Dartagnan da Silva Zanela
Uma das cenas mais comoventes da literatura brasileira, na minha opinião, é a morte da cachorra Baleia, da obra "Vidas Secas" de Graciliano Ramos. Por sua beleza, singeleza e profundidade, gosto de, vez por outra, reler essas páginas e, todas as vezes que as releio, acabo diante de uma cena diferente porque, naturalmente, eu também, graças a Deus, não sou mais o mesmo.
Gosto dessa cena, mas devo dizer que ela não é uma passagem literária que me marcou profundamente; não foi um divisor de águas. Ela apenas me encanta e me inspira algumas reflexões a respeito da vida.
Aliás, essa história de elegermos o livro que marcou a nossa vida, de identificarmos a pessoa que mais nos influenciou é um trem deveras complicado e, por isso mesmo, muitas vezes, acabamos apresentando uma resposta injusta para essa questão espinhosa.
Sobre esse ponto, Umberto Eco, em seu livro "Pepe Satàn Aleppe", de forma curta e grossa, feito um pino de patrola, nos diz que se em nossa vida inteira apenas um único livro nos marcou profundamente, é sinal de que nós somos reles idiotas.
Na verdade, muitas vezes nós dizemos isso porque lemos pouquíssimos livros em nossa peregrinação por essa vida, o que acaba por nos pressionar a identificarmos apenas um como sendo "o livro" que nos marcou.
Em situações mais drásticas, o livro apresentado como sendo o nosso "divisor de águas" é o único livro que lemos de capa à capa; livro esse que, provavelmente, apenas foi lido porque fomos obrigados em nossa infância ou juventude, não porque desejássemos ampliar os átrios da nossa alma com suas letras.
Por isso acho fascinante o livro "Meditações" de Marco Aurélio, onde o mesmo nos apresenta uma longa lista de pessoas que contribuíram de alguma forma para a sua formação, dizendo-nos quando e de que maneira eles fizeram isso.
Aliás, eis aí um belo exercício de reflexão, um excelente exame de consciência. Exame o qual, bem provavelmente, muitos de nós nunca realizamos (nem realizaremos).
Enfim, quando passamos a rememorar e refletir a respeito das pessoas e livros que contribuíram para sermos quem nós somos, estamos nos permitindo realizar uma sutil tomada consciência da nossa real condição humana e, humildemente, descobrindo que, bem no fundo, como nos ensina Léon Bloy, somos apenas almas indigentes e ingratas.
* O autor, Dartagnan da Silva Zanella, é professor, “escrevinhador e bebedor de café”. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.
Juliano Roberto de Oliveira
Eu tento não me impressionar com esse monte de malabarismos e acrobacias macroeconômicos que os pesquisadores economistas da Unicamp gestam em suas mentes. Impossível!!!
Desta vez, refiro-me à economista Marilane Teixeira. A análise econômica consumista, imediatista e reducionista da economista sugere que, com uma escala de 4 x 3, os trabalhadores (notadamente os que não gostam de trabalhar, ressalte-se), consumiriam mais, uma vez que teriam mais tempo para lazer, e isto aqueceria a economia.
Jamais, repito, conseguirei entender a mentalidade de um economista estatista. É a produtividade o que reduz preços e melhora a qualidade de vida das pessoas. É a produtividade o que permite redução em jornadas supostamente excessivas de trabalho.
Quer implantar uma escala 4 x 3 no Brasil, um país cuja produtividade é sofrível (o Brasil é o 57º pior em produtividade entre 62 países)? Comece pela produtividade. É a produtividade, estúpido!!!
Reduzam o peso do estado. Retirem as amarras regulatórias. Eliminem o peso estatal que impede investimentos em tecnologias e a adoção de práticas inovadoras.
A título de exemplo, é possível encontrar, neste artigo, um bom resumo desta ópera bufa chamada Brasil em que o peso do Estado gera prejuízos irremediáveis. Um de seus fragmentos diz:
“O fisco, quando avança de forma tão voraz sobre a produção no país, apropria-se de rendimentos que seriam reinvestidos nas empresas; O Banco Central do Brasil, quando percebe o potencial inflacionário contido no nível de consumo da economia e decide elevar juros para coibir parte desta demanda, engessa parte dos investimentos da indústria; a deficitária infraestrutura causa diversas perdas no transcurso do processo produtivo, aumentando os custos totais de produção; a falta de qualificação crônica da mão de obra onera a atividade econômica (que frequentemente precisa assumir os custos de capacitar os empregados praticamente do “zero”), reduzindo a eficiência do setor como um todo”.
Aqui, porém, não obstante a realidade descrita na perícope acima, é comum encontrarmos este espécime (o economista estatista ou, seu auxiliar, o congressista estatista). Falo de pessoas que, a serviço do governo, distantes da realidade da vida de um comum, divagam sobre como deveriam ser as relações sociais, profissionais e até familiares que se dão entre comuns.
Milhares de inocentes úteis (até o momento de redação deste texto o número exato era de 2.791.508 de populares que manifestavam apoio à ideia), encantados com a possibilidade de trabalhar apenas 4 dias por semana, professores militantes, acadêmicos que só entendem de divagações econômicas e nada da economia real (ou seja, da lei da escassez) estão entre os principais apoiadores do projeto.
Como descrever tamanha irresponsabilidade? Como descrever tamanha insensatez? O que ocorre com a seriedade, o equilíbrio, a moderação que deveriam ser os alicerces de qualquer debate em torno do assunto?
Temos um governo protecionista, de cunho mercantilista, adepto da ideia de que gastos são investimentos e que expansão monetária é vida. Trata-se de um governo que vive em guerra contra o mercado “capitalista opressor”. Em decorrência disto, temos dólar nas alturas, inflação e, como corolário, altas taxas de juros. Não deveria surpreender qualquer indivíduo de bom senso que a economia vai mal e que seu crescimento, anunciado e comemorado pela mídia mainstream, é fantasioso, assim como o é a taxa de desemprego, uma vez que insustentáveis.
Estamos trilhando o caminho da servidão. Dia após dia. E o que propõe uma deputada psolista, baseando-se em pesquisas acadêmicas de economistas da Unicamp? O encarecimento dos custos de produção. Uma brincadeira que poderá colocar em risco a sobrevivência das empresas (em especial, das pequenas empresas).
A conclusão incontornável é: o Brasil é o país do futuro. E o será eternamente. De um futuro sombrio. De muita pobreza e miséria.
* O autor, Juliano Roberto de Oliveira, é Lean Manufacturing, Melhoria Contínua e Gestão de Custos, Consultor de empresas e professor de Economia e Finanças.
Luiz Guedes, adv.
No dia 11/11/2024 havia 134 assinaturas de deputados para a proposição da PEC que visa o fim da escala de 6×1 na jornada de trabalho do brasileiro. Necessário ter pelo menos 171 assinaturas dos 513 deputados federais.
Como funciona hoje?
Hoje, a cada seis dias trabalhados, o trabalhador tem direito a um dia de repouso remunerado, de preferência aos domingos, conforme previsão contida no art. 7º, inciso XV, da Constituição Federal.
Como ficará se a PEC for aprovada?
Se a PEC tramitar e for aprovada, a cada quatro dias de trabalho, o trabalhador terá direito a três dias de repouso remunerado, com carga máxima de 36 horas semanais sem perda salarial.
Como se mede a produtividade?
A produtividade de um país é calculada realizando-se a divisão do PIB pelas horas trabalhadas no ano. O Brasil tem uma das piores produtividades do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Japão, entre outros.
No ranking de competitividade de 2023, o Brasil encontra-se na 62ª colocação, em um rol com 67 países. O país ficou na última colocação no indicador de “eficiência governamental” em 61º lugar no indicador “eficiência empresarial”.
Manifestações sobre a proposta
Importante analisar os diversos pontos de vista sobre a proposta mencionada. Inicialmente, saudável ter sempre em mente que uma coisa é aquilo colocado no papel, outra é a real repercussão que uma medida legislativa pode ter no mundo real.
O que se quer dizer com isso? Na proposta há menção de que não haverá perda salarial com a redução da jornada semanal de 44 para 36 horas. Aqui há diversos desafios, para não se falar em problemas.
Primeiro, existem diversos setores da economia com difrentes dinâminas de funcionamento, podendo essa futura PEC, se aprovada, causar problemas, em especial para o trabalhador, pois se os empregadores constatarem que a produtividade do trabalhador não compensa o valor da hora-trabalho, inevitavelmente o demitirá.
Segundo, a produtividade do brasileiro é muito baixa, se comparada com países que adotaram a jornada de trabalho mencionada de 4×3. A título de exemplificação, para ficar mais fácil a compreensão sobre o tema: o trabalhador americano[*] é 4 vezes mais produtivo que o brasileiro, isso é, enquanto o trabalhador brasileiro faz uma atividade em 60 minutos, o americano faz em 15 minutos, de acordo com a consultoria Conference Board. Então, no mundo fático, como pagar o mesmo salário por menos horas trabalhadas sem aumento da produtividade? A conta não fechará.
Terceiro, aumento de custo na produção de produtos e serviços resultará no aumento do preço a ser pago pelo consumidor. A renda disponível da população brasileira, de forma real e efetiva, vem diminuindo e, com a reforma tributária, diminuirá ainda mais. Assim, deixo a seguinte pergunta: o brasileiro irá comprar mais ou menos produtos e serviços que ficarão mais caros com o aumento de custo decorrente da eventual aprovação da PEC mencionada? É evidente que menos, o que resultará em um ciclo vicioso, com diminuição de empregos e da renda disponível para o consumo.
Somente quem não analisou esses aspectos, para não falar de muitos outros possíveis, é quem defende a aprovação dessa PEC. A inserção de um texto na Constituição Federal não tem o condão de modificar a realidade, mormente a dinâmica do mercado, no qual os produtores e prestadores de serviços buscam ofertar seus produros e serviços ao mercado consumidor com o menor custo possível e os consumidores buscam adquirir produtos e serviços a um menor preço. Fica difícil alcançar um preço interessante para esses dois atores quando um terceiro, chamado de Estado, impõe custos à produção, o que resulta em externalidades negativas para todos.
Os defensores da PEC aduzem que isso melhorará a qualidade de vida dos trabalhadores, que disporão de mais tempo com a família e para atividades de lazer, no que denominam de “Vida Além do Trabalho”.
Na verdade, quem está a favor dessa PEC na forma como está redigida é quem se preocupa apenas com os dividendos eleitorais, vendendo uma proposta com potencialidade negativa como se fosse algo positivo para a sociedade [**]. Isto é, no mercado eleitoral, vende-se mais as propostas demagógicas do que as realistas.
Uma ideia para tornar a PEC menos problemática
Uma opção seria deixar essa modalidade de jornada de trabalho como opcional, possibilitando que empresas a adotassem caso considerassem interessante para seus negócios, podendo até mesmo ser apresentado como um diferencial para a atração de talentos. Tornar isso obrigatório ignora as diversas realidades socioeconomicas existentes em diversas partes do Brasil, o que resultará em resultados negativos
O que poderia ser feito para diminuir as chances de aprovação de propostas com potencial negativo?
Uma PEC interessante que poderia ser apresentada e aprovada pelo Congresso Nacional seria uma que previsse a obrigatóriedade de se apresentar estudo de impacto socioeconômico das propostas legislativas (proposta de emenda constitucional ou proposta de lei), condicionando a tramitação e aprovação apenas daquelas que apresentassem potencial de produzir mais efeitos positivos (externalidades positivas) do que negativas.
Na proposta deveria estar inclusa uma revisão periódica (pelo menos a cada 5 anos) dos efeitos concretos do diploma legal, com previsão de aprimoramento ou de retirada do ordenamento jurídico caso se comprovasse causar efeitos negativos.
Deixe abaixo a sua opinião sobre o tema.
Íntegra da proposta, clique aqui.
[*] Os EUA não adotam esse regime.
[**] Só é possível reduzir a jornada quando a produtividade brasileira aumentar proporcionalmente.
P.S.: alguns países adotaram ou testaram a semana de 4×3, entre eles: Bélgica, Islândia, Nova Zelândia, Japão, Espanha e Reino Unido. Porém, a produtividade desses países é superior à brasileira, bem como a realidade socioeconômica bastante distinta, o que torna difícil trazer essas novidades, sem adaptações, ao Brasil.
Dagoberto Lima Godoy
O Banco Central aumentou novamente a taxa básica de juros (SELIC), o que terá consequências negativas para os negócios, no Brasil. Sendo assim, é natural que empresários lamentem o fato e expressem sua insatisfação. Mas o que não é fácil de aceitar é o tom e o foco das notas com que entidades que representam o setor – confederações, federações, associações etc. – manifestam suas críticas à decisão do Banco responsável por garantir a estabilidade econômica e financeira do país. Será que os dirigentes dessas entidades não conhecem as razões que induziram a desagradável medida, qual seja o descontrole dos gastos governamentais, a verdadeira causa do desbragado endividamento público e da renitente inflação que desgasta o poder aquisitivo da população?
Alguém poderá dizer que é compreensível a cautela de um setor tão dependente do estado todo poderoso, que onera com tributos insaciáveis a produção de riqueza, que exerce o monopólio do crédito de longo prazo com juros subsidiados, e que se mostra implacável ao exercer o poder de polícia contra quem não seja “amigo do Rei”? Quer dizer, que se deva compreender que setores tão vulneráveis a sanções governamentais evitem fazer críticas que possam irritar o poder?
Mas, se é assim, por que não se calam, em vez de emitirem manifestações com meias-verdades, que só servem para endossar e estimular o discurso manipulador do governo que atiça a população contra o Banco Central, na tentativa de fazer deste o bode expiatório dos males que causam ao povo com sua gastança irresponsável?
É de se lembrar a frase que o rei Juan Carlos I da Espanha dirigiu ao então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se excedia em seus despropósitos: “Por que não te callas”?
* Enviado pelo autor. Publicado originalmente no blog do Polibio Braga em 08-11-2024.
Gilberto Simões Pires
HISTÓRIA
A história, mais do que nunca, tem se mostrado importante, útil e pra lá de esclarecedora para -explicar-, pelo efeito comparativo, o que acontece, a olhos vistos, no dia a dia do nosso empobrecido Brasil, notadamente a partir do EMPODERAMENTO TOTAL DO STF, cujos ministros, não por acaso, decidiram, de forma irreversível, colocar na cadeira presidencial do país um sujeito que acharam por bem descondenar.
CRIME: OPOSIÇÃO AO NAZISMO
Dentro desta linha de -garimpar- fatos e escritos históricos, me deparei com um de tantos textos produzidos pelo filósofo e teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, durante o período em que esteve na prisão (acabou sendo enforcado) por ter cometido o -CRIME- de RESISTIR e/ou se OPOR ao NAZISMO.
ESTUPIDEZ COLETIVA
Na prisão, Bonhoeffer procurou entender como era possível que seus compatriotas alemães estivessem apoiando tão fervorosamente Hitler e suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, em termos científicos, tecnológicos, culturais, etc... Assim, depois de muito pensar, concluiu que o povo alemão foi vítima da -ESTUPIDEZ COLETIVA-.
CAUSA SOCIOLÓGICA
Segundo Bonhoeffer, a ESTUPIDEZ não tem uma causa PSICOLÓGICA, mas sim SOCIOLÓGICA, ou seja, é CONTAGIOSA e como tal uma pessoa precisa da estupidez de outra. É como um feitiço formado por palavras de ordem que se apodera das pessoas. Por isso, você verá pessoas muito inteligentes que, em determinado momento, se comportam de maneira estúpida, porque é uma recaída de sua personalidade que nada tem a ver com suas capacidades mentais, que podem ser muitas.
CÉTICOS
Quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, nunca acreditarão nos argumentos contra sua estupidez; simplesmente os ignorarão. São absolutamente impermeáveis às advertências sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode ocasionar a elas mesmas e aos outros estúpidos, e sempre se sentem orgulhosas de si mesmas e de sua estupidez.
Ainda mais, muitas vezes é perigoso tentar persuadir um estúpido com razões, pois ele se sentirá agredido, irritar-se-á facilmente e até tentará atacar. Há momentos na vida das sociedades em que, contra a estupidez, não há nenhuma defesa. Daí nascem as ditaduras, assim como também o declínio dos países. Cuba, por exemplo, com o castrismo, assim como a Argentina com o peronismo.
TEORIA DA ESTUPIDEZ
Na mesma lógica, o historiador e economista italiano Carlo Cipolla condensou em cinco leis sua TEORIA DA ESTUPIDEZ:
1- Sempre se subestima o número de estúpidos em circulação.
2- A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida é independente de sua educação, riqueza, inteligência, etc.; ou seja, se distribui igualmente em todos os segmentos da população.
3- O estúpido causa danos a outras pessoas e a si mesmo, sem obter nenhum benefício.
4- Eles são imprevisíveis. As pessoas NÃO ESTÚPIDAS sempre subestimam o poder danoso dos estúpidos.
5- Os estúpidos são mais perigosos que os bandidos e os malvados. Não há nada mais perigoso que um estúpido com poder.
Aqui entre nós e o mundo: -Qualquer semelhança com o que acontece no Brasil não é mera coincidência...
Alex Pipkin, PhD
Excetuando-se a juventude lobotomizada por outros jovens marxistas doutrinados, e a turma de sectários ideológicos do "progressismo do atraso”, o tal de "wokismo" cruzou a linha vermelha (só poderia ser a cor), e ninguém mais aguenta. Somente, claro, aqueles que lucram com o embuste.
A "cultura progressista acordada" não passa de uma ideologia, genuinamente, racista, que no embrulho para presente passa a imagem, repetida sem descanso, da suposta preocupação com a opressão e a busca de justiça social.
O foco dessa preocupação está na política de identidade, da proteção das questões de gênero, raça e orientação sexual, que de maneira intolerante, despreza e agride todos aqueles que, segundo eles, discordam de suas ideias nobres e benevolentes sobre justiça social. Essa turma pensa - e o pior é que acredita - que são superiores, cognitiva e, principalmente, moralmente.
Por mais ridículo que possa aparecer, a burguesia branca, exibindo seus sentimentos (negros) de culpa, necessita sinalizar a vergonha por seus privilégios sociais e econômicos, muito embora ninguém possa ser culpado por ter nascido em uma melhor condição econômica e social.
A partir do “wokismo”, estabeleceu-se por “default”, que todo homem - e mulher - é racista, e que as diversas e variadas minorias identitárias são presas indefesas, vítimas.
Nesse "novo mundo moderno" o que mais se enxerga é a mentira, a hipocrisia e o cinismo, materializados por meio de sinalizações de virtude, via exibições melodramáticas em favor de grupos identitários, sejam esses negros e/ou membros dos oprimidos grupos LGBTA+++++++++.
Qualquer sujeito racional enxerga a olhos nus, a mentira escrachada quanto à defesa de grupos minoritários. Defendem-se os direitos de justiça e igualdade de um homem negro, de uma mulher feminista, e/ou de um homossexual, desde que, e somente se, esses estiverem em conformidade com as várias e diversas tribos esquerdistas. Se tal negro, feminista ou homossexual pender para a direita, a "coisa" muda completamente de figura. Imaginemos pertencer, então, ao grupo minoritário ao qual eu me incluo - dos judeus. Neste caso, além de não haver amparo, existe o desejo, e o clamor em praça pública, de eliminação dessa minoria, uma vez que são considerados conspiradores e opressões de outros povos e religiões.
O “wokismo” da suposta defesa de grupos minoritários, vejam só, tutela atrocidades cometidas por grupos terroristas sanguinários, tais como Hamas e Hezbolah!
Essa ideologia, de verdade, só tem existência em razão de interesses ideológicos tribais e/ou pessoais.
Preto no branco, só existe mesmo verborreia e aparências envolvidas.
Tal onda inebriante de bom-mocismo cresceu como um tsunamis, porque todo o ambiente foi gestado para impor temor e medo àqueles que não acreditam nesse transparente engodo. A propaganda “woke” é de causar inveja àquela de Joseph Goebbels, no período nazista.
Como um tema polêmico, aqueles que, como eu, mostram-se contrários a essa ideologia oportunista do identitarismo, são taxados - e cancelados - por serem preconceitos, xenofóbicos, entre outras classificações nada meritórias.
Diversidade e inclusão - verdadeiras - devem estar sempre presentes, embora não nos holofotes. Diversidade e inclusão refere-se ao respeito à dignidade de outros, a diferença.
Oportunidades devem existir e crescer para todos. Jovens da periferia, gente de outras etnias, idosos, deficientes, gays, enfim, para qualquer um, de carne e osso, que se encontre em condições, diga-se, menos favorecidas.
Esta é a diversidade genuína, não a envergonhada, exposta e sinalizada aos quatro ventos, verdadeiramente, orientada para um projeto de poder.
Que bom que não há mentira que dure para sempre, tampouco verdade que nunca seja revelada.
Deste modo, a grande indústria criada, da diversidade e inclusão, do embuste “woke”, diga-se de passagem, milionária, vem, factualmente, perdendo seu ímpeto.
Uma série de empresas - inclusive as grandes corporações, p.e. Deere & Co, Ford - agora declaram publicamente que estão abandonando a política “woke”, a fim de se alinharem àquilo que, de fato, importa para os negócios e para os interesses de seus clientes.
Há uma luz no fim do túnel. Eles acordaram!
Perdeu o fôlego, para o bem de todos, tal política racista, discriminadora, e que, de fato, divide as pessoas.
Pois eu não vejo a hora do fim dessa trágica verborragia “woke”.