Milton Lourenço

04/03/2009
Estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federa? das Ind?ias do Estado de S?Paulo (Fiesp) mostrou que, entre agosto e dezembro de 2008, 18 setores da economia, respons?is por 76% das vendas externas, tiveram suas receitas de exporta? reduzidas em 30%, apesar da alta de 49% na cota? do d?. Em volume exportado, a queda ficou ao redor de 20%. Em janeiro, o resultado acumulado piorou, o que levou o governo a buscar sa?s para evitar que o d?cit da balan?comercial se agravasse ainda mais. Pena que o tenha feito de maneira atabalhoada, sem refletir sobre as conseq?ias de seu ato. Ao estabelecer a exig?ia – afinal, revogada – de licen?autom?ca a produtos acabados de 24 setores, a pretexto de monitorar dados estat?icos, o governo pretenderia dificultar a entrada de quinquilharias asi?cas, mas n?imaginou que a medida poderia tamb?levar ind?ias de S?Paulo, da Zona Franca de Manaus e outros Estados a interromper suas produ?s. At?orque essas ind?ias dependem de componentes importados e, nas atuais circunst?ias, h?uito deixaram de fazer estoques, dependendo de uma importa? r?da. Como a exig?ia de licen?pr?a para importa? atingia setores que representam 60% das importa?s brasileiras, prevaleceu o bom senso e a medida foi revogada em menos de 24 horas. A decis?demonstrou a preocupa? do governo com a acentuada desacelera? das exporta?s brasileiras no in?o deste ano. Afinal, o d?cit de janeiro ficou bem acima das previs? pois a maioria dos especialistas esperava um pequeno super?t. Isso, por? n?justificaria a ado? de medidas protecionistas, j?ue o Pa?possui reservas de US$ 202 bilh? que seriam mais do que suficientes para cobrir esse d?cit. Com o recuo do governo, s?rca de 10% da pauta dos produtos continuam a depender de licen?de importa? n?autom?ca, o que exige a emiss?de Licen?de Importa?, como ? caso de material usado ou de produtos que gozem de algum benef?o tribut?o, conforme estabelece a portaria Secex nº 25, de 27/11/2008. At?uando o governo ir?anter-se nessa posi? ?mposs?l saber, mas a expectativa ?ue, a partir de maio, quando come?a safra agr?la, o cen?o para o com?io exterior brasileiro comece a ficar mais claro. Por enquanto, ao contr?o dos anos anteriores, o governo n?faz previs?nem estabelece meta para as exporta?s. Na melhor das hip?es, seus t?icos arriscam que as exporta?s em 2009 v?chegar a US$ 202 bilh? aceitando, por? um resultado m?mo de US$ 158 bilh? se nada correr bem. Em compensa?, as importa?s dever?cair n?em raz?de medidas burocr?cas como a que o governo ensaiou adotar e, depois, voltou atr? mas em fun? da queda na atividade dom?ica. Seja como for, o Pa?deve refletir muito bem antes de adotar uma medida que possa significar mudan?significativa de rota de sua pol?ca de com?io exterior. Afinal, at?qui, o Brasil tem se destacado como defensor em f?s internacionais, especialmente na Rodada Doha, de maior abertura de mercados. E n?pode aparecer agora como paladino de medidas protecionistas. Portanto, o que se espera, nos pr?os meses, ?ue as autoridades brasileiras tenham muita habilidade para n?deixar o Pa?cair numa armadilha, especialmente em rela? ao com?io com a China, hoje um grande comprador e o segundo parceiro brasileiro. Est?laro que, com os EUA em fase de desacelera?, a China tamb?vai desacelerar, j?ue ?ependente em grande parte do mercado norte-americano, embora em menor velocidade porque ainda tem muito a crescer. Isso quer dizer que, com menor perspectiva de ampliar os neg?s nos EUA e na Europa, chineses e demais exportadores asi?cos dever?buscar outros alvos, o que inclui a Am?ca Latina. Isso n?significa apenas maior competi? para os exportadores brasileiros de manufaturados em pa?s latino-americanos, mas que o mercado nacional tamb?ficar?ais vulner?l ?ompeti?. Mesmo porque a China em dezembro concedeu novos incentivos fiscais ?suas exporta?s, estendendo-os a 3.770 produtos, 28% dos itens normalmente vendidos ao exterior. O que fazer? ?certo que n?se pode fechar o mercado brasileiro a produtos asi?cos, at?orque o Brasil, se cresceu bastante nos ?mos cinco anos de bonan?mundial, foi porque, em grande parte, aproveitou-se do crescimento da China, hoje igualmente um grande comprador. Encontrar a medida certa nesse relacionamento comercial ? grande desafio que se avizinha para os pr?os meses. Que haja sabedoria entre os nossos negociadores para que possamos super?o sem traumas. (*) Diretor-presidente da Fiorde Log?ica Internacional, de S?Paulo-SP. E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

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04/03/2009
Conflito ?co Embora a Lei Org?ca da Magistratura n?pro? expressamente a participa? societ?a de magistrados em empresas privadas, a participa? do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no controle acion?o do Instituto Brasiliense de Direito P?co (IDP), abala a imagem do Judici?o e coloca novamente a Justi?brasileira em delicada situa? junto ?pini?p?ca. A situa? se agrava ainda mais quando o presidente da maior Corte de Justi?do pa?– aliando a atividade de magistrado a de empres?o da educa? – compra terrenos de R$ 2 milh?por um quinto do valor e fecha contratos sem licita? para cursos diversos com entidades estatais – desde a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional at? Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa?, conforme informa?s da revista Carta Capital, em reportagem do jornalista Leandro Fortes. Criado em 1998, o Instituto de Gilmar Mendes faturou, entre 2000 e 2008, cerca de R$ 2,4 milh?em contratos com ?os ligados ao governo federal – todos firmados sem licita?. Depois que Gilmar Mendes assumiu o cargo de presidente do STF o faturamento em contratos com a Uni?cresceu. De 2003 para c?o valor somou R$ 1,6 milh? segundo dados dispon?is no site Contas Abertas. S? m?passado, o IDP recebeu R$ 350 mil com a celebra? de conv?os. No site da Transpar?ia da Controladoria Geral da Uni?(CGU) verifica-se que nas guias de pagamento aparece um acordo do IDP com a Receita Federal at?ara trabalho aduaneiro. O Minist?o da Defesa – de Nelson Jobim – pagou R$ 55 mil ao Instituto, e a CGU, R$ 15 mil. O IDP tem contrato, sem licita?, com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e at?om a For?A?a Brasileira (FAB). De acordo com a revista Carta Capital, os valores recebidos da Uni?pelo Instituto Brasiliense de Direito P?co, em 2008, devem-se, sobretudo, a tr?contratos firmados com o Senado Federal, Superior Tribunal de Justi?(STJ) e a Receita Federal. Do Senado, o instituto recebeu R$ 125 mil, do STJ R$ 88,2 mil e da Receita Federal R$ 117,9 mil. Os cursos oferecidos pelo IDP tamb?foram contratados pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal, que pagou R$ 690 mil. Assim como nos outros contratos, a licita? foi considerada “inexig?l”. No per?o em que Nelson Jobim presidiu o STF – entre 2005 e 2006 – aquele tribunal gastou quase R$ 50 mil em cursos e eventos oferecidos pelo Instituto de Gilmar Mendes. Em 2006, o jornal O Globo denunciou rela?s estranhas entre o IDP e o STF. Ent?presidente interino do Supremo – a titular Ellen Gracie Northfleet, estava de licen?m?ca – Gilmar Mendes transformou em “bolsa de estudos” um empenho de R$ 3,6 mil referente a um curso de Mestrado em A?s Constitucionais, ministrado pelo IDP a tr?funcion?os do STF. Todas as tentativas do Minist?o Publico Federal para impedir Gilmar Mendes de usar de influ?ia para conseguir contratos no governo foram em v? A primeira delas ocorreu em abril de 2002, pouco antes de ele ser nomeado para o STF. Na ?ca, o Minist?o P?co chegou a instaurar uma a? de improbidade administrativa por Gilmar Mendes ter contratado o IDP para dar cursos no ?o do qual era o principal dirigente – a Advocacia-Geral da Uni? A constru? da sede do IDP – um amplo pr?o de quatro andares – foi financiada com recursos do Fundo Constitucional do Centro Oeste – R$ 3 milh?– dinheiro gerenciado pelo Banco do Brasil. Quando come? a funcionar, em 1998, o IDP comprou um terreno por R$ 2,2 milh? com recursos do Programa de Promo? do Desenvolvimento Econ?o Integrado e Sustent?l, que ilegalmente o enquadrou com a rubrica de “setor produtivo”, garantindo-lhe um desconto de 80% na aquisi? da ?a. Gravitam ao redor do IDP nomes de peso como o de Nelson Jobim (Defesa) e Jorge Hage (CGU). Entre os professores incluem-se Carlos Alberto Direito, Carlos Ayres Britto, Eros Grau e Marco Aur?o Mello – todos do STF. STF compra sof?e dois lugares por R$ 10.650,00 O Supremo Tribunal Federal (STF) comprou esta semana um sof?e dois lugares por R$ 10.650,00. A aquisi? foi feita na v?era da posse do ministro e presidente do STF, Gilmar Mendes, no Conselho Nacional de Justi?(CNJ), ocasi?em que criticou a constru? de novas sedes para o Poder Judici?o e defendeu crit?os para as obras. O ministro tamb?disse que, em alguns casos, pode estar havendo excessos. http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias.asp?auto=2187 R?o CBN - STF gastou mais de R$ 170 mil em viagens de ministros De acordo com a r?o CBN, o Supremo Tribunal Federal (STF) gastou mais de R$ 170 mil com pagamentos de di?as a ministros durante o ano passado. Somente o ex-presidente do STF, Nelson Jobim, recebeu quase R$ 28 mil. Muitas das viagens foram para participar de eventos realizados por universidades particulares, associa?s e cursos pagos pelos organizadores. Mesmo assim, foi pedido o ressarcimento dos gastos. Num desses encontros, Jobim ficou hospedado, com a mulher, quatro dias num hotel cinco estrelas, em Salvador. O presidente do STF recebeu R$ 693 por di?a. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Organiza? N?Governamental (ONG) CONTAS ABERTAS, com base em n?os do Sistema de Acompanhamento de Gastos Federais (Siaf). O STF informou que as viagens ressarcidas t?car?r oficial e que os ministros n?cobram dos organizadores para ministrar palestras ou participar das solenidades. Solenidade de posse do presidente do STF custar?proximadamente R$ 40 mil O Supremo Tribunal Federal (STF) est?reparando a tradicional solenidade de posse de ministros. Amanh?tomar?posse oficialmente no ?o o presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, e o vice-presidente, ministro Cesar Peluso. O evento, que contar?om a presen?de 3,5 mil convidados, tem custo estimado de pelo menos R$ 39,9 mil. A quantia servir?ara pagar as contrata?s de um grupo musical e de uma empresa especializada em promo? de eventos, que dever?restar servi? de recep?, transporte, hospedagem, alimenta?, impress?de materiais, entre outros, ?autoridades e aos demais convidados. A cerim? ser?ealizada a partir das 16 horas no plen?o do ?o em Bras?a. http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias..asp?auto=2215 Carrinho de Compras: STF reserva R$ 5,5 mil para compra de cortinas e forro blecaute No embalo da pol?ca intermin?l no caso Dantas, solta ou n?solta, o Carrinho de Compras de hoje mostra que o Supremo Tribunal Federal (STF) parece est?uerendo se esconder ou pelo menos se proteger do sol. Isso porque o ?o empenhou (reservou em or?ento) R$ 5,9 mil com a compra de cortinas, de forros blecaute e de band?e alum?o revestido com tecido. http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias.asp?auto=2320 Carrinho de Compras: STF reserva R$ 67,7 mil para reformar 32 sof?e poltronas Na semana em que o Supremo Tribunal Federal julgou inadequado o uso de algemas nas opera?s da Pol?a Federal, “contra a espetaculariza?”, o ?o m?mo do Poder Judici?o brasileiro tamb?“reservou” outras surpresas. Na ?ma ter?feira, o tribunal empenhou (reservou em or?ento) quase R$ 70 mil com o pagamento de servi? de reforma em 32 sof? poltronas e cadeiras. Os m?s se dividem em estofados individuais, de dois, tr?e quatro lugares, al?de duas cadeiras de madeira. Duas poltronas s?de recep? de gabinete. A nota de empenho s?o informa qual seria esse gabinete... http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias...asp?auto=2342 Carrinho de Compras: STF compra baldes para gelo, saca-rolhas, bandejas de gar? e colheres de pau A pol?ca envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e a 6ª Vara Federal Criminal de S?Paulo no caso Daniel Dantas parece ter aumentado os ?mos na corte mais alta do Poder Judici?o brasileiro. Isso porque o STF reservou em or?ento (empenhou) R$ 9,8 mil com a compra de diversos itens, entre eles dois baldes para gelo, 12 bandejas de gar?, tr?saca-rolhas e duas colheres de pau. Ser?ue a 6ª Vara Federal Criminal fez o mesmo? Se fez, passou despercebido pelo rastreamento do Carrinho de Compras... http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias.asp?auto=2311 Carrinho de Compras: STF reserva R$ 359,00 com compra de t?s Mizuno O “Carrinho de Compras” de hoje destaca as compras esportivas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) durante a semana. O ?o m?mo da esfera judici?a brasileira empenhou R$ 359,00 com a compra de um t?s Mizuno, modelo “Genesis”, preto. Al?disso, o STF comprometeu R$ 123,00 com a aquisi? de duas cal? azul marinho de tactel, com friso branco nas laterais e “el?ico forte e cord?na cintura”, tamanho P, e tr?camisas em malha fria branca, tamanho G, com gola p?e logotipo do Supremo no peito esquerdo. Resta saber quem ser?os “atletas de plant? ou as atletas que ir?vestir as vestimentas t?cas das academias de gin?ica... http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias.asp?auto=2458 Carrinho de Compras: STF reserva R$ 7,2 mil para compra de oito bolsas de couro O “Carrinho de Compras” de hoje, coluna dominical do Contas Abertas que traz o registro dos gastos mais interessantes dos ?os p?cos federais realizados durante a semana, destaca os empenhos (reservas or?ent?as de recursos) do Supremo Tribunal Federal (STF). A inst?ia m?ma do Poder Judici?o brasileiro empenhou 7,2 mil para a compra de oito bolsas de couro “confeccionada em couro preto, espessura 14/16 linhas, forrado em curvin automotivo, acolchoada, tr?bolsos, cinco z?res refor?os, fundo r?do, cinco p? velcro, duas argolas, tr?bot? e mais algumas exigenciazinhas descritas na nota de empenho emitida pelo STF. Cada bolsinha dessa, que ainda dever?er o s?olo da TV Justi?bordado na lateral das bolsas, custou R$ 895,00. http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias..asp?auto=2430

Olavo de Carvalho

04/03/2009
3/3/2009 - 22h05 Quando o sr. Luiz In?o da Silva aceitou ser o chefe de um governo de transi? para o socialismo, teria ele plena consci?ia do que isso significa? Governos de transi? revolucion?a s?como preservativos: come? encobrindo a arma do crime e terminam jogados na privada. Lula representou a face sorridente e am?l sob a qual a esquerda ocultava a pesada m?ina de guerra das milit?ias enfurecidas, das tropas de guerrilheiros, das quadrilhas de narcotraficantes e seq?radores, dos bandos de delinquentes comuns adestrados e equipados por t?icos em terrorismo para espalhar o caos nos momentos estrategicamente convenientes. Durante anos, ele administrou com habilidade e prud?ia uma complexa pol?ca de m?dupla, agradando aos capitalistas pelo gerenciamento “ortodoxo” da economia, e aos comunistas pela subvers?sistem?ca dos valores morais e educacionais, pela distribui? perdul?a de verbas at?esmo a entidades criminosas, pela prote? dada a terroristas estrangeiros em atividade no territ? nacional e pelo apoio paternal concedido aos tiranetes de esquerda que, nas na?s em torno, iam brotando como fungos, fortalecidos pela unidade da estrat?a continental do Foro de S?Paulo que ele pr?o fundara e organizara. Que, jogando com dois grupos de aliados incompat?is entre si, prometesse simultaneamente a vit? aos antigos e a prosperidade aos novos, logrando persuadir a ambos de sua integral sinceridade, ?rova de uma duplicidade de car?r elevada ao estatuto de obra de arte, pela qual, abstra? a imoralidade intr?eca da coisa, ningu?deve lhe sonegar admira?. Ora acirrando as contradi?s, ora amortecendo-as com um senso agud?imo do timing e das conveni?ias, sua destreza no manejo da ambig?de chegou ao requinte quase inveross?l de atrair sobre sua pessoa galard?contradit?s, fazendo com que, na mesma semana, fosse homenageado no F? Econ?o de Davos por sua convers?ao capitalismo e no F? Social Mundial por sua fidelidade ao comunismo. Mas ?a natureza do jogo duplo acabar por duplicar-se a si mesmo, articulando ?posi? entre os p? em jogo a duplicidade de ritmos necess?a a administr?os. O governante de transi? quer, afinal, chegar ?eta, apressando sua pr?a remo? ao dep?o de lixo do passado, ou adi?a indefinidamente, eternizando a promessa de mudan?radical e arriscando-se a ser odiado por seus antigos admiradores como aborteiro da revolu?? Nesse ponto, o controle do tempo, que no come?era a arma do sucesso, torna-se ele pr?o um problema insol?. As for? opostas que o pr?o governo p?m movimento j??obedecem ao seu comando: a organiza? militante, acostumada a roubar sob a prote? estatal, reivindica o direito ?r?ca do homic?o pol?co; o Poder Judici?o longamente aplacado pelas homenagens verbais ?ua independ?ia come?a agir como se de fato fosse independente. O presidente da Rep?ca nem pode amarrar as m? assassinas de seus companheiros de ontem, nem tapar a boca do magistrado inconveniente, cansado de ver a lei usada como anest?co do crime. Os otimistas de sempre podem achar que ?ma crise passageira, que o g?o da concilia?, tradi? nacional da qual o presidente tem sabido se aproveitar t?bem, acabar?or encontrar um subterf? inteligente e adiar, uma vez mais, o desenlace do insol?. Talvez tenham raz? O tamanho do territ?, a consist?ia t?e e esparramada da sociedade civil, a incultura geral que predisp? resigna? apalermada foram at?gora os fatores que permitiram ao sr. Lula prolongar no tempo, sem crises nem danos not?is, a sua querida engenharia da procrastina?. Mas a recusa de decidir ?la pr?a uma decis?e, tomada repetidas vezes, acaba por se consolidar num “estado de coisas” aparentemente imut?l, atraindo contra si as mesmas for? de mudan?que, no in?o do processo, aceitaram a concilia? porque esperavam que fosse provis?. Dizem que o ?lo e modelo do sr. Lula ?et? Vargas. Este era, de fato, um artista da indecis? t?ca que consagrou no lema “Deixa como est?ara ver como ?ue fica”. Tamb??erto que por meio desse artif?o logrou articular os incompat?is e, como disse dele o fil?o Jos?rtega y Gasset, “fazer pol?ca de direita com a m?esquerda”. Mas quando sua m?direita se moveu, foi para empunhar o rev?r com que desferiu um bala?contra o pr?o peito. Lula, ao inverso dele, faz pol?ca de esquerda com a m?direita. Corre o risco de enforcar-se com a m?esquerda. Olavo de Carvalho ?nsa?a, jornalista e professor de Filosofia

Folha Online

04/03/2009
ANDR? MICHAEL da Folha de S.Paulo, em Bras?a JOÏ CARLOS MAGALHÅS da Ag?ia Folha, em Bel? RENATA BAPTISTA da Ag?ia Folha, em Recife Em resposta ?cr?cas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, o procurador-geral da Rep?ca, Antonio Fernando Souza, disse ontem que o Minist?o P?co n?est?ormindo diante dos recentes conflitos no campo. Apesar de afirmar que pol?ca agr?a n?faz parte de suas atribui?s, Souza disse que o ?o cumpre sua fun?. Vimos hoje nessa quest?da viol?ia no campo que o Minist?o P?co n?estava dormindo, j?rabalha nisso h?uito tempo, sem estardalha? respeitando o direito de defesa, para ao final emitir seu ju?. O procurador divulgou uma lista de a?s do Minist?o P?co relacionadas a movimentos que atuam no campo, inclusive investiga?s relacionadas a repasse de verbas. H?rocedimentos, inqu?tos e a?s civis e penais em S?Paulo, Pernambuco, Goi?e Alagoas. Na semana passada, Mendes cobrou do Minist?o P?co que investigasse o repasse de verbas a entidades que promovem invas? O presidente do STF referia-se a invas?no Pontal (SP) e a conflitos em Pernambuco no Carnaval. ?preciso que a Justi?d? resposta adequada, que o Minist?o P?co tome as provid?ias, inclusive para verificar se n?est?avendo financiamento il?to a essas institui?s, disse Mendes. Segundo Antonio Fernando, o conflito agr?o ?lgo extremamente complexo, que n?se pode resolver numa afirma? solta numa entrevista. Questionado se o presidente do STF teria extrapolado suas prerrogativas institucionais, o procurador-geral respondeu: N?fa?julgamento de autoridades. Cada um sabe do que diz. Tamb?n??tribui? dele julgar esse caso concreto. Ele deve achar que ?As minhas atribui?s eu sei plenamente e me mantenho dentro delas. Antonio Fernando tamb?negou, ao contr?o do que tem dito Gilmar Mendes, que o pa?se transformou num Estado policial. Essa frase para mim ?ais de efeito. Se todos podemos conversar, exercer nossos direitos, a Justi??berta para todos, acho que estamos longe do Estado policial. Ao longo de toda a entrevista, o procurador-geral afirmou por v?as vezes que o Minist?o P?co tem buscado hoje, como deve ser, n?anunciar antes o que vai fazer e manter-se dentro de suas atribui?s. Criar expectativa ?uito pior. O melhor ?oc?presentar o resultado que ?oss?l. Por fim, questionado se seria candidato ao um terceiro mandato na Procuradoria Geral, respondeu: Sei o que n?vou fazer: trabalhar tanto. Eu n?vivo mais. ?s?abalho. Procurado, Mendes decidiu n?se pronunciar sobre as afirma?s do procurador. MST Em nota, a coordena? do MST no Par?profundou ontem as cr?cas ao banqueiro Daniel Dantas, chamando-o de corrupto, e a Mendes. Crime n??cupar terras que n?cumpram com sua fun? social, mas [vender] terras p?cas [...] a banqueiros corruptos que s?soltos pelo mesmo juiz que faz acusa?s difamat?s aos movimentos sociais, afirma o texto. A assessoria de Dantas disse que ele n?vai se manifestar. No ?mo final de semana, o MST invadiu duas fazendas no Par?a Agropecu?a Santa B?ara Xinguara, controlada pelo Opportunity, de Dantas. A nota de ontem tamb?refutou as den?as da Santa B?ara, que afirmou que houve viol?ia nas invas? Sobre a afirma? do presidente Lula, que disse ser inaceit?l a desculpa de leg?ma defesa para matar quatro pessoas, o l?r do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, afirmou ontem que Lula n?tinha conhecimento real dos fatos que motivaram o conflito. Quatro seguran? de uma fazenda em S?Joaquim do Monte (PE) foram mortos no ?mo dia 21 em confronto com integrantes do MST. Lula conhece a luta da reforma agr?a e sabe a import?ia dela para o pa? Certamente n?explicaram para ele as condi?s de como tudo aconteceu. N?h?utra explica?. Anteontem, a Pol?a Civil indiciou dois sem-terra ligados ao MST pela morte dos seguran? da fazenda Jabuticaba (PE). Amorim voltou a afirmar que eles agiram em leg?ma defesa.

Cesar Maia

04/03/2009
Desapareceu em S. Paulo. Sua bancada federal voltou para a clandestinidade. N?tem nada a dizer sobre a crise econ?a. Seu governo na Bahia ?at?co. Entregou o Congresso ao PMDB. Entregou Belo Horizonte ao PSB do PSDB. A CUT passou a ser o principal interlocutor na defesa das multinacionais. Seus principais l?res no Congresso empossados em 2003 est?sendo julgados no STF. Nenhum de seus quadros de origem ?ome para a presid?ia. E por a?ai. 2. Indiscutivelmente esta foi a maior proeza do governo Lula: derreter o PT.

Gilberto Geraldo Garbi

04/03/2009
H?oucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as ?mas pesquisas de opini? Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avalia? positiva. ? realmente, algo “nunca antes visto nesse pa? e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das pr?as consultas populares. Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cult?ima Alemanha chegara a conceder 82% de aprova?. Mas eu estava enganado: nosso oper?o-presidente j?eixou para tr?o psicopata de bigodinho e hoje s?ve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opini?lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÏ, Salazar n?sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo...(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60). Portanto, a popularidade de Lula ainda “tem espa? para crescer, para empregar essa express?surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presun? e imod?ia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando at?esus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposi?... Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma p?ima not?a a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% voc??passa. Como voc???uito chegado em Aritm?ca, exceto nos c?ulos rudimentares dos percentuais sobre os or?entos dos minist?os que voc?ntrega aos partidos que constituem sua base de sustenta? no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu.. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 0,9999995%. Esses, talvez, voc?ossa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% voc?amais ter?orque n?h?or?neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que voc?em comprado votos e apoios nos aterros sanit?os da pol?ca brasileira, n?h?repito, for?capaz de mudar minha convic? de que voc?oi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida. E minha convic? fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolesc?ia, quando comecei a me dar conta das desgra? brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo est? mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrim? p?co para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infind?is dinastias nepotistas nos ?os p?cos; dos que desprezam a justi?desde que a injusti?lhes seja vantajosa; dos que s?clamam dos privil?os por n?estar inclu?s entre os privilegiados; dos que enriquecem atrav?dos neg?s sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sandu?e ou, como agora, uma bolsa fam?a; dos que s?de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da pol?ca e beijam-lhes as m? por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que s?incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de inf?as. Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais l?os, chegaram ?esma conclus?e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. J?uviu falar nele? Como voc?unca l?eu quase iria sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incont?is assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Ora? aos Mo?... Mas, esque?.. Se voc?ouber o que ele, em 1922, disse de pol?cos como voc? dos que fazem parte de sua base de sustenta?, ter?zia at? final da vida. Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, n?mudarei minha convic? de que este Pa?s?ixar?e ser o que ? uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora ?aqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladr?privados eternamente impunes – quando a mentalidade da popula? e de seus representantes for profundamente mudada. Mudada pela educa?, pela perseveran? pela puni? aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes. E voc?ula, teve uma oportunidade ?a de dar in?o ?udan?dessa mentalidade, embalado que estava com uma vit? popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se voc? tivesse. Voc?eve a oportunidade de tornar-se nossa t?esperada ?ora moral, esta sim, nunca antes vista nesse Pa? Mas n? voc?referiu o caminho mais f?l e batido das pr?cas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos. Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, voc?stava certo: para que se esfor?, escorado apenas em princ?os de dec?ia, se muito mais r?do e eficiente ?omprar o que for necess?o, nessa terra onde quase tudo est? venda? Eu n?o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde voc?hegou, partindo de onde voc?artiu, n?chafurdaria nesse lama? em que voc? sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente ?ase de vaidade e autoidolatria. Mas reconhe?em voc?ma esperteza excepcional: nunca antes nesse Pa?um presidente explorou t?bem, em proveito pr?o e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes. Esse ?eu legado maior, e de longa dura?: o de haver escancarado a l?re realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu di?o: “Aqui todos s?suborn?is”. Voc?estruiu as ilus?de quem achava que hav?os evolu? em nossa mentalidade e matou as esperan? dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer. Voc??inventou a corrup? brasileira, mas fez dela um maquiav?co instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear at?s ?mos n?is da Administra?. O Brasil, sob voc?vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia corruptiva. Pe?ao Marco Aur?o para lhe explicar o que ?sso. Voc? o sonho de consumo da banda podre desse Pa? o exemplo que os funcion?os corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vaz?a seus instintos. Voc?az da mentira e da demagogia seu principal ve?lo de comunica? com a massa. A prop?o, o que ?ue voc?ente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques? Voc?ente orgulho em subestimar a intelig?ia da maioria e ver que vale a pena? Voc?entiu quando disse haver recebido como heran?maldita a pol?ca econ?a de seu antecessor, a mesma pol?ca que voc?anteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar. Voc?entiu ao dizer que n?sabia do Mensal? mentiu quando disse que seu filho enriqueceu atrav?do trabalho, mentiu sobre os milh?que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas, mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em flagrante, mente quando, para cada plat?, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agrad?as, mentiu, mente e mentir?m qualquer situa? que lhe convenha. Por falar em Ongs, voc?omprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilh?de reais atrav?de Ongs que nada fazem, a n?ser refestelar-se em dinheiro p?co, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdi? os recursos que tanta falta fazem aos hospitais. Voc??moveu uma palha, em seis anos de presid?ia, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste Pa?sedento de Justi?e encharcado pelas l?imas dos familiares de tantas v?mas. Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos n?Ao contr?o, o Supremo, onde voc?em grande influ?ia, por haver indicado um bom n?o de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda inst?ia podem permanecer em liberdade, at?ue todas as apela?s, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva d?das. Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais ir?para a cadeia. Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclina?s ideol?as, certamente voc?eria se empenhado de corpo e alma. Ali? Lula, voc?unca teve ideais, apenas ambi?s. Voc?amais foi inspirado por qualquer anseio de Justi? Todas as suas a?s, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefre?l necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado. Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justi?manifesta-se o tempo todo: quando voc?eleremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando voc?eu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando voc?e aliou ?sc? do Congresso, aquela mesma contra quem voc?ociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcion?os p?cos j?egiamente pagos, ?custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando voc?umentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouqu?imo da arrecada? sobraria para os investimentos de que tanto carece a popula?; quando voc?espreza o m?to e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por a?. Justi? ora a Justi? ? que voc?ensa... Voc?em dividido a na?, jogando regi?contra regi? classes contra classes e ra? contra ra?, para tirar proveito das desaven? que fomenta. Ali? se voc?stivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros exclu?s as mesmas oportunidades que t?os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da sa?e do ensino p?cos. Mas voc?no ?imo, despreza o ensino, a educa? e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Al?disso, melhorar a educa? toma um tempo enorme e d?uito trabalho, n??esmo? E se h?oisa que voc? o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam ? trabalho: ent? muito mais f?l ? atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus crit?os sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milion?os possam valer-se delas. A Imprensa faz-lhe pouca oposi? porque voc? calou, manipulando as verbas publicit?as, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas. O que houve entre o BNDES e as redes de televis? O que voc?andou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos? Essa t?ica de comprar ou perseguir ?uito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Col?a, quando dava a seus eventuais opositores as op?s: “O plata, o plomo”. Pe?ao Marco Aur?o para traduzir. Ele fala bem o Espanhol. Voc?ode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que n?o bajulem. Afinal, se voc??? maior estadista do planeta, se seu governo n??aravilhoso, como explicar tamanha popularidade? ?f?l: pol?cos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcion?os p?cos, miser?is, voc?omprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demag?as. Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequ?ia do modesto crescimento econ?o que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo. Tudo, ent? pode se resumir ao dinheiro e grande parte da popula? parece estar disposta a ignorar os princ?os da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrup?, os desperd?os, os abusos e as injusti? que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econ?a. ?esse, em s?ese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na Fran? “l´argent n´est tout que dans les si?es o?s hommes ne sont rien”. Voc??entendeu, n??esmo? Ent?pergunte ?arta. Ela adora Paris e h?m bom tempo estamos sustentando seu gigol?anco-argentino.. .Gilberto Geraldo Garbi 16/02/2009

José Carlos Leite Filho

03/03/2009
H?uito tempo a Venezuela tem sido mantida na m?a, menos pela sua import?ia geopol?ca e mais pelas fanfarrices do seu estapaf?o e, ?vezes, c?o presidente Hugo Chavez, o qual insiste, por estrat?as diversas, a se aferrar ao poder. J?ouve a fase armamentista, cujos objetivos declarados diziam respeito ?dequa? e moderniza? de suas For? Armadas visando manter afastado um “perigoso inimigo do norte” que era, e ainda ?apontado como amea?imperialista contra a qual os pa?s sul-americanos t?que se unir. Era a pr?ca do velho princ?o que disp?ue “uma amea?comum une os amea?os”. Esse prop?o, de n?das a?s pol?cas, militares e econ?as, tamb?visava fortificar um novo socialismo e requereu uma parceria com a R?a, matriz das novas armas e equipamentos militares. A fase pol?ca por excel?ia, de maior perman?ia, tem evidenciado com mais clareza a ?ia pelo poder do loquaz presidente e a consequente necessidade de afastar ou enfraquecer poss?is advers?os. Nela, o jogo de cena ?ma constante. Cuba ?tilizada como refer?ia pr?a e o seu sanguin?o ditador Fidel Castro, quase cinco d?das no governo, s?apontados como exemplos (!) de ?tos sociais e de modelo a seguir. A democracia, como aconteceu na ilha caribenha, ?onstantemente exaltada, embora o que dela interessa seja o seu valor intr?eco, pois, na verdade as a?s governamentais buscam sufoc?a, neutralizando a oposi?, impondo limites ?tua? pol?ca, restringindo a a? do Legislativo e do Judici?o, aterrorizando os cidad?, eliminando o pluralismo de id?s e centralizando o poder de Estado nas m? do Executivo. L?omo c?os eleitores s?abertamente amea?os e enganados, quando n?corrompidos, como aconteceu na recente campanha do referendo em prol de reelei?s sem limites, durante a qual o presidente se dirigiu ?massas e proclamou: “se voc?permitirem que a oligarquia volte ao governo, talvez eu acabe usando os tanques da brigada blindada para defender o governo revolucion?o e o povo. P?ia ou morte ? nosso lema.” Ou em outra ocasi? exemplo da desfa?ez presidencial, ao responder aos principais l?res religiosos, como o cardeal Jorge Urosa Salino e o reitor da Universidade Cat?a Andr?Bello, por terem se manifestado contr?os ?evis?da legisla? eleitoral, sarcasticamente lhes apenou: “que rezem 100 pais-nossos e 100 ave-marias de joelhos!” L?omo c?a compra de consci?ias ?ma atividade incessante disfar?a em necessidade de amparar os menos favorecidos, historicamente esquecidos ou pouco lembrados por outros governantes ?dos por enriquecimentos il?tos de pessoas e/ou de grupos. L?omo c?s?muitos os incautos que sentindo satisfeitas cr?as necessidades sociais se deixam levar pela verborragia presidencial e n?s?capazes de avaliar o futuro da sua Na?, corroborando assim a id? de que os prolet?os antes da P?ia colocam a barriga. Mais l?o que c?a oposi? pol?ca, caracter?ica dos regimes democr?cos, embora massacrada, parece ainda ter for? e interesse em se reagrupar a fim de despertar a Na? e apontar novos rumos. L?omo c?estou convencido que h?m paran? na presid?ia, cuja mania de grandeza os fazem se imaginar como iluminados, predestinados e insubstitu?is na condu? dos destinos dos seus povos. L?omo c? em outras plagas n?distantes, temo pelo crescimento de uma enfermidade pol?ca que deve ser debelada, tal qual a dengue, antes que a cura venha a exigir um elevado pre? * General de Ex?ito ( linsleite@supercabo.com.br – 24/02/09). (Publicado no “O Jornal de Hoje”, de 02/03/09 – Natal-RN)

Veja

03/03/2009
Laura Diniz Come? com um bate-boca entre um grupo de sem-terra e cinco homens contratados para evitar que a fazenda Jabuticaba, no agreste pernambucano, reintegrada por ordem judicial, fosse novamente invadida por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Dos seguran?, apenas Jo?Arnaldo da Silva, de 40 anos, era profissional. Rafael Erasmo da Silva, de 20, e Wagner Lu?da Silva, de 25, trabalhavam como mototaxistas em S?Joaquim do Monte, a 137 quil?ros do Recife. Jos?edson da Silva, de 20, e Donizete Souza, de 24, eram agricultores. Para fazerem bico como guardas, eles recebiam de 20 a 30 reais por dia trabalhado. Naquele s?do, era Jo?quem estava ?rente da discuss?com os sem-terra, numa fazenda vizinha ?abuticaba. No meio da briga, um dos invasores acertou-lhe um tiro na perna. Jo?caiu e, imediatamente, recebeu uma bala na cabe? Rafael, ao seu lado, foi o segundo a ser morto – tamb?com um tiro na cabe? que trespassou o capacete de motociclista que ele usava. Ao ver os colegas tombarem mortos, Wagner, Wedson e Donizete correram. Donizete conseguiu escapar. Wagner e Wedson, alcan?os pelos sem-terra 1 quil?ro adiante, foram igualmente mortos como c?. Wagner levou um tiro na perna e dois na cabe? um deles na nuca. Wedson recebeu um tiro na perna e dois no rosto – morreu de bra? abertos, como quem pede clem?ia. Com base nas marcas dos tiros e no depoimento de duas testemunhas oculares, o delegado Luciano Francisco Soares diz que os assassinatos n?foram cometidos em leg?ma defesa, como afirma o MST. As v?mas foram executadas, resume ele. A pol?a prendeu em flagrante e indiciou por homic?o qualificado Aluciano Ferreira dos Santos, l?r do MST na regi? e Paulo Alves, participante do grupo. Eles s?acusados de perseguir e matar Wagner e Wedson. Os dois sem-terra apontados como assassinos de Jo?e Rafael est?foragidos. Depois do crime, o MST teve o desplante de pedir prote? policial para seus integrantes. Como se isso n?bastasse, o coordenador nacional do movimento, Jaime Amorim, numa declara? que deixa evidente a r?a moral pela qual seu grupo se pauta, afirmou: O que matamos n?foram pessoas comuns. Eles foram contratados para matar, eram pistoleiros violentos. ?mais uma declara? delinquente de um dos chef?do bando que, a pretexto de lutar pela reforma agr?a, aterroriza o campo brasileiro desde 1990. Naquele ano, durante uma manifesta? no centro de Porto Alegre, uma turba de sem-terra cercou um carro de pol?a e, a golpes de foice, degolou o cabo Valdeci de Abreu Lopes, de 27 anos. Desde ent? ao menos outros quarenta integrantes do MST foram acusados de homic?o (dois deles j?oram condenados em primeira inst?ia). SEM FUTURO A mulher e o filho de Wagner da Silva, que sustentava a fam?a trabalhando como mototaxista. Ele foi morto com tiros na cabe?depois de ser perseguido por 1 quil?ro por um grupo de sem-terra O recrudescimento das a?s dos sem-terra obedece a calend?o e motivo bem definidos. 3 v?eras de um ano eleitoral, MST e cong?res querem continuar a receber vultosos repasses governamentais – o que implica a perman?ia do PT no governo federal. Eles desejam preservar suas fontes de financiamento e tamb?garantir a impunidade da qual v?sendo benefici?os at?gora, diz o fil?o Denis Rosenfield. N?por coincid?ia, foi o Pontal de Paranapanema, em S?Paulo, o lugar escolhido para o Carnaval Vermelho dos sem-terra ligados a Jos?ainha, protegido das cabe? mais coroadas do petismo. Durante o feriado, vinte fazendas foram invadidas no territ? do tucano e presidenci?l Jos?erra. Por meio do embrutecimento de seus m?dos ou do puro e simples banditismo, os sem-terra tentam influenciar os rumos das elei?s em seu favor. ?preciso lembrar que, quando assumiu o poder, a c?a do PT gostava de dizer a empres?os, fazendeiros, integrantes da oposi? e jornalistas que, como o partido era o ?o capaz de colocar um freio nos sem-terra, ele representava uma garantia de paz no campo. Ou seja, ao intensificar suas a?s, o MST volta a transmitir a mensagem de que os petistas n?podem ser desalojados do governo federal, sob pena de os sem-terra se tornarem ainda mais virulentos. ?uma chantagem pol?ca t?ta. Numa semana em que os bandidos de Pernambuco posaram de v?mas, os assassinados viraram culpados e autoridades federais mais uma vez se mostraram complacentes com os criminosos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, veio a p?co para p?s coisas nos seus devidos lugares. Para isso, n?teve de recorrer a nada al?do ?o. O ministro lembrou que: 1) quem invade terra alheia est?frontando a lei; 2) quem afronta a lei n?pode receber dinheiro do governo; e 3) no estado de direito, a lei vale para todos. Simples assim. Complicado assim, em se tratando do Brasil.