Autor desconhecido
A burra da formiga trabalha duro o ano todo, constrói a sua casa e acumula provisões para o Inverno.
Enquanto isso, a cigarra passa os dias na academia, nas baladas ou se produzindo para passar as "nights" com as amigas #girlpower .
Chegado o inverno , a formiga refugia-se em casa onde tem tudo o que precisa até à primavera.
A cigarra, cheia de frio e de fome, vai ao programa da Fátima Bernardes queixar-se que não é justo que a formiga tenha direito a casa e comida enquanto outros, com menos sorte que ela, passem frio e fome. O Mion e o Hulk dizem que é uma vergonha. A Globo não perde a oportunidade e faz uma transmissão direta da porta de casa da formiga, passando imagens da formiga no quentinho, com a mesa cheia de comida.
O povo fica revoltado ao saber que o Brasil deixa a pobre cigarra sofrer enquanto outros vivem com fartura!
É organizada uma marcha de apoio à cigarra. #somostodoscigarra .
É feito um especial no Fantástico onde se questiona como é que a formiga enriqueceu às custas da cigarra. De um lado da bancada, os defensores da igualdade (pró-cigarra), do outro lado, os sem-coração (que defendem a egoísta e insensível formiga).
Em resposta às mais recentes sondagens, o STF se prepara para aprovar uma lei proposta pelo PSOL sobre a igualdade econômica com efeitos retroativos desde o verão passado.
Os impostos da formiga aumentam consideravelmente e ela ainda leva uma multa por não ter prestado assistência à cigarra. Os seus impostos do INSS também sobem, de modo a serem justamente partilhados com a cigarra. #rendimentominimo.
A casa da formiga é penhorada por ela não ter conseguido pagar os impostos.
A formiga, decepcionada, faz as malas e emigra para um país onde o seu esforço seja reconhecido e onde possa desfrutar dos resultados do seu trabalho árduo.
A antiga casa da formiga é convertida numa república para cigarras que, irresponsavelmente, não param de fazer filhos para que possam viver do Bolsa Inseto. O pouco que recebem dos descontos da formiga mal dá para os bens essenciais como, por exemplo, tênis da Nike, cerveja Heineken, unhas de porcelana, etc...
A casa deteriora-se por falta de cuidados.
O governo é fortemente criticado pela falta de subsídios colocados à disposição da cigarra, que agora vive em condições quase subumanas.
O PT propõe uma comissão de investigação multipartidária que custará milhões de Reais aos cofres públicos .
Entretanto a cigarra morre de overdose.
A mídia garante que a morte da cigarra deveu-se à COVID por falta de leitos de UTI e por falta de apoio social por parte do governo, que falhou em vacinar a populacao e em acabar com as desigualdades sociais e a injustiça econômica. Que nem migrar para as florestas a cigarra não pode porque o país foi todo desmatado.
A casa acaba por ser ocupada por uma família de aranhas imigrantes, traficantes de droga, que aterrorizam a vizinhança.
E a oposição felicita-se por ter contribuído para promover a diversidade cultural no país.
Rodrigo Mezzomo
Dom Pedro II dedicou-se incansavelmente ao Brasil. Sua vida foi, do início ao fim, um nobre gesto de amor incondicional pelo país.
Ele foi exemplo de civismo, patriotismo e abnegação.
Dom Pedro sabia que, em 15 de novembro de 1889, o povo lhe daria respaldo.
Todavia, para proteger este mesmo povo e evitar o derramamento de sangue, resignou-se e aceitou a infâmia.
Não resistiu ao golpe republicano. Não queria a guerra civil.
Foi traído por quem lhe jurara fidelidade. Foi ultrajado e humilhado com o exílio perpétuo por aqueles que deveriam proteger a pátria.
Mesmo diante de tanto horror, mostrou sua grandeza!
O Imperador chegou a escrever uma carta que foi enviada aos golpistas, ainda no calor dos acontecimentos, onde diz:
"A vista da representação que me foi entregue hoje, às três horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir com a minha família para a Europa, amanhã, deixando assim a pátria, de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constante testemunhos de entranhado amor e dedicação durante meio século que desempenhei o cargo de Chefe do Estado.
Na ausência, eu, com todas as pessoas da minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos, por sua grandeza e prosperidade".
Depois de Dom Pedro 2º a vida pública no Brasil foi só revés e desonra. O país se perdeu em sucessivas e intermináveis crises de legitimidade.
*Reproduzido da página do autor no Facebook.
Comemorou-se, no dia 17 de abril de 2017, o centenário de Roberto Campos. A sua figura é importante no processo de redemocratização do Brasil, pois conhecia em profundidade não só a natureza patrimonialista do Estado, como também as mudanças pelas quais o país enveredou no segundo pós-guerra, tendo participado dos esforços de modernização e democratização das nossas instituições.
Durante décadas a figura do embaixador Roberto Campos tentou ser riscada pelo establishment do Itamaraty, porquanto representativa de um perigo para os que tinham se encastelado no regime de sesmarias ao redor de uma opção pelo “socialismo real”, após a derrota dos alemães na Segunda Guerra Mundial. Quando nosso autor optou por se habilitar em concurso para trabalhar no Ministério das Relações Exteriores em pleno Estado Novo, no ano de 1938, a maior parte dos nossos diplomatas se colocava no contexto dos interesses do Eixo. Mas, quando as forças de Adolf Hitler (1889-1945) começaram a ser derrotadas pelos Aliados na Segunda Guerra Mundial, os diplomatas correram céleres para se arrumarem em torno aos representantes das democracias ditas “populares”, chefiadas pela antiga União Soviética. Guinada de 180 graus que deixou intacto, contudo, o dogmatismo e o gosto pelo “poder total”.
Entre os Aliados, os itamaratianos fizeram a sua escolha: os russos, que representavam a nova força que se estabelecia no mundo, contrária aos americanos. A respeito do clima que se vivia no Ministério das Relações Exteriores no contexto dessa arrumação ideológica, escreve Roberto Campos: “O Itamaraty, situado na avenida Marechal Floriano (a antiga rua Larga de São Joaquim), era comumente apelidado de Butantã da rua Larga. – São cobras, mas fingem que são minhocas – dizia-me de seus colegas o admirável João Guimarães Rosa (1908-1967), que depois se tornaria o meu escritor preferido” (Roberto Campos, Lanterna na popa – Memórias, Rio de Janeiro: Topbooks, 1994, pg. 31).
Roberto Campos e um grupo minoritário representaram a opção por um conceito de diplomacia afinado com a democracia ocidental e alheio à busca do “democratismo” que terminou vingando no mundo comunista. Como ele mesmo destacava, virou uma espécie de “profeta da liberdade”, à maneira, aliás, de Alexis de Tocqueville (1805-1859), que se descrevia a si próprio como um “São João Batista que prega no deserto”. A respeito da opção liberal, frisava Roberto Campos na sua obra autobiográfica, A lanterna na popa: “Em nenhum momento consegui a grandeza. Em todos os momentos procurei escapar da mediocridade. Fui um pouco um apóstolo, sem a coragem de ser mártir. Lutei contra as marés do nacional-populismo, antecipando o refluxo da onda. Às vezes ousei profetizar, não por ver mais que os outros, mas por ver antes. Por muito tempo, ao defender o liberalismo econômico, fui considerado um herege imprudente. Os acontecimentos mundiais, na visão de alguns, me promoveram a profeta responsável”.
Talvez o traço mais marcante da personalidade intelectual de Roberto Campos tenha sido a capacidade de rir de si próprio, estabelecendo uma saudável relatividade nos seus pontos de vista. Definiu-se a si mesmo, no primeiro capítulo de sua autobiografia, como o “analfabeto erudito”. Analfabeto em matéria de especialidades cartoriais que o habilitariam para um concurso público, mas erudito por uma inegável formação humanística haurida no Seminário, onde cursou os estudos completos de Filosofia e Teologia, além de ter recebido as “Ordens Menores” (hostiário, leitor, exorcista, acólito).
Assim, a passagem de Roberto Campos pela divisão de “secos e molhados” (nome jocoso dado pelo nosso autor à área de Assuntos Econômicos do Itamaraty) foi bastante profícua, tendo-o colocado, junto com Eugênio Gudin (1886-1986), na linha de frente da formulação das políticas econômicas, que se tornariam, após a Conferência de Bretton Woods em 1944, a peça forte das relações diplomáticas (da mencionada Conferência, Roberto Campos participou como assessor da equipe brasileira chefiada pelo professor Gudin).
Duas etapas podem ser reconhecidas na formação do liberalismo econômico no nosso autor: a primeira, onde a influência maior veio de John Maynard Keynes (1883-1946), e a segunda, já derrubado o Muro de Berlim, com uma aproximação maior ao pensamento da Escola Austríaca – mas sempre mantendo atenta a vista na construção de instituições que conduzissem o Brasil ao pleno desenvolvimento econômico com preservação da liberdade.
Roberto Campos era crítico do Patrimonialismo. Ele foi, a meu ver, um crítico sistemático das práticas patrimonialistas com a tendência a fazer do Estado negócio familiar. Na sua última fala no Congresso, ao se despedir da vida pública, em 1999, frisou naquela bela página divulgada pelo Estadão: “ (…). Sempre achei que um dos mais graves problemas dos subdesenvolvidos é a sua incompetência na descoberta dos verdadeiros inimigos. Assim, por exemplo, os responsáveis pela nossa pobreza não são o liberalismo, nem o capitalismo, em que somos noviços destreinados, e sim a inflação, a falta de educação básica, e um assistencialismo governamental incompetente, que faz com que os assistentes passem melhor que os assistidos. Os inimigos do desenvolvimento não são os entreguistas que, aliás, só poderiam entregar miséria e subdesenvolvimento, e sim os monopolistas, que cultivam ineficiências e criaram uma nova classe de privilegiados – os burgueses do Estado. Os promotores da inflação não são a ganância dos empresários ou a predação das multinacionais e sim esse velho safado, que conosco convive desde o albor da República – o déficit do setor público” (“A despedida de Roberto Campos”. O Estado de São Paulo, 31/01/1999, p. A8).
* Membro da Academia Brasileira de Filosofia e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, professor de Filosofia, aposentado pela Universidade Federal de Juiz de Fora e ex-Ministro da Educação.
** Publicado originalmente no site do autor: https://www.ricardovelez.com.br/blog/um-clarao-liberal-na-escuridao-patrimonialista-roberto-de-oliveira-campos-1917-2001
SURGE UMA NOVA CIVILIZAÇÃO?
Érika Figueiredo
Vocês podem se questionar, com frequência, sobre se a civilização está, realmente, em crise e prestes a desaparecer, nos moldes pelos quais foi criada e mantida, ao longo dos séculos. Afinal, aparentemente, exceto pela pandemia, o mundo continua funcionando, e o apocalipse zumbi não aconteceu.
Entretanto, fato é que, se olharmos com atenção, direitinho, veremos que há uma crise de proporções inimagináveis acontecendo, bem diante dos nossos olhos. Trata-se de uma crise que vem removendo, paulatinamente, os valores que eram os pilares da nossa sociedade: família, religião e educação vêm sendo atacados, sem misericórdia, desde a segunda metade do século XX.
O mundo, após quase ser destruído por duas guerras mundiais, tendo, ainda, outras guerras como pano de fundo, passou a funcionar de outro modo... Movimentos progressistas ganharam voz, e aqui e ali, passaram a pipocar bandeiras sobre feminismo, homossexualidade, sexo livre, uso e liberação das drogas, divórcio, aborto, desarmamento, dentre outros.
Essas pautas buscavam demonstrar que o Ocidente, do modo que vinha se conduzindo, até então, havia se colocado na situação atual, e que era preciso promover mudanças drásticas na sociedade, a fim de que se pudesse viver com paz e liberdade.
Exaustas após tantas guerras, as pessoas acreditaram naquilo, e supuseram que o mundo precisava de novos valores e parâmetros. Foi algo bem parecido com a crença cega em Hitler, pelos alemães, que levou-os a concordarem com as atrocidades cometidas pelo seu Fuhrer. Hoje, com o mesmo raciocínio de “seguir o líder” , chegamos ao fundo do poço.
E como surgiram essas pautas, encontrando eco na sociedade? Para compreendermos isso, precisamos voltar um pouco no tempo, até a década de 30 do século 20, quando Antonio Gramsci, um ideólogo marxista italiano, escreveu, enquanto estava preso, seus Cadernos do Cárcere, influenciando todas as gerações seguintes de intelectuais de esquerda.
No que consistiam esses cadernos? Tratavam-se de manuscritos, nos quais Gramsci explicava que, para dominar-se uma sociedade, mais eficazes do que as armas, são as idéias. Noções progressistas, as quais minassem as instituições da escola, da família e da igreja em seu âmago, desfazendo os valores morais e inegociáveis das pessoas, seriam a porta de entrada para a criação de um novo sistema global de poder.
A disseminação do caos, por meio de movimentos sociais pré-constituídos por minorias, viria ao encontro das idéias de Gramsci, como o modo adequado de sensibilização da sociedade ocidental. Como assim?
Exemplifico de modo simples, por meio da figura do homem moderno. Por meio de um discurso de igualdade entre os sexos, inferioridade da mulher, supremacia masculina, direito ao sexo livre e ao aborto, além das mesmas condições salariais, as mulheres iniciaram uma cruzada contra seus parceiros, os divórcios explodiram e as famílias restaram para sempre comprometidas.
Após o rompimento da estrutura familiar, e sem qualquer prática de vida adulta fora do casamento, as partes envolvidas foram perdendo-se pelo caminho, a criação e a educação dos filhos restaram prejudicadas, já não se ia mais à igreja, por inadequação social da figura de divorciado ao meio anterior... isso gerou uma bola de neve na sociedade.
Na educação, ideólogos como Paulo Freire foram recepcionados de forma integral, passando a ser questionada a autoridade da escola, a capacidade de educar e formar cidadãos, e inserindo-se conceitos como o da livre escolha do aluno (construtivismo) e da individualidade sobrepondo-se ao coletivo.
Indo para a universidade, as ideologias foram prontamente recepcionadas e replicadas, uma vez que acharam, ali, terreno fértil para florescer, por ter o jovem o inconformismo em sua natureza.
Família e educação claudicando, mal das pernas e sem recepção no seio da sociedade, era a vez de destruir os valores religiosos. A igreja sofreu um baque quase mortal, com a chegada do progressismo e dos movimentos “modernos”. Teve seu valor e sua História aniquilados pela narrativa marxista, a qual creditava aos clérigos o enriquecimento ilícito e a pederastia, a homossexualidade enrustida e a devassidão, por detrás das portas das igrejas, mosteiros e conventos. Não sobrou quase nada a defender do catolicismo.
Mas então, em tendo sido os três pilares da civilização quase que eliminados da cena social, o que restou? Ao que me parece, depressão, inadequação, vazio, caos, falta de identidade, conflitos de todos os tipos, vícios e uma vida sem sentido, repleta de hedonismo e egoísmo.
Porque sem os valores e virtudes cardeais, quando em um momento de guerra, epidemia, fome, tragédia ou morte, onde iremos nos amparar? Sem uma família, uma religião ou a sabedoria para nos acolherem, confortarem e nos ajudarem a seguir de pé, o que será de cada um de nós?
Se foi assim que a Humanidade sobreviveu e avançou, qual é o objetivo de modificar isso? Se os valores inegociáveis da sociedade advêm desses pilares, qual é a razão de ser desse rompimento? Por essas e outras perguntas que ficam sem resposta, que começou-se a falar de uma nova ordem mundial, na qual o mundo, orquestrado por metacapitalistas, está rumando para o caos.
O medo desmedido da morte e a falta de coragem, frente às intempéries, refletem a perda dos valores e virtudes morais, necessários à Humanidade. O ódio disseminado de forma constante, a polarização, os “cancelamentos”, a linguagem neutra, as narrativas falsas, tudo isso leva a sociedade para um buraco negro e sem retorno.
É preciso pensar sobre isso. A civilização caminha para um abismo. O que poderá nos salvar? Como ficará o mundo amanhã? Quais serão os novos valores recepcionados? Essas e outras perguntas seguem sem resposta para mim.
“1984, de George Orwell, é a expressão de um sentimento, e é uma advertência. O sentimento que expressa é de quase desespero acerca do futuro do homem, e a advertência de que, a menos que o curso da História se altere, os homens do mundo inteiro perderão suas qualidades mais humanas, tornar-se-ão autômatos sem alma, e nem sequer terão consciência disso”. Posfácio do livro.
O livro 1984, escrito em 1949 por George Orwell, seis meses antes de falecer, nunca foi tão atual.
* Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária.
William Lago
A Liberdade de Expressão é um direito valioso e um dos pilares essenciais de convivência democrática num país livre. A defesa de tal garantia deve ser feita diariamente por todos, para se evitar a tentação de permitir apenas a manifestação daqueles que concordam com o pensamento do senso comum.
Ao olhar para a realidade vivida no Brasil, atualmente, tem-se motivos de sobra para se preocupar com a liberdade de expressão, haja vista que há tentativa diuturna de cerceá-la, por meios de grupos autoritários de extrema esquerda.
Um exemplo de atuação autoritária foi a grave perseguição ocorrida contra o jogador de Voleibol, Maurício Souza, que se manifestou acerca da nova orientação sexual do personagem “Superman” nas revistas em quadrinhos. Após a postagem no Instagram, de uma imagem do beijo entre o Superman e outro personagem masculino, com o comentário “A é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, o jogador passou a receber inúmeros ataques e agressões, que culminaram na rescisão do seu contrato com o seu empregador, o Minas Tênis Clube. O motivo alegado para a demissão foi que o jogador teria praticado o crime de homofobia.
Cabe analisar, então, os fatos segundo a perspectiva do nosso direito: O inciso XXXIX, do artigo 5°, da Nossa Carta Magna, bem como o artigo 1º, do Código Penal estabelece que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Só há, então, crime no direito brasileiro, se a pessoa praticar um ato que esteja expressamente previsto como tal na legislação penal.
Lei, evidentemente, é aquela feita pelas casas Legislativas, por meio dos representantes eleitos pelo Povo, pois o parágrafo único, do artigo 1°, da Nossa Lei Maior diz expressamente que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
O alegado crime de homofobia nunca existiu em nossa lei penal. A despeito disso, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão n°. 26, em notório ato de usurpação de funções do Poder Legislativo, entendeu por bem equiparar a prática de homofobia ao racismo, tornando aquela criminosa, segundo a Lei nº. 7.716/1989 (Lei de Crimes Discriminatórios). Os Ministros do STF, possivelmente, se esqueceram de ler o que diz o §2º, do artigo 103, da Constituição Federal, vez que este apenas autoriza o Poder Judiciário, ao declarar uma inconstitucionalidade por omissão, comunicar o Poder Legislativo e não invadir a competência deste criando a lei omissa.
Como as leis de um país devem ser aprovadas pelas maiorias dos representes eleitos das Casas Legislativas, tendo como base os costumes do Povo representado, uma lei, ainda mais de cunho penal, criada pelo Poder Judiciário, não só é manifestamente inconstitucional, tal como é substancialmente arbitrária.
Supondo que existisse uma lei, devidamente aprovada pelo Congresso, que tivesse validamente incluído a prática de homofobia dentro dos crimes de preconceito da Lei nº 7.716/1989, mesmo assim inexistiria o delito penal com a exposição de uma opinião, haja vista que são criminalizados os atos de impedir acesso a empregos, espaços públicos ou privados de acesso ao público ou mesmo progressão de carreira, por motivos resultantes de discriminação.
A liberdade de expor opinião sobre qualquer assunto, por sua vez, é direito natural e pedra angular de uma sociedade livre, além de ser, expressamente garantido pelo inciso IV, do artigo 5º, da Constituição Federal. O inciso II, do artigo 5º, da Carta Maior, oferece liberdade plena de ação e manifestação, garantindo que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Há que se somar a isso, também, que todos os direitos garantidos pela Constituição, quando baseadas em motivo de crença religiosa, convicção filosófica ou política, possuem uma proteção especial de nosso ordenamento jurídico (art. 5, inciso VIII, da CF).
Do ponto de vista jurídico, então, não existe qualquer dúvida de que o jogador de Voleibol, Maurício Souza, não só não praticou qualquer crime, bem como agiu dentro do mais pleno e claro exercício de sua liberdade de opinião. Por outro lado, os jornalistas e militantes, ambos de extrema esquerda, que agrediram Maurício, não só demonstraram crueldade e desumanidade, pois objetivaram condenar a reputação do jogador e tirar-lhe os meios de sustentar sua esposa e filhos, bem como praticaram crimes que podem ser enquadrados como calúnia ou difamação (art. 138 e 139 do Código Penal). Se os ataques contra a liberdade de expressão do jogador se motivaram por conta de discriminação contra opinião que tenha cunho religioso, há enquadramento no crime de discriminação religiosa, previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/1989.
O que tem havido no Brasil, então, é uma clara tentativa, por parte de grupos autoritários de extrema esquerda, de tentar calar a liberdade de opinião de pessoas que divergem de suas pautas. Longe de tentar promover a aceitação, que poderia ser consagrada com a difusão do mandamento bíblico de “amar ao próximo como a si mesmo”, aqueles grupelhos só querem, autoritariamente, silenciar as vozes discordantes e fomentar intriga, ódio e rancor entre as pessoas. E para isso estão dispostos a tudo, inclusive a praticar crimes contra a honra, ataques à pessoas, violência física e discriminação religiosa, contando, inclusive, com o incentivo da larga maioria dos meios de comunicação tidos por “tradicionais”.
Há que se defender, então, com todas as forças, a liberdade de expressão, pois, uma vez abandonado o direto de defender os costumes e valores de nossa sociedade, a única alternativa que restará será acompanhar passivamente de camarote, enquanto os grupos de extrema esquerda destroem todas as coisas boas de nossa sociedade.
* O autor é advogado e fundador do Movimento Brasil Conservador
** Reproduzido do excelente Portal Tribuna Diária
Alex Pipkin, PhD
Perdoem, eles não sabem - e/ou sabem, mas não querem enxergar - que a regulamentação e as proibições governamentais negligenciam as idiossincrasias nas cadeias de suprimentos, em indústrias específicas e tolhem a assunção de riscos e a criatividade de indivíduos e de empresários.
O resultado disso é objetivo, embora não seja tão perceptível aos olhos nus da massa.
Nos últimos dois anos, em especial, com a pandemia da Covid-19 e o aumento do aperto financeiro dos comuns - não pertencentes ao grande e poderoso Estado - a gritaria da narrativa ideológica subiu o tom e os indivíduos, especialmente os mais necessitados, passaram a dobrar a aposta de que a salvação terrena advém das graças estatais.
A necessidade de auxílio pelo fator pandemia é clara, no entanto, o que é turvo é que uma série de problemas foi justamente criado pela intervenção estatal “bem intencionada”. De fato, a regulamentação tem sido sistematicamente ampliada pelo aparato estatal.
Na grande maioria das situações, a regulamentação emperra a produção, inibe a inovação, reduz a taxa de surgimento de novos negócios e prejudica o aumento da produtividade.
Imaginem a burocracia para abrir - e fechar - um negócio e todos os custos envolvidos nesses processos; pensem nas necessidades e nas exigências de formação e de treinamento para se exercerem atividades ligadas ao “cuidado pessoal”, tais como barbeiro.
Pensem nas barreiras de entrada e nos gargalos nos processos de produção trazidos por padrões específicos da regulamentação; tudo deve ser executado como manda o “Deus” estatal.
Pensem no exército de pessoas para dar conta da papelada tributária no cipoal verde-amarelo, aquele que não agrega nenhum valor e aumenta abissalmente o custo das empresas e, portanto, elimina postos de trabalho.
Imaginem os custos envolvidos para a “salvação ambiental” da humanidade, corretos em determinadas situações, mas que em muitos casos excedem enormemente os seus benefícios efetivos.
E a Reforma Administrativa, no nababesco Judiciário nacional? Uma sonora risada!
Nessa republiqueta não se consegue sequer barrar a ampliação de benesses esdrúxulas e imorais, como por exemplo, auxílio “terno” e planos “especiais” de saúde no Judiciário. E eles ainda enchem a boca para arrotar o termo desigualdades sociais…
A quem serve toda essa regulamentação, burocracia e custos?
Evidente que somente serve de justificação de burocratas que atuam “para o nosso bem”, e que se prestam para embalar o carrinho do bebê para que nada de errado ocorra conosco.
Verdadeiramente, todos esses recursos estão sendo drenados da sociedade, em detrimento tanto dos consumidores quanto dos produtores, e especialmente prejudicando a produtividade, o emprego e a geração de melhores salários.
Todos esses recursos deveriam ser destinados ao mercado, para que as empresas e as indústrias gerassem mais empregos, mais produtividade, mais renda e mais prosperidade para o país.
Entretanto, o estamento burocrático e a burocracia são invencíveis. Na teimosia do “passo certo”, regulamos minuciosamente o efêmero.
Embora a grande mídia militante só pense naquilo, em derrubar o PR eleito, quase toda ela reage histericamente para a manutenção do mecanismo, do Estado de Direito e da democracia, da defesa climática e das defesas socializantes do trabalho e do mercado.
Sempre que alguém alude a relação custos/benefícios envolvidos na regulação, na burocracia e no bom-mocismo, o sistema reage, ironicamente com o maciço apoio da mídia.
Essa turma joga para o aumento - não a redução - da nefasta regulamentação estatal.
O país do futuro que nunca chega continua pertencendo as elites de má qualidade, bondosas na retórica e nos sentimentos, terríveis no pramatismo.
Eles desejam regular para melhorar a vida social, além de reduzir riscos. Mitigar riscos é importante, porém, mais importante ainda me parece perceber que é a assunção de riscos que leva a recompensas maiores, inovadoras, e que trazem maior desenvolvimento econômico e social para todos.