• Christian Gomez
  • 13 Julho 2016

 

(Publicado originalmente no The New American, 02 outubro de 2012).
[http://www.thenewamerican.com/world-news/asia/item/13069-russian-red-jihad].
Tradução. Bruno Braga.

Em um recente e exclusivo artigo para o World Net Daily [1], Ion Mihai Pacepa, ex-Tenente-General do serviço de inteligência do bloco soviético romeno, escreveu como a recente onda de radicalismo islâmico no Oriente Médio, da Primavera Árabe aos ataques em Bengasi, não foram obras de ataques espontâneos, mas resultado de uma operação planejada cuidadosamente por décadas pela União Soviética.

Em julho de 1978, o Presidente americano Jimmy Carter concedeu asilo político ao Tenente-General Pacepa, que tornou-se um cidadão dos Estados Unidos. Pacepa é o oficial de inteligência de mais alta patente que já desertou do bloco Soviético. Ele auxiliou a CIA e recebeu dela elogios por fornecer "uma contribuição importante e única para os Estados Unidos".

No seu artigo, Pacepa observa que "o dia do assassinato do nosso embaixador, 11 de setembro de 2012, foi o dia em que o Kremlin celebrou um aniversário significativo - 125 anos do nascimento de Feliks Dzerzhinsky, fundador da KGB, nomeada agora FSB". Pacepa continua:
"Minha experiência no topo do grupo de inteligência do bloco Soviético me dá uma base sólida para afirmar que os ataques Muçulmanos contra as embaixadas americanas e o assassinato do nosso embaixador na Líbia, levados a cabo com lançadores de granadas de fabricação soviética, Kalashnikovs e coquetéis Molotov, são tão 'espontâneos' quanto as paradas das Festas de Maio, em Moscou - e que eles têm os mesmos organizadores".

Comunista inspirado fora da Rússia? É exatamente o que Pacepa quer afirmar. Ele cita um encontro pessoal, em 1972, com Yuri Andropov, então presidente da KGB, no qual Andropov traçou um plano soviético secreto para fermentar revolução no mundo Islâmico utilizando propaganda anti-Americana e anti-Semita, o que incluía os "Protocolos dos Sábios de Sião", traduzido para o Árabe e disseminado pelo Oriente Médio.

"A idéia era pintar os Estados Unidos como um país Sionista, belicista, financiado com dinheiro judeu e dirigido por um ganancioso 'Conselho de Anciãos de Sião' (epíteto escarnecedor da KGB para o Conselho americano) com o objetivo de transformar o resto do mundo em um feudo Judeu", Pacepa relembra o que Andropov lhe disse.

Pacepa refere-se a Andropov como o "Pai do terrorismo internacional e do anti-Semitismo de hoje". Ele especialmente recorda:
"Andropov frisou que um bilhão de adversários poderia causar um dano maior do que apenas 150 milhões. Nem Maomé, disse ele, limitou sua religião aos países Árabes".
O chefe da KGB descreveu o mundo Muçulmano como uma placa de Petri, na qual nós poderíamos nutrir um tipo virulento de ódio contra os americanos, crescendo da bactéria do pensamento Marxista-Leninista. O anti-Semitismo islâmico é profundo, ele disse.

Pacepa falou especificamente sobre o seu papel no projeto:
"Antes de deixar definitivamente a Romênia, em 1978, o meu serviço de espionagem romeno - e apenas ele - tinha enviado por volta de 500 agentes secretos para vários países Islâmicos. A maioria deles era de agentes religiosos, engenheiros, médicos, professores e instrutores de arte. De acordo com uma estimativa recebida de Moscou, em 1978, o grupo inteiro de inteligência do bloco Soviético tinha enviado ao mundo Islâmico por volta de 4.000 agentes de influência desse tipo".

Ninguém sabe ao certo o grau de influência que tiveram tais esforços, diz Pacepa, mas "deve ter causado algum impacto". Um ano depois da comunidade de inteligência do bloco Soviético enviar 4.000 agentes de influência para o mundo Islâmico, os revolucionários muçulmanos derrubaram o Xá no Irã, invadiram a embaixada dos Estados Unidos em Teerã, fazendo reféns americanos.

Desde então os Estados Unidos tiveram que lutar contra o terrorismo Islâmico, especialmente contra o Hezbollah e a al-Qaeda. Em 1983, o Hezbollah se apresentou ao mundo bombardeando o quartel da Marinha americana, em Beirute. Dez anos depois, o Hezbollah promoveu ataques terroristas no edifício da Associação Mutual Argentina Israelita, em Buenos Aires, Argentina.

O terrorismo logo atingiu a costa dos Estados Unidos, quando Osama bin Laden e sua rede al-Qaeda bombardearam o World Trade Center, em Nova Iorque, pouco tempo depois da destruição das embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia. Em 2000, a al-Qaeda atacou o "Cole", destroyer da Marinha americana. Em 2001, eles orquestraram os ataques terroristas de 11 de setembro no continente americano. O terrível ataque resultou na destruição de quatro aviões comerciais, destruição das Torres Gêmeas, graves danos ao Pentágono e a perda de aproximadamente 3.000 vidas americanas.

O terrorismo islâmico tem custado caro aos Estados Unidos, mas pode-se dizer com precisão que ele, pelo menos em parte, é resultado de operações Soviéticas secretas?

Os críticos dessa teoria descartam rapidamente a noção de colaboração entre Muçulmanos e Soviéticos, citando a aparente incompatibilidade entre comunismo-ateísmo e Islã. Mas um estudo diligente sobre o Islã na União Soviética revela uma história altamente relevante, embora pouco conhecida, especialmente à luz do recente caos no Oriente Médio.

O poder soviético e o Islã.

Em 1984, a agência de imprensa Novosti, em Moscou - controlada pelo Partido Comunista - publicou um pequeno folheto, intitulado "Poder Soviético e Islã" ["Soviet Power and Islam"]. Esse folheto detalhava a história da colaboração Soviética-Muçulmana, começando com a infame Revolução de Outubro de 1917. Muçulmanos da Rússia Central e Oriental apoiaram inicialmente Lênin e sua Revolução Bolchevique contra o governo do Tsar - visto por eles como anti-Islâmico. O folheto cita a seguinte declaração do Conselho Muçulmano da Rússia, e tem a data de 15 de setembro de 1923:
"Pela infinita misericórdia de Allah, a revolução que tem lugar na Rússia eliminou a cruel e despótica autocracia que perseguia a religião do Islã".

Em 25 de outubro de 1926, o Congresso Pan-Russo do Clero Muçulmano - patrocinado pelos Soviéticos - foi aberto com o seguinte telegrama, endereçado ao Partido Comunista da União Soviética:
"Em nome de todos os Muçulmanos, o Congresso expressa gratidão e devoção ao poder Soviético, o defensor do povo oprimido do Leste, e se compromete a apoiar as medidas do governo Soviético para consolidar as conquistas da revolução".
A União Soviética organizou Conselhos Muçulmanos especiais, que eram responsáveis pela "Supervisão das mesquitas e orientação da vida espiritual dos muçulmanos na URSS", de acordo com o folheto. Os Conselhos Muçulmanos incluíam:
. O Conselho Muçulmano da Ásia Central e Casaquistão, com sede em Tashkent;. O Conselho Muçulmano da Sibéria e da Parte Européia da URSS, com sede na cidade de Ufa;. O Conselho Muçulmano do Norte Cáucaso e Daguestão, com sede em Makhachkala;. O Conselho Muçulmano da Transcaucásia, com sede em Baku.

A devoção dos Muçulmanos ao poder Soviético torna-se mais evidente em 1970, quando os países Árabes se lançam na guerra contra Israel:
"Depois da quarta guerra Árabe-Israelense, em outubro de 1973, os líderes das instituições religiosas Muçulmanas da União Soviética convocaram uma conferência para os dias 13 e 14 de novembro, 1973, sob o lema 'Pelo apoio à justa luta dos povos das nações Árabes pela Libertação dos seus Territórios, pela Independência Nacional e Progresso Social'".

A conferência contou com a presença de delegados do Egito, Iraque, Líbia, República Árabe do Iêmen e do Kuwait. Ela também adotou um "Apelo a todos os Muçulmanos e Povos de Boa Vontade", que declarava:
"Nós, Muçulmanos da União Soviética, expressamos nossa completa solidariedade para com os fraternais povos Árabes que lutam pela unidade, liberdade, independência e soberania nacional de seus países. De acordo com o nosso dever religioso, insistimos no estabelecimento da justa e definitiva paz no Oriente Médio - a terra sagrada dos seguidores de várias religiões. Para promover o estabelecimento de tal paz, exigimos a implementação da resolução do Conselho de Segurança da ONU, de 22 de outubro de 1973, a retirada imediata e incondicional das tropas Israelenses de todas as terras Árabes ocupadas, e o reconhecimento dos direitos legítimos do povo Árabe da Palestina para determinar o seu próprio futuro".

Essa noção de auto-determinação tinha sido a chave histórica para as revoluções e insurgências apoiadas pelos soviéticos na China, Cuba, Vietnã, Nicarágua, El Salvador, Uruguai e Angola. Percebendo a natureza particular do Oriente Médio, a União Soviética sabia que não podia depender do tradicional Marxismo-Leninismo ou do rosto branco russo para fermentar a revolução anti-Capitalista e anti-Ocidental. Por isso, o Kremlin adaptou a sua retórica a um tom mais Islâmico e utilizou os Muçulmanos que já viviam na União Soviética.

O folheto citou a seguinte declaração, feita por Kazi A. Kolonov, um representante do Conselho Muçulmano da Ásia Central e Cazaquistão, em nome dos fiéis e do clero Muçulmano do Tajiquistão:
"Os Muçulmanos acolhem a nova [1977] Constituição da União Soviética, que em cada linha mostra distintamente uma preocupação com o homem. Eles estão completamente satisfeitos com o seu sábio conteúdo e grande humanismo. Nós a aprovamos completa e irrestritamente".
Conexão do Terror Soviético-Muçulmano.

Outra publicação que fornece informação relevante sobre a penetração Soviética e a exploração do Islã para promover a revolução é "New Lies for Old", escrita em 1984 pelo desertor da KGB Anatoly Golitsyn.

Antes de desertar para o Ocidente, em 1961, Golitsyn serviu como membro do ultra-secreto Departamento D da KGB, que trabalhava com desinformação de longo alcance. O Departamento D era subordinado apenas ao Comitê Central do Partido Comunista e tinha "acesso aos ramos executivos do governo e aos departamentos do Comitê Central para permiti-lo preparar e conduzir operações que requeriam a aprovação e o apoio da liderança do partido", disse Golitsyn.

Golitsyn também confirmou a colaboração Soviética para o mundo Muçulmano ser utilizado como instrumento de guerra contra o Ocidente:
"Em março de 1965, a Primeira Conferência de Muçulmanos da Ásia e da África foi realizada em Bandoeng. 35 países estavam representados. O Mufti da Ásia Central e Cazaquistão, Babakhanov, chefiou a delegação soviética. A conferência discutiu a utilização de sociedades de proselitismo muçulmano como arma contra o imperialismo. A necessidade de aproveitar o Islã para servir a revolução tinha sido abertamente discutida pelos estrategistas comunistas. Com base na experiência soviética na Ásia Central, o problema de conseguir isso era difícil, mas solúvel".

Ele também explicou as raízes por trás do patrocínio soviético do terrorismo:
"O objetivo da violência é criar caos e anarquia, impor pressão adicional sobre os partidos democráticos governantes, eliminar seus líderes mais competentes, forçá-los a recorrer a medidas anti-democráticas e mostrar para o público a inabilidade deles para manter a lei e a ordem, deixando o campo aberto para o partido comunista legal se apresentar como a única força alternativa efetiva".

Além de Golitsyn, o General Alexander Sakharovsky, chefe da Diretoria Principal da KGB (responsável pela inteligência internacional de 1956 a 1971, disse, "no mundo de hoje, em que as armas nucleares tornaram obsoleta a força militar, o terrorismo deve ser nossa principal arma".

Considerando as evidências de Golitsyn e Sakharovsky, temos muitas razões para acreditar que o jogo final de Moscou para o terrorismo Islâmico foi o estabelecimento do comunismo. No "Relatório do Comitê Central do PCUS" para o XXVI Congresso do Partido Comunista da União Soviética, o líder Soviético Leonid Brezhnev disse para a assembléia de delegados do Partido Comunista, "a bandeira do Islã pode levar à guerra pela libertação".

Esta é ainda a política da Rússia? Pouco antes de ser assassinado por envenenamento de polônio, em 2006, Alexander Litvinenko, desertor da KGB/FSB, disse: "O centro do terrorismo global não está no Iraque, no Irã, Afeganistão ou na República Chechena. A contaminação do terrorismo rasteja dos gabinetes da Praça Lubyanka e do Kremlin para o mundo todo".

Praça Lubyanka refere-se à sede da KGB, agora FSB. Em 2008, o Tenente-Coronel Konstantin Preobrazhensky, desertor russo da KGB/FSB, publicou o livro "KGB/FSB's New Trojan Horse: Americans of Russia Decent". Nele, Preobrazhensky observa que, diferente das apolíticas CIA ou MI-6 britânica, a FSB "é um departamento do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética".

Ele descreve a FSB como uma "unidade armada" do Partido Comunista que permaneceu intacta após a reestruturação da União Soviética, em 1991, na moderna Federação Russa. "A FSB e o Partido Comunista compartilham as mesmas ideias". Preobrazhensky escreve: "os chequistas [nome dado aos oficiais da KGB/FSB] até hoje permanecem Comunistas nos seus corações".

Um "chequista" bem conhecido ou ex-agente da "unidade armada" do PCUS é Vladimir Putin, o atual Presidente da Rússia, um admirador de Yuri Andropov.

Andropov foi o chefe da KGB de 1967 a 1982, e contou pessoalmente ao Tenente-Coronel Pacepa sobre a necessidade de utilizar o mundo Islâmico, especialmente o Oriente Médio, para incitar o sentimento anti-Americano e anti-Israelense em prol da revolução Marxista-Leninista.

Os motivos próprios de Putin podem ser deduzidos da declaração que ele fez em 2005, como Presidente: "O colapso da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século".

No seu segundo livro, "The Perestroika Deception", publicado em 1995, Anatoly Golitsyn escreveu: "Quando chegar o momento certo, as máscaras serão retiradas e os Russos - com a ajuda dos Chineses - irão impor com as suas próprias condições o seu sistema ao Ocidente. Será a culminação da 'Segunda Revolução Socialista de Outubro'".

Com o Oriente Médio submerso numa revolução Islâmica em curso, só resta aguardar para ver qual será o resultado de tudo isso. Mas uma coisa é certa, conforme os relógios se aproximam de 2017 - marcando o Centenário da primeira Revolução Socialista de Outubro - não se deve descartar o papel da Rússia.


REFERÊNCIAS.

[1]. PACEPA, Ion Mihai. "A brand new cold war". WND, 23 de setembro de 2012 [http://www.wnd.com/2012/09/a-brand-new-cold-war/].

ARTIGO RECOMENDADO.

GOMEZ, Christian. "As raízes russas do Estado Islâmico". Trad. Bruno Braga. The New American, 09 de março de 2015 [http://b-braga.blogspot.com.br/2016/04/as-raizes-russas-do-estado-islamico.html].
Postado por Bruno Braga às 11:13 AM

 

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  • Francisco Ferraz
  • 13 Julho 2016

Brasil: país do slogan único

Slogans quando ‘pegam’ se reproduzem como coelhos.

Na medida mesmo em que se reproduzem em larga escala perdem aquelas qualidades que levaram tantos a adotarem-no, copiando e sinonimizando-o.

A lógica do slogan, contudo é outra. Com ele se deseja alcançar o maior número de consumidores (marketing comercial) ou eleitores (marketing político) possível. O slogan gruda no produto ou no candidato de forma exclusiva. Seu alcance se amplia, mas seu referente é um só. Coca Cola é sempre o mesmo produto que serve de referência objetiva (existencial) ao slogan que lhe é exclusivo.

No Brasil, tinha que ser diferente.

Se universaliza o slogan e ele passa a ser adotado, por toda a sorte de produtos.

Desde a primeira eleição de Lula e, seguindo o exemplo de sua candidatura, abusa-se do uso de slogans contendo expressões que substituem o candidato, o partido, a coligação, à doutrina, à ideologia por uma vaga referência à coletividade: “somos”; “todos”; “juntos”; “unidos”.

São expressões encapsuladas em slogans que levam a substituir, a autoria e responsabilidade identificável comprometida com um objetivo a ser realizado, por uma identidade coletiva, vaga e vazia, que se resume a um jogo de palavras meramente publicitário cujo significado no mundo real é inexistente.

Busca-se, com este exemplo de mau profissionalismo, a aceitação fácil, ufanista e sem conteúdo que se encontraria numa unidade social, sem nenhuma objetividade no mundo real: “somos”; “todos”; “juntos”; “nós”; “unidos”, mesmo aplicando-se a tarefas que supõem execução individual ou grupal, mas, em todo o caso competitivas.

É a propaganda enganosa que ninguém contesta, mas também que não informa quem é o responsável e em que medida, pela execução do objetivo que se apresenta como coletivo na sua aspiração e forma de realização.

Implicitamente argui-se que a maneira certa de realizar algo (qualquer algo) é a maneira coletiva. Que qualquer outra forma que se afaste do modo coletivo é uma distorção, é uma forma imperfeita e até mesmo desvirtuada de realização.
Como não é possível negar a divisão do trabalho, com a inevitável especialização, competência, responsabilidade individual ou de grupo, à propaganda do coletivismo corresponde a práxis do líder individual e absoluto que comanda a totalidade livre de responsabilidade.

Não surpreende então que, algumas autoridades, quando cobradas por suas faltas ao governar evitam responder e recorrem à técnica dos 3 macaquinhos: Não vi, Não ouvi, Não falo.

É a voz do líder autoritário, com todos os poderese nenhuma das responsabilidades.

A seguir uma lista desses slogans ‘placebos’, recolhidos facilmente de algumas horas de TV.
• Juntos para Competir
• Juntos podemos muito mais (PSC)
• O Brasil todo dança junto. (cartaz programa do Faustão)
• Movimento vamojunto – Casas Bahia
• Todos juntos fazem um trânsito melhor –
• Todos juntos para fazer o Brasil trabalhar melhor – FAT
• Fox: torcemos juntos
• Todos contra o Aedes Aegypti
• Juntos somos mais fortes que o mosquito
• Juntos podemos - PSOL
• Unidos vamos trabalhar por um Brasil mais inteligente – PSL
• Juntos podemos vencer esta luta (Mutirão limpeza nos prédios)
• Juntos fazemos acontecer )
• Juntos somos mais fortes ) Publicidade sobre Olímpiada
• Juntos somos todos Brasil )
• Unidos contra o Aedes (avião fumaça em Copacabana)
• Vamos juntos somar forças (Gov. Federal)
• Somos todos campeões (Olimpíadas; isto que ainda nem começaram!)
• Juntos em prol do impeachment (Antagonista)
• Juntos por um mundo melhor (Ambev)

Como se constata nessa pequena porção de exemplos, parece que não é difícil fazer publicidade... Em todo o caso não se exige mais necessariamente criatividade e imaginação.

Além disso, essas expressões são usadas por partidos e políticos de situação e oposição; de direita, centro, esquerda e a “soi disant” extrema esquerda; para fazer o impeachment e para evita-lo; sempre presente nos programas partidários gratuitos na TV e rádio; serve para ganhar (Olimpíada), para liquidar (Aedes Aegypti), para dançar (todos juntos???), para corrigir o trânsito, para vender cerveja, eletrodomésticos e móveis (Casa Bahia); para o modesto objetivo de construir um mundo melhor ...
 

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  • Gilberto Simões Pires
  • 13 Julho 2016


(Publicado originalmente em pontocritico.com)

Enquanto é aguardada a eleição para presidente da Câmara dos Deputados e, principalmente, o definitivo afastamento de Dilma Neocomunista da presidência do País, para que possamos constatar se as promessas do novo governo são realmente para valer, sugiro que os leitores passem a olhar com muita atenção as eleições municipais, cujas campanhas iniciam no próximo mês.


COLABORAÇÃO
A título de colaboração volto a repetir aquilo que escrevi dias atrás, quando informei que na última eleição, aqueles que integram o Pensar+ resolveram apoiar um de seus integrantes, no caso o Marcel Van Hattem, para concorrer ao Legislativo Estadual.



EM DEFESA DO CIDADÃO
Esta providência, volto a insistir, se revelou por demais importante porque conseguimos eleger um representante que usa e abusa apenas do raciocínio lógico nas discussões das propostas e projetos que passam pelo Legislativo do RS. Alguém, enfim, que fala o idioma do Pensar+, ou seja, se conduz por princípios liberais, que defende o cidadão e não o Estado interventor.


VEREADORES E PREFEITO
Pois, para as eleições do município de Porto Alegre, onde reside boa parte dos pensadores que integram o Pensar+, esta mesma providência vencedora será seguida. Com um detalhe muito importante: desta vez, dentre aqueles que integram o Pensar+, três vão concorrer para VEREADOR e dois para PREFEITO.


CANDIDATOS PENSADORES
Por diferentes partidos, por ordem alfabética, os seguintes pensadores vão se apresentar como candidatos a vereador: Felipe Camozzato, pelo Novo; Fernanda Barth, pelo PP; e Ricardo Gomes, também pelo PP. E para prefeito: Fabio Ostermann, pelo PSL; e Nelson Marchezan, pelo PSDB.


PARA CHAMAR DE SEU
Se com a escolha do Marcel Van Hattem inauguramos, efetivamente, um novo modelo de atuação e representação no Legislativo do RS, oportunizando que os eleitores podem CHAMAR DE SEU o deputado, certamente podemos fazer o mesmo no Legislativo e no Executivo de Porto Alegre.


REPETIDA EM TODOS OS MUNICÍPIOS
Esta dica, já consagrada, pode ser repetida em todos os municípios do país. Basta que grupos compostos de pessoas pautadas pelo raciocínio lógico assumam o compromisso. Que tal?
 

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  • Sérgio Besserman Vianna
  • 13 Julho 2016

(Publicado originalmente em O Globo)

Um presidente não é impedido porque cometeu estelionato eleitoral. Isso é das regras do jogo, é legal e legítimo. “Hate the game, not the players”, dizem os americanos.


Um presidente não é impedido porque, em decorrência do item 1 acima, sua popularidade vai para a lona, e o eleitorado se sente traído. É do jogo, basta manter sustentação parlamentar.

Um presidente não é impedido porque, além dos itens 1 e 2 acima, todo o sistema de representação política está em crise, no Brasil e no mundo. Está no jogo, basta ter casca grossa.

Um presidente não é impedido porque, além dos itens 1, 2 e 3 acima, operações do sistema judiciário expõem com toda a clareza a corrupção institucionalizada do Executivo e a podridão generalizada no sistema político-eleitoral. Mas começa a balançar. Se a população for às ruas, o mandato presidencial passa a carecer de legitimidade.

Um presidente não é impedido mesmo que aos itens 1, 2, 3 e 4 acima se acrescente a maior crise econômica do país desde as últimas oito décadas e meia. Mas tem de ser um líder e fazer política com maestria, porque o mandato está como um violinista no telhado em matéria de suporte e legitimidade.

Se, contudo, fica evidenciado e claro para a população que parte relevante dos sofrimentos causados pela crise é decorrente de erros gravíssimos e perfeitamente evitáveis de política econômica e que esses erros se devem a posições ideológicas, manipulação para ganhar eleições e, ainda por cima, estão imbricados com episódios chocantes de corrupção, esse presidente será impedido em qualquer país do mundo com sociedades abertas.

Mestre Elio Gaspari escreveu um artigo nessas páginas do GLOBO sob o título “Há golpe”. Reconhece, contudo, que não há golpe institucional, não há ruptura na ordem democrática. Mas haveria golpe no sentido do dicionário Houaiss: “Ato pelo qual a pessoa, utilizando-se de práticas ardilosas, obtém proveitos indevidos, estratagema, ardil, trama”.

A tentativa de salvar o título do artigo é só muito parcialmente bem-sucedida. Práticas ardilosas, estratagemas, tramas e até proveitos indevidos são parte da política. Nesse sentido, toda a política contém elementos golpistas.

A perícia feita pelos técnicos do Senado, contudo, é como a estaca de madeira no coração do vampiro. Já era quase consenso que as pedaladas transformaram-se, de equalizações de débitos e créditos racionais entre agentes e praticadas em vários governos, em forma de mascarar e retirar transparência da política fiscal em montantes absurdamente exorbitantes.

A perícia confirmou-as como empréstimos de bancos públicos à União, o que é ilegal. Pouco importa se a presidente Dilma colocou as digitais no processo. Deve ser impedida por crime de responsabilidade porque, se não o comandou, o coonestou conscientemente. Caso alegue que nada sabia, a situação é mais grave, deve ser impedida por crime de profunda irresponsabilidade.

* Economista
 

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  • Valentina de Botas
  • 13 Julho 2016

 

Se Eduardo Cunha prestou valioso serviço ao país – e ele prestou um valioso serviço ao país –, isso não o absolve de nenhum dos crimes que cometeu e ajudou a cometer contra esse mesmo país. Da mesma forma, se Cunha acatou o pedido de impeachment por vingança – e ele acatou o pedido de impeachment por vingança –, isso não absolve Dilma Rousseff de nenhum dos crimes que cometeu e ajudou a cometer sempre contra esse mesmo país. Sim, o ex-presidente da Câmara contribuiu para nos livrarmos da parva gerenta de névoas espertalhona genitora de um regime sórdido em que nem o céu imoral era o limite, mas é exatamente essa sordidez o que forneceu os nutrientes de que o gângster precisava para gozar naquele mesmo céu com família, seguidores, capangas e comparsas.

Quando o lulopetismo desfalcou o Brasil do exercício da política para a tornar um exercício de mera pilhagem do nosso futuro, da nossa grana, nossos valores e instituições; quando a oposição oficial degenerou na omissão, cumplicidade ou covardia (e diferencio as três mais por respeito à precisão linguística e menos pelo efeito prático que teve o comportamento criminoso também de quem deveria se opor e não o fez); quando o debate público trocou os projetos e os interesses do país para se ocupar de questões falsas ou inúteis como a polarização extemporânea entre esquerda e direita ou, pior, entre os extremistas de um lado e outro, unindo-se no mesmo lado da estupidez, eis que Eduardo Cunha, empossado presidente da Câmara, desponta como político no sentido substantivo do termo.

O homem fazia política, esgrima os legítimos e lícitos instrumentos dela com inteligência e firmeza, opunha-se ao PT deixando os governistas zonzos, furiosos e desesperados. A partir daí, os incapazes capazes de tudo – na expressão de Roberto Campos que o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) lembrou para definir os lulopetistas – partiram para as manobras mais irracionais em que, pela primeira vez desde 2003, era a política e não a polícia que os encurralava. Foi música para nossos olhos contemplar o despreparo vil do PT para a política, a democracia e a gestão pública, um partido que se manteve no poder porque arrastando a nação para o nível dele de primitivismo enquanto a transformava num boteco de cafajestes que a parva veio sucatear.

Mas, ao mesmo tempo, foi melancólico assistir à nudez da realidade inexplicável de que foi a bandidos que tremiam diante de um homem só que, por mais de uma década, quase todos os políticos, quase toda a academia, quase toda a sociedade se submeteu. Também eu respeitava Cunha e quase lhe tinha gratidão, como toda a nação farta do império dos pervertidos, até saber que o deputado era um deles. Claro que não é o principal, mas o Brasil tem convivido tempo demais com delinquentes no comando da política, talvez isso o tenha levado a um tipo de apego aos que, mesmo delinquentes, beneficiam-no.

Ressalvo apenas que o benefício é obrigação pela qual foram eleitos, não escolha; a delinquência é escolha, não obrigação. Ah, mas outros nem a obrigação fizeram. E daí? Desapega, Brasil. Dizem que os opostos se atraem, pode ser, mas são as afinidades que mantêm uma união; Cunha e Dilma, unidos pelo ódio, aproximaram-se pelas afinidades delinquentes e as incompatibilidades compartilhadas na disputa pelo poder livraram o país de ambos.

Eu seria grata a Eduardo Cunha se as inegáveis inteligência e têmpera para a política não perdessem para o mau-caratismo. Além disso, ele é que deveria ser grato à nação que propiciou a desejada vingança pessoal que era, sobretudo, direito pleno dele. Se o deputado quer saborear mais do que o delicioso prato frio, que faça uma delação premiada e conceda à nação, às custas da qual ele gozou num céu imoral, algo mais do que ela tem como legítimo direito.

 

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  • Guilherme Fiuza
  • 10 Julho 2016

(Publicado originalmente na revista Época)


O escândalo obsceno de Pasadena, repleto de digitais de Dilma, não mereceu o devido inquérito

O ex-ministro Paulo Bernardo foi preso. Ele ocupou as Pastas do Planejamento e das Comunicações nos governos Lula e Dilma. Um ministro importante – ou, mais que isso, um dos líderes da hegemonia petista no Planalto. É acusado de roubar R$ 100 milhões de servidores públicos – destinando a maior parte do roubo para o caixa do Partido dos Trabalhadores, sem esquecer-se de reservar seu pixuleco particular. Mas Paulo Bernardo foi solto pelo STF, em decisão providencial do companheiro Dias Toffoli.

Veio também do Supremo Tribunal Federal outra decisão importantíssima para a preservação da saúde da quadrilha. Em ato do companheiro Teori Zavascki, o processo contra Lula por tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró foi parar longe das mãos de Sergio Moro. O argumento do ministro companheiro para mandar a operação cala a boca para a Justiça Federal de Brasília é impagável: o suposto delito de Lula denunciado pelo senador cassado Delcídio do Amaral não está no âmbito das investigações da Lava Jato.

Perfeito: o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi condenado no escândalo do petrolão, investigado pela Operação Lava Jato, mas a tentativa de um ex-presidente da República de impedir que o condenado contasse tudo o que sabia sobre o escândalo investigado pela Operação Lava Jato não tem nada a ver com a investigação conduzida pela Operação Lava Jato. Claro como petróleo roubado.

Surge então o companheiro procurador Rodrigo Janot, autor de vistosas coreografias para bagunçar o processo de impeachment, e recomenda que José Dirceu tenha sua pena pelos crimes do mensalão perdoada. Outra decisão cristalina. Ela ocorre no exato momento em que o juiz Sergio Moro, esse golpista, aceita nova denúncia contra o ex-ministro de Lula e o torna réu pela segunda vez na Lava Jato. Como se vê, a floresta de implicações de Dirceu no assalto ao Estado brasileiro perpetrado pelo PT não enseja outra providência senão o perdão.

E a quem caberá, no STF, a decisão final sobre o perdão ao guerreiro do povo brasileiro? Ao companheiro Luís Roberto Barroso – isso, aquele mesmo. Façam suas apostas.

Outra dobradinha da Procuradoria-Geral com o Supremo que tem feito história no refresco à quadrilha do bem é a Janot-Teori. Funcionou melhor que a zaga do Barcelona rebatendo a saraivada de denúncias contra a companheira afastada Dilma Rousseff. Nem o escândalo obsceno de Pasadena, repleto de digitais da companheira, mereceu o devido inquérito – sempre sob as escusas de não haver indícios suficientes contra ela, embrulhadas no sofisma de que presidente no exercício do mandato não pode ser investigado.
 

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