Alex Pipin, PhD
Todo liberal “raiz” sabe que uma das mais básicas premissas liberais é a do livre comércio. Não poderia ser diferente. Aliás, os fatos da história econômica mundial comprovam cabalmente a importância estratégica, tanto das exportações, como das importações, a fim de gerar e acelerar o desenvolvimento econômico e social de uma nação.
O protecionismo, o intervencionismo de burocratas estatais interessados nas relações de compadrio em seus países é, indubitavelmente, um dos maiores cancros inibidores do efetivo progresso. Quando os cidadãos de uma nação são privados de comprar produtos/serviços mais baratos e/ou de melhor qualidade/produtividade, esses são compulsoriamente forçados a pagar mais caro por mercadorias de menor qualidade.
Desse modo, sobram menos recursos para as pessoas adquirirem outros produtos e serviços em seu país, afetando todo o mercado nacional e, portanto, reduzindo os empregos e o nível de investimento em uma determinada nação.
O protecionismo impõe a população comprar “pior” e, assim, diminui o poder de compra dos brasileiros, a demanda agregada nacional e, evidente, deteriora o padrão de vida das pessoas. Contudo, nessa presente situação envolvendo a importação de arroz, as circunstâncias são atípicas e muito distintas.
A maior tragédia de enchentes ocorrida no Rio Grande do Sul, impactou em quase todos municípios gaúchos, trazendo abissais prejuízos ao setor agrícola, como também à outras indústrias. Não entanto, várias entidades representativas do setor arrozeiro, já se manifestaram, confirmando que não haverá falta de arroz para fornecimento no país.
O que se vê - e o que não se vê -, é um Estado incompetente, mais uma vez, politizando questões-chave, desejando intervir nos mercados com mão de ferro, atrapalhando a vida dos empresários e das pessoas.
Neste momento crítico da economia gaúcha, o que o Estado deveria estar planejando e executando, são ações para impulsionar o crescimento da economia, ao invés de estar indo na contramão dos interesses do empresariado e do povo do Rio Grande do Sul.
A sanha intervencionista do desgoverno é tão grande, que mesmo após uma ação judicial que suspendia o leilão de arroz importado almejado pelo ex-presidiário, hoje, quinta-feira, dia 6/6, o TRF-4 derrubou tal liminar e, desta forma, manteve o leilão de arroz importado.
Nessa republiqueta rubra coletivista, a fúria e a bagunça judicial não encontram limites quando se trata de prejudicar o Estado do RS. Diferentemente da premissa basilar do livre comércio, pelo trágico contexto gaúcho, o que esse desgoverno quer, é aumentar o desemprego e prejudicar ainda mais a economia do RS. Além disso, claro, qualquer cego que pensa, sabe que devem estar contempladas no referido leilão, relações “perversas e libidinosas” por parte desse desgoverno.
É lamentável que o intervencionismo inepto e voraz de políticos e de burocratas estatais, sempre empregando uma narrativa velhaca e ideológica, a do “para o bem do povo”, de fato, esteja direcionada para lesar o Rio Grande do Sul, como também todos os demais estados e consumidores brasileiros. O livre comércio sempre é benéfico, sem dúvidas, porém, aqui a questão não é de natureza econômica.
Nessa circunstância, o que se vê é um desgoverno incompetente, ideológico, canhoto e mal-intencionado, fazendo todo o possível para afetar e dificultar a penosa recuperação do Estado dos gaúchos. Triste.
Valterlucio Bessa Campelo
A população brasileira foi brindada na última terça-feira com um discurso da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, antecipando o “dia mundial do meio ambiente” que ocorre em 05 de junho. Desta vez a ministra nos poupou do costumeiro jogo de palavras e, felizmente, não temos que nos preocupar com os “nanomísseis” que ela inventou há alguns meses. Mesmo assim, tivemos que ouvir algumas teses bem duvidosas.
Aproveitando-se da tragédia recente, Marina disse “Eventos climáticos extremos, como as chuvas no Sul, ilustram bem a relação entre o equilíbrio ambiental e as nossas vidas. Quando protegemos os rios, as florestas, a nossa rica biodiversidade, estamos, na verdade, protegendo e cuidando das pessoas”. Entenda-se aí que as chuvas torrenciais que caíram no Rio Grande do Sul decorreram do maltrato que damos ao meio ambiente. É falso, não há NENHUMA base científica para que uma autoridade pública possa responsavelmente sequer insinuar que aquela catástrofe resulta da ação do homem. Ela certamente sabe disso, tanto que não teve coragem de afirmar com todas as letras e apenas deixou subentendido.
Em seguida, a ministra, como todo político demagogo, faz o dever de casa mimizento: “A tragédia climática no Rio Grande do Sul trouxe sofrimento para milhares de famílias, sobretudo as mais pobres, as que vivem em condições precárias de moradia e são sempre as principais vítimas das catástrofes climáticas”. Só faltou dizer que a chuva e, por consequência, a “ação humana que a desencadeou” é preconceituosa contra pobres. Outra falsidade. A tragédia, que não escolhe vítimas, arrasou a economia, levou lojas, fábricas, armazéns, veículos, supermercados, farmácias, oficinas, pequenos comércios, casas, escritórios, enfim, não se deteve, como insinua a fala torta, perante a classe média ou os ricos.
Para adular o presidente petista, ela disse que “o governo agiu rapidamente em diferentes frentes, em parceria com o estado o e os municípios, para cuidar das pessoas, comunidades e empresas”. Entrou aí a palavrinha da moda “cuidar das pessoas” para dourar uma falsidade. O governo até agora não sabe o que fazer. Quem de fato agiu rapidamente foram os próprios gaúchos e a população brasileira, solidária, generosa, que ao invés de aplaudir a Madonna, imediatamente fez fluir para o Rio Grande doações materiais e de dinheiro para acudir os gaúchos. Lula e a canja, digo, a Janja, só apareceram quando um cavalo roubou a cena em cima de um telhado.
Para não perder a viagem, deu a própria versão como expressão da verdade insofismável e incontestável: “Infelizmente, ainda há quem duvide da relação do homem com a natureza”. Sim, minha senhora, há muita gente duvidando, não da relação do homem com a natureza (eis um sofisma), mas da capacidade deste de, por sua ação, provocar mudanças climáticas globais como as que estamos presenciando nos últimos anos. Gente como o CIENTISTA John Clauser, prêmio Nobel de Física, que juntamente com outros 1930 CIENTISTAS, assinaram a Declaração Mundial do Clima onde afirmam categoricamente: “O arquivo geológico revela que o clima da Terra tem variado desde que o planeta existiu, com fases frias e quentes naturais. A Pequena Idade do Gelo terminou em 1850. Portanto, não é surpresa que estejamos vivendo um período de aquecimento. O mundo aqueceu significativamente menos do que o previsto pelo IPCC com base em força antropogênica modelada. A lacuna entre o mundo real e o mundo modelado nos diz que estamos longe de entender as mudanças climáticas”. O aquecimento global antropogênico só é consenso em órgãos POLÍTICOS como o IPCC e ministérios do meio ambiente mundo afora.
Como todo ativista de esquerda, a ministra Marina Silva, deu-se sem pejo ao desfrute de atribuir culpa ao presidente Bolsonaro. Sem coragem de repetir claramente o que dissera em outra oportunidade, ela tascou essa infâmia: “Por alguns anos, esse negacionismo atrasou a adoção de medidas urgentes, desrespeitou regras, instituições e servidores ambientais e nos impôs um tempo perdido”. Esse “alguns anos” aí é uma velada referência aos quatro anos de Bolsonaro no governo. Hein? Quer dizer que se não fosse Bolsonaro, a tragédia não teria acontecido? Em seu lugar, o PT teria se antecipado com medidas preventivas? Engraçado, não estou vendo nada disso acontecer nem com relação ao nosso Acre onde as enchentes tem data marcada para inundar Rio Branco e Brasiléia. Aliás, a casa ambiental está todinha em greve, né?
De resto, mais puxa-saquismo em relação ao Lula a quem já chamou de corrupto, e promessas vãs. Ou seja, um discurso que transitou entre falsidades e militância política, quando deveria ser de responsabilidade, de enfrentamento, de informar as medidas que foram e estão sendo tomadas. Mas, aí, é pedir demais. Um ano e meio de governo é “pouco” para retomar os outros 14 em que NADA foi feito no sentido de proteger a população contra os eventos climáticos. Fácil mesmo é mandar a conta de tudo para “alguns anos de negacionismo” e flanar em jatinhos para cima e para baixo, consumindo combustíveis fósseis a granel como fazem sem culpa os ministros, principalmente nos finais de semana a caminho de casa.
* O autor, Valterlucio Bessa Campelo, escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro de contos mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail valbcampelo@gmail.com
Silvio Lopes
Quem de nós, no Brasil, nunca parou para refletir sobre o porquê deste país cheio de riquezas, de potencial extraordinário ainda estar longe de se tornar uma grande nação, mas continua sendo um vasto e tenebroso albergue?
Somos o que se pode dizer um país que tinha tudo para dar certo, e deu errado; enquanto isso, há países que tinham tudo para dar errado, e deram certo? Qual o nosso problema? Afinal, qual é o segredo da pujança e da prosperidade?
Como uma pessoa atacada por um câncer no seu organismo, o Brasil, no final dos anos 70 (os mais gloriosos do ponto de vista da realidade econômica), contraiu o pior dos cânceres e que se tornou pandêmico na alma de nossa atividade política. Não é preciso martelar muito para descobrir que à essa época uma pequena célula cancerígena, de notável poder de metástase, passou a tomar conta de mentes e corações dos brasileiros e brasileiras.
Daí em diante, tratou-se de minar e destruir toda e qualquer estrutura institucional que servisse como potencial predadora do mal e das artimanhas erigidas para sepultar nossos sonhos de fazer deste país a tão sonhada grande nação. Deu no que deu.
Nosso projeto de sociedade com ordem, justiça, liberdade e prosperidade, falhou. Aliás, falhou pode não ser o mais exato. Foi "boicotado". E o foi, justamente, a partir desse câncer com nome de partido político que só nos tem trazido engodo, desesperança e temor pelo que ainda poderá vir por aí.
Sob o mantra de defender a "democracia", essa gente despudorada e canalha nos está condenando à mais abjeta e desumana condição: de servidão absoluta ao poder do Estado. Uma tragédia sem fim. Que pode, aliás, não ter volta!
E de um Estado que se tornou império da corrupção, cujas intervenções se fundam na compra de clientelas, distribuindo cargos e empregos aos milhares aos amigos dos "donos do poder". Um Estado que rechaça o talento, a meritocracia e premia, antes, o servilismo e a condição imoral e antiética dos apaniguados.
Tudo a ver com os dias de hoje. A verdade da vida está agonizando. Como bem profetizou José Saramago..."O tempo das verdades plenas acabou. Vivemos no tempo da mentira universal. Nunca se mentiu tanto. Vivemos na e da mentira todos os dias". É desalentador. Que tristeza.
* O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.
Valterlucio B. Campelo
Nos últimos dias, a extrema-esquerda, aquela que nem bateu o mofo do marxismo-leninismo e já se enrola no wokeismo uns 150 anos mais jovem, com aspirações revolucionárias, resolveu no Acre anunciar uma possível candidatura às eleições para a prefeitura de Rio Branco. Tem, penso, o direito e o dever de fazê-lo, de disseminar, debater e testar a adesão da população à sua agenda. Os dados do último pleito em que o PSol participou com candidatura própria não parecem animadores, mas, considerando-se as circunstâncias, este não é o problema.
Com muitos anos de estrada, chega uma hora em que nos obrigamos a sempre perguntar o porquê das coisas, dos fatos, das declarações, das coincidências… deve ser o vezo de quem viveu. É o caso, portanto, de se perguntar quais as razões mesmas da candidatura psolista, além de aproveitar o espaço para difusão de suas ideias.
Em entrevista recente a um programa de TV, o pretenso candidato, recém-ingresso no Psol vindo (surpresa!) do Partido dos Trabalhadores, através do qual já exerceu o cargo de secretário no governo estadual, ensaiou alguns pontos de debate. Quer, segundo ele, pautar os interesses das classes menos assistidas, deseja sair da discussão paroquial para questões de fundo relativa a direitos sociais pouco ou não atendidos pelo poder público, sugere formas de participação popular, admira o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, etc. Alvíssaras! Temos um candidato corajoso, assumidamente ideológico e de esquerda na disputa.
Vendo a entrevista, eu estava até animado com a qualificação e serenidade do socialista-pastor, afinal, venho defendendo que nem só de asfalto vive o eleitor, mas também e, principalmente, de sua visão de mundo, quando, lá pelas tantas, o futuro pré-candidato psolista danou-se a falar bem do adversário (?), candidato do PT-MDB, Marcus Alexandre, elogiando-o e se esforçando ao máximo para deslocá-lo da esquerda para o centro, como, aliás, já fizera anteriormente o próprio Marcus no mesmo espaço de entrevistas, quando repetiu várias vezes o mantra da hora “eu sou de centro”.
Oxente! Foi aí que os meus neurônios se inquietaram. Bem, temos então mais um motivo, dessa vez funcional, para o surgimento de uma candidatura de esquerda sem mínimas ambições eleitorais. Parece que antevendo a carga ideológica da campanha, a esquerda está cuidando de criar um escudo contra os disparos que virão das candidaturas à direita, uma espécie de para-raios incumbido de atrair o debate mais ácido, livrando das discussões de pautas incômodas o peemedebista amnésico, enquanto o empurra para o centro.
Não é genial? O candidato A da esquerda, devidamente desideologizado, se apresenta para falar da paróquia, das praças, dos acertos e compromissos, dos projetos e melhorias para os bairros, da prestação dos melhores serviços etc., e o candidato B, sua “altera facie”, enfrenta as questões inconvenientes relacionadas ao desastre ético, moral, econômico, político e social da esquerda e do governo lulopetista. Não, não é genial, é bastante previsível.
Embora neguem terminantemente, o fato é que a polarização esquerda-direita, maximamente representada no Brasil pelo lulopetismo versus bolsonarismo vem fazendo com que as candidaturas maleficiadas pelo confronto procurem saídas. Uma delas é puxar o debate para o paroquialismo despolitizado, outra, como se vê, é arranjar um zagueiro-esquerdo para interditar as boladas destras.
Segundo a pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisas e Consultoria – IPEC (ex-IBOPE), visceralmente alinhado com a Rede Globo, no Brasil a direita tem a preferência da maioria do eleitorado, na base de o DOBRO em relação à esquerda. Se considerarmos as últimas eleições, pode-se especular que no Acre os dados são ainda mais expressivos dessa tendência. Então, é o seguinte: A esquerda, verdadeiramente representada pelo candidato do PT-MDB diz que não, mas está se borrando de medo de que o bolsonarismo (defesa da vida, liberdade, família e propriedade), de algum modo contagie a campanha e ganhe majoritariamente o centro. Com o lulopetismo tatuado bem na testa, não se sabe até que ponto esse fingimento será mantido e se surtirá os efeitos desejados. Desconfio de que o eleitorado percebe, só desconfio.
* O autor, Valterlucio Bessa Campelo, escreve às segundas-feiras no site AC24HORASe, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail valbcampelo@gmail.com
Dartagnan da Silva Zanela
Muitas são as conquistas e perdas que obtemos no correr de nossa jornada. De todas as perdas, com certeza a mais temível é a perda da coragem. Como nos lembra Miguel de Cervantes, ao perdê-la, perdemos tudo.
Desde priscas eras, o medo foi utilizado como uma arma política; arma essa que insufla na alma de suas vítimas uma percepção distorcida da realidade, levando os indivíduos a abrirem mão de suas liberdades por qualquer coisa que lhes traga alguma sensação de segurança. Não é à toa, como nos lembra o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que o número de pessoas angustiadas, nos últimos anos, cresceu tanto.
Já o filósofo italiano Giorgio Agamben, em suas cáusticas críticas à política contemporânea, nos chama a atenção para o fato de que, atualmente, o "Estado de Exceção" tornou-se a regra. Desde ameaças terroristas até crises sanitárias são usadas como subterfúgio para implementar, de forma nada sutil, novos mecanismos de controle da população civil.
Claro que tais medidas, necessariamente, precisam do apoio de uma câmara de eco midiática para amplificar o medo junto a população, quando lhes convêm, e disseminar a crença de que apenas medidas draconianas de restrição das liberdades fundamentais poderão garantir que as pessoas possam ser devidamente protegidas, cultivando no coração dos cidadãos um misto de superstição e credulidade frente as oficiosas vozes midiáticas e junto as potestades Estatais.
E vejam só como esse mecanismo, denunciado por Agamben, é curioso. Qualquer um que ouse exercitar a sua consciência para analisar os fatos, e tenha o disparate de manifestar alguma crítica contra os donos do poder e seus vassalos midiáticos, não serão vistos pelo que são: cidadãos exercendo a liberdade de expressar-se. Serão vistos como indivíduos que estariam "agredindo autoridades", "atacando a democracia", "disseminando fake news", "espalhando o ódio" e etc.
Ora, desde que andar para frente deixou de ser novidade, dificilmente uma pessoa que é criticada fica feliz em sê-lo. Críticas são, por sua natureza, desconfortáveis e, por isso mesmo, indispensáveis para que possamos sanar as nossas possíveis imperfeições, tanto a nível pessoal como em escala macrossocial.
De mais a mais, desde quando a manifestação de uma crítica é um ataque à democracia? Desde quando criticar as autoridades, em uma sociedade democrática, tornou-se um ato de agressão? Desde o momento em que o Estado de Exceção tornou-se a regra.
Essa tentação totalitária leva à edificação forçada de um consenso que não tolera ser questionado. Mas não foi a quebra de inúmeros consensos que promoveu boleiras de boas mudanças? A quebra de consensos não era um traço distintivo das mentes esclarecidas frente a mediocridade de suas respectivas épocas? Pois é, mas hoje os tempos são outros e, por isso, externar críticas ao Estado, aos donos do poder, a forma deficitária de funcionamento do sistema político e demais assuntos, tornou-se uma "ameaça violenta contra o Estado Democrático de Direito".
Não é à toa, nem por acaso que, de acordo com uma pesquisa fresquinha, aproximadamente 61% dos brasileiros têm medo de dizer e de escrever o que pensam. E quando vamos nos acostumando a ter medo de dizer o que pensamos, com o tempo, sem que percebamos, vamos deixando de pensar a respeito dos assuntos que tememos dizer ou escrever algo, chegando, deste modo, ao auge do totalitarismo, interiorizando o mecanismo de censura.
Enfim, ao que tudo indica, e à luz da sabedoria de Cervantes, a sociedade brasileira não está muito longe de perder tudo.
* O autor é professor, escrevinhador e bebedor de café, autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.
Gilberto Simões Pires
RESERVA DE MERCADO
Até pouco tempo atrás, o JORNALISMO era uma PROFISSÃO RESERVADA apenas a quem se dispusesse a cursar, e obter o DIPLOMA DE JORNALISTA em alguma FACULDADE da área da COMUNICAÇÃO. Fora disso, por conta de uma absurda -RESERVA DE MERCADO-, todos aqueles que, por conta própria e vontade, se propusessem a APURAR e INVESTIGAR FATOS, APRESENTAR NOTÍCIAS, FAZER REPORTAGENS e/ou ENTREVISTAS, eram simplesmente IMPEDIDOS DE TRABALHAR.
REDES SOCIAIS
Com a chegada da INTERNET e do incessante avanço da tecnologia, que deu lugar à importante criação e o desenvolvimento das REDES SOCIAIS, todas as pessoas, independente do que faziam e continuam fazendo, fazendo uso apenas de seu SMARTFONE, se transformaram em JORNALISTAS AMADORES, do tipo que não têm o menor interesse em atuar na área da COMUNICAÇÃO pela via REMUNERADA, ou PROFISSIONAL. Com isso, gostem ou não, a partir daí ficou mais do que evidente que o AMADORISMO matou o PROFISSIONALISMO. Mesmo levando em conta que os PROFISSIONAIS também INVADIRAM AS REDES SOCIAIS...
DONOS DO PEDAÇO
Esta realidade -incontestável- mais do que sabido, provocou uma imensa reação de parte dos MONOPOLISTAS, que, como DONOS DO PEDAÇO, entendiam que só os detentores do DIPLOMA DE JORNALISTA seriam capazes de FILMAR, GRAVAR, EXPOR FATOS ON-LINE, ENTREVISTAR E POSTAR o que, MOMENTO A MOMENTO estava acontecendo.
FAKE NEWS
Pois, nesta vã tentativa de IMPEDIR que o povo deixe de FAZER O PAPEL DE -JORNALISTA-, de forma AMADORÍSTICA OU PROFISSIONAL, o GRUPO FORMADO PELO CONSÓRCIO DA MÍDIA ABUTRE, PELOS APOIADORES DO GOVERNO LULA, ASSIM COMO O STF E O TSE, acharam por bem colocar na mira o firme interesse em INIBIR, e, se possível ACABAR COM AS REDES SOCIAIS. Para tanto, trataram de classificar tudo aquilo que não foi dito, apurado e investigado por JORNALISTAS DIPLOMADOS como -FAKE NEWS-. E como tal os -AMADORES-devem ser presos e condenados sem perdão.
TEOREMA DE PITÁGORAS
Mais: a SANHA DE PERSEGUIÇÃO é de tal ordem que basta, por exemplo, algum JORNALISTA -AMADOR- postar uma mensagem dizendo que concorda com o TEOREMA DE PITÁGORAS, que prova, matematicamente, que O QUADRADO DA HIPOTENUSA É EXATAMENTE IGUAL À SOMA DOS QUADRADOS DOS CATETOS-, o mesmo já é imediatamente rotulado como NEGACONISTA, FASCISTA, ANTIDEMOCRÁTICO, tudo porque resolveu ESPALHAR uma -FAKE NEWS-.