• Eduardo Affonso
  • 01 Março 2017

 

Todo mundo que participa do seu governo (ilegítimo, inconstitucional, fisiológico, entreguista, feio, bobo, golpista etc).

Compactuo do horror que os petistas têm ao Temer, ao seu governo, aos seus ministros.
Com a ressalva de que eu não votei no Temer.
Eles, sim.

O Temer me caiu de paraquedas, me foi enfiado goela abaixo.
Os petistas, ao contrário, escolheram-no.
E não uma vez só, mas duas.

Aceito o Temer como quem aceita uma injeção de Benzetacil.
Não quero, não gosto, é horrível – mas ou é isso ou a infecção generalizada.
Respiro fundo, prendo o choro, xingo a mãe do moço da farmácia e toco o barco.

Como os petistas, não suporto olhar para a cara do Edison Lobão, nobre presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Mas, ao contrário dos petistas, eu também não o suportava quando ele era Ministro de Minas e Energia de Lula e de Dilma.

Compartilho com os petistas uma profunda antipatia pelo Presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Só que eles o achavam simpaticíssimo quando era Ministro das Comunicações de Lula.

Eliseu Padilha, braço direito do golpista, quem consegue confiar nesse sujeito?
Os petistas, certamente – pelo menos enquanto foi Ministro da Aviação Civil da finada Presidenta.

Como não me solidarizar com os petistas no asco pelo Geddel Viera Lima, o do apartamento com vista pro mar em Salvador?
Mas o asco deles é recente, só desabrochou depois que ele deixou de ser Ministro da Integração Nacional do viúvo de D. Marisa.

Ah, Romero Jucá, o surubático Romero Jucá...
Impossível não ser tomado de ojeriza ao vê-lo, ouvi-lo, imaginá-lo.
Exceto os petistas, que surubaram com ele sem pudor algum enquanto era Ministro da Previdência Social do Lula.

E Silas Rondeau, encalacrado na Lava Jato, indiciado por tráfico de influência?
Abominável, diriam os petistas - e eu concordo.
Mas os petistas só acham isso depois que ele deixou de ser Ministro de Minas e Energia.
De quem?
Ganha um sítio em Atibaia quem adivinhar.

E tem ainda Moreira Franco, estrategicamente nomeado pelo nefasto Temer apenas para adquirir foro privilegiado.
Se bem me lembro, ele teve o mesmo foro como Ministro de Assuntos Estratégicos de Dilma, e ninguém falou nada.

Eu não gosto do Temer, mas desde sempre.
Os petistas, esses só começaram a desgostar quando ele se cansou de ser um vice decorativo e resolveu partir para novos desafios e se reposicionar no mercado.

Por isso entendo quando entram transe (e em loop) com seu mantra “Fora, Temer”.

É que levaram cinco anos para perceber que ele existia (e que existiam Moreira Franco, Jucá, Eunício, Rondeau, Padilha, Geddel), e só aí começar a ladainha.

Sabe como é, ficha de petista demora um pouco a cair."
 

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  • Prof. Ricardo Bergamini
  • 28 Favereiro 2017

 

Aberração da Carga Tributária Brasileira (Fonte MF)

A composição da Carga Tributária dos Estados Unidos tem como base 82,70% de sua arrecadação incidindo sobre a Renda, Lucro, Ganho de Capital, Folha Salarial e Propriedade (classes privilegiadas da nação americana) e apenas 17,30% incidindo sobre Bens e Serviços (arroz, feijão, remédios, transportes e educação). Com uma Carga Tributária total de apenas 26,0% do PIB.

A composição da Carga Tributária média dos países da OCDE tem como base 66,68% de sua arrecadação incidindo sobre a Renda, Lucro, Ganho de Capital, Folha Salarial e Propriedade (classes privilegiadas das nações analisadas) e apenas 33,14% incidindo sobre Bens e Serviços (arroz, feijão, remédios, transportes e educação). Com uma Carga Tributária média de 35,3% do PIB.

A composição da Carga Tributária do Brasil tem como base 48,46% de sua arrecadação incidindo sobre a Renda, Lucro, Ganho de Capital, Folha Salarial e Propriedade (classes privilegiadas da nação brasileira) e 51,54% incidindo sobre Bens e Serviços (arroz, feijão, remédios transportes e educação). Com uma Carga Tributária total de 32,4% do PIB.

Conclusão:
Dentre os países analisados o Brasil é o que possui a mais injusta, imoral, criminosa, desumana e regressiva Carga Tributária. Uma vergonha internacional que certamente continuará tendo o silêncio de todos: por omissão, covardia ou conivência.

A aberração da concentração de renda entre os estados brasileiros (Fonte IBGE)

Em 2014, cinco estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná) foram responsáveis por 64,9% do PIB do país. Uma aberração histórica do Brasil, jamais abordado nos meios acadêmicos, ou nos planos de governos. Uma imoralidade.

O PIB per capita do país em 2014 foi de R$ 28.500,24. Entre as 27 unidades da federação, o líder continua sendo o Distrito Federal (R$ 69.216,80), seguido por São Paulo (R$ 42.197,87) e Rio de Janeiro (R$ 40.767,26). O estado mais rico do Brasil é o DF com um PIB PER CAPITA 64% maior do que o do estado de São Paulo. Outra aberração econômica que não se debate no Brasil.

Em 2014, o maior PIB per capita foi o do Distrito Federal (R$ 69.216,80) e os últimos desse ranking eram Maranhão (R$ 11.216,37) e Piauí (R$ 11.808,08), ou seja: uma diferença de 83,80% menor entre o PIB PER CAPITA do DF e o pior que foi o Maranhão. Como o Brasil somente discute problemas de tesouraria essas aberrações jamais fazem parte de qualquer plano de governo, ou debates acadêmicos.

Sem dúvida que o Brasil é um “conjunto vazio”.


A aberração da Dívida dos Contribuintes com o INSS (Fonte MP)

Em 31 de dezembro de 2015 existia um estoque de dívidas dos contribuintes com a previdência de R$ 455,0 bilhões (7,71% do PIB).


A aberração da dívida em poder do Banco Central (Fonte MF)

A imprensa brasileira omite a informação do estoque da dívida em poder do Banco Central no montante de R$ 1.522,8 bilhões (24,16% do PIB) em dezembro de 2016, sendo essa a parte mais importante da dívida, visto que nada mais é do que uma “pedalada oficial” (aumento disfarçado de base monetária) que não existiria se o Banco Central fosse independente. Vejam que essa orgia saiu de 17,86% do PIB em 2010 para 24,16% do PIB em dezembro de 2016. Crescimento real em relação ao PIB de 35,27%. Uma imoralidade sem precedentes.

A aberração do emprego público federal (FONTE MP)

No período do governo do PT (2003/2015) houve um crescimento de pessoal na União (Executivo, Legislativo e Judiciário) de 305.316 servidores.


A aberração do crédito no Brasil (Fonte BCB)

- 50,11% do total - R$ 1.557,0 bilhões com recursos livres com juro médio de 52,0% ao ano.

- 49,89% do total – R$ 1.550,0 bilhões com recursos direcionados concedidos por bancos públicos (Caixa, BB, BNDES) com juro médio de 10,7% ao ano subsidiado pelo contribuinte.

Não há a menor dúvida que esse mecanismo de juro especial para os amigos e aliados dos governantes de plantão é uma fonte primária de corrupção e de propina. Alguém tem dúvida?


A aberração do emprego público no Brasil (Fonte IBGE)

Em relação aos recursos humanos, de 2005 para 2015, o percentual de servidores municipais passou de 2,6% para 3,2% da população do Brasil. O número de pessoas ocupadas na administração direta e indireta municipal era de 6.549.551 em 2015, o que corresponde a um crescimento de 37,4% em relação a 2005 (4.767.602). A parcela de servidores municipais na administração direta passou de 94,3% (4.494.154) em 2005 para 95,0% (6.224.235) em 2015. Na administração indireta, esse percentual passou de 5,7% (273.448) em 2005 para 5,0% (325.316) em 2015.


A aberração da concentração de renda entre os municípios brasileiros (Fonte IBGE)

Em 2014 dos 5.570 municípios existentes, apenas 62 respondiam por metade do PIB nacional, enquanto apenas 7 (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Porto Alegre) respondiam por 25% do PIB nacional.

A aberração da orgia de gastos com pessoal no Brasil (Fonte MF)

Em 2002 os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de 13,35% do PIB. Em 2015 foi de 15,31% do PIB. Crescimento real em relação ao PIB de 14,68%. Para que se avalie a variação criminosa dos gastos reais com pessoal, cabe lembrar que nesse mesmo período houve um crescimento real do PIB Corrente de 37,80%, gerando um ganho real acima da inflação de 58,03% nesse período. Nenhuma nação do planeta conseguiria bancar tamanha orgia pública.

Cerca de um em cada quatro (22,5%) jovens de 15 a 29 anos não frequentava escola nem trabalhava na semana de referência em 2015, os chamados “nem-nem”, sendo que essa proporção cresceu 2,8 pontos percentuais frente a 2005 (19,7%). O grupo de 18 a 24 anos apresentou o maior percentual de “nem-nem” em 2015, com 27,4%.

A aberração da imoral e desumana Previdência Social no Brasil (Fonte MF)

Em 2016 o Regime Geral de Previdência Social (INSS) destinado aos trabalhadores de segunda classe (empresas privadas) com 100,6 milhões de participantes (70,1 milhões de contribuintes e 30,5 milhões de beneficiários) gerou um déficit previdenciário da ordem de R$ 138,1 bilhões (déficit per capita por participante de R$ 1.372,76).

Em 2016 o Regime Próprio da Previdência Social destinado aos trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) – União, 26 estados, DF e 2087 municípios mais ricos, com apenas 9,8 milhões de participantes (6,2 milhões de contribuintes e 3,6 milhões de beneficiários) gerou um déficit previdenciário da ordem de R$ 126,2 bilhões (déficit per capita por participante de R$ 12.877,55).

Em 2016 a previdência social brasileira total (RGPS E RPPS) gerou um déficit previdenciário total de R$ 264,3 bilhões, cobertos com as fontes de financiamentos (COFI NS e CSSL) que são uma das maiores aberrações e excrescências econômicas e desumanas já conhecidas, visto que essas contribuições atingem todos os brasileiros de forma generalizada, mesmos os que não fazem parte do grupo coberto pela previdência, tais como: os desempregados e os empregados informais sem carteira de trabalho assinada, contingente composto de quase a metade da população economicamente ativa. Esses grupos de excluídos estão pagando para uma festa da qual jamais serão convidados a participar.

A aberração do imoral déficit fiscal nominal do Brasil (Fonte BCB)

Segundo o Banco Central do Brasil o déficit fiscal nominal de 2015 foi de R$ 613,0 bilhões (10,38% do PIB). Esse déficit retrata uma apuração contábil em regime de competência, ou seja: todos os compromissos do governo, mesmo os não vencidos, bem como os refinanciados estão apurados da forma (pro-rata/ano) dentro desse resultado.

Segundo o Banco Central do Brasil o déficit fiscal nominal de 2016 foi de R$ 562,8 bilhões (10,38% do PIB). Esse déficit retrata uma apuração contábil em regime de competência, ou seja: todos os compromissos do governo, mesmo os não vencidos, bem como os refinanciados estão apurados da forma (pro-rata/ano) dentro desse resultado.

A aberração dos depósitos compulsórios e créditos direcionados no Brasil que geram um índice de multiplicador de base de apenas (1,28)

Sendo o multiplicador de base médio em 2016 de 1,2800, ou seja: 78,12% dos recursos disponíveis foram esterilizados pelo Banco Central, através dos depósitos compulsórios e dos créditos direcionados, o juro de mercado médio em 2016 foi de 13,00% ao ano x 4,6992 = 61,09% ao ano (4,0533% ao mês). Cabe lembrar que, como na nossa análise não consideramos que alguns depósitos compulsórios são remunerados, é óbvio que há uma pequena divergência entre a taxa apurada no estudo (61,09% ao ano) e a taxa oficial apurada pelo Banco Central para os créditos livres que foi de 52,00% ao ano em 2016.

Cabe alertar que o depósito compulsório no Brasil é alto para lastrear a imoral e criminosa dívida da União carregada pelo Banco Central (pedalada oficial). Uma vergonha.

A aberração do subemprego no Brasil (Fonte IBGE)

A taxa composta de subutilização da força de trabalho (que agrega a taxa de desocupação, taxa de subocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial) ficou em 22,2% no 4º trimestre de 2016,
Para encerrar devo comunicar que a partir do acima colocado somente me resta aguardar o costumeiro silêncio abissal e sepulcral de todos.
Não tenho culpa por Deus ter me concedido o saber e o conhecimento sobre o tema, mas ter me colocado num país desprezível como é o Brasil. Talvez no dia do meu retorno ao pai tenha conhecimento do motivo. Sou paciente!

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
 

 

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  • Filipe G. Martins
  • 27 Favereiro 2017


(Publicado originalmente em www.sensoincomum.org)


Para entender por que Donald Trump disse que a grande mídia é inimiga dos americanos é necessário entender qual é a agenda da velha imprensa e lembrar que o jornalismo, hoje, se resume à desinformação e à engenharia social

Na semana passada, o Presidente Donald Trump disse algo que é óbvio a qualquer pessoa que não esteja totalmente descolada da realidade: a grande mídia (que ele chama corretamente de fake news) é inimiga do povo americano.

Essa afirmação, evidentemente, não vale apenas para a mídia americana e tampouco significa que os povos de outros países estejam livres da desinformação e da engenharia social, que, como sabemos, formam a quase totalidade das atividades empreendidas hoje pelos grandes veículos de comunicação.

Os brasileiros médios, por exemplo, são sempre tratados e retratados pela nossa mídia como um populacho ignorante e fundamentalista, portador de valores e crenças que devem ser marginalizados e escorraçados do debate público, de modo que qualquer pessoa (pensem em políticos como Jair Bolsonaro ou Donald Trump, em jornalistas como Rachel Sheherazade ou Laura Ingraham, em escritores como Olavo de Carvalho ou David Horowitz) que ouse dar voz a eles seja vista como uma figura excêntrica, grotesca, execrável e autoritária — como se houvesse algo mais autoritário do que a missão que a mídia, em consonância com o resto do establishment, se atribuiu: a de substituir os valores e os costumes construídos por milhões e milhões de pessoas, ao longo de várias gerações, por valores e costumes fabricados a partir de construções mentais de uma pequena elite de iluminados que não sabem consertar uma torneira, assar um bolo ou trocar uma fralda.

O jornalismo hoje não é outra coisa senão um instrumento de engenharia social a serviço dos poderosos em sua cruzada contra tudo o que é caro ao ocidental médio: seu Deus, sua religião, sua cultura, seus costumes, sua família, sua pátria e todo o resto. Os jornalistas de hoje não se contentam em reportar os fatos, eles querem transformar o mundo. É verdade que há exceções — e Donald Trump nunca deixa de mencioná-las —, mas, via de regra, o que os jornalistas fazem hoje é utilizar a plataforma que possuem para impor de modo uniforme um novo conjunto de valores e um novo padrão comportamental à população, utilizando táticas de desinformação e de shaming para levar o americano médio (ou o brasileiro, o argentino, o inglês, o espanhol, o francês ou o gentílico genérico médio) a renegar seus valores e a louvar tudo o que repudia.

Não à toa afirmar que as opiniões de alguém estão alinhadas ao “senso comum” se tornou uma ofensa. Para a mídia, os valores de noventa e tantos por cento da população não servem e devem ser demolidos (ou desconstruídos) para dar lugar ao seu oposto. Os jornalistas engajados, que se acreditam ungidos para a mais nobre das missões, não descansarão enquanto você não enxergar no aborto uma expressão singular do amor à vida; enquanto você não considerar as relações entre pessoas do mesmo sexo mais nobres do que o matrimônio tradicional; enquanto você não entender como normal a sexualização precoce de seus filhos; enquanto você não perceber como banal o adultério e o divórcio; enquanto você não sentir mais pena de um bandido do que de sua vítima; enquanto você não for capaz de desprezar sua cultura e sua religião e de louvar todas as demais; e assim por diante…

A lista é interminável e, enquanto você não se adequar a ela, você estará destinado à marginalização e à exclusão da vida pública. Do mesmo modo, qualquer político que ousar falar em seu nome ou representar seus valores será chamado de populista (senão fascista) e atacado com mentiras sórdidas, especulações maliciosas e críticas disparatadas, além de ser comparado injustamente com os piores tiranos que a humanidade conheceu.

É por isso que quando o Steve Bannon, estrategista chefe da Casa Branca, diz que a imprensa é a verdadeira oposição ou quando Trump afirma que a grande mídia é inimiga do povo, longe de estarem minando a liberdade de imprensa, o que eles estão fazendo é utilizar sua própria liberdade de expressão para expor um dos mais graves (e menos discutidos) problemas contemporâneos: o que fazer diante de uma imprensa que se corrompeu e, por isso, trabalha para demolir os valores tradicionais e avançar uma agenda totalitária e não para informar a população?
Evidentemente, esta breve nota não tem por finalidade prescrever uma solução para esse problema. Sua finalidade, muito mais modesta, é a de contextualizar a afirmação feita pelo presidente americano e demonstrar a correção de seu diagnóstico. Isso é uma necessidade, dentre outros motivos, pela reação vista na própria mídia. Acostumados com o status de intocáveis de que gozam e convictos de que são semi-deuses, incriticáveis e inquestionáveis, muitos jornalistas viram nas palavras do presidente um atentado contra as liberdades civis, uma agressão ao Estado Democrático de Direito, e uma demonstração de desprezo contra a Constituição. Nada mais distante da realidade. Nada mais histérico. Nada mais típico.

A primeira emenda da Constituição Americana afirma o papel vital da imprensa para o funcionamento da república, mas não dá a ela qualquer imunidade contra críticas e questionamentos — pelo contrário, garante o direito de crítica a qualquer um na forma da liberdade de expressão, afirmada e protegida exatamente pela mesma emenda. Mas, se eles querem mesmo que esse raciocínio valha para eles, por que não começam por aplicá-lo ao Trump? Afinal, se fosse verdade que a imprensa não pode ser criticada porque seu papel é descrito na primeira emenda, também seria verdade que o Trump também não pode ser criticado, já que seu papel é descrito no segundo artigo da Constituição.

Dizer que a imprensa não pode ser alvo de críticas é tão ridículo quanto dizer que um presidente não pode ser criticado. Ninguém tem o direito de não ser ofendido (menos ainda de não ser criticado) e o fato de que representantes da grande mídia reivindicam para si tal privilégio enquanto criticam a tudo e a todos apenas demonstra seu caráter totalitário e, junto com a situação geral do jornalismo, prova que Trump está certo: os grande veículos de mídia estão em guerra contra você e não cessarão os ataques enquanto seus valores não forem destruídos.

 

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  • Maria Lucia Victor Barbosa
  • 24 Favereiro 2017



Na sua magistral obra, Homo Deus, Yuval Noah Harari trata de temas extremamente complexos e instigantes de forma compreensível ao senso comum. Entre outros assuntos ele mostra com clareza o que é um algoritmo, termo que vai entrando na moda, mas que é pouco entendido pela maioria:
“Um algoritmo é um conjunto metódico de passos que pode ser usado para realização de cálculos, na resolução de problemas e na tomada de decisões”. Como exemplo simples de algoritmo ele dá uma receita de sopa em que os “passos metódicos” são os ingredientes usados para fazer o alimento.

Acrescenta o autor do best-seller que já vendeu mais de dois milhões no mundo, “que os algoritmos que controlam os humanos funcionam mediante sensações, emoções e desejos”, justamente o ponto que desejo abordar nesse pequeno e modesto texto. Isto porquê, se a tecnologia é algo extraordinário, dependendo do uso que se faz dela pode ser usada não para o bem e sim para o mal como tudo que é humano.

Um dos usos perigosos é o aperfeiçoamento da manipulação, que sempre existiu, mas que agora é elaborada por técnicas cada vez mais avançadas. Sem perceber a maioria obedece aos interesses de governos, de partidos políticos, da mídia, do marketing, do mercado, da opinião pública, de outras entidades ou grupos. Isso se faz através de passos metódicos baseados em algoritmos que manipulam sensações, emoções e desejos.

A mídia, conforme, Jorge Moreira, tem o “setting, um tipo de efeito social que compreende a seleção, disposição e incidência de notícias sobre temas que o público falará e discutirá. “A agenda é pautada por diversas conveniências do governo e da necessidade de verba de publicidade dos meios de comunicação”. “O que um canal de TV, um jornal ou uma revista postam, todos seus concorrentes seguirão a pauta”.

Como exemplo concreto relembro que o uso da mídia e do marketing foi largamente usado pelo governo petista, muito além de outros governos. Desse modo, Lula se tornou intocável, inimputável, sempre encaixado no papel de vítima. Criticá-lo era sacrilégio, crime de lesa-majestade, algo politicamente incorreto.

Eleito presidente da República na quarta tentativa, foi reeleito malgrado o escândalo do mensalão e, para provar que detinha quase a maioria do povo elegeu e reelegeu sua sucessora, uma façanha política e tanto.

O PT, que se disse puro, ideológico, capaz de mudar o que os outros partidos faziam de errado, continuou elegendo correligionários apesar de ter institucionalizou a corrupção. Os petistas haviam finalmente encontrado um bom marqueteiro que fazia a mágica.

Entretanto, uma das características da vida e das sociedades é o dinamismo e por um processo ligado a uma série de fatores mudanças acontecem mesmo em sistemas autoritários e totalitários. Nas democracias a insatisfação popular manifesta livremente é um dos fatores de mudança e nenhum governo resiste quando a economia vai mal.

Os governos Lula da Silva e Dilma Rousseff mergulharam o Brasil na pior recessão da nossa história. Como consequência aconteceu o impeachment na esteira da insatisfação popular. Atentos às suas necessidades de votos, parlamentares foram sensíveis à reivindicação de milhões de brasileiros que nas maiores manifestações já havidas no País foram às ruas pedir a saída de Rousseff.

O pior governo que o Brasil já teve esboroou com estrondo. Em vão o PT tentou chamar de golpe o que na verdade era resultado do inconformismo popular com o desemprego, a inflação, a inadimplência. Nas eleições municipais veio outro troco dos brasileiros: o PT perdeu 60% de suas prefeituras e Lula viu minguar seu prestigio.

Diante disto, lideranças petistas agora fazem cálculos para recuperar o enorme poder que já desfrutaram, mas sabem que só podem resgatá-lo mediante a volta à presidência da República do seu único candidato viável, Lula da Silva, em que pese este ser cinco vezes réu.

Apropriadamente surgiu uma pesquisa benfazeja mostrando Lula em primeiro lugar. Pesquisas podem funcionar como marketing, pois pessoas costumam votar em quem está no topo das escolhas para também sentirem vencedoras. O PT sabe disso e tem esperança de que seu líder volte a ser amado enquanto dirige o foco do ódio, que tão bem sabem manejar, para outras figuras como Temer, Alexandre de Moraes, a Polícia e até Trump, presidente dos Estados Unidos do qual não se deixa de falar mal um dia sequer.

Lula sabe instintivamente manipular sensações, emoções e desejos. Em 2018 tudo vai depender das circunstâncias, mas é bom lembrar do que escreveu Nicolau Maquiavel, em 1513, na sua eterna obra, O Príncipe: “Os homens são tão pouco argutos e se inclinam de tal modo às necessidades imediatas, que quem quiser enganá-los encontrará sempre quem se deixe enganar”.

*  Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga, autora entre outros livros do “O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a ética a malandragem” e “América Latina – em busca do paraíso perdido”.
mlucia@sercomtel.com.br

 

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  • João Luiz Mauad
  • 23 Favereiro 2017


(Publicado originalmente em www.institutoliberal.org.br)


 “A visão do governo sobre a economia poderia ser resumida em poucas frases curtas: ‘Se ela se movimenta, taxe-a. Se ela continua se movimentando, regule-a. E se ela para de se mover, subsidie-a.” (Ronald Reagan)

Conta a lenda que o governo britânico estava preocupado com o aumento do número de cobras venenosas em Delhi e ofereceu uma recompensa para cada cobra morta. Inicialmente, esta foi uma estratégia bem sucedida como um grande número de serpentes mortas em troca da recompensa. Com o passar do tempo, no entanto, empreendedores começaram a criar cobras para obter renda. Quando o governo descobriu a malandragem, o programa foi abandonado, fazendo com que os criadores de cobra fossem obrigados a desfazer-se delas. Como resultado, aumentou ainda mais a população selvagem de cobra na cidade.

Um incidente semelhante ocorreu em Hanói, no Vietnam, sob o domínio colonial francês, só que com ratos. O regime colonial criou um programa de recompensas que pagava um preço para cada rato morto. Para obter as recompensas, as pessoas teriam de fornecer o rabo do rato decepado. Depois de certo tempo, no entanto, funcionários coloniais começaram a notar a existência de muitos ratos vivos, embora sem caudas. É que os coletores de rato vietnamitas capturavam os ratos, cortavam-lhes as caudas e então os liberavam de volta aos esgotos para que pudessem procriar e produzir mais ratos, aumentando assim as suas receitas.

Lembrei do “Efeito Cobra” quando li hoje que O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (21), o substitutivo do Senado para o Projeto de Lei 252/07, que regulamenta o rateio da gorjeta. De acordo com o substitutivo, a gorjeta cobrada por bares, restaurantes, hotéis, motéis e estabelecimentos similares não é receita própria dos empregadores e se destina aos trabalhadores. Segundo o texto, as empresas precisarão anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no contracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual recebido a título de gorjeta. As empresas deverão anotar também na carteira o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referente aos últimos 12 meses. Além disso, as empresas deverão pagar os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à remuneração dos empregados.

Não precisa ser nenhum gênio para deduzir que o principal objetivo de mais esta lei é ARRECADAR, embora o texto procure demonstrar que o legislador estaria interessado em proteger e preservar direitos do trabalhador. Não é difícil prever que, quando esta lei entrar em vigor, restaurantes evitarão cobrar a taxa de serviço na conta, e as eventuais gorjetas somente serão aceitas em dinheiro vivo, um produto cada vez mais escasso no bolso do consumidor nesses tempos de moeda eletrônica, o que vai acabar prejudicando justamente aqueles a quem se pretende, pelo menos, da boca pra fora, beneficiar.

Outro efeito da nova lei será o aumento de demandas trabalhistas na já entupida justiça do trabalho de Pindorama, pois os garçons, quando demitidos, não raro recorrerão à JT atrás de indenizações sobre as gorjetas recebidas por fora e não lançadas na respectiva carteira pelo empregador.

Como bem sabem os meus dezessete leitores, tenho grande admiração pelo trabalho de Frédèric Bastiat, intelectual e político francês que viveu na primeira metade do Século IXX. Seus insights econômicos são fabulosos, sempre escritos de forma simples e didática, voltada aos leigos. Sua parábola da “vidraça quebrada” é tão educativa que deveria ser leitura obrigatória na primeira aula de qualquer curso de introdução à economia. Há nela inúmeras lições econômicas que, infelizmente, malgrado um tanto óbvias, costumam ser desprezadas ou esquecidas pelos formuladores de políticas econômicas. A principal delas é a Lei das Consequências não Intencionais.

Nas palavras do próprio mestre, esta lei nos diz que:
na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição, uma lei, não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos. Dentre esses, só o primeiro é imediato. Manifesta-se simultaneamente com a sua causa. É visível. Os outros só aparecem depois e não são visíveis. Podemo-nos dar por felizes se conseguirmos prevê-los… Entre um bom e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever.”

Se Bastiat fosse leitura obrigatória talvez a quantidade de bobagens e propostas de leis e políticas oportunistas e sem sentido fosse bem menor.
 

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  • Paulo Eneas
  • 23 Favereiro 2017

(Publicado originalmente em https://criticanacional.wordpress.com)

Em fevereiro do ano passado, durante as discussões da chamada Base Nacional Curricular Comum, surgiu a informação de que na proposta do então governo petista para mudança no sistema educacional do país estava a exclusão da obrigatoriedade do ensino de literatura portuguesa no ensino médio. A proposta obviamente gerou uma reação na sociedade, inclusive em Portugal, como se pode ver nesse artigo aqui do jornal português Diário de Notícias.

O portal Crítica Nacional ainda não existia na época. No entanto, o seu futuro editor publicou um texto no facebook tratando desse tema. O texto continua a nosso ver atual e o reproduzimos na íntegra logo abaixo:

O ensino de literatura portuguesa foi excluído formalmente do curriculum nacional. Dizemos formalmente por que na prática real da sala de aula ele já foi eliminado faz tempo. Da mesma forma como o ensino de literatura nacional já foi eliminado e substituído pelo ensino de uma pseudo-história literária do país. E a história nacional e universal propriamente ditas foram substituídas pela exibição de sequências temporais de exemplos de luta de classes e de injustiça social que supostamente marcam a trajetória da humanidade desde seus primórdios.

O ensino da norma culta do idioma foi substituído pela relativização de sua importância por meio da consideração do falar natural iletrado como fato social a ser apreciado. Por sua vez, o ensino dos rudimentos de ciências naturais deu lugar à pseudociência do ambientalismo embalada na vigarice pedagógica da multidisciplinaridade e estudo do meio, que nunca serviram para ensinar ciência a ninguém. E até mesmo o rigor lógico formal aparentemente intransponível da matemática foi corrompido por estratégias falaciosas de ensino envolvendo “contextualização” como pretexto para não se ensinar a disciplina como ela deve ser ensinada e aprendida.

A esquerda transformou o sistema educacional brasileiro no pior de todo o mundo razoavelmente desenvolvido, matando no nascedouro de uma geração qualquer possibilidade de nos constituirmos como civilização. Há décadas o sistema de educação nacional pública e privada tem servido tão somente para doutrinar segundo a agenda ideológica marxista da esquerda. A sala de aula tornou-se o lugar onde se reforçam estereótipos de vítima social ou de culpa por dívida histórica, conforme o segmento de renda do alunato atendido. A repetição desse estereótipos é feita sob o eufemismo de consciência social ou consciência crítica.

O objetivo último do sistema educacional brasileiro ao final do ciclo de estudos é que os educandos atinjam o mesmo padrão de idiotia de seus professores, que por sua vez já saem devidamente idiotizados das favelas de pensamento em que se transformaram os cursos de licenciatura das universidades brasileiras, incluindo as universidades públicas de mais prestígio.

O dia em que os brasileiros derrotarem a esquerda e conseguirem retomar as rédeas de seu destino na tentativa de se constituir como nação civilizada, o que ainda não somos e jamais seremos enquanto a esquerda estiver no poder, uma das primeiras medidas a serem tomadas será jogar no lixo tudo o que se fez e se produziu em termos de educação nas últimas duas décadas, pois nada do que foi feito nesse segmento nos últimos anos pode ser aproveitado.

Pelo contrário, a nossa miséria civilizacional se explica em grande parte pelo crime continuado de lesa pátria que a esquerda vem praticando nas últimas décadas desde que essa mesma esquerda tomou de assalto o sistema de educação nacional e deu início à marcha rumo à idiotia que nos transformou em pária entre as nações.

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