VOCÊS SÃO “INÚTIL”
Guilherme Fiuza
Mais um festival de rock se vai, deixando mensagens no ar. Mas quem quiser decifrá-las para entender, afinal, o que é que muda o mundo, poderá se assustar: mantidas as tendências atuais, logo o rock’n’roll estará servindo para protestos contra a Guerra do Vietnã e em defesa da pílula anticoncepcional. Será que o mundo está mudando de marcha a ré? Existe rock reacionário?
Foi comovente ver aquelas bandas brasileiras caricaturando o passado que nunca tiveram, soltando brados heroicos contra o governo e a política nacional. Se tivessem gritado com metade desse entusiasmo nos 13 anos de rapinagem do PT... Bem, não teria acontecido nada, porque esses rebeldes não fazem mal a ninguém.
A rebeldia empalhada do Rock in Rio não se lembrou de Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante do maior assalto da história republicana. Num país mais ou menos saudável, os acordes ensurdecedores do mensalão, do petrolão e das revelações obscenas da Operação Lava Jato imporiam, sobre qualquer outro som, o brado pela prisão de Lula. No entanto, o heptarréu (já condenado em um dos processos) não inspira os revolucionários da tirolesa.
É a onda purificadora mais poluída da história da rebeldia cívica (alô, vigilância sanitária!). No embalo do bordão carne assada “fora Temer”, que virou até brinco no festival, os intelectuais de porta de assembleia resolveram classificar o impeachment da senhora Rousseff (que também está solta) como a mera substituição de uma quadrilha por outra. Não, companheiros da limpeza. Não foi isso o que aconteceu.
Notícia em primeira mão para vocês que estão chegando de Woodstock: a Petrobras, maior empresa nacional, jogada na lona pelo estupro petista, foi saneada e reerguida no espaço inacreditável de um ano. A mesma transfusão de gestão aconteceu no Banco Central, no Tesouro e nas principais instituições que comandam a economia nacional. Vocês não poderiam saber de nada disso porque estavam assistindo a Jimmy Hendrix, mas aí vai: o dólar, os juros, o risco país e a inflação despencaram, também em tempo recorde. Portanto, companheiros revolucionários, avisem ao pessoal da limpeza que, no coração do estado brasileiro, não houve a substituição de uma quadrilha por outra. A não ser que a que entrou seja uma quadrilha do bem, como vocês fingem que a gangue do Lula é.
Quem está bancando esse saneamento da orgia petista na máquina pública, contra tudo e contra todos, queridos metaleiros de playground, é o mordomo! Ele mesmo, um cacique do velho e fisiológico PMDB, que tem de ser investigado sempre. Mas o que se viu foram denúncias fajutas montadas por um falso justiceiro para fazer política – ou, mais precisamente, retomar o poder central para a turminha do progressismo trans.
Em outras palavras, os rebeldes de festival que pagam 500 pratas por um ingresso gritavam por uma virada de mesa a favor de quem esfolou o povo. Não esse povo imaginário que eles defendem, mas o povo que jamais passará nem na porta do Rock in Rio, muito menos participará de protesto fashion bem na hora que o emprego começa a reaparecer.
O banco Santander, utilizando cerca de R$ 800 mil em isenções fiscais da lei Rouanet, realizou em Porto Alegre uma “mostra” – Queermuseu- em que, sob o pretexto de estimular a chamada “diversidade cultural”, especialmente entre crianças e jovens (como explicitava a página do departamento dito “cultural” do banco), foram exibidas peças – apelidadas de “arte alternativa” – que retratavam cenas de pedofilia, zoofilia, homossexualismo infantil, racismo, bestialismo, tortura e ataques blasfemos a símbolos cristãos em geral, especialmente aos da religião católica. Para começo de conversa, todos esses comportamentos são, sem meias palavras, crimes devidamente tipificados em nosso Código Penal.
O evento provocou imediatamente forte reação de protesto, que se manifestou principalmente nas redes sociais e que culminou por levar o banco, após milhares de correntistas encerrarem suas contas, ao seu cancelamento. Imediatamente, os falsos paladinos da “liberdade de expressão” – que, hipocritamente, em sua maioria, são os mesmos que defendem regimes políticos que não permitem a liberdade que dizem defender, bem como alguns “libertários de fraldas” -, colocaram as bocas em seus desafinados trombones, emitindo grunhidos raivosos de “censura”, “cerceamento da liberdade de expressão artística”, “fascismo” e outros chavões comumente usados como xingamentos do mesmo gênero, embora a maioria dos que os usam nem saibam o significado dessas palavras e expressões. São meros papagaios repetidores de chavões, cujo comportamento beira a vigarice e o sectarismo.
Não vou entrar no mérito da qualidade artística das obras, uma vez que as avaliações de pinturas, esculturas e da arte em geral são sempre subjetivas. Tampouco vou questionar se o objetivo da arte é retratar beleza, simplesmente chocar, ou usá-la como meio de doutrinação. Mas não posso deixar de entrar no mérito moral da questão e começo afirmando que, sob esse ponto de vista, o evento não passou de um lixo fétido e asqueroso, de uma imundície catinguenta e nauseabunda, de um refugo fedorento e repugnante. E que a reação de boa parte dos defensores da mostra assemelha-se a uma inusitada relação adulterina entre Karl Marx e Hans-Hermann Hoppe que deixaria perplexo até mesmo o libertário Murray Rothbard, que não era maluco nem caduco.
Usar o argumento da liberdade sempre é um prato feito para os fiéis de ambas as seitas, inclusive para os que dela desconfiam, no sentido de que todos, sem exceção, sempre se dizem favoráveis a ela ou mesmo a rejeitam nos campos da economia e da política, mas que, em termos morais, comportam-se como relativistas extremados. Por isso, devemos sempre analisar que conceito de liberdade cada um desses que se declaram seus defensores tem em mente. Nunca devemos nos esquecer que liberdade e virtude devem ser indissociáveis, o que significa, simplificando um pouco as coisas, que só faz sentido falarmos em liberdade se a essa liberdade estiver associada alguma obrigação, que é a de respeitar os direitos de terceiros. Se por liberdade entendermos simplesmente fazer o que nos dá na veneta, então podemos justificar qualquer tipo de crime, dizendo, por exemplo, “Fulano matou, ou estuprou, ou roubou” simplesmente porque “teve vontade de fazê-lo”.
Deveria ser evidente, então, que o conceito de liberdade relevante é o que chamamos de liberdade situada, que leva em conta que todos nós temos que nos deparar e lidar com costumes, tradições, leis, objetos, pessoas e tudo o mais que nos rodeia e de que não podemos escapar, a não ser que optemos, voluntariamente, por sermos seres solitários, como um Robinson Crusoé, e não os seres solidários que o convívio social exige. Assim, nossa liberdade é condicionada por tudo o que existia antes de nós, ou seja, é uma liberdade situada. Estamos limitados por nossa natureza, por muitos condicionantes, como nossas próprias habilidades ou talentos, inteligência, inclinações e debilidades, por nosso ambiente de trabalho e pelas pessoas com quem convivemos ou com quem trocamos algo, mesmo que a troca seja virtual, como o caso de uma compra pela Internet.
Escrevi que isso deveria ser evidente, mas, infelizmente, não o é. Por que digo tudo isso? Será que defendo a censura de eventos como promovido pelo banco, sua proibição sumária, a prisão de todos os envolvidos, pintores, curadores e até o presidente do banco? É rudimentar que não, mas a patrulha gramsciana, reforçada por quem pensa que liberdade é simplesmente poder fazer o que se deseja sem preocupar-se com os demais, confunde desonestamente censura – que é sempre de viés autoritário – com boicote ou protesto, que expressam sempre a vontade livre de se gostar ou não gostar de qualquer coisa e de ter liberdade para manifestar a opinião. Infelizmente, alguns libertários, inocentemente e por falta de estudos, engrossam esse caldo, ao assumirem que a liberdade é alguma divindade com poderes para ditar valores morais.
O que sucede, contudo, é que, quando boicotamos algo, estamos simplesmente nos abstendo de manter alguma relação, seja ela comercial ou pessoal. Como escreveu Helio Beltrão,
“O boicote é 100% liberal, ao contrário do que uns neófitos liberais desavisados têm propagado. A real democracia se dá pelo 'voto' a cada transação, ou seja, a cada compra e pelo prestígio a determinadas relações sociais, OU, por abster-se, pelo não-voto, a tais compras ou relações sociais. Esta é uma forma tolerante e civilizada de influenciar comportamento, e representa um divisor de águas entre liberais e não-liberais”.
A crítica, por sua vez, envolve uma avaliação minuciosa e a conseqüente formação de um juízo; o patrulhamentoconsiste no ato ditatorial de fiscalizar as ações dos outros; a proibição é tornar impraticáveis, mediante legislação, determinadas ações e, por fim, a censura – que é indefensável sob qualquer ponto de vista - ocorre quando um funcionário do Estado tem o poder de julgar se determinadas ações devem ser permitidas ou não. A crítica e o boicote são características de qualquer sociedade aberta; o patrulhamento, especialmente o ideológico – que é uma atitude moralmente viciada, porque se escora no vício da intolerância – é, contudo, tolerável, no sentido de que não deve ser motivo de proibição.
A censura, obviamente, é característica dos regimes totalitários. É um termo que pressupõe alguma ação do Estado. Nenhuma ação privada pode ser denominada de censura! No âmbito privado, ninguém pode silenciar indivíduos ou suprimir uma peça ou publicação: somente o governo pode fazê-lo. E a liberdade de expressão individual inclui o direito de não concordar, não ouvir e não financiar os próprios antagonistas.
No caso Queermuseu o que ocorreu, cristalinamente, não foi nem censura, nem patrulhamento e nem proibição, mas uma crítica e o conseqüente boicote por parte dos que se sentiram ofendidos pela exposição das peças. Quem chama de censura ao boicote que aconteceu revela profundo desconhecimento das diferenças a que aludi linhas acima e, sobretudo, mostra o deplorável vício moral conhecido como “um peso, duas medidas”: se alguém mostrar que não concorda com o que defendem, é desqualificado por ser um “censor”; mas, quando são eles que promovem algum boicote, quem se manifestar contra é também desqualificado como “inimigo da liberdade”, “fascista”, “ultraconservador”, etc., etc., etc.
O caso da Alezzia, ocorrido em dezembro de 2016, é apenas um exemplo dessa última afirmativa. Essa empresa, que produz e vende móveis, foi alvo de ataques por parte da militância das ativistas feministas, por causa por de uma campanha de marketing que mostrava uma modelo usando um maiô, o que motivou diversas avaliações negativas na página da empresa.A empresa respondeu com uma campanha: se até o último dia do mês de janeiro de 2017 as avaliações negativas atingissem certa escala, uma das feministas ganharia um voucher no valor de 10 mil reais para gastar na loja virtual, mas, se a avaliação positiva da empresa ficasse acima dessa escala, a Alezzia doaria o mesmo valor a uma instituição beneficente. O resultado é que avaliação positiva passou a aumentar incessantemente. Os ataques das ativistas acabaram provocando efeito oposto ao pretendido: em apenas um dia, a página da empresa ganhou 10.230 novos seguidores, um aumento de 95% em relação ao número anterior. A ação das feministas, contudo, não pode ser criticada pelo simples fato de ter acontecido, porque foi um protesto legítimo, embora saibamos quais são seus reais motivos.
Outro exemplo da hipocrisia desse comportamento de duas medidas para o mesmo peso aconteceu em Pernambuco, quando sete cineastas retiraram seus filmes do festival Cine PE em protesto contra a exibição do documentário O Jardim das Aflições, sobre a obra de mesmo nome de Olavo de Carvalho e o filme Real – O Plano Por Trás da História, de Rodrigo Bittencourt. Após a direção do evento ter negado seu pedido de retirada desses dois filmes, esses cineastas de mão única simplesmente disseram que seu protesto era contra filmes de “direita”. Arthur Leite, diretor do curta Abissal, declarou abertamente que não imaginava “que a direção do festival fosse claramente dar espaço a filmes claramente alinhados a uma direita extremista”. Mais uma vez, um protesto legítimo, embora de uma estultice sem limites. Houve repercussão grande repercussão, mas "O jardim das aflições" foi consagrado o melhor filme da 21ª edição do festival Cine PE, saindo premiado tanto pelo júri quanto pelo público.
Os motivos que levam a esse comportamento patológico da esquerda são mais do que conhecidos e não vou me estender aqui sobre eles. Devem ser estudados no campo da filosofia política e – para não voltarmos em demasia no tempo – são derivados de Marx, de Nietzsche, que na segunda metade do século XIX baixou “medida provisória” decretando a “morte de Deus”, pela Escola de Frankfurt (Horckheimer, Habermas, Adorno, Marcuse e Fromm, entre outros), já no século XX e, naturalmente, de Gramsci. A mensagem de todos eles foi bem clara: para a implantação do comunismo é necessário: (a) abster-se de impô-lo pelas armas; (b) destruir os valores morais judaico-cristãos, que sempre foram o pilar da civilização ocidental e (b) promover a ocupação de todos os espaços nas áreas da linguagem, da educação e da cultura.
Esses quesitos vêm sendo implantados com paciência e competência inegáveis, há pelo menos cinco décadas, mas se intensificaram tanto que passaram a gerar reações por quem não aceita o socialismo-comunismo como formas de se organizar uma sociedade honrada e ordeira. Para citar um exemplo, ficamos com a nota dirigida ao presidente do Santander pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, um protesto bastante firme e digno de menção.
Mas nem só de comunistas vive o lado dos ativistas. Há alguns libertários, em geral bastante jovens e empolgados com a fascinante ideia de um mundo livre, mas que carecem de vivência e de estudos, que vêm reforçando esse time, o que é de se lamentar. A respeito deles eu diria como meu saudoso pai, que “escutaram o vento soprar, mas não sabem de onde vem o ruído”. Sim, sabem que Estado (coerção) e liberdade são antitéticos, mas não atinam que a liberdade não pode ser absoluta, que precisa ser subordinada a valores morais que devem gerar as leis no sentido hayekiano de normas de justa conduta. E, sem que ao menos se deem conta disso, estão contribuindo para fortalecer a agenda politicamente correta da esquerda, que tanto desejam – acertadamente – combater. A eles, só há um conselho: continuem defendendo a liberdade, mas, antes, procurem saber qual liberdade querem defender e estudem, mas estudem bastante.
O objetivo dos ativistas vigaristas é, mediante a destruição dos valores do judaísmo e do cristianismo, desmontar todos os princípios milenares da civilização ocidental, como regras de conduta moral, religião, família, liberdade, respeito aos semelhantes, substituindo-os pela introdução de supostos conflitos entre sexos, cor da pele, heterossexualidade e homossexualidade e outros, que nada mais são do que toda a agenda nefanda da ditadura politicamente correta.
Quem escreve estas linhas é alguém que vem há muitos anos fazendo o possível e o impossível para defender os princípios, valores e instituições de uma sociedade virtuosa, a saber: os princípios da dignidade da pessoa humana, do bem comum, da solidariedade e da subsidiariedade, os valores da verdade, da liberdade e da justiça e as instituições do Estado de Direito, da economia de mercado e da representatividade do cidadão. Sem princípios morais sólidos, o homem deixa de ser humano: bestializa-se. Exemplos claríssimos dessa bestialização do homem são a referida mostra Queermuseu, a peça O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu, promovida pelo Sesc em Jundiaí (onde um juiz a proibiu) e São José do Rio Preto, em que Jesus é retratado como uma transexual e muitos outros.
Chegou, enfim, o tempo de reagir contra o verdadeiro bombardeio ao qual estamos sendo permanentemente submetidos pelos ativistas de esquerda. Pode-se sentir que isso já está acontecendo e de modo crescente. As perspectivas são boas. Pede-se, contudo, aos leftlibs que, se não quiserem ajudar, que ao menos não atrapalhem...
Finalizo repetindo que nesses casos do Queermuseu e da peça do Ses, estamos tratando de crimes, como ridicularizar a fé alheia, expor crianças à pornografia, incentivar zoofilia, pedofilia, homossexualismo infantil, tortura e racismo. E crimes não são praticados para serem discutidos ou para gerar “reflexões”, mas para serem punidos!
* Publicado originalmente em www.ubirataniorio.org
O volante Gabriel, do Corinthians, foi suspenso por dois jogos por causa de gesto obceno feito para a torcida do São Paulo. Ele pusera a mão sobre a parte da frente do calção, entre as pernas. Fico me perguntando se seria arte, na mesma cidade, quando aquela mãe induziu a filhinha a tocar num homem nu, deitado no chão. Em Jundiaí, a alguns quilômetros dali, um pai de 24 anos foi preso por estar fumando maconha no carro de vidros fechados, com seu bebê de uma semana deitado ao lado. Fico me perguntando porque estava aberta para crianças uma exposição em Porto Alegre que mostra um negro com o pênis de um branco na boca, enquanto outro branco o penetra por trás. A mesma exposição tem uma ovelha sendo violentada por duas pessoas, enquanto uma mulher pratica sexo com um cachorro. Não entendi porque isso estava num museu, aberto a crianças, e não numa casa noturna de shows de esquisitices sexuais e restrito a adultos.
Tampouco entendi a performance de um homem nu que esfrega num ralador uma imagem de Nossa Senhora. Em São Paulo, alguém que pensa que somos idiotas explicou que o homem nu é arte interativa com o corpo humano. Ora, arte com o corpo humano é o que a gente vê, e aplaude, no Cirque du Soleil. E a Veja, de que sou assinante, deve pensar que abandono meus neurônios ao abrir a revista. Comparou as garatujas da exposição de Porto Alegre a Leda e o Cisne, de Leonardo. Como piada, eu poderia acrescentar, no mesmo tom, que deveriam convidar o tarado ejaculador em ônibus para mandar uma foto a ser exposta entre as semelhantes manifestações de “arte”. As pinturas murais artesanais eróticas em Pompéia, têm um significado histórico que o mau-gosto do tal museu não tem.
Tudo bem, eu não gosto mas há milhões de gostam. Respeito. Só não aprovo, como cidadão, que abram as portas para as crianças se chocarem com essas agressões. Que limitem a adultos. Aprendi que arte é beleza, tem padrão estético, tem perfeição técnica, dá prazer intelectual. Há quem pense que arte é escatologia, agressão, garatujas ou até uma tela pintada de branco. Como disse Affonso Romano de Sant’Anna: “arte não é qualquer coisa que qualquer um diga que é arte, nem é crítico qualquer um que escreva sobre arte".
No Peru, o povo encheu as ruas de Lima para exigir a retirada de doutrinação de crianças em assuntos sexuais no ensino público. E ganhou. Nas ruas, defenderam que as crianças são educadas pelos pais e parentes. No Senado brasileiro, excelentes senadores, como Ana Amélia (RS) e Magno Malta(ES) estão convocando os responsáveis por tais exposições a explicarem em CPI onde não estão agredindo o Estatuto da Criança e do Adolescente e qual o objetivo de envolverem crianças nos seus estranhos experimentos.
* Publicado originalmente em http://www.sonoticias.com.br/coluna/nossas-criancas
O terrível tiroteio ocorrido em Las Vegas, EUA, colorido com o sangue de dezenas de vítimas fatais e centenas de feridos aguçou os vampiros do desarmamento que saíram hoje pelas emissoras de rádios, TVs e jornais a propagar em transe jubiloso, que as leis permissivas para o porte e a posse de armas nos EUA são as responsáveis por esse massacre. Fazem questão, óbvio!, de esquecer dezenas de outros fatores e casos como o de Nice, na França, onde um caminhão foi usado para matar mais de 80 pessoas e que na mesma França, com seríssimas leis restritivas, houve em 2015 um ataque terrorista com mais de 180 mortos perpetrado por islâmicos armados de fuzis AK-47 contrabandeados e, portanto, ilegais. O assassino de Vegas, ao contrário do que afirmam na imprensa, desrespeitou pelo menos uma dúzia de leis estaduais e federais para planejar e executar o covarde ataque contra inocentes desarmados. A pergunta óbvia é: qual lei impediria o assassino? Nenhuma!
Enquanto isso, para tentar faturar em cima da desgraça, a Globo News – além de uma quantidade recorde de mentiras e bobagens sobre o assunto – colocou no ar uma enquete com uma pergunta claramente desonesta, tentando induzir um resultado adequado à sua ideologia. Bom, o tiro saiu pela culatra e o resultado parcial neste momento é de 95,47% para a opção de que qualquer pessoal deve ter o direito de portar armas!
Tempos atrás já falei sobre esse tipo de ocorrência em um artigo intitulado “Sobre armas, leis e loucos” que reproduzo na íntegra abaixo e que continua absolutamente atual uma vez que as mentiras, distorções e desonestidades continuam sendo repetidas.
“Como sempre acontece, o mais recente ataque contra um grupo de vítimas indefesas, desta vez em um cinema nos EUA, onde 12 pessoas foram mortas, reacende a sanha dos desarmamentistas americanos, dentre os quais o prefeito de Nova Iorque, Mike Bloomberg, um dos expoentes políticos americanos que acham terem nascido com o dom de saber o que é melhor para mundo todo.
No Brasil, via de regra, aqueles que pregam o desarmamento como forma de impedir tais massacres se assanham rapidamente ao sentirem o cheiro de sangue inocente, impelidos quase sempre pelo antiamericanismo tupiniquim, mas invariavelmente esquecendo - ou fazendo questão de esquecer - que tais acontecimentos não são, nem de longe, exclusividade norte-americana.
Em 1999, um louco invadiu um cinema de São Paulo e abriu fogo usando uma submetralhadora comprada poucos dias antes em uma favela da capital – arma ilegal, evidentemente. Matou três pessoas e feriu outras 5; e Só não houve mais vítimas porque um herói anônimo pulou sobre ele e o desarmou antes que recarregasse sua arma. Em 1997, Fernando Henrique Cardoso havia transformado o porte ilegal de armas em crime, aumentando muito as restrições relativas à posse e ao porte de armas no Brasil.
Japão, 2001. Um homem com problemas mentais invade uma escola, mata oito crianças e fere outras 13 usando uma faca. O massacre que assustou o Japão não foi o primeiro e não seria o último. A posse e o porte de armas para civis são proibidos no Japão desde o século XV.
Em 2010, em Naping (China), um desequilibrado mental invadiu uma escola primária e, também usando uma faca, matou oito crianças e feriu gravemente outras cinco. Entre 2010 e 2011, outras 116 crianças e adultos seriam vítimas de ataques semelhantes na China Comunista, fazendo com que o governo proibisse a divulgação de outros ataques para evitar os chamados “copiadores”. Na China, as armas de fogo são terminantemente proibidas para os cidadãos.
Cumbria, Inglaterra, 2010. Um homem, durante um surto psicótico, mata aleatoriamente 12 pessoas e fere outras 11. Foi acompanho por quilômetros por uma viatura de polícia, cujos policiais estavam também desarmados e não puderam fazer nada. Em 1997, a Inglaterra praticamente proibiu as armas particulares para seus cidadãos.
Em 2011, mais um massacre. Desta vez um louco invadiu uma escola no Rio de Janeiro e assassinou friamente 12 adolescentes. A carnificina só parou quando ele foi baleado por um policial que invadiu a escola. Sete anos antes era aprovado o chamado “Estatuto do Desarmamento”, que proibia o porte de armas e criava restrições quase intransponíveis à compra de uma arma legal.
Casos semelhantes aconteceram em diversos outros países, entre eles os pacíficos Canadá e Finlândia. Em todos, houve premeditação e, como autores, viram-se pessoas com distúrbios mentais, que utilizaram as armas que tinham à disposição ou foram capazes de colocar às mãos. Também em todos os casos, a lei, mais ou menos restritiva, de acesso às armas não foi capaz de impedir as mortes, simplesmente porque nenhuma das armas foi usada legalmente.
Recorrer ao desarmamento quando um caso assim acontece é fugir para o simplismo, é apelar, muitas vezes, para o confortável discurso fácil que joga nas armas o poder sobrenatural de agir por conta própria. Ao mesmo tempo, é enterrar a cabeça no chão e negar a existência de pessoas más e insanas, capazes de matar crianças inocentes sem qualquer remorso ou arrependimento. É negar a maldade, negar a existência de lobos no meio das pacatas ovelhas. É, em última análise, balir discursos pacifistas, na defesa pueril de leis restritivas, enquanto os lobos-loucos ignoram sua existência e se preparam para o banquete sangrento.
O primeiro ministro inglês, após o citado ataque de Cumbria, resumiu magistralmente sua posição ao ser inquirido sobre mais restrições às armas: “não é possível legislar sobre a loucura”. E não é, mesmo.”
Como podemos ver, enquanto esse pessoal engajadinho "da paz" segue mentindo, as pessoas seguem morrendo e os loucos, criminosos e terroristas vão muito bem, obrigado.
* Publicado originalmente em http://www.cadaminuto.com.br/noticia
A moral de Piketty - por alguém que realmente leu todo o livro
Segundo a Amazon, fui um dos poucos compradores de O Capital do Século XXI, de Thomas Piketty, que realmente leram o livro.
Seu programa Kindle registra que, dos mais de 80 mil cópias vendidas, a grande maioria dos leitores não passa da página 26, considerando que o livro possui quase 700 páginas. Isso me lembra muitos socialistas que se dizem influenciados por Marx, apesar de nunca terem lido seus livros; e que também odeiam o liberalismo sem ter a menor noção do que se trata.
Um amigo, ao me flagrar com o tal livro, não vacilou em fazer piada: "Lendo a nova bíblia da esquerda?!". "Pois é... Sou liberal exatamente por saber o que os marxistas pensam", respondi.
Mesmo não sendo da área econômica, política ou do direito, sinto-me obrigado a ler essas "coisas", já que me interesso pelo assunto.
O Capital do Século XXI é apenas mais uma reedição de alguns devaneios marxistas, com o autor tentando relacionar dados selecionados com crendices ideológicas impregnadas com uma das piores fraquezas humanas: a inveja.
Entre tantos gráficos, Piketty não esconde sua interpretação moral sobre a riqueza e, principalmente, sobre a herança. Chega a ser engraçado suas recorrentes citações aos romances de Balzac para ilustrar e "comprovar" as distâncias entre trabalhadores e herdeiros.
Seu livro tem um único objetivo: julgar moralmente o direito de uma pessoa guardar para si o fruto de seu próprio trabalho e decidir, por si mesma, qual o destino desse fruto. A "moralidade" de Piketty chega ao nível de condenar os herdeiros pelo sucesso dos pais!
Seu raciocínio é muito simples: quanto mais rico, mais imoral. Exercendo a arrogância típica dos socialistas, Piketty ignora completamente a história, os esforços e os talentos de indivíduos, enlatando-os como se formassem uma única e homogênea massa de pessoas de caráter condenável pelo simples fato de terem enriquecido.
Piketty tenta inúmeras vezes nos fazer crer que questiona Marx, aquele que "...escreveu tomado por grande fervor político, o que muitas vezes o levou a se precipitar e a defender argumentos mal embasados", em suas palavras, mas em seguida enaltece a coerência de algumas ideias do pai do comunismo.
Logo no começo, o neomarxista francês dá o tom do livro:
"...o capitalismo produz automaticamente desigualdades insustentáveis, arbitrárias, que ameaçam de maneira radical os valores de meritocracia sobre os quais se fundam nossas sociedades democráticas".
Oi? Um socialista que defende taxações e confiscos dizendo que o sistema de trocas voluntárias entre indivíduos e empresas é arbitrário? Pois é... Ouço e leio coisas parecidas todos os dias no Facebook, ditas e escritas por pessoas que nunca leram nada além de panfletos da esquerda.
Piketty, em sua tentativa de desmerecer a melhoria na qualidade de vida da população mundial promovida pelo capitalismo, reduz o aumento da expectativa de vida a um... "fato biológico"! Insiste, o tempo todo, que a desigualdade é algo terrível por si mesma, ignorando, portanto, as diferenças entre os diversos países do mundo no que se refere a estas "desigualdades". Fica bem claro que sua preocupação não é com a pobreza, mas sim com a riqueza. Eis um socialista.
Em seu esforço para distorcer a realidade, Piketty chega a citar o caso chinês do que seria um exemplo de desenvolvimento social promovido pelo estado. Cita os investimentos em educação e em infraestrutura, mas se "esquece" de que nenhuma escola ou ponte é construída sem dinheiro, e que esse dinheiro vem da arrecadação de impostos, e que a quantidade de impostos arrecadada depende do poder e da liberdade econômica da sociedade como um todo.
Ou seja: ignora que centenas de milhões de chineses se livraram da extrema pobreza simplesmente porque o estado deu um passo para trás, lhes dando a liberdade para empreender negócios visando o lucro, com direito de propriedade e com a possibilidade de ficarem ricos.
Piketty se "esqueceu" de muitas coisas. Esqueceu-se de falar sobre o papel do estado nos problemas sociais e econômicos dos países atrasados. Esqueceu-se de falar sobre os desajustes fiscais, sobre a emissão irresponsável de moeda, sobre as arbitrariedades dos bancos centrais, sobre as concessões de créditos e de subsídios a determinados setores, empresas e até pessoas ligadas aos governos, o que sempre prejudica os mais pobres. Sua única referência pejorativa ao estado se dá ao afirmar que foi graças à corrupção do governo mexicano que Carlos Slim se tornou um dos homens mais ricos do mundo.
Sua facilidade em tecer julgamentos morais sobre a "riqueza excessiva" de empresários, executivos e herdeiros é proporcional à sua indiferença com o enriquecimento de políticos e ditadores mundo a fora.
Tentando desmoralizar a natureza do capitalismo, Piketty faz uma pergunta: "Podemos ter a certeza de que o 'livre' funcionamento de uma economia de mercado, fundamentado na propriedade privada, conduz sempre e por toda parte a esse nível ótimo, como que por magia?".
Pelo que sei, quem defende a "magia" nas soluções dos problemas do mundo são os socialistas, com seus planos sempre muito poéticos no púlpito e muito trágicos na realidade. Economistas liberais afirmam que todo e qualquer desenvolvimento depende de um longo período de liberdade econômica, o que possibilita o aperfeiçoamento espontâneo das interações entre mercado e sociedade, sem milagres.
A propósito, o mesmo Piketty que ignora os autores liberais mais importantes, tais como Milton Friedman, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek e Carl Menger, faz questão de enaltecer Paul Krugman, o pai da bolha imobiliária norte-americana, defensor da inflação como ferramenta de crescimento, palestrante em evento da revista Carta Capital.
essa altura do livro, não me surpreendeu ler que, na prática, a "mão invisível" descrita por Adam Smith não existe porque "o mercado sempre é representado por instituições específicas, como as hierarquias corporativas e os comitês de remuneração". De onde ele tirou isso?
Como todo "bom socialista", Piketty não deixaria de mirar seu furor ideológico na cultura norte-americana, citando meia dúzia de séries de TV como exemplos do culto à "desigualdade justa". O francês se empolga:
"A sociedade meritocrática moderna, sobretudo nos Estados Unidos, é muito mais dura com os perdedores, pois baseia a dominação sobre eles na justiça, na virtude e no mérito, e, portanto, na insuficiência de sua propriedade".
Isso é o que chamo de cretinice e desonestidade intelectual, por ignorar os mais estridentes dados de melhoria de qualidade de vida e de inclusão social registrados ao longo dos últimos 150 anos. Não por acaso, Cuba não é citada uma única vez no livro.
Também me provocou espécie alguns termos utilizados pelo economista, tais como "extremismo meritocrático", "fortunas indevidas" e "arbitrariedade do enriquecimento patrimonial".
Sua motivação ideológica, sempre ancorada em sua própria interpretação moral do mundo, nos oferece frases dignas de líderes estudantis:
"O problema é que a desigualdade (...) conduz frequentemente a uma concentração excessiva e perene da riqueza (...) as fortunas se multiplicam e se perpetuam sem limites e além de qualquer justificação racional possível em termos de utilidade social".
No mundo de Piketty, a maioria das fortunas de hoje estão nas mesmas famílias há séculos e continuarão assim para sempre caso o estado não intervenha taxando-as progressivamente, para que assim, só assim, prevaleça o "interesse geral em detrimento do interesse privado" — Luciana Genro diria o mesmo.
Todavia, nada me provocou mais espasmos do que ele confessando que não gosta do termo "ciência econômica" por lhe parecer "terrivelmente arrogante". Ele prefere a expressão "economia política". Acredito!
"Impostos não são uma questão técnica", afirma Piketty; "Impostos são, isso sim, uma questão proeminentemente política e filosófica, talvez a mais importante de todas as questões políticas." Piketty ignora completamente o que diz a história política da galáxia: taxações e confiscos beneficiam principalmente os burocratas que vivem de arbitrar essas mesmas taxações e esses mesmos confiscos. Piketty ignora também o resultado de todas as experiências socialistas: quanto mais se arbitra sobre a riqueza privada, mais se intimida o indivíduo comum a tentar enriquecer, provocando, assim, uma desmotivação coletiva. A produtividade cai.
De fato, a desigualdade diminui, afinal, a sociedade deixa de ser dividida entre ricos e pobres e passa a ser formada apenas por pobres, vide Cuba e Coreia do Norte, sociedades tragicamente igualitárias.
Piketty não aprendeu que, em vez de rechaçarmos os ricos, deveríamos tentar mantê-los voluntariamente junto de nós, para que eles possam gastar sua fortuna consumindo nossos produtos e serviços, não dos outros. Piketty parece que não enxergou sequer o que aconteceu em seu próprio país quando o governo decidiu sobretaxar as maiores fortunas: seus donos simplesmente foram embora, foram gastar seus bilhões noutros países.
O The Guardian referiu-se a Thomas Piketty como o "rock star da economia". O The Economist o chamou de "ícone pop". Bem coerente. Mas eu prefiro minha descrição: Piketty é o economista que faz os ignorantes se sentirem cultos, os idiotas se sentirem inteligentes e os socialistas se sentirem honestos.
Jornalista Cláudio Humberto questiona: "Se Emílio e Marcelo Odebrecht estão mentindo, quando afirmam tê-lo subornado com um pacote de propinas, por que Lula não os processa?" E por que também não processa Romeu Tuma nem José Nêumanne, que fazem uma devassa em sua vida?
Não correndo nenhum risco, Lula foi valentão para processar a jornalista Joice Hasselmann, a Revista IstoÉ (e os repórteres Sérgio Pardellas, Germano Oliveira e Davincci Lourenço de Almeida), a Revista Veja, o promotor de justiça Cassio Roberto Conserino (MP-SP), o procurador da República Deltan Dallagnol (coordenador da Lava Jato), o delegado Igor de Paula (PF, Lava Jato) e até o juiz Sergio MOro. Perdeu todos. Agora, com Tuma e Nêumanne é diferente: riscos incalculáveis!
No livro "Assassinato de reputações - um crime de Estado" (Matrix) [1], além de acabar com a mitologia petista, Romeu Tuma Junior simplesmente desmascara a farsa de Lula. Com documentos e fotos da época, ele revela um o Lula pelego, que negociava por baixo dos panos com os patrões o resultado das greves, que delatava companheiros de sindicato para a polícia, entre outras indignidades.
Em "O que Sei de Lula" (Topbooks, Rio de Janeiro), José Nêumanne Pinto revela o que o próprio Lula contou: no início de sua vida profissional, para levar vantagens pessoais (entenda-se "dinheiro"), Lula prestou-se a delatar "camaradas menos aptos" - entre outras indignidades.[2]
Os autores, que conviveram longamente com ele, mostram um Lula na contramão do Brasil, guiado unicamente pelo autointeresse, que, por exemplo, resistiu à campanha Diretas-Já, que foi contra a anistia e a volta dos exilados políticos no regime militar, boicotou a Constituinte de 1988, vetou a colaboração do PT com o governo Itamar Franco, atacou o Plano Real e chamou de "herança maldita" as mudanças sociais de Fernando Henrique Cardoso (que depois ele manteve para tirar proveito).
Obviamente, Tuma e Nêumanne são odiados por Lula e seus asseclas. Contudo, assim como não há hipótese de Lula processar os Odebrecht nem Antonio Palocci (que descrevem em minúcias os milhões derramados no bolso do ex-metalúrgico), os autores de livros tão devastadores jamais serão enfrentados num processo judicial! As provas de que eles dispõem convenceriam qualquer juiz. Para que correr tanto risco?
*Publicado originalmente em http://www.alertatotal.net