• Sílvio Lopes
  • 12 Dezembro 2024

 

Sílvio Lopes

       Uma nação que se preze, é a tal que ofereça uma bem montada e diversificada estrutura econômica que permita à população experimentar a estimuladora mobilidade social.

Mobilidade social é, talvez, o maior instrumento de motivação humana dentro de uma sociedade livre. Nos modelos totalitários, tanto o individual quanto o coletivo, o propósito de crescimento dos humanos- pessoal e profissional- fica subordinado (e até absorvido), aos interesses do aparelho estatal, suas ideologias e idiossincrasias. Platão já a isso se referia. Sim, ele mesmo.

Crescer no intelecto, se realizar como pessoa detentora de direitos como o livre pensar e se expressar, e agir conforme sua vontade, são prerrogativas e princípios impostergáveis e inegociáveis numa sociedade democrática e livre, verdadeiramente.

Pois bem. O Brasil, ao longo do tempo, promoveu justo o casamento entre uma virtude social desejável - a mobilidade - e um defeito perverso - a iniquidade. Nosso desafio é, portanto, eliminar o defeito sem, no entanto, comprometer a virtude.

Temos tudo, porém, capaz de nos auxiliar no sentido de desmontar  essa

armadilha histórica que nos vem aprisionando desde sempre. O desafio é perseguir com firmeza e determinação ao expurgo dessas elites nefastas que nos escravizam e condenam ao subdesenvolvimento que origina injustiças no tecido social pelas ações iníquas que praticam.

A verdade é que nosso Brasil tem sido conduzido, há séculos, em suas várias instâncias (política, empresarial e institucional em geral), por bandos de fanfarrões que, na condição de tiranos brutais, desperdiçam os recursos do Estado e mantém o país em situação de agitação e incertezas.

As ações antidemocráticas emanadas a partir da principal Corte jurídica do país e imitadas por outras instituições antes respeitáveis, assemelham-se, sem tirar nem pôr, à tirania de imperadores como Augusto, Calígula e Nero, que levaram à ruína o poderoso império romano.

 A luta é sem quartel (no sentido que o leitor quiser emprestar à expressão), e de todos nós. Vamos resistir. Nada nos irá deter.

*      O autor, Silvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 12 Dezembro 2024

 

Alex Pikin, PhD

     Tenho opinado que os pregadores da “cartilha ideológica progressista”, aquela do politicamente correto, haviam exterminado com o essencial humor em nossas vidas.

É mister enfatizar que é por meio do humor que existe uma facilitação das relações sociais, necessária para a aproximação das pessoas. Sobretudo, para aumentar o nível de aceitação e confiança entre pessoas e/ou grupos sociais.
Atual e tristemente, tudo se transformou em algo ofensivo, tudo é a tal de micro agressão.

Dou a mão à palmatória. Equivoquei-me.

Na verdade, faz parte desse mesmo modus operandi, dividir a sociedade em facões menores, genuinamente, obcecadas com o melodrama holofotizado, berrando e demonstrando sua suposta superioridade ideológica.
Errei. A esquerda festiva, utilizadora das pautas identitárias para fins puramente partidários e eleitoreiros, é a piada que já vem pronta!


Ninguém aguenta mais tamanha hipocrisia em relação a badalada indústria da “diversidade e inclusão”. A banalização e o oportunismo “progressista” foi tão avassalador, que as grandes corporações estão, de fato, abandonando a brincadeira séria de transformarem suas lideranças em “estadistas”, salvadores da humanidade.


Repito. Quanto mais os “guerreiros sociais” enfatizam a estratégia de dividir, mostrando diferenças, menor é a probabilidade de que as pessoas se atentem legitimamente para tais diferenças. Há mesmo um desmagnetismo, representando um convite para aqueles que não engolem tais falácias identitárias politizadas, voltarem-se contra tais aberrações. Ou melhor, são legítimas comédias hollywoodianas.


O fetiche identitário da turma progressista é hilário. A (des)elite progressista branca, dos “grandes” intelectuais (ungidos) e artistas - e seus seguidores - agora pode expor suas pseudovirtudes, transpirando seus sentimentos culposos, buscando aliviar suas consciências pesadas. Mas foram eles que, por exemplo, escravizaram negros e brancos em séculos passados? Não há como reconstruir o mundo vivido!


Tenho assistido verdadeiras óperas dantescas. É tragicômico ver cidadãos negros discordarem de pautas apropriadas e politizadas pela burguesia branca “progressista”, como assisti em recente debate televisivo. É preciso comentar o comportamento do mediador da “grande mídia”? Piada!


Tais militantes partidários dão de ombros para a essencial solidariedade e empatia - que necessita de real coesão social -, mostrando somente boas intenções, sem que haja efetivo comprometimento no aprofundamento de temas importantes, embora controversos. Eles querem mesmo é fazer barulho e espuma “vermelha”, abordando tal qual a casca de um ovo, ao invés do fundamental conteúdo, a clara e a gema.


De fato, as pautas identitárias politizadas pela esquerda, servem, de maneira fervorosa, de suporte para o real objetivo “progressista”, ou seja, o alcance do total controle estatal sobre às vidas sociais e econômicas das pessoas. Só a liberdade individual é legitimamente capaz de fazer com que os indivíduos sejam livres para pensar e tomar às suas próprias decisões - e se desenvolverem com as próprias pernas, braços e mentes.


Além de ser uma grotesca piada para aqueles que não se alinham às tribos esquerdistas, esses partidários vermelhos acabam gerando um tremendo desserviço para às minorias de LGBTQIA+++, de negros, de feministas de verdade, entre outras. Funciona como um contra remédio para a verdadeira batalha contra a discriminação e o preconceito.


É quase impossível não enxergar que negros, gays, feministas e outras minorias, são só negros, gays e feministas se estiverem em conformidade com as várias tribos esquerdistas. Se não pensarem de acordo com a manada progressista, eles mudam de cor, gênero, raça e/ou pauta.


A hipocrisia e os clichês utilizados têm sido tão transparentes e repugnantes, no sentido de colocar luz sobre as narrativas e falácias referente ao sofrimento e opressão dos grupos minoritários, para benefício da eliminação de culpa das elites brancas - e do propósito do controle do Estado (este não tão nítido) -, que se transformaram em motivo de chacota.


Seja honesto consigo mesmo! Como pode a trupe esquerdista apoiar terroristas sanguinários do Hamas, Hezbolah e outros, desejando limpar o Estado de Israel do mapa e, por via de consequência, varrer os “judeus opressores” do globo? Escárnio total. O ódio do bem vermelho, além de tirar o antissemitismo do armário, proclama livremente o retorno de práticas nazistas, entoadas junto com bandeiras vermelhas com a suástica. Escárnio total.


Como a piada já vem pronta, percebo que a conscientização social sobre tais encenações dantescas, especificamente referente à politização canhota, vem crescendo substancialmente, enquanto que a hipocrisia identitária vermelha tem perdido fôlego proporcional.


É necessário discussão profunda, científica e séria sobre esses temas relevantes para a sociedade, em especial para reestabelecer os vínculos de confiança e coesão social.


Pautas legítimas precisam ser tratadas com severidade e respeito, não como fantasmas de mentiras e falácias voltadas unicamente para os propósitos espúrios e partidários de progressistas de araque. Tomara que meu prognóstico seja certeiro - para o bem de todos.

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  • Olavo de Carvalho
  • 10 Dezembro 2024

Nota do editor: O artigo abaixo, do saudoso amigo Olavo de Carvalho, publicado do Diário do Comércio em 15/12/2015, é reproduzido por seu imenso valor pedagógico se lido na cerração do tempo presente.

Olavo de Carvalho

       Jamais esqueci a cena do filme “O Massacre de Chicago” (St. Valentine’s Day Massacre, 1967) em que Al Capone, representado por Jason Robards, esmigalha com um taco de beisebol a cabeça de um companheiro traidor.

Robards, ator impecável, transmite com precisão a ambigüidade do ódio vingativo que se adorna de uma encenação histérica de indignação moral ao ponto de confundir-se com ela.

É um quadro bem conhecido, banal até, nos anais da psicanálise e da psiquiatria forense: a consciência moral do assassino, sufocada e manietada no fundo do inconsciente, vem à tona em forma invertida e se transmuta em inculpação exagerada e teatral dos seus desafetos.

Quanto mais crimes hediondos o sujeito carrega no seu currículo de horrores, mais eloquente e persuasiva a sua afetação de dignidade ofendida.

Mil vezes descrito nos tratados médicos, o fenômeno, no entanto, continua desconhecido da maior parte dos analistas políticos, que não o enxergam nem mesmo quando ele fornece a explicação cabal e óbvia da conduta de certos grupos, facções e partidos.

O critério para reconhecê-lo é simples e infalível: quando o discurso de inculpação moral hiperbólica provém de alguém que cometeu crimes piores do que aqueles que aparentemente o indignam, você está diante do episódio de St. Valentine’s Day Massacre reencenado.

E aí duas séries de fatos paralelos, ambas abundantemente comprovadas, não têm como deixar de por à mostra a conexão íntima que as liga no fundo mais tenebroso da consciência histérica:

(1) Quem são os campeões absolutos na produção de discursos de indignação moral no mundo? Os comunistas.

(2) Quem são os campeões absolutos na prática do genocídio, da tortura, das prisões em massa, do assassinato de inimigos políticos, da escravização de populações inteiras? Também os comunistas.

Há nisso, é claro, um elemento de premeditação manipulatória: “Xingue-s do que você é, acuse-os do que você faz.” Mas isso é só na cabeça dos mandantes supremos, dos engenheiros sociais pavlovianos, dos próceres da KGB, da Stasi ou da DGI.

Nas almas dos militantes, o que veio de cima como truque publicitário se converte em reação emocional espontânea, num modo de ser e de sentir habitual e automático, sem premeditação alguma: cada um deles sente que esmigalhar as cabeças dos adversários é uma obrigação moral sublime, uma graça santificante.

Se o adversário vê nisso algum mal, é a prova definitiva de que ele é um fascista sanguinário e, portanto, mais um motivo justo para lhe esmigalhar a cabeça.

A naturalidade quase ingênua com que essa gente se sente ofendidíssima com meras opiniões e reage mediante apelos ao assassinato político seria inexplicável sem a “síndrome de Al Capone”. A desproporção entre estímulo e resposta revela que, além do estímulo aparente, está em jogo uma motivação suplementar oculta.

Essa motivação é um mecanismo circular: Nada sufoca mais eficazmente o clamor da consciência moral do que sua imitação histérica invertida –alimentada, por sua vez, pelo próprio clamor sufocado que lateja no fundo do inconsciente.

Toda semana aparecem novos exemplos. Desta vez foi a chuva de ameaças de morte a Donald Trump porque quer vetar a entrada de muçulmanos no país até que sejam investigados e liberados.

A proposta do candidato tem ampla base constitucional reforçada por vasta jurisprudência da Suprema Corte, mas a massa esquerdista indignada não aceita sequer discuti-la: quer suprimi-la matando o seu autor.

A “síndrome de Al Capone” deitou raízes tão fundas nas almas dos militantes esquerdistas, que até aqueles que jamais cometeram crime algum estão sempre em guarda contra a mera possibilidade de tomar consciência dos horrores praticados por seus correligionários, defendendo-se dessa perspectiva temível mediante o mesmo reflexo de inculpação projetiva hiperbólica.

Mesmo o mais inocente e bocó dentre os idiotas úteis do petismo ferve de indignação cívica contra o deputado Eduardo Cunha, como se os delitos menores e não provados que a este se atribuem fossem a causa da desgraça nacional, muito acima do Petrolão, do Mensalão e do rombo das contas públicas.

Sentindo-se acusado por tabela, arma-se de um taco de beisebol verbal e sonha em rachar cabeças como se fosse uma miniatura de Al Capone.

*  Publicado no Diário do Comércio, em 15/12/2015 e reproduzido no site olavodecarvalho.org - https://olavodecarvalho.org/category/artigos/page/3/

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  • Afonso Pires Faria
  • 10 Dezembro 2024

 

Afonso Pires Faria

         Quando tudo isso começou e quando terminará isso tudo?

Dependendo da expectativa de solução, devemos prolongar a pesquisa para tão longe da origem quanto a vontade de solucionar.

Penso que o momento político nacional tem origem quando nos deixamos iludir pelas narrativas do presidente Lula eleito pela primeira vez, falando inverdades de ter acabado com a fome no país pelo programa “fome zero”. Até aí nada de ilegal, foi apenas enganação. Os problemas começaram a se agravar quando tentou-se eliminar de forma abrupta e de uma só vez, toda a corrupção no nosso país.

A lei começou a ser corrompida quando se impediu pela primeira vez, o presidente da República de nomear um ministro. Depois foi executada manobra indecente para que a presidente que sofreu impeachment não perdesse seus direitos políticos.

O atentado contra a vida de um candidato virou quase uma simples contravenção e um dos três poderes ganhou musculatura. Impediu-se que o Presidente nomeasse um diretor da PF, que era sua exclusiva atribuição e foi considerado normal.

Este poder, cheio de empoderamento, perdeu o temor e foi em frente. Quando da votação para se implantar o voto impresso, mesmo fora de suas atribuições, atravessou a Praça dos Três Poderes e sem o menor temor de reprimendas, interferiu descaradamente na votação. Depois, nas eleições, agiu sem o menor escrúpulo e sem medo de ser sequer admoestado.

Agora ficou muito difícil retroceder. Seria como fazer um foguete dar ré. Se bem que...

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 05 Dezembro 2024

Gilberto Simões Pires

POVO MAL-INFORMADO

        No nosso empobrecido Brasil, infelizmente, o povo é muito mal-informado por analistas/comentaristas do tipo que falam e escrevem sobre os mais variados assuntos sem se debruçar sobre a fundamental relação CAUSA/EFEITO. Mais ainda quando a questão envolve a ECONOMIA, tema que tanto importa para todos os cidadãos, onde a maioria -não raro- acaba sempre acreditando que ao combater os EFEITOS as CAUSAS vão para o ralo.

DISCERNIMENTO

 

     Da mesma forma, a grande maioria dos deputados e senadores também desconhece as CAUSAS que levam a ECONOMIA BRASILEIRA a ser eterna prisioneira do BAIXO CRESCIMENTO e dos elevados GASTOS PÚBLICOS. Pois, antes de tudo vale lembrar que o economista Paulo Guedes foi o único ministro da Economia que fez uso do DISCERNIMENTO, ao propor, em outubro de 2022, o correto PLANO -3D-, que consiste em -DESVINCULAR, DESINDEXAR E DESCARIMBAR AS DESPESAS DO ORÇAMENTO-. Sem esta necessária providência, que precisa ser aprovada por maioria qualificada de deputados e senadores, simplesmente NÃO HÁ SALVAÇÃO, até porque -MAIS DE  90% das DESPESAS SÃO CARIMBADAS, ou seja, não TÊM COMO MANEJAR E/OU REDIRECIONAR OS RECURSOS. 

VOO DE GALINHA

 

     Portanto, meus caros leitores, entendam de uma vez por todas que: SEM DESVICULAR, DESINDEXAR E DESCARIMBAR AS DESPESAS DE GOVERNO- a -VELHA ESPERANÇA- NÃO TEM COMO DAR AS CARAS. ESQUEÇAM! É assim ou nada. Qualquer coisa diferente disso é o velho MAIS DO MESMO VOO DE GALINHA. 

PESSOAL

 

      Mais: não esqueçam que FUNCIONÁRIO PÚBLICO, depois de ser admitido por concurso, não pode ser demitido. Pois é justamente aí que residem as maiores DESPESAS DO SETOR PÚBLICO. 

CORREIOS

 

     A propósito do editorial de ontem, vale adicionar na lista das TRAGÉDIAS este governo, que a atual gestão dos Correios teve, de janeiro a setembro, o maior prejuízo da história da estatal no período. Foram R$ 2 bilhões. Se continuar nesse ritmo, deve superar o déficit de 2015, de R$ 2,1 bilhões, registrados quando Dilma Rousseff mandava no Brasil.

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 05 Dezembro 2024

 

Alex Pipkin, PhD
          Vivemos em uma era das falácias, da mentira explícita e da primazia da ignorância.

Penso que estou habilitado a opinar, dotado de uma espécie de poder de fala. Sou Doutor e trabalho, faz muito tempo, na iniciativa privada. Uma das falácias favoritas de ignorantes preguiçosos e/ou de técnicos desprovidos de visão holística, é enaltecer a “distinção” entre teoria e prática. São coisas diferentes, entretanto, fundamentalmente, interdependentes.

Teorias são abstrações da realidade (de uma prática), que aportam os fundamentos e os conceitos que deveriam orientar a ação humana. A prática, sinteticamente, é o como fazer, repetidamente. Uma mera técnica. Para um prático, sem teorias, a “solução” é sempre reincidente, não havendo espaço para inovações e aprimoramentos.

São os teóricos, a partir das experiências da realidade - o que é necessário compreender profundamente -, que buscam ampliar as fronteiras do conhecimento nas amplas e variadas áreas. Nas trevas da era da ignorância, tendo a pensar que o ignorante e preguiçoso presidente Luiz da Silva, talvez tenha razão. Ele não estudou, não gosta de ler, e, cotidianamente, assassina sua língua nativa.

Os fatos cabais têm demonstrado que o estudo, ao invés de encaminhar à “iluminação”, tem desembocado na obscuridade e na cegueira. O “século das luzes”, surgido na Europa no século XVIII, valorizava o genuíno conhecimento, a ciência com “c” maiúsculo” - não à ideologia -, a prevalência da razão (que escassez!), e o humanismo “racional” - não os falsos altruísmos da famigerada sinalização de virtude.

Evidente que não estou me referindo ao “Iluminismo” mencionado pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. O compromisso de nossa deselite com os valores iluministas é, factualmente, pura ilusão, não vale um vintém. A realidade, como ela é, deixou de existir, constituindo-se numa mera construção daquilo que coletivistas de araque desejam que essa seja. Não há nada mais do que uma singela - mas gritante - farsa.

O grande imbróglio é que o verdadeiro ensino “duro” e produtivo no Brasil, tomou Doril, e faz tempo. O que se tem é a formação em massa de militantes e de ativistas contra a “opressão e a injustiça”, analfabetos funcionais. O conhecimento, a razão e a ciência, concederam lugar ao sectarismo ideológico - e religioso -, e as correspondentes rejeição da verdade e o império da nefasta dissonância cognitiva. Ouso dizer que a psicologia vermelha assumiu o controle do volante, transformando naturais ocorrências da jornada terrena em “traumas insuperáveis”. O sujeito que discute com seu chefe, e pede demissão ou é demitido, parece ter sua vida arruinada para sempre. O interessante nisso tudo, é que os livros de autoajuda, e os gurus da atualidade, não param de holofotizar a suprema virtude da resiliência.

Todo nosso contexto de terror e pânico foi calculado e planejado milimetricamente. A mentalidade da abstração coletivista se apossou das instituições e, portanto, da cultura. Será que ainda resta um fiapo de legítima cultura?

Populistas e ideólogos do atraso, de várias estirpes, manipulam suas “massas de tribos”, incapazes de pensar criticamente, mirando nos desejos de legiões de ignorantes e de desesperados por soluções mágicas para suas vidas, transformando esses em escravos de um Estado “salvador da pátria”. Problemas complexos exigem soluções complexas. Não há soluções populistas e simples que os resolvam, de fato.

As comprovadas “soluções” que trazem crescimento econômico e social e progresso, exigem medidas duras e impopulares. Poucos políticos têm coragem e habilidades necessárias para concretiza-las.

Verdadeiramente, populistas maldosos, simplesmente, buscam levar música aos ouvidos dessa legião de ignorantes e de desesperados por respostas e artifícios aderentes às suas respectivas angústias e necessidades. Esses respondem com políticas contraproducentes, que já fracassaram sistematicamente, e de maneira rotunda. Embora tais iniciativas sejam entoadas como sendo para o “bem popular”, essas encaminham para a pobreza e para o retrocesso.

As tribos anseiam pela mentira escrachada, pela hipocrisia, concientes e/ou inconscientemente, uma vez que seus associados são ignorantes e/ou desesperados, suportados por crenças ideológicas, superstições e em soluções “divinas” de tais semideuses.

De forma trágica, muitos abdicam de suas liberdades e responsabilidades individuais, na espera de promessas que somente demagogos e mentirosos podem prover. O sectarismo tribal transformou o contexto verde-amarelo num mar vermelho de disputas por perfumarias de segunda ordem, esfacelando os valores genuinamente democráticos-liberais, destruindo à moral, à justiça, às liberdades individuais e econômicas e, fundamentalmente, acabando com a vital coesão social.

A era é a das trevas, da ignorância, da falta de estudo e do conhecimento, da lógica “ilógica”, da “scienssia”, da sinalização de virtude, e da mentira trajada e maquiada de verdade inquestionável. O conhecimento e a razão se transformaram em acessórios de muito pouco valor.

No faroeste sem leis, vermelho, verde-amarelo, do autoritarismo disfarçado de “democracia relativa”, da ditadura da toga, os pobres mortais, ignorantes e/ou desesperados, aspiram pelo abissal e devastador intervencionismo estatal, aquele ambicionado como sendo o remédio para curar todos os males tupiniquins. Desafortunadamente, o desejo é de ser escravo de um Estado, naturalmente, ineficiente.

Triste, mas me inclino a concordar com o Dr. Lule…

De maneira efetiva, para que estão servindo a argumentação racional, o conhecimento, a verdadeira ciência, nessa época das trevas da mentira escancarada, das falácias e do apogeu da ignorância?

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