Olavo de Carvalho

27/02/2009
Os comunistas s?os mais frequentes usu?os do termo “fascista” para queimar a reputa? dos seus advers?os, mas sabem bem que lhes falta a mais m?ma autoridade moral para isso. Em entrevista divulgada pela ag?ia Carta Maior, Jos?u?Del Roio, 65, brasileiro transfigurado em senador na It?a pelo Partido da Refunda? Comunista entre 2006 e 2008, protesta contra a insist?ia do governo italiano em obter a extradi? de Cesare Battisti: O Brasil n?pode entregar um homem inofensivo a um governo fascista, diz ele. Del Roio adverte que o governo Berlusconi est?razendo o fascismo de volta ?t?a e tentando criminalizar como terroristas os her?da luta revolucion?a comunista. A imagina? popular est??bem adestrada na deforma? gramsciana do senso das propor?s, que poucas pessoas notam o grotesco da situa? quando um comunista adverte contra os perigos do fascismo italiano. Como o leitor pode observar no meu artigo anterior, o regime de Mussolini nem mesmo entra na lista dos poderes genocidas que marcaram o s?lo 20 como a etapa mais sangrenta da hist? humana – lista na qual os governos comunistas da URSS e da China s?respons?is por mais da metade do total dos assassinatos em massa praticados por autoridades estatais contra suas pr?as popula?s civis. Os comunistas s?os mais frequentes usu?os do termo fascista para queimar a reputa? dos seus advers?os, mas eles sabem perfeitamente bem que lhes falta por completo a mais m?ma autoridade moral para isso, n?s?lo fato de que o uso monstruosamente el?ico que d?ao termo acaba por esvazi?o de qualquer sentido identific?l, rebaixando-o a mera express?subjetiva de ?s irracionais, mas tamb?porque, comparado aos feitos homicidas do comunismo, o fascismo italiano, por mais repugnante que seja em si mesmo, come?a parecer um hotel de cinco estrelas. A despropor? entre as culpas do acusador e as do acusado ?amanha, que a ?a resposta cab?l ao sr. Del Roio ?Cale a boca, farsante! Todo comunista, e o sr. Del Roio n?constitui exce?, ??ice moral dos crimes mais hediondos j?raticados contra a esp?e humana, e est?por defini?, exclu? do rol das pessoas decentes cuja opini?merece ser ouvida com aten? e respeito. A dist?ia entre o governo Berlusconi e o fascismo ?ma coisa t??a que s?a mente deformada n?consegue enxerg?a. Para o sr. Del Roio, por? o mero sentimento de incomodidade que afeta os italianos quando v? a imigra? usada como instrumento de ocupa? cultural j? uma prova inequ?ca de fascismo. Mas mesmo que o gabinete Berlusconi estivesse repleto de camisas-negras e cantasse Facceta nera no in?o de todas as suas sess? sua periculosidade seria quase nula em compara? com as tradi?s que o pr?o sr. Del Roio representa. Nessas condi?s, a simples disposi? de discutir as opini?dessa criatura num jornal respeit?l j?, de certo modo, corromper a opini?p?ca, cegando-a para os verdadeiros termos da equa? em jogo. Nenhum comunista tem o direito moral de falar em liberdade, direitos humanos e coisas dessa ordem – nem mesmo quando, na falsidade geral do quadro que ele impinge ao p?co, alguns fatos se destacam como verdades isoladas. Mas na entrevista do sr. Del Roio n?h?em mesmo verdades isoladas. Ele considera um esc?alo, por exemplo, que o governo italiano tente neutralizar velhos conflitos hist?os recusando-se a endossar a distin? manique?a que transforma todos os fascistas em dem?s e todos os partiggiani comunistas em her?ang?cos. Como militantes comunistas, os partiggiani carregavam nas costas mais crimes de assassinatos em massa do que Mussolini ousaria sequer imaginar. Se, no contexto local e moment?o, lutavam ao lado de democratas sinceros contra um regime autorit?o, isto n?faz deles combatentes pela liberdade, mas apenas aproveitadores que tentaram se utilizar de uma alian?com os democratas para substituir o mero autoritarismo de Mussolini pelo totalitarismo de Stalin. N?h??to nenhum nisso. H?penas hipocrisia e cinismo, exatamente como nos terroristas brasileiros pagos e treinados por Fidel Castro para trocar o autoritarismo brando e hesitante dos nossos militares por um regime de fei? cubana, com um agente da pol?a secreta para cada 28 habitantes. Quando a ag?ia Carta Maior divulga a entrevista do sr. Del Roio sem dar ao leitor a m?ma ideia do contexto hist?o em que se inserem as suas palavras, ela faz propaganda comunista e desinforma?. N?discuto, por demasiado c?ca, a tentativa que o entrevistado faz de classificar o autor de quatro assassinatos como “homem inofensivo”. Nem discuto a compara? que ele monta entre Cesare Battisti e os governantes estrangeiros exilados no Brasil, Marcelo Caetano e Alfredo Stroessner. No caso deste ?mo, a compara?, embora juridicamente despropositada, ?uase justa do ponto de vista moral. No de Marcelo Caetano, que jamais foi um ditador, mas apenas herdeiro acidental de uma ditadura que ele tentou abrandar por todos os meios, ?otalmente absurda. Mas, nos dois casos, equalizar chefes de Estado com um assassino j?ondenado pela justi??bviamente capcioso. Nenhum desses dois pol?cos estava condenado com senten?transitada em julgado, que ?recisamente o caso de Battisti – um homem que seus pr?os companheiros de milit?ia repelem como assassino feroz indigno de piedade. No mesmo momento em que a Carta Maior espalha a mensagem do sr. Del Roio como se fosse uma defesa sincera dos direitos humanos, come?em Phnom Penh o primeiro julgamento de um genocida comunista – um dos l?res do Khmer Vermelho –, com meio s?lo de atraso e sem a mais m?ma repercuss?na m?a internacional. O esfor?pertinaz da classe jornal?ica em toda a parte para ocultar os crimes comunistas sob espantalhos de ocasi?como o fascismo italiano ou o ex-ditador chileno Augusto Pinochet ?em si mesma, um crime contra a humanidade. Mas esse crime j?e tornou t?rotineiro que j?ingu?mais o percebe como tal. PS - Aviso recebido do historiador Carlos Azambuja: Jos?uiz del Roio fez um curso de luta armada em Cuba, em 1968/1969, sob o codinome de Barba Ruiva, quando militante da ALN. * Ensa?a, jornalista e professor de Filosofia

Folha de São Paulo

26/02/2009
O presidente Luiz In?o Lula da Silva estreou na Marqu?de Sapuca?istribuindo camisinhas para o p?co, assistindo ao desfile de todas as escolas e apadrinhando informalmente a uni?do sambista Neguinho da Beija-Flor.

Estadão

26/02/2009
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que invas?de terra como as que aconteceram neste Carnaval em Pernambuco e no Pontal do Paranapanema, em S?Paulo, s?ilegais, da mesma forma que foge ?ei a concess?de financiamento p?co a entidades que promovem tal pr?ca. H?ma lei que pro? o governo de subsidiar esse tipo de movimento. [Repassar] dinheiro p?co para quem comete il?to ?amb?uma ilicitude, e a? responsabilidade ?e quem subsidia, disse o ministro em entrevista coletiva. Para Mendes, a sociedade tolerou esse tipo de a?, por raz?diversas, como um certo paternalismo, uma certa compreens? mas isso n??ompat?l com a Constitui? nem com o Estado de Direito. Questionado se os movimentos extrapolam a legalidade, ele respondeu estar certo de que sim e disse ser fundamental que n?ocorra invas?de propriedade p?ca ou privada. Tamb?afirmou que est?altando talvez uma rea? coordenada e ativa do Minist?o P?co para coibir tais a?s. Ao comentar as declara?s de Mendes, o l?r sem terra Jos?ainha Jr. disse que quem comete ilegalidades na regi?do Pontal do Paranapanema s?os fazendeiros que ocupam ?as que j?oram consideradas p?cas pela primeira e segunda inst?ias da Justi? No Estado democr?co de Direito, os movimentos sociais existem para pressionar. Quem n?cumpre a lei no Pontal s?aqueles que invadiram as terras, afirmou Rainha. O Minist?o do Desenvolvimento Agr?o informou ontem que n?iria se manifestar sobre as cr?cas de Mendes. Levantamento feito pela ONG Contas Abertas indica que, entre tr?das principais entidades que t?liga? com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Anca (Associa? Nacional de Coopera? Agr?la) foi a que recebeu mais recursos de 2002 at?ntem do governo federal: R$ 23,81 milh? Se considerado apenas o primeiro mandato de Luiz In?o Lula da Silva, houve um aumento de 315% no volume de verbas repassadas para essas entidades tr?entidades -Anca, Concrab (Confedera? das Cooperativas de Reforma Agr?a), com R$ 10,69 milh? e Iterra (Instituto de Capacita? e Pesquisa da Reforma Agr?a)- em rela? ao segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Os repasses v?diminuindo no segundo governo de Lula. Ao criticar o repasse de recursos a entidades envolvidas com movimentos que invadem terras, Mendes tem como base o Estatuto da Terra, que em 2001 sofreu mudan? aplicadas por meio de medida provis? que fixou um per?o de dois anos para desapropria? destinada ?eforma agr?a de terras ocupadas e carimbou como ilegal a concess?de dinheiro p?co para entidades que articulassem invas?de propriedades para tentar conseguir a desapropria?. O diretor regional do MST no Pontal, Cido Maia, disse ontem que os sem-terra v?continuar a pressionar pela reforma agr?a e que pouco importa a opini?de Mendes. Para Maia, o ministro n?estaria fazendo os mesmos coment?os se fossem sem-terra que tivessem morrido em Pernambuco.

Miguel Reale Júnior

26/02/2009
Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, aus?ia de no? do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a diferen?entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, exp?e ao grande p?co a realidade ?ima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espa?p?co. O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que exp?publicamente suas zonas de vida mais ?ima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da pr?a privacidade falam em p?imo portugu?obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engra?amente profundos. Mas o p?co concede elevadas audi?ias de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da liga?, 18 milh?de telefonemas para participar do chamado pared? quando um dos protagonistas h?e ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As mo? ensinam a dan?do bumbum para cima. As festas abrem espa?para a sacanagem geral. Uma das mo? no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se p? fazer depila?. Uma das participantes acorda com sangue nos len?s, a revelar ter tido menstrua? durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematogr?co beijo no insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter tra? a namorada ?ista de todo o Brasil. A mo?assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. ?poss?l conjunto mais significativo de vulgaridade chocante? Instala-se o imp?o do mau gosto. O programa gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da viola? consentida da intimidade. Mas o pior: estimula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deseleg?ia. O gosto do mal e mau gosto s?igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposi? dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade s?aliz?l de fixados limites intranspon?is de respeito a si pr?a e ao pr?o, de preserva? da privacidade e de viv?ia da solidariedade na comunh?social. O grande desafio de hoje ?e ordem ?ca: construir uma vida em que o outro n?valha apenas por satisfazer necessidades sens?is. Prolet?os do esp?to, uni-vos, para se libertarem dos grilh?da mundializa?, que plastifica as consci?ias. * Publicado em 02.02.2009 no jornal O ESTADO DE SÏ PAULO. * * Miguel Reale J?r, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.

Joaquim Ferreira dos Santos

26/02/2009
Eu sou o homem-bot? o ?o de camisa social no meio da multid?que se veste toda na ?ma moda das camisetas detonadas e na base do quanto-mais-andrajoso-melhor (1) trata-se de caso perdido, de uma fashion victim ao contr?o. Algu?preso ?tradi?s e desinteressado em saber que todos os outros est?usando camiseta em casamento, congresso da empresa e missa de s?mo dia. Eu sou um erro de concord?ia vestimental, algu?diretamente da era do trema e do colarinho. Um espanto. O ?mo a usar camisa social de bot?com acentua? visual pr?erchcovitch. Abram alas para matar suas curiosidades de como um homem se escondia atr?dos panos do s?lo passado. O cara que n?pegou os c?os, que ainda perde tempo arrega?do as mangas. Ele p?s fraldas da camisa para dentro da cal? acha que ainda h?ma roupa para cada ocasi? Esses velhos, pobres velhos. Sempre querendo causar boa impress? se vestir nos conformes, passar para o pr?o a sensa? de asseio, banho tomado, e que ap?istoriar o guarda-roupa escolheu a melhor camisa para valorizar o evento. Um po?de antiguidades ris?is. Um homem que certamente tamb?cheira a lavanda e cede o lugar ?senhoras no lota?. Fa? fila para a visita?. ?aquele todo engomado, na jaula logo ap? mulher de duas cabe?. Foram-se as lojas Ducal, o tergal. O importante ?asgar a camiseta para mostrar indiferen?e falta de pose. Ningu?se importa com a gravidade dos bot? o sil?io no restaurante, essas conven?s. Pois eu sou O cara, n?na vers?afirmativa da arrog?ia de quem foi escolhido pelos deuses para marcar os grandes gols e instaurar o novo verbo. Eu sou o avesso. Aquele que na ?ma edi? do Fashion Rio atravessou a passarela no sentido norte, enquanto os da camiseta iam para o sul, iam ?mulheres e ?elicidade de uma roupa desencanada, a sensa? do momento. Eu sou a edi? 1950 do Chic da Glorinha Khalil. Aquele que se recusa a trabalhar de camiseta no escrit?, porque ?o tempo em que a gola redonda, a malha de algod?e os b?ps fazendo volume eram coisas a se exibir pelos oper?os na pedreira ao lado de casa. Um homem que n?l? notici?o de moda, que vai contra a corrente e se isola, Dom Casmurro no centen?o de Machado. Eu tirei os acentos do ditongo aberto nos casos parox?nos, mas esqueci de reformar a ortografia da camisa e tirar os bot? Um omisso na luta marcha pela deseleg?ia e a liberdade do comportamento. Oremos todos. As mulheres apedrejam as que usam peles, os homem d?boladas em quem usa bot? Eis-me. Eu j?ui, eu j?ra, eu sou o sepultado no fun?o do jornal de amanh?Aqui jaz o homem de camisa social cheia de bot? Foi enterrado de terno e gravata no mausol?da Casa Jos?ilva. Pediu que em sua l?de escrevessem “S? pessoas superficiais n?ligam para as apar?ias”, frase de Oscar Wilde — outro que morreu profundamente elegante e ex?o. J?e foi o de Neanderthal. Descansa em paz tamb?o das cavernas. Chegou a vez de todos se despedirem do homem de bot? esse sujeito com a fileira de rodelas de pl?ico na divis? do peito, uma linha sem imagina? contempor?a que bloqueia a vibra? dos sentidos. A mo?do escrit?, f?e metal e skate, ri dele todos os dias. O homem-bot?se veste como os pais do s?lo passado e n?percebe. H?ma necessidade visualmente moderna de se apresentar de um jeito nem-a?ara o que possa parecer conformidade e aceita?. Born to be wild, como pedem os rocks — e, leia, est?scrito na camisa de malha de todo mundo. A f?ica de bot?de Benjamin Button pode ganhar o Oscar, mas na vida real sua produ? ?ispens?l. Quase ningu?usa mais. Bot?aprisiona. Acena, de dentro de sua casinha careta, cheia de IPTUs a pagar, com imposi? de ordem, tarefa extra num mundo jovem que tem mais o que fazer. Leva-se um segundo para se vestir uma camiseta. A camisa de bot?n?fica pronta no corpo em menos de dois minutos. Quantas a?s deixou de vender neste tempo, homem da camisa social? O homem-camiseta venceu na encena? de que elegante ?arecer leve e descompromissado com os rigores sociais. No trabalho, na noite, use sempre, rico ou pobre, a mesma surrada camiseta que lhe aprouver. Os outros s?os arrumadinhos, os escondidinhos, pratos ex?os do velho guarda-roupa macho. A camiseta detonada, rabiscada de qualquer incongru?ia sem?ica, ?uem est?andando. Siga-a. Ela ? bicho. Ela pega geral. ?a moda sinalizando de uma vez por todas que quer acabar com essa palavrinha. O importante n??ais parecer vestido corretamente para a ocasi? mas apontar o moleque folgaz?a lhe correr nas veias. Se n?h?uturo, como diziam os punks, muito menos estilo. Rasgar-se. Largar-se ao prazer do vento ateu tocando direto nos poros. Respirar o tempo, eis o esp?to da coisa. Menos roupa, meu bem. Despede-se este que vos fala, cada vez mais raro, o homem da camisa social com bot? aquele que n?entendeu a pressa da nova civiliza? em estar preparada para, num segundo, como sabe o homem-camiseta, ficar nu, de volta aos jardins do para?, pronto para o que der e vier. Ningu?tem tempo para prestar aten? na corre? dos punhos, golas, bolsos, vincos, padronagens, linhos e, principalmente, bot?macamb?s acoplados em casas. Chega de alfaiataria. J?e foram as abotoaduras, os prendedores de gravata, o len?no bolso do palet?s barbatanas fixando o colarinho. Solte-se. Liberte-se. As mo? mais bonitas desta gera? continuam preocupadas em comprar os melhores vestidos para desfilar n?mais ao lado de ternos, n?mais abra?as a colarinhos com barbatanas — mas com o homem de camiseta avacalhada. Ele ganhou a prova do l?r. Compreendeu que ?reciso n?trancar nada e seguir a filosofia do flanelinha. Deixar a pele solta para respirar a liberdade de estar em 2009. Resta ao homem da camisa social retirar-se de cena — a vida elegantemente presa dentro da casinha do bot? __(1) andrajoso - Coberto de andrajos; esfarrapado, esmolambado. * Publicado em O Globo, 9/2/2009. * * Joaquim Ferreira dos Santos (1951), escritor e jornalista carioca. Atualmente ?ronista e colunista do jornal O Globo.

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26/02/2009
Toby Westerman * * A constru? de uma est?a do l?r revolucion?o comunista vietnamita Ho Chi Minh, na Cidade do M?co, ?ma grave advert?ia para os Estados Unidos no que diz respeito ao crescimento do poder e da influ?ia da tirania esquerdista. A m?a norte-americana comprometida ignorou este evento, para a desgra?e perigo de todos os que amam a liberdade. Em 17 de janeiro de 2009, Marcelo Ebrard, prefeito da Cidade do M?co, inaugurou uma est?a de Ho, durante cerim? assistida pelo embaixador do Vietn?o M?co, Pham Van Que. Este declarou que a est?a “demonstra uma mais pr?a solidariedade e amizade” entre as duas na?s. Ebrard interpretou essa “solidariedade e amizade” nos termos das sangrentas guerras travadas no Vietn? associou o M?co com essas lutas. Afirmou que as “vit?s do povo vietnamita” n?apenas ajudaram a mudar o Vietn?mas tamb?“a situa? da humanidade”.[1] Essas supostas vit?s trouxeram de fato um brutal governo comunista para o Vietn?Milhares de pessoas fugiram do regime comunista que triunfou ap?estruir o Vietn?o Sul. O governo estabelecido em Han?inda controla o pa?segundo o modelo do regime totalitarista. Persegue os dissidentes e, quando lhe conv? pro? manifesta?s p?cas das cren? religiosas. Conforme suas declara?s, o prefeito da Cidade do M?co considera a luta em que os comunistas vietnamitas estiveram engajados como ainda em curso, e como algo em que ele tamb?est?ngajado. Ebrard ?m partid?o do neo-marxista Lopez Obrador, que esteve perto de se tornar presidente do M?co durante as elei?s de 2006. Obrador considerou que a vit? eleitoral foi roubada dele, e recusou-se a reconhecer o vencedor Felipe Calderon como Presidente do M?co. Tamb?Ebrard negou a legitimidade da vit? de Calder? A est?a de Ho Chi Minh na Cidade do M?co acrescenta mais uma pincelada na paisagem do M?co esquerdista, composta por guerrilhas armadas de fei? marxista e anarquista, por influentes organiza?s fundadas pelo neo-comunista presidente Hugo Ch?z, e por redes operativas das Farc, o mais poderoso contingente narcoterrorista e marxista da Col?a. Os cart? da droga mexicanos vendem drogas produzidas pelas Farc, e delas compram armas. Membros das Farc tamb?est?ativos nos Estados Unidos, muitas vezes trabalhando em parceria com membros dos cart? mexicanos de droga. As armas e o treinamento proporcionado pelas Farc fizeram os cart? de droga ficar em posi? quase de igualdade com o ex?ito mexicano. O destino do Estado mexicano ?e import?ia vital para os Estados Unidos, porque as duas na?s compartilham uma fronteira de cerca de 1.200 km, pela qual passam – legal ou ilegalmente – muitos milh?de d?es e de pessoas. A est?a de Ho Chi Minh brada uma advert?ia para o povo norte-americano. Vit?s comunistas ocorridas no passado na sia s?o prel? para a derrota dos pr?os Estados Unidos, na mente dos neo-comunistas atuais. Estes reivindicam um estado elitista dirigido pela comunidade que exige uma completa ades?e pro? qualquer dissens? e atuam com seus simpatizantes nos Estados Unidos. Ho Chi Minh e seus vietnamitas nunca derrotaram os Estados Unidos em um grande conflito militar. Os Estados Unidos abandonaram seus aliados do Vietn?o Sul quando os simpatizantes comunistas obtiveram sucesso ao vencer a guerra de propaganda contra o ex?ito norte-americano, estigmatizando-o como composto de pessoas cru? e assassinos de crian?, e contra o governo norte-americano, tachando-o de imperialista e colonialista. Na metade dos anos 70, esquerdistas no Congresso dos Estados Unidos esvaziaram o militarismo americano, destru?m a capacidade de intelig?ia de nosso pa? e abandonaram ?r?a sorte o governo pr?idental do Vietn?o Sul.O resultado desta diplomacia no Vietn?oi uma pol?ca de opress?e morte para milh? A est?a de um l?r totalit?o nos conclama para recordar para o qu?osso pa?se mant?em p?E para, primeiro, reconhecer, e depois, agir contra uma nova onda de tirania e morte, tanto em nossas fronteiras quanto dentro de nossa pr?a na?. Com f?m Deus, n?oderemos assistir a vit? da verdade sobre os erros. _________ * Publica? original em ingl? Ho Chi Minh Comes to Mexico City * * Editor do site norte-americano International News Analysis Today – http://www.inatoday.com - Tradu?: Andr?. Falleiro Garcia

Folha de S.Paulo

25/02/2009
Desempregado, vivendo de bicos, o caseiro Francenildo dos Santos Costa passa os dias na expectativa de uma decis?da 4ª Vara da Justi?Federal de Bras?a sobre as a?s de indeniza? por danos morais movidas contra a Caixa Econ?a Federal e a revista ?oca. Tramitam desde abril de 2006. Francenildo mora na cidade-sat?te de S?Sebasti?(DF). O advogado de Francenildo, Wl?o Nascimento, teme que uma eventual vit? do deputado Antonio Palocci no inqu?to criminal que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) possa repercutir, de alguma forma, nas a?s movidas pelo caseiro: Se absolvido, o Palocci ainda volta como injusti?o. ?uma estrat?a muito boa, ainda sai como v?ma. Em 2007, a Justi?sugeriu a Nascimento que acolhesse oferta de R$ 50 mil da Caixa. Em 2006, o advogado havia pedido indeniza? de 50 mil sal?os m?mos, ou R$ 17,5 milh?em valores da ?ca. O advogado recusou a proposta, e o processo continuou. O tempo vai passando e tudo vai ficando mais brando, como sempre.

Élio Gaspari - O Globo

25/02/2009
O Massacre da Embraer foi morte anunciada H`UMA semana, diante da not?a do Massacre da Embraer, no qual foram destru?s 4.000 empregos, Lula indignou-se. Segundo a narrativa de sindicalistas que estavam com ele, Nosso Guia teria dito: ?um absurdo que uma empresa que recebeu recursos do BNDES ao longo dos ?mos anos, ao primeiro sinal de problemas, promova este enorme corte, sem uma ?a conversa com algu?do governo, sem nos procurar. De duas uma: Lula est?azendo teatro (a melhor hip?e), ou disse a verdade, revelando que n?tem ideia do que acontece no pa?e no seu governo. Pior: seus ministros do Trabalho, do Desenvolvimento e da Fazenda tamb?n? A informa? de que a Embraer pretendia demitir 4.000 funcion?os era p?ca desde dezembro do ano passado. Foi revelada pelo rep?r Julio Ottoboni, referindo-se a um boletim interno da empresa. Ottoboni informou o tamanho da carnificina -4.000 funcion?os, e a ?ca, o in?o de 2009. Lula e seu ministros podem dizer que n?leem jornal, mas a informa? constou da sinopse que a Radiobr?organiza diariamente. Os sindicalistas de S?Jos?os Campos sabiam do plano da Embraer e dizem que tentaram negociar com a empresa mecanismos semelhantes aos que t?protegido milhares de empregos. Jos?opez Feij?da executiva da CUT, contou que a Embraer chegou a marcar um encontro com o ministro Guido Mantega, mas n?apareceu. Discutiriam a qualidade dos sambas-enredo das escolas? Quem diz que foi surpreendido ofende a quem lhes d?r?to. Com o tempo vai-se saber quem conversou com quem. Por enquanto, fica a possibilidade de ter havido um acordo t?to: a Embraer faz o massacre, eu digo que n?sabia, falo mal de seus diretores durante uma semana e depois voltamos ?pr?cas de sempre. Que pr?cas? Desde o tempo dos generais a Embraer ?ma queridinha do pal?o. Se o presidente precisa de um cen?o para bombar os avan? tecnol?os de seu governo, marca um evento em S?Jos?os Campos e aparece na foto ao lado de jatos, rob? m?inas fant?icas. Quando o tucanato precisou bombar sua publicidade, os marqueteiros selecionaram um plantel de bem-sucedidos para ilustrar an?os pelo Brasil afora. Na lista, o presidente da Embraer. A intimidade do Planalto com a Embraer chegou ao apogeu em 2004, quando Nosso Guia encomendou o AeroLula ?mpresa europeia Airbus, ao pre?de US$ 56,7 milh? Presidindo um pa?onde funcionava a quarta maior f?ica de avi?do mundo, teria sido razo?l encaminhar o pedido ?mbraer. Empregaria 400 pessoas durante seis meses. Segundo o Planalto, o Airbus era essencial porque sua autonomia permitia voos diretos at?aris ou Nova York. Considerando que esses trajetos n?s?frequentes, ficava pelo menos a d?a. Ela foi desfeita pela Embraer, que se apressou em respaldar a decis? informando que n?produzia o tipo de avi?pedido, nem pretendia faz?o nos pr?os cinco anos. Caso raro de empresa amparando uma prefer?ia pelo concorrente. George Bush e Henry Paulson, seu secret?o do Tesouro, fizeram muitas besteiras, mas nunca lhes passou pela cabe?armar um jogo ao fim do qual pudessem dizer que n?sabiam que o banco Lehman Brothers estava quebrado.

Estadão

24/02/2009
Ser?ue Lula, assim como n?ue representamos os 16% da popula?, tamb?desconfia das pesquisas apresentadas pelo s? do detento Marcos Val?o? A explica? dada por sua assessoria n?colou, pois anunciar a presen?do presidente no samb?mo em nada o ligaria a Anisio Abrah?David. Com tal postura apenas demonstrou que sabia que seria vaiado, avalia? bastante correta. Parab? aos ?os de intelig?ia que trabalham para o governo, com certeza logo ter?aumento de sal?o! Ana Prudente, ana_prudente@uol.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ W. Doern, wdoern@hotmail.com S?Paulo ____________________________________________________________ Se com 84% de aprova? nosso presidente receia vaias, existe algo de podre no reino das pesquisas! Rossana Baharlia, rbah44@yahoo.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ Estou muito confuso e preciso de ajuda: como ?ue algu?que tem 84% de aprova? popular precisa entrar escondido no samb?mo do Rio de Janeiro para evitar vaias? Jos?rancisco D’annibale, dannibale@uol.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ Com 84% de aprova? popular, ?esmo de estranhar que o nosso presidente tivesse medo de ser vaiado na Marqu?de Sapuca?Ser?ue l?e encontravam reunidos todos os outros 16%, que estavam no pan-americano? Ricardo N?ga, cnc.eng@terra.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ ... SEM AN?CIO Pelo visto, nem mesmo o presidente Lula acredita nas pesquisas que lhe d?84% de aprova?. Que pol?co com tamanha aceita? popular (sic) se esconderia do povo, numa oportunidade como o carnaval, em que quase tudo ?esta, em que quase tudo ?ermitido e perdoado, chegando discretamente, n?tendo o seu nome anunciado e na certeza de que eventual vaia seria abafada pelo som da escola que desfilava? O fato de sua esposa ter descido para a passarela s?nfirma que a sua total aus?ia na participa? dos programas sociais do Pa?a torna uma ilustre desconhecida. E a sra. Vilma - digo, Dilma - ser confundida com a primeira-dama d?ais provas de que vivemos, de fato, num mundo de fantasias que, infelizmente, n?termina na Quarta-Feira de Cinzas, mas, sim, dentro de 22 meses, o que esperam todos os que lutam por um Brasil melhor. Luiz Nusbaum, lnusbaum@uol.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ Mensagens selecionadas para o portal estad?com.br FOLIA OFICIAL DA MENTIRA O Rio, a exemplo de S?Paulo, tem a sua popula? mesclada de brasileiros de praticamente todos os estados do Brasil, notadamente dos irm? nordestinos. Acredito ent?que qualquer pesquisa pautada por profissionalismo, integridade e honestidade dos que a fazem, refletir-se-? reflexo da opini?do povo brasileiro. O Lulla que alega ter 84% de aprova?, o que subentende que apenas 16% n?o apoiam. Conforme noticiado pelo Estad?e com foto na primeira p?na foi ao carnaval carioca e ficou com medo de ser vaiado e n?quis nem ser anunciado? Expliquem! Asciudeme Joubert, asciudeme@ig.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ FOLIA OFICIAL SEM AN?CIO Folia Oficial : Sem an?o ( Estad?A1 - 23/02/09). A ref. manchete ?edundante , j?ue a folia oficial ?em an?o , e dura os 365 dias do ano destes 6 lament?is ?mos anos ( lembrando..... mensal?, Del?s , Silvinhos , Cuec? Dirceus , Genoinos , Mercadantes, Paloccis, Sarneys, Calheiros ,Angelas ( a dan?ina), a m?do PAC ( com todas as suas identidades e faces) e outras tantas centenas de tranqueiras que circulam pela ilha da fantasia, sem contar com o Buf?principal , Sua divindade gal?ica, o Excelso , o magn?mo, o Rei do Universo, O Marolinha , O Detentor dos 84%. De novidade , o fato de terem( O Buf?e sua esposa) chegado discretamente no samb?mo PARA EVITAR VAIAS. U? o homem n?tem 84% de popularidade??? . EUREKA ... ent??ona Marisa que ?mpopular!!!! UFA!!!! Mais uma vez sobra para os outros. Renato Otto Ortlepp, renatotto@hotmail.com S?Paulo ____________________________________________________________ CHEGADA DISCRETA Com os altos ?ices de popularidade que lhe conferem as pesquisas, n??stranho que o presidente Lula, para evitar vaias, tenha que chegar quase ?escondidas no Samb?mo do Rio? Roberto Bruzadin, bobbruza@terra.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ NO MEIO DO POVÏ Se realmente acreditasse nos 84% de aceita? que a ultima pesquisa (?)apontou, Lulla n?s?ndaria anunciar sua chegada ao samb?mo como se sentaria no meio de seu pov? na confort?l arquibancada. Me engana que gosto! Leila E. Leit? leilaeslton@uol.com.br Itanha? ____________________________________________________________ 16%? Perguntar n?ofende: precisa um Presidente com supostos 84% de popularidade entrar no camarote oficial do samb?mo, por entrada secund?a, para evitar receber vaias? Armando Taddei Junior, taddei.junior@gmail.com S?Paulo ____________________________________________________________ SER! O ditado popular Gato escaldado tem medo de ?a fria foi comprovado neste carnaval, pois aquele que s?sta de aplausos e, quando criticado, v?ersegui? das zelites por sua origem - jamais pela pregui?declarada pela leitura ou estudo ou pelos in?os vitup?os que saem de sua boca, al?de todas as maracutaias ignoradas ou desculpadas - chegou ao samb?mo de fininho, sem o costumeiro estardalha? por medo das vaias, que o carioca muito bem aplicou a elle nos jogos pan-americanos. A esposa - mesmo sendo papagaio de pirata - desceu para sambar, sem ser incomodada por n?ser reconhecida, tamanha a sua performance como primeira dama. Pois ?ser?ue nem o pr?o acredita na aprova? de 84% ao governo, como nunca antes nesse pa? Aparecida Dileide Gaziolla, rubishara@uol.com.br S?Bernardo do Campo ____________________________________________________________ O POPULAR Para evitar vaias(A1, 23/02), o popular chegou discretamente no samb?mo do Rio. Assim como em S?Paulo, os 84% de popularidade tamb?n?se encontram entre os inteligentes eleitores do Rio de Janeiro, desde os tempos de Cabral, que tamb?saiu na foto! Onde ser?ue inventaram essa popularidade? Flavio Marcus Juliano, opegapulhas@terra.com.br S?Paulo ____________________________________________________________ OVA?O? Apenas uma pergunta : se Lula da Silva possui mesmo verdadeiramente e pra valer 84% de aprova? popular, porque ent?o locutor oficial no samb?mo do Rio de Janeiro n?anunciou sua presen?pelos alto-falantes...foi medinho da ova?? Paulo Boccato, pofboccato@yahoo.com.br S?Carlos