• Alex Pipkin, PhD
  • 06 Março 2025

Alex Pipkin, PhD


          Não hesito em dizer que a evolução não é um processo linear. E, neste sentido, parece que atualmente estamos dando passos para trás.

Os valores da civilização ocidental, morais e culturais, foram atacados em sua alma, na essência. Os pilares e as virtudes do esforço, da excelência e da busca da grandeza individual, além de terem sido rechaçados, fomentaram uma “cultura” e mentalidade transloucada, a da ideia fixa da opressão. 

A virtuosa busca - com esforço, estudo, treinamento e o “correr riscos” - para se tornar excelente, transformou-se em uma espécie de transgressão cultural. O indivíduo que busca a excelência e, mais ainda, que ousa exibir esse desejo, passou a ser acusado de perpetuador de privilégios, ou de fomentar sistemas de poder excludentes.

O grande Roger Scruton, foi um dos pensadores que identificou com precisão essa corrosão dos valores civilizatórios. Para ele, a beleza, a ordem e a excelência, sempre foram as forças que elevam o espírito humano acima da banalidade e da barbárie. O esforço, a fim de se destacar, e a realização individual, “progressistamente”, agora são encarados como uma construção social a serviço dos poderosos.

Os modernos desconstrutores querem nos convencer de que o gênio é apenas uma invenção arbitrária para justificar privilégios, quando na verdade ele é a expressão mais nobre da alma humana. 

Por detrás desse processo de desconstrução, está impregnada a tentativa de posicionar, de forma automática, toda natural desigualdade, como resultado da opressão e da injustiça. A desigualdade entre os homens é uma característica da natureza e reflexo inevitável da liberdade humana. Evidente que de maneira imanente, a desigualdade é o retrato também das diferenças de talento, de esforço e de escolhas entre os indivíduos.

O vício destruidor do presente, é o de desejar nivelar todos por baixo. Ao holofotizar a diversidade e a inclusão - politizadas -, a única diversidade que realmente importa para o progresso humano, a de caráter, de talento e de esforço individual, é fortemente reprimida. A ordem do dia é homogeneizar, apagando as virtudes da excelência.

Tal inversão de valores explica o porque as únicas pessoas autorizadas a chamar a atenção para sua singularidade são aquelas que se apresentam como vítimas. Os “sofredores” reivindicam e adquirem uma espécie de aura moral que os coloca acima de quaisquer julgamentos. O penoso esforço para triunfar sobre as adversidades, é, até mesmo, condenado! Pois não há verdadeiro heroísmo em exibir as próprias feridas, ao invés de cicatrizá-las.

Tal mentalidade tacanha nega uma inquestionável verdade: o homem é aquilo que faz, e é o resultado de sua jornada, de suas decisões.A atual percepção da autenticidade, da mera aparência de vulnerabilidade, trai a própria essência da liberdade humana. O indivíduo não se define pelas circunstâncias que o cercam, mas pela maneira como responde a elas. Sofrer não é uma virtude. Superar o sofrimento, parece-me que sim.

O paradoxo em relação à dignidade humana não está na submissão, mas na capacidade de resistir e transcender - na escuridão e no silêncio do esforço contínuo para se tornar excelente. Mas é muito mais singelo criticar do que se esforçar. É muito mais fácil se vitimizar do que assumir ás rédeas do seu próprio destino! Ainda bem que tal regressão não é inevitável. Trata-se até de uma virada existencial. O indivíduo livre, aquele que se recusa a ser nivelado, precisa assumir para si a responsabilidade de afirmar aquilo que a cultura dominante quer apagar: que a vida tem, sim, hierarquias naturais. Sofrer é um processo mundano, mas o outro lado da mesma moeda passa pelo esforço e pela disciplina individual.

Se o homem é aquilo que faz, a pergunta decisiva não é sobre quem sofre mais, mas é a respeito de quem ousa se tornar mais. O destino da civilização depende da resposta a essa pergunta. Há, evidente, luz no fundo do túnel. Vozes e ações são vislumbradas na batalha contra a era da mediocridade e da cultura do ressentimento.

Assim, se poucos sustentam o mundo, que o façam com genuíno orgulho, pois a grandeza nunca foi obra das massas, mas de indivíduos que ousaram ser mais - excelentes.

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  • D. Bertrand de Orleães e Bragança
  • 05 Março 2025

 

D. Bertrand de Orleães e Bragança

             D. Bertrand emitiu a seguinte nota de repúdio ao ataque a figura histórica de D. Pedro II por uma escola de samba paulistana.

 

Ouvido o apelo de pessoas amigas e daqueles que formam uma crescente corrente monárquica, manifesto - não só como descendente e sucesso dinástico, mas sobretudo como brasileiro que ama sua Pátria e valoriza sua História - meu repúdio ao ataque de certa escola de samba à figura de meu venerando trisavô, o Imperador Dom Pedro II, neste ano do bicentenário de seu nascimento.

Além de ódio sanguinário, os idealizadores desse ataque demonstram ignorância abismal, ao retratar um índio cometendo um ato de indizível violência contra Dom Pedro II, quem falava tupi-guarani e era verdadeiro amigo e protetor de seus súditos indígenas.

Na disso, entretanto, poderá manchar a imagem de nosso maior Chefe de Estado, cuja boa obra na condução dos destinos do Brasil, em quase meio século de reinado, faz-se sentir até os dias atuais. Seu maior biógrafo, é e sempre será, o povo brasileiro, que nunca se esqueceu de sua respeitabilidade, sua paternidade e, sobretudo, sua brasilidade. A memória de Dom Pedro II, portanto, prevalecerá.

Já a pequenez dos que se aproveitam de enormes somas de dinheiro público e outros patrocínios para promover a revolução cultural, desconstrução dos padrões tradicionais, extravagância, imoralidade e cultura do caos, denegrindo sistematicamente o País, logo será esquecida. Prova disso foi o retumbante fracasso, na forma de rebaixamento, da tal escola.

Os brasileiros de boa vontade travam hoje uma verdadeira cruzada para que o Brasil volte a ser, de fato, a Terra de Santa Cruz. E, certo de que assistiremos à ruína e humilhação de seus inimigos, encerro esta nota com o lema bradado por nossos antepassados na luta contra os infiéis de seu tempo: “Ao serviço de Deus, ao serviço da Pátria”.

São Paulo, 5 de março de 2025

Dom Bertrand de Orleans e Bragança

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  • Adolfo Sachsida
  • 04 Março 2025

 

Adolfo Sachsida

Me perguntaram se assisti “Ainda Estou Aqui”.

Minha resposta foi direta:

Sim, infelizmente, tenho assistido a esse episódio há mais de um ano.

Eu sou a viúva de Clezão, preso injustamente e morto na Papuda. Eu ainda estou aqui.

Eu sou Débora, cabeleireira e mãe de dois filhos, que escreveu "Perdeu, Mané" com batom em uma estátua e fui condenada a 17 anos de prisão. Eu ainda estou aqui.

Eu sou o vendedor de algodão doce, que estava na Esplanada dos Ministérios trabalhando no dia 8 de janeiro e fui preso por engano. Eu ainda estou aqui.

Eu sou o morador de rua que pedia comida e também fui preso injustamente. Eu ainda estou aqui.

Eu sou o autista que trabalha em um lixão e que, por estar presente no dia 8 de janeiro, sou obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Eu ainda estou aqui.

Eu sou Felipe Martins, preso injustamente por seis meses por uma viagem que nunca fiz (e que, mesmo se tivesse feito, não seria crime). Eu ainda estou aqui.

Eu sou a mãe de seis filhos e esposa de um caminhoneiro que viajou a Brasília para entregar mercadorias. Enquanto esperava o caminhão ser carregado, meu marido foi à Esplanada e hoje está condenado a mais de 15 anos de cadeia. Eu ainda estou aqui.

Eu sou uma menina de 3 anos. Eu sou um menino de 6. Somos crianças órfãs de pais vivos. Nossos pais nunca pegaram em armas, nunca cometeram crime algum, mas hoje estão condenados a mais de 15 anos de prisão. Nós ainda estamos aqui.

Eu sou um brasileiro comum, que vê a classe artística e os jornalistas serem TIGRÃO com uma ditadura que acabou há 50 anos, mas TCHUTCHUCA diante dos desmandos que acontecem hoje no Brasil. Eu ainda estou aqui.

Eu sou um advogado, chocado com o silêncio ensurdecedor da OAB diante de tantos absurdos jurídicos, condenações e penas desproporcionais. Eu ainda estou aqui.

Eu sou um brasileiro comum, que hoje tem medo de escrever um texto na internet criticando uma autoridade pública, temendo ser preso por crimes que não existem.

Eu ainda estou aqui.

*        Reproduzido do perfil do autor no X

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  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 01 Março 2025

 

Dartagnan da Silva Zanela

         Se há uma palavra que é vilipendiada é esta: amor. É um Deus que nos acuda. Todos usam-na para dizer o que bem entendem, ao mesmo tempo em que negam aquilo que o amor de fato é. Muitas outras palavras também são avacalhadas, mas essa, como bem nos ensina o sociólogo Pitirim Sorokin, ocupa o cerne da vida em sociedade e, sua mutilação, tem severas consequências no tecido social.

Mas, afinal, o que é esse tal de amor? Pra começo de conversa, não é só uma palavra, nem um sentimento que faz o coração bater mais forte. Como nos ensina L. Lavelle, o amor é um estado do ser. O amor é aquilo que mais profundamente somos e, por isso, devemos, com humildade, cultivá-lo em nosso modo de ser, como nos lembra Gabriel Marcel.

Logo, podemos dizer que, quando um grupo de pessoas sai dizendo que é "a turma do amor" e que, aqueles que se opuserem a "sua turma", seriam os "comensais do ódio", é sinal de que estamos diante de uma arapuca mal armada para capturar figuras desavisadas.

Lembremos: o amor não se faz presente por meio de palavras falaciosas, nem através de gestos histriônicos com maquiagem publicitária. Todo aquele que leu com atenção o elogio ao amor (I Coríntios XIII), sabe que esse tipo de astúcia cínica está a léguas de distância da sua realidade.

Mas, como somos distraídos pra caramba, é bem possível que já tenhamos, em algum momento, caído nesse ardil.

É importante não esquecermos que o amor vive de mãos dadas com a verdade. Ele apenas germina onde ela é recebida de braços abertos para, com ele, coabitar.

Onde não existe amor à verdade, não há amor de verdade.

Não é à toa que Bento XVI dedicou sua primeira encíclica, DEUS CARITAS EST, para refletir sobre esse tema porque, no fundo, não sabemos amar de verdade e na verdade.

O amor é um estado do ser, não um modo de se aparecer. E isso vale para todos nós, para aqueles que dizem ser "pessoas do bem", como para aqueles que se consideram "pessoas de bem".

Se não somos capazes de refletir sobre a nossa capacidade de negar facilmente o bem, a verdade e a justiça, se nos julgamos incapazes de fazer o mal, é sinal de que o nosso discernimento já foi para o beleléu, logo, não é à toa, nem por acaso, que o Brasil está desse jeito: sem eira, nem beira.

Infelizmente, ao que tudo indica, não teria como estar de outro jeito.

*      O autor é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 28 Favereiro 2025

Gilberto Simões Pires          

SEM MAQUIAGEM

Neste momento, TODOS OS INSTITUTOS DE PESQUISA -inclusive aqueles que até poucos dias atrás, de forma escandalosa, mais se identificavam como -INSTITUTOS DE BELEZA-, por conta das MAQUIAGENS que visavam melhorar a verdadeira e péssima imagem do presidente Lula e seu lamentável governo, dão a entender que não há produto de beleza capaz de ESCONDER A REALIDADE até então fortemente mascarada. 

RECORDE NEGATIVO

Observem que -TODOS OS NÚMEROS COLETADOS por TODOS OS INSTITUTOS DE PESQUISA de OPINIÃO PÚBLICA -INDICAM-, COM OU SEM MAQUIAGEM,- UM AUMENTO EXPRESSIVO NA INSATISFAÇÃO POPULAR EM RELAÇÃO AO DESEMPENHO DO PRESIDENTE LULA. O mais recente levantamento realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2025 pelo DATAFOLHA, instituto sabidamente devoto do PT, revelou que a REPROVAÇÃO do presidente alcançou 41%, -representando um RECORDE NEGATIVO para os três mandatos do petista-. Atenção: apenas 24% dos brasileiros -AINDA- avaliam a gestão como ótima ou boa.

MULHERES DO NORDESTE

Mais: a pesquisa DATAFOLHA -PETISTA também apontou que a popularidade do governo Lula caiu de maneira mais acentuada entre MULHERES, ELEITORES DE BAIXA RENDA E RESIDENTES DO NORDESTE, três públicos que tradicionalmente formam a base de apoio do PT.  

GENIAL/QUAEST

Pois, dando voz e imagem à razão e à realidade, dia 26 foi a vez do Instituto GENIAL/QUAEST, que nunca negou sua afeição por Lula e pelo PT, informar também, sem máscaras, que a DESAPROVAÇÃO DO GOVERNO LULA CRESCEU acima dos dois dígitos desde dezembro em Pernambuco e Bahia, dois Estados que historicamente são base eleitoral do petista. Segundo diz o levantamento realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro, a TAXA DE REPROVAÇÃO do presidente -NOS ESTADOS de SP, MG, RJ, BA, PR, RS E GO- JÁ ULTRAPASSA A ELEVADA MARCA DE 60% Que tal? 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 24 Favereiro 2025

 

Gilberto Simões Pires

BOMBA

Todos os dias me deparo com uma ou mais publicações postadas nas redes sociais por brasileiros pra lá de -ESPERANÇOSOS-, cujos conteúdos (imagens, áudios ou textos) iniciam com a palavra- BOMBA-, em -LETRAS GARRAFAIS-, dando conta de que, enfim, a TIRANIA IMPOSTA PELO STF, notadamente pelo detestável ministro Alexandre de Moraes, está muito próxima do fim. 

CANETADA

Pois, para desespero geral, praticamente no mesmo momento em que as pretensas e ilusórias -BOMBAS- são anunciadas, algum ministro do STF entra em cena e, com uma simples canetada, acaba de vez com eventuais e/ou fantasiosas pretensões de que davam a entender que a tal TIRANIA- estaria, enfim, com os dias contados. 

BOMBA TIRÂNICA

Na semana passada, por exemplo, o ministro Dias Toffoli, com a CONCORDÂNCIA SILENCIOSA dos demais ministros, respondeu aos tolos ESPERANÇOSOS com uma outra BOMBA TIRÂNICA, ao DECLARAR -NULOS- TODOS OS ATOS CONTRA O EX-MINISTRO ANTONIO PALOCCI, que sob juramento se declarou RÉU CONFESSO nos CRIMES RELACIONADOS À OPERAÇÃO LAVA JATO.  

MANDA E DESMANDA

Enquanto o STF deixa claro que MANDA E DESMANDA NO BRASIL, o PODER EXECUTIVO, sob o comando de Lula, segue firme na TAREFA DE DESTRUIÇÃO DO PAÍS, desta vez usando uma BOMBA -verdadeiramente -NUCLEAR-. 

Vejam, por exemplo, o bestial caso da USINA NUCLEAR ANGRA 3, que segundo estudo do BNDES, para finalização da usina (seriam necessários mais CINCO ANOS DE OBRAS) seriam necessários R$23 BILHÕES em investimentos, além dos R$12 BILHÕES já aplicados até o momento. Mais: o BNDES informa que a decisão de ABANDONAR a OBRA teria um custo de R$21 BILHÕES, incluindo despesas com rescisões de contratos, desmobilização de canteiro, devolução de benefícios fiscais e penalidades pelo cancelamento de financiamentos incentivados.

Como se percebe, o governo Lula, é isso: NÃO TEM 23 BILHÕES PARA TERMINAR A OBRA E NÃO TEM R$ 21 BILHÕES PARA ABANDONAR A OBRA. Pode?

 

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