Da série "Coisas que não contaram para você".
DOM PEDRO II DO BRASIL
Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta, em seu último ano de reinado em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo a educação, a construção de Faculdades e principalmente de inúmeras Escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.
A bandeira nacional brasileira tem entre as cores o verde e o amarelo pois a mãe de Pedro II do Brasil, a Imperatriz Leopoldina idealizou e costurou a primeira bandeira nacional sendo o verde a cor símbolo da casa real dos Bragança e o amarelo da casa real dos Habsburgo . Diferentemente como muitos pensam o verde não representa as matas e o amarelo não representa o ouro. Além disso seu pai Pedro I que compôs o nosso primeiro hino nacional que sofreu modificações ao longo da república.
Pedro II do Brasil é Patrono do Corpo de Bombeiros e da Astronomia.
Em 1887, a média da temperatura na cidade do Rio de Janeiro era 24° no ano. No mesmo ano a máxima no verão carioca no mês de janeiro foi de 29°.
A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).
Em 1871, a Imperatriz Teresa Cristina doou todas as suas joias pessoais para a causa abolicionista, deixando a elite furiosa com tal ousadia. No mesmo ano A Lei do Ventre Livre entrou em vigor, assinada por sua filha a Princesa Imperial Dona Isabel.
(1880) O Brasil era a 4º Economia do Mundo e o 9º Maior Império da História.
(1860-1889) A Média do Crescimento Econômico era de 8,81% ao Ano.
(1880) Eram 14 Impostos, atualmente são 98.
(1850-1889) A Média da Inflação era de 1,08% ao Ano.
(1880) A Moeda Brasileira tinha o mesmo valor do Dólar e da Libra Esterlina.
(1880) O Brasil tinha a Segunda Maior e Melhor Marinha do Mundo. Perdendo apenas para Inglaterra.
(1860-1889) O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.
(1880) O Brasil foi o maior construtor de estradas de Ferro do Mundo, com mais de 26 mil Km.
A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto para falar mal do nosso Imperador. "Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros" conta o historiador José Murilo de Carvalho. "Schreiner, ministro da Áustria, afirmou que o Imperador era atacado pessoalmente na imprensa de modo que 'causaria ao autor de tais artigos, em toda a Europa, até mesmo na Inglaterra, onde se tolera uma dose bastante forte de liberdade, um processo de alta traição'." Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura.
"Imprensa se combate com imprensa", dizia.
"Quanto às minhas opiniões políticas, tenho duas, uma impossível, outra realizada. A impossível é a república de Platão. A realizada é o sistema representativo [a Monarquia]. É sobretudo como brasileiro que me agrada esta última opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano, porque esse dia seria o do nascimento da mais insolente aristocracia que o sol jamais alumiou" (Machado de Assis, escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras)
1. A média nacional do salário dos professores estaduais de Ensino Fundamental em (1880) era de R$ 8.958,00 em valores atualizados.
2. Entre 1850 e 1890, o Rio de Janeiro era conhecido na Europa como "A Cidade Dos Pianos" devido ao enorme número de pianos em quase todos ambientes comerciais e domésticos.
3. O bairro mais caro do Rio de Janeiro, o Leblon, era um quilombo que cultivava camélias, flor símbolo da abolição, sendo sustentado pela Princesa Isabel.
4. O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de "O Guarani" foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.
5. Pedro II tinha o projeto da construção de um trem que ligasse diretamente a cidade do Rio de Janeiro a cidade de Niterói. O projeto em tramito até hoje nunca saiu do papel.
6. Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
7. Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.
8. Desconstruindo boatos, D. Pedro II e o Barão/Visconde de Mauá eram amigos e planejaram juntos o futuro dos escravos pós-abolição. Infelizmente com o golpe militar de 1889 os planos foram interrompidos.
9. Oficialmente, a primeira grande favela na cidade do Rio de Janeiro, data de 1893, 4 anos e meio após a Proclamação da República e cancelamento de ajuda aos ex-cativos.
10. D. Pedro II tinha 1,91m de altura, quando a média dos homens brasileiros era de 1,70m e mulheres 1,60m.
11. Na época do golpe militar de 1889, D. Pedro II tinha 90% de aprovação da população em geral. Por isso o golpe não teve participação popular.
12. José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para a proteção da Princesa Isabel, chamada "A Guarda Negra". Devido a abolição e até mesmo antes na Lei do Ventre Livre , a princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas.
13. O Paço Leopoldina localizava-se onde atualmente é o Jardim Zoológico.
14. O Terreno onde fica o Estádio do Maracanã pertencia ao Duque de Saxe, esposo da Princesa Leopoldina.
15. Santos Dumont almoçava 3 vezes por semana na casa da Princesa Isabel em Paris.
16. A ideia do Cristo na montanha do corcovado partiu da Princesa Isabel.
17. A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram alforriados e assalariados, em todos imóveis da família.
18. D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos.
19. D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente.
20. A primeira tradução do clássico árabe "Mil e uma noites" foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.
21. D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.
22. D. Pedro Augusto Saxe-Coburgo era fã assumido de Chiquinha Gonzaga.
23. Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época.
24. Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.
25. Os pequenos filhos da Princesa Isabel possuíam um jornalzinho que circulava em Petrópolis, um jornal totalmente abolicionista.
26. D. Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia para a eleição Presidencial, devido sua popularidade, na época os eleitores podiam votar em qualquer pessoa nas eleições.
27. Uma senhora milionária do sul, inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Pedro II anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil, ele respondeu literalmente com dois "Never!" bem enfáticos.
28. Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.
29. A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.
30. Thomas Edison, Pasteur e Graham Bell fizeram teses em homenagem a Pedro II.
31. Pedro II acreditava em Allan Kardec e Dr. Freud, confiando o tratamento de seu neto Pedro Augusto. Os resultados foram excelentes deixando Pedro Augusto sem nenhum surto por anos.
32. D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exilio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.
33. A Princesa Isabel já em seu exilio em 1904 foi perguntada por que a família raramente usava as joias Imperiais no Brasil. Princesa Isabel respondeu que tanto ela como sua mãe, sabia que aquelas joias não as pertenciam. Que poderiam usar a qualquer hora em qualquer ocasião, mas raramente enxergavam motivos para usa-las. "Ainda mais se tratando de adornos grandes, pesados e de extrema "arrogância" com nosso povo".
34. Em Particular a Imperatriz Teresa Cristina sempre foi alvo de jornais e nobres da época por sua simplicidade e falta de capricho em seus trajes e adornos. Sempre muito discreta, só usava suas joias de cunho pessoal, nunca usou as joias do cofre Imperial, as tais "joias da coroa". A mídia zombava de uma Imperatriz que se vestia como uma senhora de classe média.
35. A maioria das joias particulares de família foram leiloadas e outras roubadas pelos militares dias após o Golpe de 1889. Já as joias Imperiais foram totalmente saqueadas pelos militares.
Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Pedro II, Acervo Museu Imperial de Petrópolis RJ, IHGB, FGV, Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de Carvalho.
*(Publicado originalmente por Equipe Dom Pedro II do Brasil em https://www.facebook.com/pg/PedroIIBrasil).
(Publicado originalmente em http://www.ubirataniorio.org/)
Como o mundo inteiro está sabendo, a sociedade venezuelana está doente, muito doente, em estado de diátese econômica, moral e social, cuja causa – e temos que apontá-la peremptoriamente - é uma e somente uma: o socialismo. A mídia, no entanto - com raríssimas exceções - silencia sobre essa causa e chega a recorrer a metáforas tão mirabolantes quanto patéticas para escapar de mencioná-la.
O lema bolivariano - ¡Socialismo o muerte! - é um grande engodo, um enorme embuste e por uma razão muito simples. Assim como no plano individual não existe escolha entre beber em excesso e ficar embriagado, ou entre entrar com seu carro em uma favela do Rio e tê-lo alvejado por marginais, também não existe opção no âmbito social entre socialismo e morte, porque o socialismo, conforme um século de demonstrações desnuda, é a morte. O mote correto, portanto, deve ser: ¡Socialismo es muerte!
Refiro-me ao socialismo em sua forma mais radical, o comunismo, com abolição da propriedade privada, mas o dístico também se aplica, no longo prazo, ao socialismo brando, conhecido como social-democracia, já que a terceira via, em poucas décadas, sempre tende a desaparecer, dando lugar ao totalitarismo, com intervencionismo gerando mais intervencionismo em bola de neve.
O sistema que o caricato ditador Maduro está tentando impor a todos os venezuelanos mata, elimina, extermina, chacina, fuzila, trucida, massacra e dizima os direitos fundamentais à vida, à liberdade e à propriedade e, portanto, trata-se, sem meias palavras e por sua própria natureza, de um regime inelutavelmente assassino.
Ao exterminar a essência das atividades econômicas, é um produtor permanente de pobreza, a mesma pobreza que seus defensores pensam que estão a combater. Na obra Socialismo, de 1922, Ludwig von Mises já mostrava que nas economias planificadas é impossível haver cálculo econômico, com base no argumento de que para existir cálculo econômico é preciso que existam preços; para que estes existam, é necessário que existam mercados; estes, por sua vez, pressupõem a propriedade privada dos meios de produção e, como o socialismo suprime esta última, pode-se concluir que é um sistema que se guia às cegas. O discurso dos socialistas-comunistas é o da distribuição da riqueza, mas a prática nos mostra sobejamente que é um exterminador de qualquer riqueza e um distribuidor de escassez e pobreza. Se olharmos para todos os experimentos socialistas de engenharia social, não encontraremos um que seja que tenha logrado obter êxito.
Não me venham falar da China, pois aquele país só conseguiu desenvolver a economia depois que jogou no lixo as idéias de Mao Tse Tung e abriu-se ao comércio internacional, mas, como manteve o planejamento central, sua economia já começa a apresentar sintomas de que será difícil manter as taxas de crescimento elevadas. A esse respeito, recomendo o artigo de Per Bylund, “China: uma aberração econômica keynesiana e mercantilista”publicado no site do Instituto Mises Brasil em 2/8/2017 (link: http://mises.org.br/Article.aspx?id=2736).
Ele chacina milhões de pessoas, desde os tempos da Revolução de 1917 na Rússia aos assassinatos na Venezuela atual.
Quem não conhece (apesar do esforço gigantesco da maioria dos professores de história em escondê-lo) o “Holodomor”, ocorrido na Ucrânia em 1932-1933, um dos maiores crimes cometidos em toda a história da civilização (ver o excepcional artigo de Thomas Woods, “A fome na Ucrânia - um dos maiores crimes do estado foi esquecido”, em: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1046).
Ou a ditadura de Mao na China, que trucidou 5 milhões de pessoas em 1949-1950 e, no Grande Salto para a Frente, entre 1959 e 1961, mais de 70 milhões de seres humanos (ver, por exemplo, a resenha de Paulo Roberto de Almeida ao livro de Jung Chang e Jon Halliday “A História Desconhecida - Mao", em: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2014/01/china-ditadura-de-mao-causou-70 milhoes.html).
Ou a morte de 2 milhões de cambojanos, ou seja, de um em cada três da população total daquele país, perpetrada em 1972, durante o Khmer Vermelho, pelo tirano Pol Pot, insuflado por seu guru Jean-Paul Sartre, que preferiu permanecer nos cafés de Paris bebendo vinho “nacional” a ir viver nos campos agrícolas do Camboja, que foi o destino por ele sugerido a Pot para a população. Há inúmeros outros exemplos.
A ilha dos irmãos Castro eliminou algo perto de 136 mil pessoas que ousaram discordar de suas ideias, embora o “comandante” Fidel, como a imprensa brasileira carinhosamente tratava o facínora, jurasse que apenas 5 pessoas morreram na revolução de 1959.
Quantos milhões de pessoas o gordinho Kim Jong-Um mandou assassinar na Coreia do Norte, além do próprio irmão e de um general que ousou dormir durante um discurso do “grande líder”? E quantos também perderam suas vidas na antiga Alemanha Oriental, no Vietnam do Norte e em vários países africanos?
O socialismo é um desastre econômico, moral e social completo, a morte anunciada. E o intervencionismo – definido como uma forma mais branda de socialismo, ou como social-democracia – também leva a resultados trágicos no longo prazo. Convém examinarmos essas afirmativas com atenção, primeiro apontando individualmente os principais problemas do socialismo.
Para começar, o socialismo é um erro intelectual, pois em um sistema socialista, existe um órgão central, um órgão de planejamento, do qual emanam os comandos ou ordens impostos à vida social, em que se incluem, evidentemente, as ações no campo da economia. A atuação desse órgão é essencialmente coercitiva e se sobrepõe, em nome do coletivismo, aos planos individuais de ação e às aspirações de cada cidadão. Não importam os desejos de João, Maria, José ou de quem quer que seja, mas sim as necessidades coletivas, ente tão abstrato quanto atraente para fins populistas e totalitários, com aura de inatacáveis para jornalistas mal informados.
É evidente que um sistema de organização social e econômica fundamentado dessa forma é um enorme erro intelectual, pelo simples fato de que é impossível que o órgão central, ao qual cabe tomar a maioria das decisões, sobrepondo-as às decisões individuais, possa dispor de um conjunto de informações ou conhecimento suficiente para que os seus comandos tenham efeitos coordenadores sobre o sistema social.
Cada agente possui um conjunto de informações individual de natureza prática e não passível de articulação, que está sempre disperso e se apresenta oculto. Sendo assim, não é logicamente aceitável a suposição de que esse conjunto, bem como os dos milhões de outros indivíduos, possa ser transmitido para o órgão central. Isso ocorre tanto porque o volume de informações é muito grande, como, principalmente, porque está disperso na mente dos habitantes da sociedade, sendo, portanto, impossível expressá-lo formalmente e transmiti-lo explicitamente ao órgão de controle.
Os órgãos centrais nesses sistemas são formados por seres humanos como outros quaisquer, sejam eles ditadores, caudilhos, sindicalistas, militares, civis, intelectuais ou políticos eleitos pelo povo e, sendo assim, não é razoável esperarmos, por melhores e mais “puras” que possam ser as intenções de seus integrantes, que possuam o dom da onisciência, que lhes permita absorver, saber e interpretar ao mesmo tempo todos os conjuntos de informações que se encontram dispersos, de forma individual, nas mentes de todos os agentes existentes na sociedade, conjuntos esses que estão permanentemente se alterando e renovando ao longo do tempo. E observemos que isto é verdade mesmo na presença do extraordinário desenvolvimento da informática, porque esses instrumentos tendem a aumentar fortemente a capacidade dos agentes individuais de descobrir novas informações práticas, dispersas e ocultas, prejudicando ainda mais a capacidade de obter as informações necessárias por parte do órgão planejador.
Na verdade, os planejadores nem mesmo conseguem saber qual o seu o grau de ignorância a respeito das informações necessárias para promover a coordenação. E existe aí um paradoxo insolúvel, o de que quanto maior o grau de coerção por eles imposto, menores são as possibilidades de atingir os seus propósitos, por mais bem intencionados até que possam ser, porque, nesses casos, a ausência de coordenação aumenta, gerando distorções e desajustes nos mercados, que crescem progressivamente com o tempo.
Há, contudo, muitos outros defeitos do intervencionismo inerente ao socialismo. De fato, a atitude arrogante da pretensão do conhecimento que caracteriza todos os sistemas intervencionistas, desde o socialismo radical até as suas formas mais brandas como a social democracia e que leva ao que Hayek denominava de construtivismo e engenharia social, a par de constituir-se em grave erro intelectual, produz uma série de problemas que, inevitavelmente, determinam seu fracasso. Listaremos em seguida alguns desses defeitos dessa concepção coletivista da sociedade.
O primeiro deles é a impossibilidade desses sistemas de promoverem a coordenação e da consequente desorganização da sociedade que isso produz, levando a que muitos dos agentes sejam levados a atuar de maneira contraditória, o que se traduz em uma indisciplina comportamental generalizada, com a ocorrência de erros que não são vistos como tal, exatamente pela inexistência de coordenação. O resultado é uma frustração também generalizada dos planos individuais. Essa situação costuma servir como pretexto aos planejadores para intensificarem as intervenções na vida social e econômica, o que, evidentemente, só faz com que o problema se agrave.
O segundo é a inibição no processo de criação de conhecimento, provocada pelo desincentivo à geração de informações e à descoberta sobre os desejos efetivos dos consumidores, que se reflete na baixa qualidade dos bens e serviços produzidos pelo sistema econômico e na escassez. Na verdade, muitas vezes esse estado de escassez nem pode ser percebido, porque sua percepção precisaria ser sentida pela ação empresarial, mas esta ou é impedida de existir ou é fortemente influenciada pelo excesso de regras com o caráter de comandos que emanam do órgão central.
Terceiro, os sistemas intervencionistas são um convite à realização de maus investimentos e ao desemprego de fatores de produção, porque introduzem artificialmente no horizonte uma nuvem imensa de falta de informações e de distorções, que prejudica irremediavelmente a visão dentro dos mercados. Com efeito, o desemprego é um dos efeitos mais típicos da coerção institucional que impede o livre desempenho da ação humana e, portanto, da função empresarial. O “remédio” adotado historicamente pelos governos socialistas é o de mascarar ou, simplesmente, esconder as estatísticas sobre o emprego.
Um quarto efeito perverso do intervencionismo é que ele tende a produzir mais corrupção do que os sistemas em que as liberdades individuais prevalecem e esse vício se manifesta tanto por parte dos que ocupam o poder quanto pelo lado dos demais agentes, por uma razão muito simples: sistemas centralizados tendem a concentrar o poder e a criar uma série de dificuldades para as ações empresariais, o que, em razão das fraquezas humanas, estimula a venda de facilidades.
Quando os potenciais empreendedores percebem que será mais fácil alcançar os seus fins se dedicarem o seu tempo a tentar influir nas decisões governamentais, acabam abandonando ou colocando em segundo plano exatamente a essência de sua função social, que é a de descobrir oportunidades de lucros por meio dos mercados e coordenar assim as atividades econômicas. Isto corrompe o processo social espontâneo, substituindo-o por um nefando processo de luta pelo poder. Os agentes que não conseguem êxito em sua tentativa de influenciar as decisões dos planejadores, por sua vez, são tentados a despender uma parcela maior de sua atividade empresarial e de sua criatividade para tentar evitar os efeitos prejudiciais a eles impostos pelos comandos, em troca da concessão de vantagens, privilégios, propinas e outras formas de corrupção para os que têm o controle das normas. O socialismo, portanto, promove desvios da função empresarial.
Em quinto lugar, o intervencionismo tende a estimular reações por parte dos agentes no sentido de desobedecerem aos comandos e ordens exarados pelo órgão central, que se manifestam em ações à margem da legalidade – ou da pretensa legalidade – imposta pelos comandos. Isto significa que ele estimula o surgimento da economia informal, especialmente naqueles setores da economia em que a coerção, sob a forma de regulamentações, é mais forte. Essa reação existe tanto nas sociedades socialistas como naquelas que optam por um sistema mais brando de intervencionismo ou social democracias, com a ressalva de que nestas últimas a corrupção e a economia informal tendem a se desenvolver mais depressa exatamente nos setores em que o intervencionismo estatal é mais forte.
Sexto, por indução simples, percebe-se que o intervencionismo impõe diversos obstáculos à criatividade dos indivíduos e, como esta é um fator importantíssimo para o desenvolvimento da economia e da sociedade, provoca atraso econômico, político, cultural e tecnológico. Ao bloquear a criatividade humana, emperra o avanço em todos os setores da vida social.
Por fim, há outro efeito corrosivo do socialismo e do intervencionismo: trata-se de um sistema que se constitui em verdadeira aberração moral. Perverte os conceitos de lei e de justiça, ao instituir hábitos e concepções viciosos e agride os mais elementares direitos inerentes à pessoa humana, a começar pelas liberdades individuais. Além disso, por ser fundamentado no conceito de “luta de classes”, o socialismo é extremamente desagregador: é característico de seu ethos lançar patrões contra empregados, pobres contra ricos, brancos contra negros, mulheres contra homens, heterosexuais contra homossexuais, porque, para que possa encontrar eco entre as massas de Ortega y Gasset e mergulhar todos na segunda realidade de Voegelin, é preciso desagregar, fomentar o ódio, lançar irmãos contra irmãos, uma vez que, sem esse vício moral, ele simplesmente não pode vicejar.
Mas sua imoralidade vai além. Ao estabelecer a igualdade de resultados, o socialismo desestimula a ética do trabalho, por razões óbvias: se João, trabalhador, dedicado, bem preparado e com espírito de iniciativa, sabe de antemão que vai ganhar o mesmo que Inácio, preguiçoso, desleixado, sem estudo e que prefere viver à custa dos outros, é evidente que João não se sentirá estimulado a colocar em prática as suas habilidades, limitando-se a fazer o essencial, que lhe garantirá a renda estipulada pelo estado.
Por tudo isso, temos o dever humanitário de nos unirmos a nossos irmãos venezuelanos em sua luta pela derrocada desse regime homicida.
*Doutor em Economia
A Física já teve seus dias de Cristo crucificado na mão da turba “progressista”. Depois foi a vez da Matemática levar uns sopapos por sua relação intrínseca com a lógica pura – e avessa, portanto, a qualquer princípio básico da esquerda. E agora, no mais novo capítulo deste esforço concentrado para retirar do currículo escolar qualquer coisa que permita aos jovens serem úteis aos demais cidadãos e tornarem-se produtivos no mercado de trabalho, o alvo está na testa do idioma anglo-saxão: organizadores de uma conferência em Boston declararam sua pretensão de fazer a língua de Shakespeare perder relevância no mundo acadêmico. O motivo? Preocupação com a ascensão de sentimentos nacionalistas e xenófobos, dizem.
Mais especificamente, a Society for Social Studies of Science (jura? achei que era o pessoal do clube de caça e tiro do Texas) estimulou os inscritos em seu encontro anual a elaborarem seus trabalhos de pesquisa em outras línguas que não o inglês. Segundo consta do comunicado, Estados Unidos e Inglaterra, grandes responsáveis por transformar o inglês em uma linguagem universal, são países que hoje adotam políticas que “enviam uma mensagem de isolamento e provincianismo, ameaçando a importância das diversidade humana”.
A piada pronta do evento: muito embora pretendam promover este tão bem intencionado (suposto) enriquecimento cultural, o comitê pede que as pesquisas entregues em outros idiomas venham acompanhadas de suas respectivas….versões em inglês! Ué?
Agora um pouco de vida real para adultos que não comem com talher de plástico: o inglês não foi imposto de cima para baixo como língua que deveria dominar o planeta, sob pena de multa e prisão dos descontentes. Foi a produção cultural, científica e industrial destes países que espalhou o idioma aos quatro ventos de forma totalmente espontânea. Músicas, filmes, obras literárias, descobertas em diversos campos de estudo, inovações tecnológicas: foram estes bens gerados, ofertados e trocados voluntariamente que levaram consigo a língua inglesa (no pacote) a todos os confins do mundo.
Se isso facilitou, dali em diante (especialmente a partir da segunda metade do século XX), a vida dos falantes nativos do inglês? Sem dúvida. Mérito deles – e sorte a nossa. O que o Esperanto fracassou miseravelmente em realizar, ingleses e americanos operacionalizaram (sem querer) como brinde para a humanidade: as fronteiras do conhecimento erguidas pelas diferenças linguísticas foram derrubadas pela comunicação universal oferecida pela língua inglesa.
Eis aí o cerne da questão: se hoje um grupo de empresários de Xangai reúne-se com sauditas para tratar de negócios, não se faz necessário nem que chineses arranhem no árabe nem que os sheiks arrisquem o mandarim; a língua inglesa presta-se a intermediar o negócio, eliminando custos na medida em que facilita o processo.
Se um turista Belga resolve visitar a Itália, o inglês pode perfeitamente proporcionar entendimento entre o turista e o povo local, dispensando a necessidade de contratar um tradutor ou de perder tempo e dinheiro antes da viagem aprendendo italiano – barateando o passeio em muito e ampliando o contato entre diferentes culturas.
Se um fugitivo dos campos de trabalhos forçados da Coréia do Norte ou da ilha de escravos dos irmãos Castro no Caribe pretende, tão logo se restabeleça dos percalços da fuga, contar sua história de sofrimento ao maior número possível de pessoas, basta publicar um livro em inglês – a partir dali, ele será rapidamente traduzido para todos os demais códigos linguísticos existentes.
Ou seja, não apenas esta adoção da língua inglesa como idioma mundial tornou diversos aspectos de nossas vidas mais eficientes e menos dispendiosos, mas também pôs todos os seres humanos para conversar. Abrir mão desta ferramenta seria, aí sim, condenar as nações e seus povos ao isolamento. Como se fala incoerência em inglês mesmo?
Nas palavras de Leonardo Glass, colaborador do Instituto Liberal:
há algumas décadas, o francês e (em menor extensão) o latim eram línguas universais, ou seja, a universalidade de uma língua não tem a ver com “pagar pau pra americano”. O crescimento do inglês como idioma universal se deve principalmente ao fato de que trata-se de uma língua mais simples de aprender e de falar do que os idiomas latinos (dentre eles o próprio francês e o latim).
O inglês é uma língua mais “primitiva” do ponto de vista da sintaxe, mas funciona muito bem para expressar ideias completas e sentimentos complexos. Não fosse assim, certamente outra língua tomaria o lugar dela.
Está mesmo difícil deste pessoal das “ciências sociais”(?) digerir o Brexit e engolir o resultado da última eleição americana. Qualquer oportunidade de bater em ingleses e americanos não pode, aparentemente, ser desperdiçada – ainda que ao preço de condenar a língua inglesa, o instrumento que permite a irmanação de cidadãos de toda a Terra, ao banimento.
Sejamos francos: aumentar o abismo intelectual entre as elites financeiras e as pessoas comuns é tudo que estes perseguidores da Física, da Matemática e do Inglês querem – enquanto as próximas iniciativas neste sentido estão sendo preparadas. Quanto mais imbeciliza-se uma população, mais fácil fica alegar que ela não reúne condições para decidir por si própria que rumos tomar, servindo como justificativa para manter poder econômico e decisório na mão de burocratas e seus apaniguados da iniciativa privada.
Os colombianos rejeitaram o famigerado “acordo de paz” com as FARC, o qual equivaleria a conceder anistia e garantir cotas no congresso nacional ao PCC? Cuánta ignorancia de este pueblo!
Os brasileiros em massa rejeitaram o desarmamento? Quanta ignorância deste povo!
Transformar o sistema previdenciário em fundos individuais? Mas o brasileiro médio é muito ignorante para poupar por si próprio.
E assim segue o ciclo: retira-se sucessivamente mais e mais importância de todas as matérias tradicionais do ensino clássico, a ponto de encher a grade curricular com aula de dança na boquinha da garrafa, oficina de lacração no Youtube, ideologia de gênero, e pronto: temos um estamento burocrático garantido e ampliado, na medida em que a mobilidade social característica do livre mercado resta deveras prejudicada pela idiotização dos indivíduos.
Até o Bolsonaro mostrou que manda bem no inglês. Fica a dica…
Rodrigo Janot, nos seus 10 últimos dias como Procurador-Geral e na última sessão como Presidente do Conselho Federal do Ministério Publico, confessou que fizera o anúncio de véspera não por coragem, mas por medo de errar. Ele se referia à revelação, descoberta pela Polícia Federal em gravações telefônicas, de que seu auxiliar, o procurador Marcelo Miller, já orientava a JBS nos acordos de leniência e delação premiada, mesmo antes de se retirar para trabalhar no escritório que negociou esses instrumentos. Com isso, confirmou a ilação de Temer, de que Marcelo Miller saíra da PGR para ganhar um dinheirão e costurar o acordo com a empresa dos irmãos Batista. Janot deve ter tido medo de ser acusado de omissão pela nova equipe da Procuradoria-Geral, que assume dia 18. Fica melhor ter coragem de revelar tudo agora, enquanto é o chefe.
Marcelo Miller teria cometido o crime de improbidade, e isso seria descoberto mais cedo ou mais tarde. E Janot o de omissão, se deixasse o cargo sem denunciar isso. Ou foi ingênuo e agiu de boa-fé, o que é pecado para quem tem que ser um cético guardião da lei. O anúncio de Janot preveniu o que iria aparecer mais tarde, na administração de Raquel Dodge. Acordos de leniência e de colaboração premiada viciados, pelo jeito. E homologados pelo relator Ministro Fachin. Deixou mal o relator. Imagino Temer, lá na China, depois de declarar que recebe tudo “com serenidade”, subindo para o quarto do hotel, fechando-se no banheiro e dando barrigadas de tanto rir.
Fico imaginando o prejuízo causado ao país por esse apressado acordo de delação, movido pelo desejo de atirar flechas enquanto houver bambu. Em maio, quando a economia se recuperava, sado-masoquistas chamaram o Joesley e os números do PIB desandaram, assim como a confiança dos investidores. Agora se recupera de novo, de modo mais firme, com a bolsa, a queda de juros, os valores ainda decimais do PIB, a recuperação do emprego e a atlética balança comercial, mesmo sob a ameaça de mais flechas. Mas a corda do arco de Janot ficou frouxa e dificilmente suas flechas terão força nesses derradeiros dias. Quem paga o prejuízo econômico e do emprego, por atrapalhar a recuperação? E daqui a pouco ainda saberemos a real história da mala de Rocha Loures: para que existiu?
Por falar em mala, a Polícia Federal descobriu num apartamento usado por Geddel Vieira Lima em Salvador, um depósito de dinheiro que parece a sala de banho do Tio Patinhas. Sete malas e seis caixas de papelão abarrotados com notas de cem e cinquenta reais que, segundo a polícia, vieram dos tempos em que Geddel fora vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Com todas essas tristes surpresas diárias, fico comparando o Brasil com o enfermo Manuel Bandeira, em seu poema Pneumotórax”:
O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
É o caso de perguntar: se não tivesse se sentido obrigado a levar a público a espantosa gravação, descoberta pela Polícia Federal, que expõe a conspirata de Joesley Batista para demolir os alicerces da República, livrando-se ao mesmo tempo dos muitos crimes que cometeu, teria Rodrigo Janot se decidido a apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), no mesmíssimo dia, denúncia contra os dois ex-presidentes da República petistas? Com essa denúncia tão flagrantemente atrasada - pois se refere aos principais responsáveis pelos atos ilícitos que originaram as investigações da Operação Lava Jato - Rodrigo Janot provavelmente almeja deixar a cena pública sob a aura da coragem e da imparcialidade no desempenho de suas responsabilidades institucionais. Haverá quem compre essa versão. Mas nada evitará que essa triste figura venha a ser lembrada na história da República como a de um oportunista desastrado que não ficou conhecido pelo cuidado no manejo dos instrumentos legais a serviço de sua função de procurador-geral da República.
De qualquer modo, seja porque a falta de rigor jurídico na montagem de peças acusatórias é uma característica resultante das limitações profissionais de Janot, seja porque às vezes ele julgue ser capaz de calibrar os fatos para provocar sentenças de seu agrado, será necessário esperar a manifestação do STF sobre a denúncia contra a quadrilha de que Lula é o “grande idealizador”. Mas mesmo então não ficarão claras as razões, do ponto de vista exclusivamente jurídico, que levaram o procurador-geral da República a apresentar a peça acusatória contra Lula et caterva no exato momento em que a grande expectativa nos círculos políticos e na opinião pública girava em torno da desesperada defesa que fazia de si mesmo e de seus atos, depois de conhecida a última inconfidência do açougueiro de Anápolis.
A denúncia contra Lula e seus correligionários é a quarta a ser apresentada pela PGR ao STF tratando de “quadrilhas” montadas por políticos para assaltar os cofres públicos. As outras três investigam os políticos do PP, do PMDB do Senado e do PMDB da Câmara. A demora na apresentação da denúncia contra a “quadrilha” petista é estranha porque, como o próprio Rodrigo Janot reconhece, esse grupo criminoso atua desde que o PT chegou ao poder: “Lula foi o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa”, diz a denúncia, “na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à Presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública, caso eleito (como o foi), em favor dos interesses privados deste grupo de empresários. Durante sua gestão, não apenas cumpriu com os compromissos assumidos junto a estes, como atuou, diretamente e por intermédio de Palocci, para que novas negociações ilícitas fossem entabuladas como forma de gerar mais arrecadação de propina”.
A gravidade dos fatos denunciados pela PGR a respeito de Lula e seus comparsas só pode surpreender a quem não conhece ou prefere esquecer o julgamento do mensalão, que culminou em dezembro 2012, quando a presidente já era Dilma Rousseff, com a condenação dos “guerreiros do povo brasileiro”, a então cúpula petista, por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato e gestão fraudulenta. Esse escândalo foi então considerado “o maior da história” no gênero. Tratava-se apenas do início do assalto aos cofres públicos sob o comando do PT no governo, que se ampliou com o chamado petrolão e resultou na Operação Lava Jato.
Essa é a primeira denúncia de Janot atingindo Lula, numa ação penal que tramita no STF porque um dos réus, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), tem direito a foro privilegiado. Na primeira instância, no caso do triplex no Guarujá, Lula foi julgado e condenado 20 meses após a apresentação da denúncia. Mas só agora chega ao STF a acusação de que Lula chefia uma quadrilha. Até a terça-feira passada, Rodrigo Janot não teve pressa. A sangria desatada ocorreu quando o procurador-geral, objeto da incontinência verbal de Joesley Batista, de pedra virou vidraça.
HAVANA, Cuba. De acordo com a psicologia das massas, emocional, infantil e até perversa, qualquer coisa poderá acontecer. Mas mesmo assim, esperamos que seja o melhor. Com ele como político à frente do governo de seu país sabe-se que nem com suas pálidas reformas teremos o que devemos ter.
Quando seu irmão o designou ao posto, Raul lançou um apelo urgente aos generais para aumentar a eficiência e a produtividade da economia e, finalmente, resolver os problemas urgentes das pessoas. Eles não conseguiram. Leite, carne e muitas, muitas, muitas coisas ainda estão ausentes. Desde os primórdios do triunfo revolucionário, Cuba arrastava tantos erros cometidos por Fidel Castro que as diretrizes da política econômica e social de Raul falharam. Leis que ainda existem, destruíram o país produzindo vadios e ladrões.
O general do Exército nunca quis reconhecer que Karl Marx, muito menos o admirado Stalin, previu que os cânceres do socialismo eram e são muito mais sérios que os de qualquer outro regime. Sob o seu novo mandato, reduziram a alimentação e outras produções intensificadas; o autoritarismo, a burocracia, a repressão política, o mercado negro, os salários humilhantes, o desprezo pelo Estado continuaram. Essas razões demonstram a ineficácia do chamado "socialismo do século XXI".
Não há dúvida de que depois de Raul, como depois de Gorbachev em Moscou, Havana e no resto do país melhorarão. Nem a URSS nem a Cuba têm sido um exemplo do "ideal comunista". Nem quando, aqui e ali, empregaram mecanismos urgentes de capitalismo. Menos ainda quando, com "um forte poder central", Raúl conseguiu retirar o país do caos econômico que recebeu como herança familiar em 31 de julho de 2006, quando seu irmão lhe confiou provisoriamente a presidência do país e o tornou definitivo devido ao seu mau estado saúde.
Certamente, ele se perguntou muitas vezes por que Fidel não transferiu o poder muito antes, para que pudesse alcançar, dada a sua fama como pessoa organizada, a tarefa difícil de corrigir a desordem que o Invicto havia formado na ilha cubana. Mas alguma vez, esteve ele no poder a tempo de alterar o saco sem fundo da perda de valores éticos e morais da sociedade cubana, para curar as feridas profundas que a economia sofreu, por causa das inúmeras guerras secretas que o magno irmão enfrentou mundo afora?
Depois de Raúl, você poderá ver a insatisfação popular que ele não quis reconhecer através de sua mídia. Depois de Raúl, permanecerão em casa os generais octogenários que não conseguiram elevar o progresso científico técnico da produção, apesar dos relatórios da imprensa, durante suas visitas forçadas, durante as quais dificilmente conseguem caminhar com um ritmo constante.
Serão outros que, depois de Raúl, poderão abrir a antiga caixa de Pandora, onde veremos a esperança no fundo da arca.
Traduzido por Percival Puggina