"A posição liberal é contra aquilo que o Estado concede e garante a alguns e que não é acessível a outros em iguais condições." (Friedrich Hayek)
No dia 05 de Julho de 2016 os brasileiros chegaram a marca de R$ 1 trilhão pagos em impostos. Apesar de muitos dizerem o contrário, o Brasil é sim um dos países com a maior carga tributária do mundo. E é claro que isso é devido a elevados gastos, principalmente com pessoal. Engana-se quem acha que os principais gastos do governo estão relacionados a programas como o Bolsa Família. Este é fichinha perto dos gastos com servidores ativos e inativos que o Estado, sobretudo o governo central, possui.
Sinto informar, porém, que essa situação não parece ter fim em um futuro próximo. Nesta semana, o governo apresentou uma meta fiscal com rombo de R$ 139 bilhões. Infelizmente, em paralelo a isso, vimos movimentos como a aprovação do reajuste de servidores federais, aumento em 12% do Bolsa Família e empréstimo de R$ 3 bilhões para as Olimpíadas do Rio 2016. Não nego que o governo Temer é infinitamente melhor que o da sua antecessora, sobretudo quando falamos da equipe econômica. Mas não há como negar que o toma lá da cá da política ainda norteia muitas decisões que deveriam ser puramente técnicas. Nada de se espantar. A política é o processo social mais corrupto e ineficiente que existe.
Fica claro que Temer aprovou esse "pacote de bondades" por estar cedendo a certos tipos de pressões políticas a fim de obter a aprovação de outras pautas, como por exemplo, a da previdência. Se ele conseguir, significa que os R$ 139 bilhões foi o custo que estamos pagando para conseguir algumas reformas. Mas se não conseguir, é mais uma baita grana que teremos que pagar. Isso nos traz ao ponto central da questão: até quando vamos aceitar esse tipo de servidão para manter os privilégios de uma minoria?
O brasileiro precisa se revoltar mais com a enormidade de impostos que paga. Mais do que isso, precisa saber que essa quantidade absurda de impostos é para bancar um pacto social feito por socialistas utópicos há cerca de 30 anos atrás, que imaginavam uma grande ficção onde todos viveriam às custas de todos. Esse regime distributivo se exauriu, a conta não fecha mais.
Além do caráter econômico dessa equação existe também o caráter cultural, por isso clamo pela revolta do povo. Vejo pessoas que se dizem a favor de menos impostos endossarem coros ridículos como os de que entidades religiosas devem pagar impostos também. Por favor, pagar impostos não é sinônimo de cidadania! Deveríamos estar lutando para sermos iguais as entidades religiosas e não o contrário. Sem contar que eu não vejo nenhuma dessas pessoas reivindicando o fim da isenção tributária para os verdadeiros sanguessugas responsáveis por nossa servidão – os partidos políticos e sindicatos.
Sim, meus caros, a classe política e os sindicatos são aqueles que vivem lutando para que uma pequena parcela da sociedade receba cada vez mais privilégios às custas da grande parcela da sociedade. É para essa elite que "distribuímos" o dinheiro dos nossos impostos.
Sinceramente eu espero que a atual equipe econômica consiga emplacar as ideias que eu sei que eles têm para acabar com essa discrepância de tratamento. Mas pressinto que essa excelente equipe econômica possa ter o mesmo fim que a também excelente equipe de Café Filho teve por pura politicagem. Esse pacote de bondades de Temer para os privilegiados de sempre é o primeiro exemplo disso, e infelizmente (espero estar errado) não me parece ser o último.
A Constituição de 1988 fez com que o Brasil estivesse fadado ao fracasso. Cedo ou tarde nós iríamos quebrar com essa ideia de dar tudo a todos sem saber como pagar a conta. O PT conseguiu acelerar esse processo em uns 20 anos. Mas ao mesmo tempo que podemos amaldiçoar o PT por isso, podemos agradecê-lo. Chegamos ao ponto que precisamos de reformas profundas. Não há como sair desse buraco sem elas, não temos mais esse lastro. Para isso, precisamos de um Estado sem privilégios, doa a quem doer. Estamos dispostos a lutar por isso?
Atenciosamente,
* Pedro Henrique Mancini de Azevedo, MBA, PMP
(Publicado originalmente em www.alertatotal.net)
Desde os tempos antigos o Kremlin manipula a religião de acordo com os seus próprios interesses. Os czares da Rússia fizeram de si mesmos os líderes da Igreja Ortodoxa, a fim de instilar obediência doméstica. Primeiro czar soviético, Vladimir Lenin, matou milhares de padres e fechou a maioria das igrejas russas para fazer do marxismo-leninismo a única religião do país. Stalin, que deu continuidade a essa violência sangrenta, transformou a nova religião de Lenin em marxismo-leninismo-stalinismo, e a utilizou para retratar a si próprio como um santo soviético, com o intuito de manter quieta a sua população oprimida, esfomeada. Vinte anos após a revolução de novembro de 1917, apenas 500 igrejas permaneciam abertas na União Soviética.
No dia 23 de agosto de 1939, o Kremlin começou uma guerra também contra as religiões não-russas. Naquele dia, o Ministro de Exterior soviético, Vyacheslav Molotov, e o seu equivalente alemão, Joachim Von Ribbentrop, encontraram-se no Kremlin para assinarem o vergonhoso Pacto Hitler-Stalin de Não-Agressão. Documentos dos arquivos alemães afirmam que Stalin estava eufórico naquele dia. Ele disse para Ribbentrop: O governo soviético leva este Pacto muito a sério. Posso garantir, dando a minha palavra de honra, que a União Soviética não trairá o seu companheiro.
Havia muitas razões para a empolgação de Stalin. Tanto ele como Hitler acreditavam na necessidade histórica de expandir os seus territórios nacionais. Stalin chamava essa necessidade de "revolução proletária mundial". Hitler a denominou de Lebens-raum (espaço vital). Ambos baseavam sua tirania em roubo. Hitler roubou a riqueza dos judeus. Stalin roubou a riqueza da Igreja Ortodoxa e da burguesia de seu país. Ambos odiavam a religião e substituíram pessoalmente Deus em seus cultos.
A ata secreta do Pacto Hitler-Stalin dividia a Polônia entre os dois signatários e dava aos soviéticos liberdade para lançar mão da Eslovênia, da Letônia, da Lituânia, da Finlândia, da Bessarábia e da Bucóvina do Norte. A maioria desses países era católica, o que para Stalin significava estarem subordinados a um poder estrangeiro: o Vaticano. Isso era inaceitável para o homem que se tornara o único deus da União Soviética, por ordem do qual 168.300 clérigos ortodoxos russos tinham sido presos somente durante o expurgo de 1936 a 1938, 100.00 dos quais tinham sido mortos. A Igreja Ortodoxa Russa, que tinha mais de 55 mil paróquias em 1914, passou a ter 500.
As muitas centenas de igrejas católicas nesses Estados Bálticos que Hitler tinha acabado de trocar com a União Soviética, representavam uma nova ameaça à imagem de Stalin como o Papai do país- como se chamava o czar -. Essas igrejas estavam submetidas a um outro pai, o Papa Pio XII, e Stalin se recusava a sequer considerar que algum rival interferisse em seu reino absoluto.
Stalin não podia destronar o Papa, que era tido em altíssima conta e estava fora do seu alcance. Mas ele podia varrer as igrejas católicas do mapa dos novos países bálticos, assim como fizera com as Igrejas Ortodoxas russas.
A solução de Stalin foi despachar o seu carrasco favorito, Andrey Vyshinsky, para sovietizar os estados islâmicos e, no processo, destruir as suas igrejas católicas nacionais. Vyshinsky era um velho instrumento da NKVD – polícia política da época – que operava maravilhas, disfarçado no cargo durante a guerra de Stalin contra a Igreja Ortodoxa Russa e durante os grandes expurgos de Stalin nos anos de 1936 a 1938, Vyshisnky sabia o que tinha que fazer. Mais de 7 milhões de pessoas haviam sido condenadas à morte e executadas durante os anos em que ele foi o principal promotor de justiça de Stalin, só para garantir que o chefe fosse a única deidade da Rússia.
A Letônia foi ocupada pelo exército russo em 17 de junho de 1940 e, no dia seguinte, Vyshinsky chegou a Riga na condição de enviado especial de Stalin. Poucos dias depois de chegar a Riga, ele forçou Karlis Ulmanis, presidente da Letônia, a constituir um "governo do povo", formado por membros que já haviam sido aprovados por Moscou. Segundo o plano de Vyshinsky, apenas dois membros do novo governo eram comunistas: o Ministro do Interior e o Chefe da Polícia Nacional.
Após ter instalado o seu governo, Vyshinsky pronunciou um discurso da sacada da embaixada soviética em Riga, garantindo à população que Moscou não tinha a mínima intenção de anexar a Letônia à União Soviética. Poucos dias depois, contudo, Vyshinsky mandou o chefe de polícia da Letônia prender o presidente Ulamanis e os principais líderes do país. Eles foram deportados para a União Soviética com a ajuda da polícia de segurança que Vishinsky trouxera consigo para Riga. Ele forçou o novo "governo do povo" a marcar eleições parlamentares para dali a duas semanas e estabeleceu seu "Bloco do Povo Trabalhador" – controlado por agentes disfarçados da polícia política soviética – para "administrar" as eleições, com uma lista única de candidatos.
As eleições aconteceram nos dias 14 e 15 de julho de 1940. Não havia voto secreto. Apenas a apuração dos votos era secreta, conduzida pelo Ministério do Interior. Os resultados apontavam que 97,8% foram para os – desconhecidos – candidatos do bloco soviético. Pouco depois disso, o recém-criado Partido Comunista da Letônia lançou o slogan "Letônia soviética". Falando novamente da sacada da embaixada soviética, Wyshinsky expressou sua esperança de que o recém-eleito "Parlamento do Povo" realizasse o desejo implícito no slogan. É óbvio que foi isso que aconteceu...
No dia 21 de julho de 1940, o Parlamento de Wyshinsky proclamou a Letônia uma república soviética, e duas semanas depois o Supremo Soviete de Moscou a incorporou à União Soviética. Não demorou muito para que os padres católicos da Letônia fossem mandados para osgulags soviéticos e suas igrejas fossem fechadas.
Pouco tempo depois, Wyshinsky incorporou também a Estônia e a Lituânia à União Soviética, da mesma maneira. Toda a hierarquia católica e quase um terço da população católica daqueles dois pequenos países foram deportados ou mortos.
Simples, assim...
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O texto acima é o resumo de um dos capítulos do livro "Desinformação", escrito pelo Tenente-General Ion Mihai Pacepa – foi chefe do Serviço de Espionagem do regime comunista da Romênia. Desertou para os EUA em julho de 1978, onde passou a escrever seus livros, narrando importantes atividades do órgão por ele chefiado, e que influenciaram diretamente alguns momentos históricos do Século XX -, e pelo professor Ronald J. Rychlak - advogado, jurista, professor de Direito Constitucional na Universidade de Mississipi, consultor permanente da Santa Sé na ONU, e autor de diversos livros -. O livro foi editado no Brasil em novembro de 2015 pela editora CEDET.
(Publicado originalmente pelo Instituto Liberal)
O lugar em que menos tive aulas de História durante um ano letivo foi na faculdade de História... Era doutrinação pura. Muitos ouvem falar do aparelhamento esquerdista na área de Humanas, mas poucos sabem o tamanho do precipício intelectual que está sendo cavado por dentro da chamada "academia". A extrema-esquerda, daquele tipo que ainda considera o PT moderado demais em sua implantação do bolivarianismo, está roendo as cordas de sustentação do pensamento no Brasil.
A doutrinação é rápida. Vi acontecer. Comparo ao macarrão instantâneo. Um discurso de três minutos de esquerdices ferve a cabeça do sujeito e, pronto, ele está no ponto para ser consumido. Um psolista já surge com garfo e faca na mão e o consome. Volte três anos depois e verá o quanto de asneira estará sendo declamada pelo(a) futuro(a) professor(a).
A formação de professores está consumida pelo "marxismozinho" de segunda classe, imposto de cima para baixo. O marxismo parte de quem ensina, orienta e dá as notas. O plano é perfeito e poucos escapam. A maioria chega com uma formação básica deficitária, com valores e posicionamentos ainda imberbes, inaptos a subsistir à pressão.
Embora intelectualmente desonestos, essa raça consegue captar, como se tivessem um radar dos infernos, quais são os cooptáveis. E nestes infunde o discurso. Como estamos falando da maioria, o que temos nas universidades brasileiras são esquerdistas "saindo pelo ladrão" (sem trocadilhos) e entrando nas salas de aulas de crianças de onze a dezessete anos. Em um período crucial de formação estes "professores" incitam seu alunado a transformar-se, também, em mini revolucionários de botequim.
Logo, em nossas escolas não há mais período de formação, mas sim período deformação. Assim, o ciclo se consolida. Mesmo em colégios particulares a lobotomia segue incólume. "Limpa a alma" dos burguesezinhos com os progressismos paridos no pós-68, redimidos por infundirem nos filhos a famigerada "consciência social".
Por outro lado, pais que pagam caro para dar aos filhos a melhor educação, acabam descobrindo que os seus filhos se transformaram em "gremlins" anarcossocialistas que compartilharão vídeos da Marilena Chauí e, na universidade, serão os primeiros a aplaudir qualquer pretenso intelectual que cite de cor os frankfurtianos. Tudo em razão de incitações ebulientes de militantes de meia pataca travestidos de educadores.
O que sei de história pesquisei por conta. A graduação que empunho, por si só, não me creditaria a ser qualquer coisa além de sindicalista, militante sem-terra com I-phone ou papagaio psolista. As licenciaturas e cursos de pedagogia, desprezadas no ambiente universitário, graduam professores ruins e como o nível de corte é baixo, todo mundo acaba aprovado e entra no mercado de trabalho que, para a área, é abundante. Como caíram no conto do vigário, se tornam replicadores do canto lamuriento.
Logo, esses finados espíritos livres estarão dentro de salas de aula como autoridades. Serão matriarcas e patriarcas, formando em casa o que Pondé chama de "revolucionários que não arrumam nem o próprio quarto". Além, é claro, de infestarem o serviço público, sendo agentes de formação de analfabetos funcionais condicionados a depender de benesses estatais.
Um dia, quando seu filho chegar em casa dizendo que em Cuba tudo funciona às mil maravilhas e que o atraso do Brasil é essa "burguesia", essa classe média mesquinha que respalda o retrocesso, você ficará se perguntando onde foi que errou.
* Professor de história e colunista do portal Voltemos à Direita.
O Estado é uma ficção jurídica que retirou dos monarcas, patriarcas, triunfantes chefes guerreiros e líderes religiosos a hegemonia do poder. A autoridade para legislar, executar suas normas e julgar aqueles que as violam transferiu-se com a criação do Estado para uma esfera impessoal: a lei.
Não há dúvida, portanto, que a criação do Estado foi uma conquista histórica da humanidade. Que deu razão ao grego Aristóteles, filósofo que a defendia.
Mas o Estado não é uma pessoa natural. Ele é uma pessoa jurídica, vale dizer, uma ficção concebida para que uma nação se libertasse do poder pessoal de seus governantes. Que se subordinariam, igualmente, à lei comum. E igualmente seriam julgados, como seus governados, pelos atos ou omissões que a infringissem.
Moisés, ao perceber que os hebreus que ele havia libertado da escravidão se rebelavam contra ele, subiu o monte Sinai e de lá trouxe duas tábuas com os dez mandamentos invocando Jeová como seu legislador. Pois é claro que se sentia descredenciado como líder daquela gente que se exasperava no deserto a caminho da Terra Prometida. (O maravilhoso é que aqueles dez preceitos não foram insculpidos para acudir àquela situação dramática de um líder angustiado, mas como paradigmas para o ser humano. O que confirma sua inspiração divina.)
Não é o caso do Estado. Este é um produto histórico, mas do intelecto. Da razão, da qual é sempre prudente nós duvidarmos. (Segundo o poeta Trilussa: "Os racionalistas ensinam que nós devemos duvidar de tudo. Então eu comecei por duvidar da razão".)
O que dizer do Estado, essa figura jurídica que nada tem de mistério, de divina? Mas que é um produto histórico do nosso intelecto?
Direi que sua autoridade, não sendo inefável, sempre estará submetida à crítica que dele fazemos quanto a suas leis, sua execução e o julgamento que delas faz afronta os princípios que Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança, inscreveu em cada um de nós: a ética.
Precisamos colocar o Estado em seu devido lugar. Claro que ele não é religioso. Assim como não é gremista, não torce pelo Internacional, não gosta de chuva nem gosta de sol. Nunca foi à missa nem mandou oferenda a Iemanjá numa praia baiana ou carioca. O homem que o criou não foi capaz de soprar nenhum espírito em suas narinas. (Só os marxistas lhe atribuem uma vida própria. E o transformaram num Frankenstein.)
Quem existe, em carne, osso e alma é a nação. Que o Estado precisa refletir por aqueles que legislam, executam suas leis e julgam segundo seus preceitos que normatizam a vida em sociedade. E faça tudo isso segundo critérios isonômicos.
E o nome disso é democracia.
Mas o que vemos é que o Estado nunca refletiu a nação brasileira. Que vive uma crise cíclica, interminável, em intervalos tão curtos que nem esperam o fim de uma geração para se repetirem, cada vez mais intensamente.
Como é que o Estado sempre se preserva dessas intempéries da política?
Ele se preserva por seus agentes porque nós somos muitíssimo emotivos e muito pouco racionais. Como se diz que é próprio dos latinos.
Por exemplo: Eduardo Cunha renunciou ao mandado de presidente da Câmara dos Deputados. E o fez em grande estilo, com a leitura de um simulacro de carta-testamento em que denuncia seus perseguidores políticos, mantendo o privilégio de manter o foro privilegiado para entrar na História, segundo a promessa que lhe fizeram os atuais ocupantes do poder. O impeachment de Dilma seria um protagonismo dele. Não é bonito demais?
E justificou sua renúncia com o bem que ela faria ao Brasil, já que a Câmara dos Deputados estaria "acéfala". Bonito é pouco, isso é lindo demais!
Mas é, também, sintomático de que o governo interino está fazendo o que o governo suspenso tentou fazer, mas não foi capaz de providenciar. Por absoluta ingovernabilidade: preservar o poder. O que é muito diferente, e frequentemente contraditório com manter-se, indefinidamente, no poder. Como quis o PT.
O Estado se preserva. E é necessário que assim o faça. Mesmo que à custa de certo sacrifício de nossas expectativas. Ilegítimo, inaceitável é o Estado governado pr quem não se espelhe numa nação.
Como foi o Estado que até há pouco tempo o PT dele se apropriou para nos extinguir como nação.
SÃO PAULO - Marilena Chaui não é o dr. Simão Bacamarte, mas, assim como o personagem inventado por Machado de Assis, a certa altura da vida passou a enxergar no mundo somente dois tipos de pessoa.
Para o médico de "O Alienista", havia os loucos e os sãos; para a professora de filosofia da USP, há os defensores intransigentes dos governos petistas e os inimigos do Brasil. Entre as categorias, nenhuma nuance.
Quando Bacamarte decidiu levar suas ideias ao extremo, ampliando desmesuradamente o território da loucura, quatro quintos da população de sua Itaguaí terminaram enclausurados no manicômio local.
Quando Chaui faz o mesmo com suas teorias, o juiz federal Sergio Moro se transforma num agente treinado pelo FBI para desestabilizar o país e entregar o petróleo nacional às companhias norte-americanas.
"A Operação Lava Jato não tem nada a ver com a moralização da Petrobras", ensina a professora. "É para tirar de nós o pré-sal."
No maniqueísmo de Chaui, tudo que atinge a esquerda está a serviço da direita. O combate à corrupção não tem valor se afetar administrações do PT —pois integrará, nesse caso, um plano para debilitar os únicos defensores da soberania nacional. Foi assim durante o mensalão, é assim no petrolão.
Em vez de fomentar a autocrítica dentro do campo ideológico que representa, a autora do premiado "Convite à Filosofia" propõe discussões em torno de puros disparates. Com suas simplificações risíveis, Chaui, considerada uma referência intelectual, pouco ajuda e muito atrapalha a causa em que acredita.
No conto "O Alienista", após muito refletir sobre suas teorias, o médico curvou a cabeça e recolheu-se ele próprio ao manicômio. Marilena Chaui não é Simão Bacamarte, mas, se considerar bem o estrago que tem provocado na esquerda brasileira, talvez venha a acusar a si própria de estar a serviço da direita —sabe-se lá se treinada pelo FBI.
*Bacharel em direito e em filosofia, é editor de "Opinião".
Segundo o economista Joseph Schumpeter, as inovações são força motriz do crescimento econômico. A destruição criativa, como nomeou, rompe com negócios bem estabelecidos, reduzindo o monopólio do poder. Em seu lugar, são criados novos produtos, serviços e lógicas de mercado. Neste momento, observamos a destruição criativa em Porto Alegre com o Uber e, mais recentemente, com o seu concorrente indiano, o WillGo. Aqui, a destruição criativa pode ser vista tanto no impacto ao fechado mercado dos taxistas, empresas de ônibus e lotações, quanto na lógica de regulamentação e arrecadação da prefeitura.
A meu ver, mais que quebrar paradigmas acerca da qualidade dos serviços de transporte da Capital, o Uber mostrou aos porto-alegrenses que não faz sentido a prefeitura regulamentar o serviço de táxis. Uma vez que já temos o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de Trânsito para proteger as pessoas de abusos e ilegalidades, não há sentido em exigir mais regulamentos que atrapalham o surgimento de alternativas inovadoras e de qualidade para a mobilidade urbana de Porto Alegre.
Além disso, as taxas cobradas aos taxistas são abusivas. No Uber, qualquer pessoa que cumpra com os pré-requisitos da empresa pode iniciar o serviço de transporte sem pagar taxa alguma à prefeitura, o que é uma grande oportunidade para quem está desempregado ou buscando complementar sua renda, especialmente nessa crise. Será que há necessidade de mais cobranças, uma vez que estas pessoas já pagam taxas ao adquirirem o veículo, ao mantê-lo ano a ano, e ao fazer a autorização de motorista profissional?
Para finalizar, o melhor de tudo: a partir de agora há mais concorrência! Com a chegada da WillGo em Porto Alegre, quem mais irá ganhar é o consumidor, que terá outra opção de aplicativo. O Uber e o WillGo não precisam de regulamentação da prefeitura. A melhor fiscalização que existe é a do consumidor.
* Administrador