Gilberto Simões Pires
TOP OF MIND
Os FATOS, repletos de números assustadores e relatos pra lá de horripilantes aí estão, com grande fartura para comprovar o quanto foram imensos e de grande monta as roubalheiras praticadas durante os governos Lula/Dilma petistas. Assim, basta alguém pronunciar a sigla PT ou seus integrantes, notadamente o ex-presidente Lula e o que vem imediatamente à cabeça de praticamente todos é CORRUPÇÃO. Ou seja, esta simples associação PT/CORRUPÇÃO dá o sentido mais correto do que significa a expressão TOP OF MIND.
ADMINSTRAÇÃO X CORRUPÇÃO
Ora, diante da quantidade de casos de CORRUPÇÃO, só alguns poucos brasileiros perceberam que mesmo sendo muito escabrosos e de grande monta, a soma de tudo que foi roubado representa uma parcela insignificante se comparado com os PREJUÍZOS CAUSADOS pelas OBEDIENTES ADMINSTRAÇÕES PETISTAS, que cheias de devoção cumpriram à risca o receituário imposto pela CARTILHA DA ORGANIZAÇÃO COMUNISTA FORO DE SÃO PAULO.
CUBA COMO REFERÊNCIA
Para quem ainda não se ligou, as ADMINSTRAÇÕES PETISTAS, por recomendação do Foro de São Paulo, usaram CUBA como referência (benchmarking) e alvo a ser atingido. Entretanto, quando tudo transcorria de acordo com o previsto pela CARTILHA, eis que, de repente, a então presidente, Dilma Rousseff, para enorme satisfação e alegria dos brasileiros -de bem-, foi afastada. Como isso, a Venezuela, que disputava com o Brasil a liderança do processo, se tornou o primeiro país das Américas a atingir, com folga e precisão, a META definida como -COMUNISMO CUBANO. Aliás, nesta semana, a Venezuela levantou a taça de CAMPEÃ DA COPA AMÉRICA DA POBREZA. Na final ganhou de goleada do paupérrimo Haiti. Que tal?
TROCO DE BALA DE GOMA
Mas, voltando ao tema que trata dos -ROMBOS CAUSADOS- pelas destruidoras administrações petistas, os atos de CORRUPÇÃO, notadamente da Petrobras acabaram ganhando um destaque maior, sendo sempre lembrados de forma como se fossem os únicos. Entretanto, se comparados, por exemplo, apenas com os prejuízos causados pela adoção da MATRIZ ECONÔMICA BOLIVARIANA e pelas obras -internacionais- superfaturadas, financiadas pelo Tesouro Nacional através do BNDES, cujos valores nunca foram recuperados, aí o ROMBO DA PETROBRAS é troco de bala de goma.
VERDADES DEVEM SER CONTADAS VÁRIAS VEZES
Pois, aproveitando os ensinamentos de Josef Goebbels, de que uma mentira contada várias vezes acaba sendo vista como verdade, entendo que as verdades, para que produzam os bons, corretos e desejados efeitos, também precisam ser contadas várias vezes. Ou seja, para evitar as interpretações equivocadas e/ou narrativas falsas, se faz necessário repetir as verdades à exaustão. Vejam, por exemplo, que muita gente está convencida de que o STF inocentou Lula dos crimes que cometeu, quando na realidade o que aconteceu foi a anulação de processos por falhas existentes. A verdade, portanto, continua intacta: Lula é, e continuará sendo, um CRIMINOSO!
ESTATAL FALIDA
Para finalizar, observem que Lula só vai sossegar depois de transformar a Petrobras numa estatal FALIDA. Esta conclusão deriva das declarações dadas, ontem, pelo criminoso, afirmando que, se for eleito, - Não vai ter essa política de aumento de gás, não vai ter essa política de aumento da gasolina e não vai ter essa política de distribuição de dividendos de forma alucinada como eles estão fazendo. Mais: eu já implementei uma vez. A gente tinha efetivamente uma política de preço compatível com a sobrevivência da Petrobras. Que tal? Precisa dizer mais?
Fernão Lara Mesquita, em O Vespeiro
Ainda que eleições primárias diretas tenham ocorrido aqui e ali nas colônias americanas tão cedo quanto 1840, o sistema só começou a se generalizar na virada para o século 20. A reforma para torná-las obrigatórias, uma batalha que de certa forma ainda está em curso nos Estados Unidos, foi extraída a fórceps dentro do movimento de resgate da democracia americana das garras da corrupção em que a tinha mergulhado a combinação do “pecado original” dos “fundadores” de blindar os mandatos dos políticos eleitos enquanto durassem (4 anos) com o advento das revoluções concomitantes industrial e gerencial numa sociedade agrária institucionalmente despreparada para enfrentar os novos desafios.
Os Estados Unidos eram ainda apenas as colônias da costa do Atlântico quando as ferrovias – como hoje a Amazon com relação ao mercado global – “abriram” todo o resto do continente até o Pacífico, tornando-se, no entanto o único canal de acesso a esse imenso cabedal de riquezas, assim como de escoamento para o mercado consumidor de tudo que nele pudesse ser produzido.
Isso propiciou que empresários inescrupulosos mancomunados com políticos mais inescrupulosos ainda, que elegiam e reelegiam com seus inesgotáveis rios de dinheiro, se unissem para esmagar e açambarcar concorrentes negando-lhes transporte e servindo-lhes leis de encomenda, criar monopólios e fortunas nunca antes sonhadas, maiores que o PIB da maioria dos países, história a que você, leitor, poderá ter acesso em detalhes inscrevendo os termos “Progressive Era”, “Theodore Roosevelt”, “democracia direta” ou “antitruste” na ferramenta de busca deste Vespeiro, no alto à direita desta mesma página.
Bebendo na fonte da democracia suíça que precedera a americana em quase meio milênio, a imprensa democrática e os reformadores da Progressive Era (1890-1920) importaram os remédios da democracia direta que lá se praticava. As ferramentas da iniciativa e do referendo popular de leis abriram a possibilidade de passar leis sem o concurso dos legislativos controlados pelas máfias partidárias corruptas e isso projetou a democracia moderna para um novo patamar.
O estado do Oregon foi o primeiro a conseguir implantar a iniciativa e o referendo em 1902 e, com eles nas mãos, impôs aos políticos também o recall em 1908. Com essa trinca poderosamente desinfectante nas mãos o povo do Oregon foi o primeiro a instituir eleições diretas para o Senado estadual, até então eleito indiretamente, e primárias diretas para presidente. A Califórnia logo copiou o “Oregon System” e abriu a corrida nacional para empurrar o povo mais para cima na hierarquia do poder.
Tão cedo quanto 1917 todos os estados menos quatro, onde a soberania do povo passara a ser cada vez mais direta e absoluta, já tinham adotado primárias diretas para todas as eleições estaduais e municipais. Não eram mais os donos dos partidos, eram diretamente os eleitores que decidiam quem podia ou não candidatar-se a qualquer cargo. É esse conjunto, que resultou no golpe de morte na espinha dorsal da cadeia de lealdades que sustentava a corrupção, que explica o enriquecimento exponencial do povo americano ao longo do século 20.
Para estender esse direito ao âmbito federal é que começou, no entanto, o braço de ferro com os partidos que escondiam-se atras da dupla soberania dos estados e da União e da omissão da constituição a esse respeito que continua a ser o diferencial que põe a democracia americana ainda para trás do seu modelo suíço.
A resistência – política e judiciária – foi feroz.
A primeira e maior das porteiras foi, no entanto, arrombada com a abertura às candidaturas independentes, algo impossível de contestar num regime que pretendesse continuar merecendo o qualificativo de “democracia representativa”. Com variações entre os estados, hoje qualquer cidadão americano pode candidatar-se a presidente – e daí para baixo a qualquer coisa – e ter seu nome figurando na cédula que chega ao eleitorado apenas colhendo assinaturas de eleitores (no limite mais alto, 1% dos votos necessários para eleger um deputado federal) sem ter de pedir licença a mais ninguém, ou montando um novo partido, operação ainda mais fácil desde que se tenha respaldo de eleitores.
Até os anos 1970s somente metade dos estados americanos tinha conseguido instituir primárias obrigatórias para presidente da república. Hoje elas acontecem em todos os estados mas cada partido, em cada estado, resolve como faz as suas. Ha “primárias fechadas” em 13 estados. São como as do PSDB. Só membros registrados do partido podem propor e votar em candidatos. Há “primárias semi-fechadas” em 15 estados, em que membros inscritos em cada partido podem votar só nos candidatos dos seus partidos mas o resto do eleitorado não filiado a partidos também pode votar nas primárias dos outros partidos. Somente 14 estados têm “primárias abertas” com todos os eleitores podendo votar em qualquer primária de qualquer partido. E ha ainda outras variações…
Assim, ainda que seja altamente improvável alguém conseguir eleger-se num pleito nacional sem apoiar-se na estrutura de um grande partido, não é impossível. E essa possibilidade torna todos os candidatos bem mais humildes e “client oriented“. E tudo, claro, sempre obedece rigorosamente ao sistema de eleição distrital pura. A proporção de votos recebidos por cada partido em cada distrito é obrigatoriamente reproduzida pelos delegados das convenções com direito a voto nas primárias partidárias.
Como já foi tantas vezes explicado neste site, a FIDELIDADE DA REPRESENTAÇÃO é a única coisa inegociável da democracia americana na qual todo poder DE FATO “emana do povo”. Tudo permanece, portanto, sempre em aberto, mudando ao sabor das leis de iniciativa dos eleitores que eventualmente forem aprovadas em cada estado a cada ano. O que é decisivo é que as alterações do modelo vêm sempre de baixo – dos eleitores – e são impostas partido acima – aos políticos – e não o contrário como acontece nesse nosso esdrúxulo sistema de “governo do povo” (“democracia”) sem povo.
Fica a seu critério, portanto, avaliar se as primárias para “escolher” o candidato a presidente do PSDB entre as opções previamente postas pelos “donos” do partido em disputa entre si têm, como as americanas, o sentido de livrar o partido dos seus caciques e submeter-se à vontade dos eleitores, ou se é apenas mais um expediente “murístico” dos “tucanos raiz” para não ter de afirmar em voz alta o seu horror a João Dória numa conjuntura de deserto de talentos em que fica muito difícil atacá-lo pelo, digamos, “excesso de competência” que justifica a figadal rejeição que ele sofre por parte de um enorme contingente do eleitorado nacional.
O que quer o PSDB, afinal, é o melhor presidente ou o melhor candidato para levá-lo de volta ao poder, qualquer que seja ele? Pôr o povo no poder ou manter o seu poder sobre o povo?
O que se pode saber com certeza desde já é que, como todos os outros ensaios de “3a via” que se insinuam por aí, nenhum dos quais tem qualquer proposta para desentortar o sistema político e eleitoral que aleija o Brasil, tudo que o PSDB oferece à consideração do eleitorado nacional é mais um entre três “eus” possíveis como única garantia dos resultados todos que só a democracia pode produzir mas que o PSDB, como todos os demais, promete entregar só pelos belos olhos do seu candidato, sem submeter-se à democracia.
Esta – que não haja mais enganos depois de tantos! – só se instala quando o povo manda no governo. E o povo só passa a mandar no governo quando conquista os poderes do recall, da iniciativa e do referendo de leis e se torna dono dos mandatos dos políticos revogáveis a qualquer momento.
Aí, sim, eles passam a trabalhar PARA O POVO. O resto é tapeação.
*Fernão Lara Mesquita em Vespeiro.com
Gustavo Corção
Modéstia à parte, tenho sido ultimamente entrevistado, mas permanece inevitavelmente a mesma indagação fundamental: o que penso eu da juventude. Ora, devo confessar que não penso absolutamente nada da juventude. Por mais que me esforce e que esmiúce a pergunta, por mais que analise os conceitos envolvidos no inquérito, só consigo pensar que a juventude é a juventude. Que outro juízo esperam os colegas de mim? Não consigo, sinceramente, descobrir nenhum predicado que convenha a todos os jovens, a não ser a própria juventude. O jovem é jovem, eis aí o pensamento profundo atual, avançado, audacioso, que ofereço a todos os jornais e revistas. E desde já lanço o repto: a quem me provar que o jovem não é jovem entregarei minha casa e meus livros.
Outro dia, entretanto, ouvi alguém dizer, aliás pela milésima vez, que o “jovem é autêntico”, e que o jovem, pelo fato de ser jovem, sofre a pressão ou a colisão das inautenticidades dos velhos. O que quererá dizer isto? Receio que o pressuposto de tal afirmação, se algum existe, é o de só existir, em toda a vida humana, uma estreita faixa etária, como diria o Dr. Alceu Amoroso Lima, em que o mísero bípede implume se encontra consigo mesmo. Eu poderia invocar a longa experiência de vida e contestar o fenômeno. Sim, posso assegurar que já encontrei muitos jovens com todas as características do canalhismo; e até poderia acrescentar, com robusta convicção, que essa peculiaridade da alma humana está equitativamente distribuída por todas as idades. Lembro-me por exemplo dos moços da extinta UNE, ou entidade máxima estudantil: quase todos os dirigentes que conheci eram canalhas e demonstraram uma virtuosidade capaz de causar inveja a um velho crápula aposentado. Por dois desses fui enrolado apesar de toda a experiência da vida de que me gabei pouco atrás. Mas talvez esteja enganado: os sagazes observadores da eclesialização do mundo ou da secularização da Igreja, e sobretudo os sociólogos dessa índole dirão que observei mal e que confundi canalhismo com atitudes de protesto. Os jovens que praticam atos de canalhice, segundo os padrões tradicionais, não são canalhas porque são jovens e não são canalhas porque estão apenas replicando à deixa da falida geração que só legou taras e misérias. Sim. Um dos postulados que parece presente na base de tudo o que se diz hoje dos jovens é o da total falência do mundo anterior. E aí temos um estranho conflito e até se duvidarem uma estranha revolta: a de um ente de razão contra outro ente de razão, a de um ser abstrato contra outro ser abstrato.
Outra coisa que ainda não logrei entender é a ideia de apresentar o jovem como um vanguardista. Como assim? Vanguardista sou eu. Nasci antes dele, provavelmente morrerei antes dele, e assim se vê que estou sempre na frente. Com meus setenta e um estou na ponta onde já são escassos os companheiros, e quanto mais viver e mais envelhecer, mais na frente e distanciado estarei. Quando esse moço desordeiro da França nasceu, eu já sabia trigonometria esférica, cálculo diferencial e outras coisas. Estava até começando a ficar grisalho, tal era a imensa dianteira que levava sobre esse retardatário. Já fazia a barba quando nasceu o pai do moço desordeiro. Fui autêntico algum dia? Ai de mim, no tempo em que atravessei a faixa etária da autenticidade não haviam nascido os sociólogos para fazerem a frase que me pusesse em estado de graça em relação a mim mesmo. Vivi sem essa absolvição, ou tive minha mísera e estreita autenticidade obscuramente vivida sem que dela se apercebessem a família, a cidade e o país. Minto. Um ou outro amigo certamente me estimou como se sentiu estimado, mas éramos modestos a respeito desses atributos fascinantes que cobrem hoje multidões. Fascinantes? Pensando bem creio perceber que não há nada mais melancólico do que esse efêmero esplendor que inventaram hoje para ainda mais estreitar a pobre vida humana. Já sabíamos, pela experiência e pela revelação, que o tempo é breve e que a vida é curta. Encurtaram-na ainda mais os que exaltam a supracitada faixa etária. Pobres moços! Têm missa especial no Largo do Machado, têm diversas outras regalias, mas estão condenados à inautenticidade dentro de três ou quatro anos. É só casarem-se e terem filhos e estarão definitivamente expulsos do paraíso etário, e desenganados em matéria de autenticidade. Ontem uma jovem jornalista que me entrevistava teve de repente um calafrio de terror.
− Estou ficando velha! Estou ficando velha!
Pensei que fosse mirrar à minha vista, como a velha das Minas de Salomão, mas vi que permanecia com os mesmos vinte e tantos. Ela então explicou-me:
− Estou ficando velha porque estou começando a concordar com o senhor. O que vai ser de mim lá na redação? Estou perdida!
Sim, a pobre moça estava perdida porque começava a pensar nos filhos que iam crescer, e que daqui a poucos dias estarão dizendo que são autênticos. Num momento de silêncio pesado estivemos a medir a imensa responsabilidade de sermos pessoas sem idade definida, sim, pessoas vivas e dadas em espetáculo do mundo...
* Publicado originalmente em O Globo 6/6/68
** Reproduzido do excelente site Permanencia https://permanencia.org.br/drupal/node/5997
Autor desconhecido
Hoje lamentamos o falecimento de um velho e querido amigo, o Senso Comum, que viveu conosco por longos anos.
Ninguém sabe ao certo sua idade, já que seus registros se perderam na burocracia. Ele será lembrado por ter cultivado lições valiosas como:
- Saber quando sair da chuva;
- Por que o pássaro madrugador surpreende o verme;
- A vida nem sempre é justa;
- Talvez tenha sido minha culpa.
Senso Comum tinha políticas financeiras simples e sólidas (não gaste mais do que você pode ganhar) e estratégias confiáveis ??(são os adultos e não as crianças que estão no comando).
Senso Comum perdeu terreno quando os pais atacaram os professores por tentarem disciplinar crianças que eles, pais, falharam em disciplinar.
Ele diminuiu ainda mais quando as escolas foram obrigadas a obter licença dos pais
para administrar protetor solar ou aspirina a um aluno; mas não puderam informar quando uma estudante grávida queria fazer aborto.
Senso Comum perdeu a vontade de viver quando igrejas se tornaram negócios
e os criminosos receberam melhor tratamento do que suas vítimas.
Senso Comum levou uma surra quando você não conseguiu se defender de um
ladrão em sua própria casa, ou o ladrão pôde processá-lo por agressão.
Senso Comum finalmente perdeu a vontade de viver quando uma mulher derramou café fumegante no próprio colo e foi indenizada pela cafeteria com vultoso acordo judicial.
Senso Comum foi precedido, na morte, por seus pais – Verdade e Confiança;
- por sua esposa, Discrição,
- por sua filha, Responsabilidade,
- e por seu filho, Razão.
Deixa cinco dissidentes;
- Eu sei meus direitos,
- Eu quero isso agora,
- Outra pessoa é a culpada,
- Eu sou uma vítima,
- Pague-me por não fazer nada.
Poucos compareceram ao funeral porque poucos perceberam que havia partido.
Se você ainda o recorda, passe isto adiante isso. Se não, junte-se à maioria e não faça coisa alguma.
Sabe o que é mais chato ao mundo político contemporâneo? A divisão ideológica e o avanço político sobre a vida comum; hoje não conseguimos mais nem comprar uma lata de leite condensado sem nos lembrarmos de Brasília ou das redações soviéticas que imperam em nosso mainstream. Semana passada, após escrever um texto para a Gazeta do Povo, um crítico perguntou-me qual era a minha qualificação para criticar Atila “Tamarindo”, o biólogo que clamou por um “Autoritarismo necessário”. Vendo que eu não era doutor de nada a não ser em Call of Duty, cuspiu em todo o meu texto e me disse: “nem intelectual esse rapaz é, ignoremos”. Fica o aprendizado; realmente não sabia que era preciso solicitar a permissão do MEC para criticar tiranetes.
Há dois anos eu escolhi ser pai e, após isso, ser intelectual é uma das últimas prioridades em minha vida, depois, por exemplo, de comprar um sofá novo para minha esposa, criar meu filho e enteado, além, é claro, de comprar uma garrafa térmica Stanley Hydration para levar à academia.
As pessoas extrapolam em suas paixões, as turbas exageraram na ânsia de serem progressistas ou conformistas, facilmente se lambuzaram na retórica oportunista de posição ou oposição e acabam, por fim, deitadas de conchinha com suas cartilhas ideológicas. Enquanto isso, os sãos tentam entender a realidade através de seus olhos e não a partir dos diversos “ministérios da verdade” que pululam por aí. É exatamente aqui que começa a “treta”: quando a realidade não se adequa à narrativa oficial da mídia e do mainstream em geral, como num passe de mágica ? ou como numa cirurgia de resignação sexual ?, você se torna um fascista oficial sem direito de defesa, um bolsonarista “passador de pano” abjeto, um “trumpista” da Ku Klux Klan e/ou um adorador de Hitler… tudo por tabela, sem demais análises ou debates.
Mas, vem cá, o progressismo consegue sempre ir além, né? Não demora muito e eles dão pinta de suas intenções, suas veias autoritárias saltam mesmo estando atrás de um sorriso sereno de “inclusão” amorosa. Logo eles dobram e guardam suas faces de “Teletubbies social” para assumir aquela feição de Stálin. Em um ano, relembremos, a turba que pede lockdown eterno conseguiu defender, justificar e aplaudir tudo aquilo que é danoso a uma sociedade sadia. Atualmente o progressismo sobrevive sob dois adjetivos determinantes: mediocridade moral e disposição tirânica. Da censura a conservadores, inquéritos de exceção contra jornalistas que não integram o mainstream tradicional, prisões de transeuntes em praças, restaurantes e praias, ao clamor por uma “ditadura necessária”, o pessoal que ama a humanidade conseguiu criar um sistema despótico de submissão àqueles que não concordavam com eles… tudo isso em meio a uma pandemia global. Olha, de certa maneira, é de admirar…
Se você guarda aquela mínima visão independente perante a realidade, não há como não perceber quem são aqueles que mais se afastam de uma visão liberal de existência social; já não está mais disfarçado quem são os que mais ameaçam a democracia ocidental. Pensem o seguinte, visualizando todo o panorama político atual: se homens como Adam Smith, Alexis de Tocqueville, Ludwig von Mises, Friedrich von Hayek, etc., se todos ainda vivessem, estariam mais assustados com Trump no poder ou com Biden? Se todos se encontrassem numa taverna qualquer nesse instante, eles estariam fortemente preocupados com a inclusão de transexuais nos esportes olímpicos, com a cor de pele de qualquer assistente do governo a fim de agradar o Black Lives Matter, ou com a censura descarada do Twitter aos que pensam diferente do establishment?
O pêndulo da liberdade e da dignidade individual que outrora Voltaire e Burke, apesar das premissas e ideias diferentes, defenderam e se ombrearam no intento de resguardar a todo custo, parece agora girar em seu eixo e parar na posição extremista de libertinagem no despotismo. Tem até “novos liberais” endossando essa velha cartilha despótica. Acreditam?
Nossa era parece aceitar com extrema parcimônia a ideia de que haja Big Tech’s que tenham, a um click de seus teclados, o poder de emudecer milhões de pessoas que não se adequam ou concordam com suas posições partidárias ou diretrizes ideológicas.
Como cético que sou, sempre estou pronto para que o feijão azede um pouco mais. A jornalista Maria Laura Assis denunciou que no estado de Formosa, na Argentina, há verdadeiros “campos de concentração” para infectados e suspeitos-de-estarem-infectados pelo coronavírus. Uma bizarrice que beira a sátira de South Park. Porém, é real. Pesquisando mais a fundo, não foi nada difícil encontrar vídeos, imagens e até coberturas jornalísticas de mídias mais independentes daquele país que mostram uma realidade bizarra, macabra, que não só lembra o nazismo, como o copia com certa lealdade.
No melhor estilo soviético denunciado por Alexander Soljenítsin em Arquipélago Gulag, as dezenas de denunciantes desse absurdo afirmam que os policiais argentinos invadiram as suas casas dizendo que os indivíduos e suas famílias teriam que acompanhá-los para os campos de isolamento forçado pois, ou estavam infectados, ou tiveram contato com infectados. Aqueles que se negam a ir por bem são levados à força.
Calma, tem como azedar mais. O canal argentino identificado com as letras “TN” entrevistou uma mãe, Monica, que foi presa nesse campo com sua filha de 4 anos. Isso mesmo, 4 anos. Ela relata o terror do confinamento, estando os campos em espaços ermos, os supostos médicos apenas mediam suas temperaturas e nada mais, sem se deixarem identificar de modo algum. As denúncias chegam ao patamar do absurdo quando se nota a precariedade dos locais; banheiros sujos, pessoas deitadas em colchões podres, ratos, cobras, janelas gradeadas.
Se um desavisado começar a leitura do parágrafo acima, poderia facilmente deduzir que estamos falando da Alemanha nazista e não da Argentina socialista de Alberto Fernández.
Na Saxônia, relatos da imprensa local acenam para a possibilidade de criar espaços para isolar à força infectados que se recusam a seguir a quarentena; isso, a meu ver, é errado em todo o mundo, mas na Alemanha soa ainda pior. E não, não estou “passando pano” para Bolsonaro ao dizer tudo isso; eu pouco me importo com governos, na realidade. Importo-me mais com a minha biblioteca e meu gato do que com Bolsonaro; ou até mesmo com a sua opinião sobre mim, ou com o sexo frágil de Fiuk e a militância da “Carol com K”.
Você pode estar de nariz torcido nesse instante, pensando: “por que estou lendo um texto desse?” Tá bom, já vou finalizar; mas antes entremos num campo da completa sinceridade. Fechamos este pacto aqui, sem ninguém ver.
Depois de um bom banho, no final de um dia estressante de trabalho, sentado na poltrona mais gostosa de sua casa, com um jazz de fundo e uma taça de vinho na mão, ali é, enfim, permitido sermos sinceros de verdade ante à realidade. Ninguém nos vê, ninguém nos escuta. Não precisamos mais fazer média para os grupos a que pertencemos; não precisamos nos portar galantes na frente da moça ou rapaz com que flertamos, e nem fingir que nos importamos com qualquer inclusão social ou com as girafas da Amazônia.
Ali, na poltrona da franqueza, está liberado falar e pensar asneiras ridículas, xingar a mãe, a ex e o Papa, podemos até assistir ao BBB para depois dizer que quem assiste é idiota útil. Ninguém julgará. Naquela poltrona, vertidos na sinceridade de um estado de natureza, afastados dos compromissos sociais, ideológicos e das amarras psicológicas, podemos então admitir o que todos nós sabemos: não são os ditos “conservadores” as reais ameaças às liberdades no Brasil e no Mundo. Não são os tios do zap os fascistas, nem o agora aleijado Oswaldo Eustáquio. O Tião e a Neide, o Joaquim e Chica, que compartilham vídeos do Bolsonaro levantando a lata de Leite Moça, não estão mancomunados numa rede subalterna de neonazistas de Jacareí ou de Osasco, definitivamente não estão programando um atentado a bomba aos sacrossantos juízes do STF.
Isso é narrativa midiática vadia, nós sabemos, todos sabemos; esse fascismo apregoado nos conservadores brasileiros é mentiroso. Hoje a ameaça ao modelo liberal de vida, duramente construído e maturado no Ocidente, é só uma: o progressismo. É ele que clama por um “autoritarismo necessário”, um fascismo de arco-íris e pôneis transexuais, uma ditadura psicopata pintada de marshmallows rosa. Podem me xingar nos comentários; me escrachem nos grupelhos de lacração; mas nós sabemos.
*O autor é filósofo, colunista do Instituto Liberal, ensaísta do Jornal Gazeta do Povo e editor na LVM Editora.
**Artigo publicado originalmente no site do IL em 12/02/2021.
Gilberto Simões Pires
INFLAÇÃO
Escrever sobre AUMENTO GENERALIZADO DE PREÇOS por mais fartos e esclarecedores que sejam os textos, todos apontando para as verdadeiras e grandes CAUSAS e/ou TIPOS DE INFLAÇÃO, como -DEMANDA, CUSTOS, INERCIAL, GLOBAL, REPRIMIDA, etc.-, não significa que os leitores sairão plenamente satisfeitos e convencidos. Entretanto, em se tratando de opositores do governo, pouco importam os conteúdos, pois todos os dedos das mãos e pés desde sempre apontam que o único CULPADO pela inflação é o governo e sua política econômica, pouco ou nada importando o que está por trás do fenômeno.
INFLAÇÃO GLOBAL
Embora já tenha escrito editoriais a respeito, vale lembrar que o vírus COVID-19 foi declarado PANDEMIA tão logo a OMS percebeu que a doença tinha se espalhado pelo mundo todo. No caso do vírus -INFLAÇÃO- o fenômeno, também GLOBAL, tem tudo para ser declarado como PANDEMIA. E a grande CAUSA se mostra, nitidamente, através da brutal REDUÇÃO DE OFERTA, por força das paralizações das atividades industriais via LOCKDOWNS; e, em contrapartida, através do AUMENTO BRUTAL DA DEMANDA, notadamente pela via do e-comerce por parte dos consumidores CONFINADOS.
LOGÍSTICA
Pois, para quem prefere a verdade, o atual MOVIMENTO DE ALTA DE PREÇOS, notadamente neste ano de 2021, é GLOBAL, ou seja, está presente no mundo todo. Mais: deriva da desorganização causada por uma OFERTA menor do que a DEMANDA. Pior: nos casos em que a oferta é capaz de atender a demanda, a brutal paralização do SETOR DE LOGÍSTICA impediu a entrega dos pedidos ao SETOR COMERCIAL.
GOVERNOS CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DE PREÇOS
Considerando que EUA e CHINA, gostem ou não, são as duas maiores economias do mundo, isto significa que os efeitos inflacionários não têm como arrefecer no curto prazo. Mais: além dos problemas normais da baixa OFERTA e alta DEMANDA, o que contribui para o aumento generalizado de preços são os ESTÍMULOS GOVERNAMENTAIS, ou AUXÍLIOS EMERGENCIAIS. Vejam que ao invés de PRODUTOS, os governos DISTRIBUEM DINHEIRO. Ora, esta providência -social- implica, inquestionavelmente, em mais INFLAÇÃO. Afinal, quanto mais recursos disponíveis e menos produtos ofertados, o efeito é o evidente AUMENTO DE PREÇOS. O fenômeno inflacionário ainda deve durar até o primeiro semestre de 2022, segundo especialistas.
DISTRIBUIÇÃO DE DINHEIRO AO INVÉS DE PRODUTOS
Além dos problemas normais, como baixa OFERTA e alta DEMANDA, o que contribui e muito para o aumento generalizado de preços são os ESTÍMULOS GOVERNAMENTAIS, ou AUXÍLIOS EMERGENCIAIS. Vejam que ao invés de PRODUTOS (que estão escassos), os governos DISTRIBUEM DINHEIRO. Ora, esta providência -social- implica, inquestionavelmente, em mais INFLAÇÃO. Afinal, quanto mais recursos disponíveis e menos produtos ofertados, o AUMENTO DE PREÇOS é pra lá de evidente.