(Publicado originalmente em www.institutoliberal.org.br)
Abaixo, listo as perguntas que devemos fazer após ouvirmos algumas afirmações socialistas. São perguntas simples e objetivas, porém, que nunca são respondidas. Provocam apenas eufemismos, retóricas, tentativas de desqualificar o autor das perguntas ou simplesmente faniquitos às vezes sentimentais, às vezes agressivos.
1 – O capitalismo exclui os pobres.
Você quer dizer que o capitalismo é o sistema que dedica-se a produzir joias, roupas de grife, carros esportivos e aviões executivos?
2 – O capitalismo gera pobreza.
Essa é a sua conclusão ao comparar a lista dos países de melhor qualidade de vida com a lista dos países com maior liberdade econômica?
3 – O capitalismo cria desigualdades.
Você poderia apontar um regime socialista no qual seus líderes usufruem dos mesmos confortos que a população comum?
4 – O capitalismo não valoriza os esforços do trabalhador.
Como o socialismo valoriza os esforços do trabalhador se ele cobra que todos os trabalhadores de uma mesma categoria devem receber os mesmos salários?
5 – O capitalismo destrói a natureza.
Você consegue imaginar quantas árvores deixaram de ser cortadas desde o surgimento da informática e da internet?
6 – Os bancos exploram as pessoas mais pobres.
Você já comparou o quanto uma pessoa comum paga de anuidade de cartão de crédito em relação ao quanto esta mesma pessoa paga de impostos ao governo num único dia?
7 – A publicidade capitalista induz as pessoas ao consumo.
São as propagandas na TV e os outdoors na rua promovendo a maconha, a cocaína e o crack que fazem as pessoas a consumir essas drogas?
8 – A mídia manipula a população contra o governo.
Em qual sentido, já que a mídia há 12 anos noticia sucessivos casos de corrupção e mesmo assim o PT está em seu 4° mandato consecutivo?
9 – O capitalismo cria necessidades que as pessoas não têm.
Necessidades do tipo… produtos de higiene pessoal, medicamentos, roupas, energia elétrica, meios de comunicação mais confiáveis do que pombos-correios, moradias mais confortáveis do que cavernas, veículos de transporte mais rápidos do que cavalos e armazenamento de dados mais eficientes do que pedras?
10 – O capitalismo oprime o consumidor.
Você quer dizer que o capitalismo oprime as pessoas ao oferecer produtos e serviços cada vez mais variados e a preços cada vez mais baixos?
11 – Os países escandinavos são exemplos de sucesso do socialismo.
Você considera exemplos de países socialistas aqueles que registram as menores participações do Estado na economia, os maiores níveis de liberdade econômica, as maiores taxas de poupança, as legislações que mais garantem a propriedade privada e as políticas que mais restringem a imigração?
12 – Eu falo dos programas sociais desses países.
Se você enxerga que programa social é a mesma coisa que sistema político-econômico, então, devo considerar que você também enxerga como países socialistas Alemanha, Suíça, Canadá, Austrália, Singapura, Japão, Coreia do Sul e, claro, Estados Unidos, já que eles empenham amplos programas sociais?
13 – Como escreveu Marx, o socialismo é inevitável, já que o capitalismo está fadado ao colapso.
Sendo assim, qual a razão do ativismo revolucionário socialista?
14 – Marx foi deturpado.
Você pode explicar como o socialismo científico de Marx seria viabilizado com sucesso sendo que ele ignora completamente o calculo de preços e, em consequência, o princípio da escassez?
15 – A burguesia é egoísta, racista, fascista e homofóbica.
Você se sente uma aberração genética e social por ser branco, nascido e criado na burguesia mas, a despeito disso, tem a mente e o coração voltados apenas para o bem da humanidade?
16 – Os capitalistas são preconceituosos.
Os socialistas não são preconceituosos ao afirmar sobre o caráter e sobre o merecimento das pessoas a partir dos seus endereços e de suas contas bancárias?
17 – Os mais pobres estão se conscientizando sobre os males do capitalismo.
Você poderia apontar alguma pesquisa que mostra que a maioria da população mais pobre não tem ambições capitalistas, que não deseja acumular capital e propriedade?
18 – O liberalismo defende que as grandes empresas tenham liberdade para fazer o que bem entenderem.
Qual foi o último livro de autor liberal que você leu?
19 – Os empresários só pensam no lucro.
Você sabia que para um empresário obter lucro, antes ele precisa pagar salários, fornecedores, impostos, encargos e ainda satisfazer seus clientes?
20 – Os empresários nunca pagam salários justos.
Você não acha que já está na hora dos socialistas montarem suas próprias empresas e começar a produzir de acordo com as relações de trabalho que eles tanto pregam?
21 – O Estado tem que cobrar mais impostos dos mais ricos.
Você aceitaria que o condomínio onde você mora decidisse cobrar mensalidades e taxas proporcionais à renda de cada morador?
22 – O governo faz bem ao gerar emprego em sua própria máquina administrativa.
Você aceitaria que o condomínio de seu prédio contratasse ascensoristas?
23 – O trabalhador tem que ter estabilidade de emprego, não pode ficar a mercê da vontade do patrão.
Você contrataria alguém que não possa demitir?
24 – A iniciativa privada corrompe o Estado.
Seguindo este raciocínio, o policial corrupto deve ser tratado como vítima?
25 – O capitalismo corrompe a arte.
Você já procurou saber que a grande maioria dos eventos e projetos culturais são bancados pelo governo?
26 – O governo tem que proteger a sociedade do capital financeiro.
Quem protege a sociedade do governo?
27 – O Estado tem que proteger a sociedade dos monopólios privados.
Quem protege a sociedade do monopólio estatal?
28 – A iniciativa privada também comete seus abusos e oferece maus serviços.
O que lhe causaria mais indignação: ser assaltado por um ladrão qualquer ou por um policial?
29 – Enquanto o Estado não controlar os principais meios de produção, a sociedade será refém da ganância e da corrupção dos capitalistas.
Quem garantiria à sociedade que os agentes do governo que viessem a controlar os principais meios de produção não seriam igualmente ou mais gananciosos e corruptos que àqueles que viessem a ser depostos?
30 – É papel do Estado promover a justiça social.
Como o Estado conseguiria saber o que cada indivíduo merece?
31 – Não é justo uns poucos terem muito enquanto a maioria tem tão pouco.
Quando você passa por um bairro rico e por um bairro pobre você consegue, só de olhar, saber que todos os moradores do primeiro são pessoas de péssima índole e que todos os moradores do segundo são pessoas dotadas de caráter admirável?
32 – A diminuição da maioridade penal não diminuirá a violência urbana.
Devemos, então, deixar solto um assassino, já que sua prisão não resolveria o problema da violência urbana?
33– A violência urbana é uma reação das classes mais baixas à ostentação burguesa.
Sob esta ótica, o estupro é uma reação dos homens solitários à forma sensual com a qual algumas mulheres se vestem?
34 – Todos têm direito a vida.
Por que, então, cada indivíduo não pode defender sua própria vida?
35 – A liberação do porte de armas aumentaria a violência.
Seguindo seu raciocínio, se liberarem o consumo de drogas como você defende, mais pessoas passariam a se drogar?
36 – Todos têm direito a educação, saúde, moradia, alimentação, lazer e transporte.
E se todos resolverem parar de trabalhar e esperar que o governo lhes ofereça tudo isso?
37 – As mulheres devem ter mais espaço na política.
Elas querem?
38 – A ditadura militar brasileira foi financiada pelos Estados Unidos.
Os grupos que lutavam contra a ditadura brasileira eram patrocinados por quem?
39 – Os interesses coletivos devem prevalecer sobre os interesses individuais.
Sendo assim, uma sociedade de maioria homofóbica tem o direito de intimidar, perseguir e matar gays?
40 – O socialismo luta pelos direitos dos gays, dos negros e das mulheres.
Por que, então, os socialistas repudiam os Estados Unidos, o país governado por um negro de origem pobre, onde os gays e as mulheres mais gozam de liberdade?
41 – Todos devem ser tratados igualmente.
Por que, então, vocês cobram tratamento especial a gays, negros, mulheres e líderes dos movimentos de esquerda?
42 – Cobrar o fim da CLT é uma atitude fascista.
Mas a CLT não foi criada por Getúlio Vargas, o ditador brasileiro que inspirou-se em Mussolini, o ditador fascista italiano?
43 – Eu só quero que mais pessoas tenham acesso aos produtos, serviços e tecnologias produzidas pelo capitalismo.
Como o socialismo espera atingir esse objetivo agindo contra o capitalismo?
44 – A pobreza na África é resultado do capitalismo.
Você quer dizer que antes a África era um próspero continente povoado por inúmeras tribos que amavam umas as outras?
45 – O governo deve controlar o lucro das empresas.
E se os donos das empresas não aceitarem?
46 – O Estado deve intervir para fazê-las funcionar em função do interesse social.
Lembrando que isso já foi feito em muitos países e deu tragicamente errado em todos eles, qual a garantia de que com vocês tudo seria diferente?
47 – Não sou comunista.
Como você enxergaria alguém que vota e defende pessoas e partidos que realizam eventos e fazem referência positiva a ideias, personagens e símbolos nazistas?
48 – Cuba foi vítima do embargo econômico dos Estados Unidos.
Lembrando que uma das principais ideias da Revolução Cubana era o rompimento das relações comerciais com os Estados Unidos, por que Cuba não se desenvolveu economicamente relacionando-se com outros países?
49 – A medicina de Cuba é muito avançada.
Onde são fabricados os equipamentos utilizados na medicina cubana?
50 – A educação cubana é uma das melhores do mundo.
Ao cidadão cubano, para que lhe serve a educação?
51 – Ninguém morre de fome em Cuba.
Cuba é uma ditadura do bem?
52 – Eu não defendo o governo de Cuba, nem da Venezuela.
Quais suas críticas aos dois governos?
53 – Eu apoio a Rússia, o Irã e a Palestina apenas por eles fazerem frente ao imperialismo norte-americano.
Então você, que defende a causa dos gays, dos negros e das mulheres apoia governos oficialmente homofóbicos, racistas e machistas apenas por eles fazerem frente aos Estados Unidos, aquele país construído por imigrantes, cuja presidente de sua maior empresa privada é uma transexual?
54 – É hipocrisia crucificar o PT. Não foi ele quem inventou a corrupção.
Devemos, então, deixar solto um estuprador, já que não foi ele quem inventou o estupro?
55– O PT reduziu drasticamente a pobreza no Brasil.
Considerando que o governo do PT estabeleceu que uma pessoa só deve ser qualificada como pobre se tiver renda abaixo de R$ 291, em qual classe social você enquadra o porteiro do prédio onde você mora?
56 – O PT é vítima de uma conspiração das elites capitalistas.
O PT é inocente de quais acusações?
57 – Não há base legal para um processo de Impeachment contra Dilma.
Você pensaria da mesma maneira se as mesmas acusações pesassem sobre um presidente da república de um partido não alinhado à suas convicções ideológicas?
58 – O governo FHC quebrou o Brasil.
Devo concluir que você reconhece os governos Sarney e Collor-Itamar como ótimas administrações?
59 – As classe mais baixas reconhecem que foi graças ao PT que elas melhoraram de vida.
Você conhece a pesquisa realizada pelo Instituto DataFavela em 63 favelas brasileiras, na qual comprova-se que apenas 4% de seus moradores afirmam ter melhorado de vida por causa de programas do governo?
60 – Não sou petista.
De quais acusações o PT é culpado?
Era uma crespa noite de inverno londrino. Eu tinha convidado para um jantar na embaixada brasileira, ao fim dos anos 70, o grande filósofo liberal francês Raymond Aron e dois sociólogos radicados na Inglaterra, Ralf Dahendorf e Ernest Gellner, este último professor de José Guilherme Merquior, meu conselheiro de embaixada. Na curva do conhaque, quando filosofávamos sobre nominalismo, realismo e existencialismo, contei uma piada que Aron achou divertida. Era a definição de "realidade" por um irlandês, revoltado pela interrupção de suas libações alcoólicas à hora do fechamento dos pubs. "A realidade", disse ele, "é uma ilusão criada por uma aguda escassez de álcool".
Quando partiram os hóspedes, resolvemos, Merquior e eu, em rodadas de uísque, testar duas coisas. Primeiro, a teoria irlandesa do realismo alcoólico. Segundo, nossa capacidade de recitarmos, de memória, aquilo que poderíamos chamar de "leis de comportamento sociopolítico" de variadas personagens e culturas. Alternávamos nas citações, que registrei num alfarrábio que outro dia desenterrei numa limpeza de arquivos. Ei-las:
A lei de Lenin: "É verdade que a liberdade é preciosa. Tão preciosa que é preciso racioná-la".
A lei de Stalin: "Uma única morte é uma tragédia; 1 milhão de mortes é uma estatística".
A lei de Krushev: "Os políticos em qualquer parte são os mesmos. Eles prometem construir pontes mesmo quando não há rios".
A lei de Henry Kissinger: "O ilegal é o que fazemos imediatamente. O inconstitucional é o que exige um pouco mais tempo".
A lei de Franklin Roosevelt: "Um conservador é um homem com duas excelentes pernas, que contudo nunca aprendeu a andar para a frente".
A lei de Lord Keynes: "A dificuldade não está nas idéias novas, mas em escapar das antigas".
A lei de Bernard Shaw: "Patriotismo é a convicção de que o país da gente é superior a todos os demais, simplesmente porque ali nascemos".
A lei de Hayek: "Num país onde o único empregador é o Estado, a oposição significa morte por inanição. O velho princípio de quem não trabalha não come é substituído por um novo princípio: quem não obedece não come".
A lei de Mark Twain: "Um banqueiro é um tipo que nos empresta um guarda-chuva quando faz sol, e exige-o de volta quando começa a chover".
A lei de Lorde Kelvin: "Grandes aumentos de custos com questionável melhoria de desempenho só podem ser tolerados em relação a cavalos e mulheres".
A lei de Charles De Gaulle: "As promessas só comprometem aqueles que as recebem".
A lei de John Randolph, constituinte na Convenção de Filadélfia: "O mais delicioso dos privilégios é gastar o dinheiro dos outros".
A lei de Getúlio Vargas: "Os ministérios se compõem de dois grupos. Um formado por gente incapaz, e outro por gente capaz de tudo".
A lei do governador Mario Cuomo, de Nova York: "Faz-se campanha em poesia e governa-se em prosa".
A lei de John Kenneth Galbraith: "A política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso".
A lei de Sócrates: "No tocante a celibato e casamento, é melhor não interferir, deixando que o homem escolha o que quiser. Em ambos os casos, ele se arrependerá".
No último uísque, Merquior me contou um chiste anônimo, que circulava em Londres: "A natureza deu ao homem um pênis e um cérebro, mas insuficiente sangue para fazê-los funcionar simultaneamente". Ao confidenciar a Merquior que pretendia aposentar-me do Itamaraty para ingressar na política, lembrou-me ele a lei de Hubert Humphrey, vice-presidente dos Estados Unidos na administração Lindon Johnson, que dizia: "É verdade que há vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e merecem estar bem representados".
Tendo em vista minhas ambições políticas, combinamos fabricar conjuntamente uma lei, que passaria à posteridade como a lei Campos/Merquior: "A política é a arte de fazer hoje os erros do amanhã, sem esquecer dos erros de ontem". Ao nos despedirmos, já mais sóbrios, lembrei-me de duas leis. A lei do King Murphy, que assim reza: "Não estão seguras a vida, a liberdade e a propriedade de ninguém enquanto a legislatura estiver em sessão". E a lei do sábio Montesquieu, o inventor da teoria da separação de poderes: "O político deve sempre buscar a aprovação, porém jamais o aplauso". Em minha vida política no Senado e na Câmara procurei descumprir a lei do King Murphy e cumprir a lei de Montesquieu. Sem resultados brilhantes nem num caso, nem no outro...
*Artigo de 19/12/1999
No começo dos anos 1990 eu atuava em uma emissora de rádio FM, e comecei a ler algumas coisas sobre um projeto para um futuro distante: um tal de MP3 – promessa de arquivos bem menores com qualidade de CD, que naquela época era uma grande novidade, de tal modo que o pessoal ia ao Paraguai para comprar ou trazia dos Estados Unidos.
Não demorou tanto tempo assim, e eu já estava pesquisando como o tal MP3 funcionava. Instalei o Winamp e baixei Losing My Religion, da banda REM.
O primeiro MP3 a gente nunca esquece!
Baixar aquele software demorou um tempão – linha discada, modem de 56k, aquele barulho lindo da conexão (escorreu até uma lágrima aqui).
Depois de pouco tempo, surgiu o Napster e, para desespero do Lars Ulrich - dinamarquês que é um dos fundadores e líder da banda de heavy metal Metallica -, o mundo da música nunca mais foi analógico.
Artistas e gravadoras até conseguiram barrar o "aplicativo", mas o estrago estava feito.
Quem realmente entendeu a coisa toda foi um tal de Steve Jobs (já ouviram falar neste cara?) – o iTunes chegou e, bem, hoje você consome música com mouse e fone de ouvido.
Eu nem sou tão velho (idoso, para os imbecis do politicamente corretos), mas já vi várias transformações como essa. Lembrem que o computador acabou com a máquina de escrever, com o fax, com as cartas e um monte de outras coisas. Só para lembrar de coisas jurássicas: fitas K7, VHS, CD, cartuchos de videogame, telegramas, calculadoras…
A Blockbuster virou o que, mesmo? E a Kodak, faz o que hoje em dia? Quantas pessoas andam com cheque nos bolsos? Até dinheiro caiu em desuso – “Pode pagar no débito?"
O novo sempre vem.
Assim como as gravadoras e o Metallica, os taxistas esperneiam à toa.Terão o mesmo sucesso de cocheiros que, em agosto de 1911, protestaram contra a chegada dos taxistas (eita, cavalo!) na Estação da Luz, em São Paulo
Mesmo que matem o Uber, Cabify ou outro aplicativo para transporte privado de pessoas, dando à estas a plena e total liberdade de escolha, que é o bem mais precioso de cada indivíduo e que é o principal alvo da caçada promovida pelos candidatos a ditadores, saibam todos: a brincadeira acabou.
Quando fui para os EUA primeira vez, logo que desembarquei em Atlanta, na Georgia (on my mind), lembro que gritei “táxi" para parar um carro amarelo. Foi divertido imitar cenas que vi em centenas de filmes ao longo da vida. No passado, peguei meu celular e aguardei o carro parar à minha frente.
A cidade de São Francisco discute sobre carros autônomos enquanto o legislativo brasileiro está "regulamentando" os aplicativos de transporte privado de livre escolha, tais como Uber e Cabify. Se acabarem com o Uber, em pouco tempo vem o Fluber, ou o Gluber; Se acabarem com o Cabify, teremos o Cabidry ou CabiFly.
Nesta mesma linha, o que dizer das operadoras de telefone? Ainda não se conformaram com o whatsapp. A cada hora tentam impedir a chamada de voz dentro do aplicativo. Mesmo que consigam, surgirá outro aplicativo, com outra solução.
Não gostou? Melhor ir brigar com Schumpeter. Apenas para ilustrar, Joseph Schumpeter é considerado um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, e foi um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento. Ah, sim. Ele faleceu em 1950.
E as TVs a cabo? Ainda não descobriram uma forma de conter o avanço da Netflix. A ideia brilhante foi tentar, em conjunto com as operadoras, limitar o consumo de dados para determinados aplicativos. Imagino que os diretores de Vivo, Sky, Net, Claro e Oi sejam extremamente bem remunerados.
É lamentável que a única saída encontrada pelos bem remunerados executivos e grupos de sindicalistas que não querem perder as "boquinhas livres e mamatas", e acabam por ter o mais absoluto apoio da classe política, seja por meio de tentar frear a inovação.
A má notícia para essa gente toda é que o melhor é se preparar para a mudança, não adianta nada brigar com novos modelos.
Isso vale para todos!
Podem até fazer barulho, mas não vão resolver a vida de ninguém, nem fazer o mundo parar de girar.
Lembrem que o CD matou o disquete, mas foi morto pelo pen drive.
Não sei muita coisa nem sou tão inteligente assim, mas o que eu sei é que neste novo mundo, não haverá espaço para taxistas, locadoras de DVD e o Netflix veio para ficar, nem que seja como modelo, e é loucura seguir olhando para o mundo como era antes.
Bons e verdadeiros profissionais se adaptam às mudanças.
Pessoas honestas a promovem.
A propósito: um conhecido me mostrou um "print screen" (fotografia da tela do computador ou smartphone) da tela de seu celular. Ele trabalha para o Cabify. Vejam só! A deputada federal Maria do Rosário votou a favor do projeto que acaba com os aplicativos de transporte privado, mas ela usa. A imagem que foi mostrada, apresentava a foto da política fazendo um chamadinho básico.
*Jornalista
(Publicado na edição impressa de VEJA)
Os brasileiros não param de ouvir, já faz um certo tempo, advertências informando a todos que é preciso tomar muito cuidado com o que estão ouvindo por aí. Essa história de dizer que os políticos são uma completa desgraça em sua conduta e em seus resultados, por exemplo, é um perigo. Segundo os autores dessas recomendações de cautela, não se podem desmoralizar os políticos, pois isso desmoraliza as “instituições”, e aí vai tudo para o diabo — sem eles e sem elas, como ficaria o país? O Judiciário, então, é um tema mais delicado ainda: por mais absurdo que esteja se tornando o Brasil que constrói passo a passo com as suas decisões, como fazer pouco dos nossos mais altos magistrados? Além dos políticos e dos juristas, é preciso prestar muita atenção, também, antes de falar mal dos partidos, das lideranças nacionais e dos homens públicos em geral. Por piores que sejam, não há democracia sem a presença de todos eles – a única solução, portanto, é aguentar. Tudo bem, mas os personagens desse elenco fazem o possível e o impossível para despertar contra eles, como diria o ex-deputado Roberto Jefferson, os instintos mais primitivos da população. Fica difícil desse jeito.
Seu último prodígio, uma obra de autoria coletiva que soma os esforços de juristas, políticos e partidos, é o que poderia se tornar conhecido como “o Caso da Chapa”. A assinatura oficial da obra é da “Justiça Eleitoral” – uma das peças mais notáveis do acervo em exibição no Museu de Horrores do Estado Brasileiro, com o seu Tribunal Superior Eleitoral, os 27 tribunais regionais, mais de 20 000 funcionários e funções desconhecidas em qualquer democracia bem-sucedida do mundo, onde jamais se julgou necessário criar uma “justiça eleitoral” para fazer eleições. O Tribunal Superior Eleitoral, como se sabe, está examinando desde o fim de 2014 um processo para decidir se a chapa vencedora das eleições presidenciais, de Dilma Rousseff e Michel Temer, recebeu dinheiro ilegal na campanha. É um fenômeno: esse delito tornaria “inelegível” uma chapa que já foi eleita dois anos e meio atrás, deporia de novo do cargo uma presidente que já foi deposta e mandaria para a rua o presidente atual, que termina o mandato já no ano que vem — o que obrigaria o Brasil a ter mais um presidente aleijado e de vida breve, o terceiro de 2015 para cá. Para piorar ainda mais a qualidade da charada, o relator do processo julgou necessário escrever um relatório de 1 032 páginas sobre o caso — mais que isso, só a Bíblia. Na semana passada, sempre na esperança de fazer esse disparate desaparecer pelo cansaço, ou pela sua própria falta de nexo, o TSE resolveu deixar tudo do jeito que está.
Depois de todo o tempo que já passou desde o começo do caso, os ministros acharam que seria preciso dar ainda mais uns dias aos advogados de Dilma para que apresentassem sua defesa; para garantirem que nada aconteça, resolveram também que as partes ainda podem chamar testemunhas — enfim, acabaram de adiar tudo de novo, e o caso, que ninguém já levava a sério, entrou definitivamente na área da palhaçada. Mais uma vez, como vem ocorrendo nos últimos 500 anos, “prevaleceu o bom-senso”, como observou um dos marechais de campo da tropa política de Brasília. Nem é preciso avisar: quando o cidadão ouve alguma figura pública brasileira dizer que prevaleceu o bom-senso, pode ter certeza de que estão lhe batendo a carteira. O que prevaleceu, mesmo, foi o interesse de cada um. Ninguém gosta do presidente, ou diz que não gosta, mas todos querem que o presidente fique. O PT finge que está em guerra com o governo: na rua, os militantes gritam “Fora, Temer”, na conversa para valer, os chefes do partido dizem “Fica, Temer”. O PSDB, que começou a ação para anular a chapa Dilma-Temer, reduziu sua cobrança pela metade: como Dilma já foi, quer que Temer fique. O senador Renan Calheiros, ninguém menos que ele, se transformou de vinho em água e todo dia requisita os jornalistas para dizer-lhes que é agora um homem da oposição, aliado de coração do ex-presidente Lula e inimigo mortal de Michel Temer. Ninguém, enfim, quer o que diz — nem o TSE quer julgar coisa nenhuma. Estão todos pensando, apenas, em como tirar proveito do que pode acontecer em 2018, e em permanecer fora do xadrez até lá. É o circo marambaia.
Se você não percebeu quem os políticos, ministros de tribunais, gênios dos partidos etc. escolheram para fazer o papel de palhaço nesse picadeiro, pense um pouco. Em menos de um minuto vai ver que o palhaço é você.
Era uma vez uma civilização. Nela, havia a arte. E a arte que nela havia abria vias até o céu. Céu pleno de Vida — Vida nova, verdadeira, Vida que desconhecia fim. Ali, existia o Amor autêntico, tão belo quanto se diz.
Infelizmente hoje, caros amigos, nada mais daquilo resta. Nada, senão as sombras das realidades que foram; ruínas e despojos de noções e virtudes que se pensavam eternas. Nada mais subsiste além do sonho, do desejo, da oração, da confiança em um milagre para a restauração universal. O milagre do Amor onipotente.
Perguntai-vos entrementes, que fazer? Amai-vos vós outros, exilados das verdades esquecidas. Encontrai-vos e amai-vos, pois sois ora vós os últimos. De modo que sereis os primeiros. Cada coração verdadeiro é monastério, ei-la a nossa situação nestes dias escuros. Deveis salvar, entre as muralhas do pensamento individual, cada fascículo ainda sobrevivente dos impérios olvidados, para prover uma vez mais ao cultivo dos bens incultos, campos abandonados e aldeias desertas que o novo tempo acumula, a nova paisagem revela.
Agora, os homens crêem que tudo no mundo — quando não o mundo mesmo, vezes tantas — seja convenção, arbítrio, livre disposição. Não reconheceriam autoridade suprema sequer se postos face a face ao Criador. A terra, porém, conhece uma só Lei, e essa mesma terra os há de chamar pelo nome. Tal é a natureza das coisas: sopram as areias do tempo, mas, por mais que pareça enuviar-se, nenhum bem verdadeiro em verdade se perde: comunicam o Bem, que no eterno perdura.
(Publicado originalmente em institutoliberal.org.br)
Só há dois tipos de pessoas que negam que há doutrinação em sala de aula: mentirosos e ingênuos. Não estou generalizando a doutrinação. Ela não acontece sempre e em todos os lugares, mas ocorre muitas vezes e em vários lugares. E isso já basta.
Digo isso porque atualmente corre um processo na justiça no qual Ana Caroline Campagnolo, professora de História, acusa, legitimamente, como veremos, a professora Marlene de Fáveri por discriminação e perseguição religiosa e ideológica na UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina – eis o vídeo completo da Audiência Pública onde Campagnolo expõe caso e os áudios nos quais podemos ouvir claramente a perseguição sofrida por ela. Não vou me atentar aos detalhes do processo, pois eles já são explicitados de forma pormenorizada pela própria Campagnolo neste vídeo. O que gostaria de fazer aqui, brevemente, é reforçar a ideia de que a doutrinação ideológica em sala de aula é inegável. Vamos aos fatos.
A professora Marlene de Fáveri, que seria a orientadora de Campagnolo, com o suporte de vários alunos, infringiu o Artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (2005) que pode ser encontrado aqui.
Eis alguns incisos importantes que foram claramente violados:
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
Marlene de Fáveri desrespeita o inciso segundo sobre a “liberdade de aprender” quando diz: “nós estamos aqui porque nós nos matriculamos dentro de uma perspectiva de pensamento.” Mas como a própria Campagnolo fala, ela não se matriculou numa “perspectiva de pensamento”. Aliás, ninguém se matricula numa “perspectiva de pensamento”, mas num curso que, público e que tem uma professora “democrática” como Fáveri alega ser, deveria respeitar a opinião de todos os estudantes, ainda que “problematizando-as” – como adoram dizer.
O terceiro inciso é desprezado quando a professora fala sobre o curso. No que diz respeito às ideias feministas por ela defendidas, a professora afirma: “ou eu concordo ou não concordo; se eu não concordo eu não venho”. Cadê o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas? Quer dizer que, se a estudante for contrária ao pensamento feminista, ela não pode se matricular num mestrado em História numa universidade pública? Todos os estudantes de Ciências Humanas sabem que ser opor ao feminismo, ainda que de forma velada, causa furor, pior ainda quando o sujeito ousa declarar-se adversário da causa.
No momento em que Campganolo diz ser conservadora, uma de suas colegas de sala de enuncia: “Eu não sei, de repente tem uma universidade em História que seja conservadora…” O absurdo da situação parece não ter limites. Em vez de a professora, que é servidora pública, rechaçar a fala da colega e mostrar que o ambiente universitário deve ser democrático, não faz nada. Depois, outra colega de Campagnolo assinala: “Só que a lógica, Ana, é que a tua lógica, a lógica dos conservadores é a lógica da opressão e a nossa não.” Que clichê! Que pobreza de espírito! Dito isso, pergunto: quem está oprimindo quem? Quem é a minoria oprimida naquela sala? É exatamente a conservadora que está sendo oprimida, afinal, a maioria, que é de esquerda, a oprime, o que solapa a própria militância advogada pelas feministas.
Em seguida uma colega admite: “…a gente não vai ver um conservador com bons olhos”. Claro que ninguém é obrigado a ver ninguém com bons olhos. Eu também não vejo com bons olhos essa turma sectária. Mas no ensino público é dever do professor e dos alunos respeitarem o inciso IV citado acima: “respeito à liberdade e apreço à tolerância;” Logo depois a professora lamenta: “triste que seja desse jeito e, evidentemente, tem muita gente que gosta do ridículo…” O que seria o ridículo aqui? Respondo: ridículo, para ela, é ser conservador, cristão e não gostar da militância feminista. Eu também acho ridícula a metafísica do Estado socialista ou o sacrifício da ciência no altar da paixão político-ideológica, mas as opiniões devem ser respeitadas. Não deveríamos nos comportar como pelotões de fuzilamentos inimigos, como disse João Pereira Coutinho semanas atrás.
É impossível negar os fatos acima, que são sustentados por provas. Mas existe algo a mais nisso tudo, e este algo a mais é o fato de que a educação, os estudantes e disputa pela verdadeira pluralidade está em curso, mesmo que alguns estudantes tenham que sofrer na pele as consequências de enfrentar a hegemonia da esquerda. Já passou da hora de a universidade fazer jus à sua própria concepção.
Outra coisa. Parece que a professora Marlene de Fáveri, bem como inúmeros professores, até hoje não compreenderam o significado da palavra “universidade”. Ou será que “universidade” também quer dizer algo como “pólo de militância política”? Vejamos:
u•ni•ver•si•da•de – substantivo feminino
1. Universalidade.
2. Conjunto de escolas de instrução superior onde se professam ciências ou letras.
3. Os edifícios em que se professam.
4. O corpo docente dessas escolas.
5. O conjunto dos estudantes da Universidade.
1.6. Academia.
É, de fato a palavra “universidade” nada tem a ver com militância, seja lá qual for. Por isso Ana Caroline Campagnolo tem razão. A professora opressora que confunde o ato de ensinar com sacerdócio ideológico e a sala de aula com a sede de um partido revolucionário a desrespeitou e, conforme Campagnolo aponta no processo, Fáveri a perseguiu religiosa e ideologicamente.