

Dias depois, saltou-nos aos olhos uma notícia sobre um incidente bastante inacreditável em uma universidade britânica. Segundo a notícia, reproduzida na Gazeta do Povo, “estudantes em Londres querem ‘afrontar a instituição branca’. Por isso, exigem que filósofos brancos (…) deixem de constar no currículo de filosofia e devem ser incluídos no programa ‘apenas se necessário’ e estudados ‘de um ponto de vista crítico’” – como se alguém os estivesse forçando a concordar integralmente com Platão, Kant ou Descartes. De acordo com essas AMEBAS chamadas estudantes da Escola de Estudos Orientais e Africanos, esses “filósofos brancos” – como se as grandes questões da filosofia estivessem intrinsecamente atreladas a cores de pele – representam a “colonização” do ensino superior (?), e deveriam ser estudados majoritariamente filósofos africanos e asiáticos. Mentes lúcidas, como o conservador Roger Scruton, criticaram essa estupidez, como não poderia deixar de ser. É de uma idiotice tão grande que tenho dificuldades até de comentar.

Mentiras sobre a conduta pessoal de um adversário político-ideológico que incomoda as próprias certezas e imperativos rocambolescos sobre o mundo; confusão propositada entre se opor a um grupo que infringe a lei e ser hostil a qualquer estrangeiro; jogar no lixo a maior parte da epopeia da filosofia ocidental que forjou a nossa cultura. Todos esses comportamentos lamentáveis estão sob a mesma égide: o politicamente correto.

Esses dois incidentes revelam da maneira mais indiscutível que, sob o pretexto de proteger minorias supostamente vítimas, em determinado contexto social, de perseguições e opressões naturalmente absurdas, a esquerda moderna – quer seja a chamada beautiful people da classe artística e do Partido Democrata americano, quer seja a New Left em qualquer parte do mundo, quer sejam os “coletivos” (de negros, LGBT ou qualquer coisa que o valha) – está disposta a: destruir reputações, transformar o apreço pela lei no ódio ao diferente, inventar e disseminar histórias falsas, explorar qualquer oportunidade (mesmo premiações individuais) para destilar o seu veneno, atentar contra a educação e a continuidade da transmissão das informações que moldaram a nossa cultura.

Em resumo: DESTRUIR todos os nossos valores e TODA A NOSSA CIVILIZAÇÃO. No ponto extremo, é a esse resultado que eles pretendem chegar, se continuarmos a dar ouvidos a eles. Quando um limite dessa monta e uma pretensão apocalíptica a essas proporções começam a mostrar seus sintomas, passa a não ser nem de longe mais possível o comedimento em defesa das verdades e coisas permanentes que nos são caras. O politicamente correto de que estamos falando é um adversário RACISTA, OBSCURANTISTA e DESTRUTIVO e, por isso mesmo, não merece um pingo de respeito.
 

* Jornalista

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