• Adolfo Sachsida
  • 13 Março 2017

(Pubicado originalmente em institutoliberal.org.br)

Começo esse artigo com uma pergunta bem simples: o que é pior um ladrão que rouba seu dinheiro para enriquecer ou um ladrão que rouba seu dinheiro para destruir a democracia?

Note que em ambos os casos você foi roubado. É fundamental não se esquecer disso. Contudo, no primeiro caso o ladrão usou seu dinheiro para satisfazer a si mesmo e a sua família. Já no segundo caso o ladrão usou seu dinheiro para comprar apoio político e, por meio desse roubo, se perpetuar no poder.

Por algum motivo absurdo vários políticos tem defendido que roubar para ficar rico é pior do que roubar para destruir a ordem democrática. Óbvio que qualquer pessoa de bom senso sabe que o correto é o contrário: roubar para destruir a democracia é muito pior do que roubar para enriquecer.

Quando um bandido te rouba para enriquecer você perdeu seu dinheiro. Quando um bandido te rouba para angariar apoio político você também perdeu seu dinheiro, mas agora corre o risco de perder também a democracia. Ora quando um bandido rouba seu dinheiro para angariar apoio político esse bandido está subvertendo a ordem democrática, está tentando obter um apoio político por meios ilegais, de maneira ilícita tenta chegar ou permanecer no poder. Resta evidente que quem assim o procede atenta contra a ordem democrática (além de roubar seu dinheiro do mesmo jeito).

Quando políticos tentam nos convencer que roubar para ajudar o partido (caixa 2 de campanha) não é tão ruim quanto roubar para enriquecimento pessoal, eles parecem acreditar que roubar para ajudar o partido a subverter a ordem democrática é um crime pequeno e inofensivo. Errado! Roubar é sempre errado, mas o ladrão que rouba para perverter a democracia é certamente muito pior do que o ladrão que apenas se enriquece com o roubo.

Vi alguns políticos dizendo que devemos separar o joio do trigo. Para eles roubar em detrimento da democracia é menos grave do que roubar para enriquecimento pessoal. Muito triste ver líderes políticos de expressão nacional defenderem esse atentado contra nossa ordem democrática.

Fica aqui o recado: pior do que ser ladrão é ser ladrão e golpista!

Para finalizar, preciso dizer que meu querido amigo Roberto Ellery escreveu algo parecido em seu Facebook. Certamente outros já alertaram sobre isso também, então não estou dizendo nenhuma novidade. Mas achei importante deixar o registro.
 

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  • Jenifer Castilho
  • 12 Março 2017

 

Primeiramente, o que significa "idiota útil"? Como a própria expressão diz, é alguém que é idiota (ou até mesmo inocente), porém é útil para alguma causa.

Quem usava essa expressão era um líder da esquerda chamado Lênin e se dirigia à manipulação ideológica causada pela doutrina socialista. Lênin contava com um grupo de propagandistas, pessoas normais, que davam apoio ao movimento socialista achando que estavam lutando por um mundo melhor. Acontece que quando não fossem mais úteis seriam mortos, exilados ou presos.

Um exemplo de idiota útil nos dias de hoje é um famoso deputado gay que se vestiu e homenageou Che Guevara. Será que ele sabe que Che apoiou os campos de concentração de Castro para os homossexuais? Campos que abrigavam todos aqueles que não se encaixavam na ideia do "homem novo". Gays, portadores de HIV, católicos, alcoólatras, todos eram mandados para o campo de concentração.

Houve uma ocasião também em que Che Guevara viajou para Argélia e visitou a embaixada cubana local, ao olhar os livros da estante se deparou com o Teatro Completo de Virgilio Piñera e disparou: "Como é que você pode ter o livro dessa bicha na embaixada?" E atirou o livro pela parede. (INFANTE, 1996, p.341)

Outro exemplo de idiota útil atual são os negros que defendem com unhas e dentes o famoso revolucionário Che Guevara, o mesmo autor da frase: "O negro indolente e sonhador gasta seu dinheirinho em qualquer frivolidade ou diversão, ao passo que o europeu tem uma tradição de trabalho e de economia que o persegue até estas paragens da América e o leva a progredir". Parece que Che não era politicamente correto, não é mesmo?

Quem nunca viu uma pessoa com uma camisa com o rosto de Che Guevara estampado nela? Se você perguntar ao indivíduo da camisa sobre esse homem histórico, ele provavelmente te responderá o que leu nos livros do MEC, que Che foi um famoso revolucionário socialista, argentino, defensor dos pobres e oprimidos.

O idiota útil não mencionará que, quando a revolução triunfou, Che ficou encarregado de uma prisão em Cuba chamada La Cabaña, na qual mandou fuzilar mais de quatrocentos cubanos. Noventa por cento deles eram presos de consciência, ou seja, simplesmente discordavam do sistema defendido por Che. Isso está historicamente documentado, inclusive na Argentina.

Che Guevara foi um assassino a sangue frio que colocava no paredão para ser fuzilados todos os que discordavam de seus ideais. Ironicamente, ele é o herói da esquerda brasileira, aquela que prega tanto contra a pena de morte e ao mesmo tempo defende o aborto. Vai entender!

Mas por que o idiota útil ao ser confrontado não te contará essas informações tão importantes? Simples, ele não as conhece! Ele só sabe o que a mídia diz e o que o livro do MEC afirma. Mas para não ficar apenas nas minhas palavras, coloco abaixo frases célebres do herói dos idiotas úteis:


1. "Fuzilamentos? Sim, fuzilamos e continuaremos fuzilando sempre que necessário. Nossa luta é uma luta [dedicada] à morte."

2. "O negro indolente e sonhador gasta seu dinheirinho em qualquer frivolidade ou diversão, ao passo que o europeu tem uma tradição de trabalho e de economia que o persegue até estas paragens da América e o leva a progredir."

3. "Meus amigos só são amigos quando eles pensam ideologicamente como eu."

4. "O ódio como fator de luta. O ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm que ser assim."

5. "Há que levar a guerra até onde o inimigo a leve: à sua casa, aos seus lugares de diversão; fazê-la total. Há que impedir-lhe de ter um minuto de tranquilidade, um minuto de sossego... atacá-lo onde quer que se encontre; fazê-lo se sentir uma fera acossada por cada lugar que transite."


6. "Asseguro a vocês que se [Jesus] Cristo cruzasse meu caminho eu faria o mesmo que Nietzsche: não hesitaria em esmagá-lo como um verme."

7. "Os jovens devem aprender a pensar e agir em massa. É criminoso pensar como indivíduos."

8. "Como é que você pode ter o livro dessa bicha na embaixada?"

Pois é, essas frases não foram ditas por Jair Bolsonaro, por Hitler, por Osama Bin Landen, por Brilhante Ustra ou por Donald Trump. Foram ditas por Che Guevara.

Antes de você criticar Jair Bolsonaro por ter saudado o Coronel Brilhante Ustra (aquele que você nem sabe quem foi), deixe sua hipocrisia de lado e jogue fora sua camisa do assassino Che Guevara. E antes de querer lutar por um mundo melhor, arrume sua própria cama.

É preciso ler os livros que Che escreveu e não o que se escreve sobre ele.

FONTES:
1) Discurso de Che Guevara na ONU em 1964; 2) "Diario de Motocicleta – Notas de Viaje Por América Latina", Che Guevara; 3) "Mi hijo el Che", Ernesto Guevara Lynch; 4) Mensagem de Che à "Organización de Solidaridad con los Pueblos de Asia, Africa y América latina", Abril de 1967; 5) Mensagem de Che "aos Povos do Mundo Através da Tricontinental", 19676) "Che – El argentino que quiso cambiar el mundo", Pacho O'Donnell;7) Diario de la Sierra Maestra (citação em "Hijos del retrogresismo", Fundación para el Progreso)8) "Mea culpa", Guillermo Cabrera Infante.
Comentário do blog: recomendo também esse meu vídeo sobre essa figura asquerosa, esse porco assassino que é idolatrado pelos idiotas úteis de esquerda:

Ver link : https://www.youtube.com/87 3106a4-c6cf-487f-b085-f8ebf367 0775
 

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  • Paulo Antônio Briguet
  • 12 Março 2017


(Publicado originalmente na Gazeta do Povo e no Diário de Londrina)

No dia 5 de março de 1953, morria Josef Stalin. O ditador soviético sofreu um derrame na sua casa de campo, mas só foi atendido com 12 horas de atraso. Entre os assessores e seguranças, ninguém ousou chamar um médico sem a anuência do líder (até porque os últimos médicos a atendê-lo estavam presos e sendo torturados, sob denúncia de conspiração).

Quando, enfim, chamou-se uma equipe clínica, os médicos tremiam ao examinar o tirano semiconsciente. Era tarde demais. Logo Stalin deixou o mundo para entrar na história, aos 73 anos. Roubara antes 20 milhões de vidas.
Nos funerais de Stalin, houve choro e ranger de dentes. Enquanto Béria, Kruschev, Malenkov, Kaganovich e outros iniciavam uma luta de morte pela sucessão no Estado, milhares de súditos soviéticos acotovelaram-se para dar adeus ao líder. Houve pânico e pisoteio. O corpo embalsamado de Stalin ficaria exposto no Mausoléu de Lenin por alguns anos.
Numa aula magistral, o filósofo Olavo de Carvalho falou certa vez sobre a ideia de conversão. Segundo ele, a diferença entre a vida e a morte encontra-se na dimensão proporcionalmente ocupada pelo espírito. Em vida, o espírito é um ponto isolado entre sensações, desejos, temores, enganos, lembranças, impulsos. Depois da morte, a equação se inverte: o mundo material torna-se uma ilha perdida no mar do espírito.

Não nos é concedido o direito de especular sobre a salvação ou perdição de um ser humano; esse é um mistério que pertence a Deus. Mas podemos imaginar que a conversão de um ditador pela morte seja, no mínimo, uma experiência traumática. Ao homem que mantém um grande poder sobre o mundo material certamente não agradará ser reduzido a um pontinho na dimensão do espírito. As multidões podem chorar à vontade: não adianta. O Guia Genial dos Povos está morto.

A doença e a morte não são as únicas semelhanças entre um ditador e seus súditos. Morre a pessoa do ditador, mas não morre o ditador dentro das pessoas. Os seguidores continuam a pensar e agir conforme os esquemas mentais do líder. Querem calar ou prender quem pensa diferente; veneram o Estado; defendem a censura (ou “controle público da mídia”); exigem respeito absoluto aos símbolos pátrios; pretendem dar lições de cidadania ou educação moral e cívica; confundem crítica ao governo com ofensa ao país; identificam opositores como “inimigos do povo”.

Hugo Chávez morreu no dia 5 de março de 2013, exatamente 60 anos depois de Josef Stalin. São líderes diferentes, sem dúvida. Mas ambos foram pranteados por multidões e tiveram os corpos embalsamados. Pessoalmente, não acredito em coincidências; acho que Deus estava querendo passar uma mensagem com a repetição de datas e cenas. Talvez Ele esteja mostrando que algumas coisas permanecem iguais.
 

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  • Benê Barbosa
  • 11 Março 2017

 


Tempos atrás Reinaldo Azevedo se posicionou, em seu programa Os Pingos nos Is da Rádio Jovem Pan, contra a revisão e modificações no chamado Estatuto do Desarmamento. Seu posicionamento ocorreu depois que o MBL, Movimento Brasil Livre, de quem Reinaldo foi fã até pouco tempo atrás, colocou a revogação do malfadado estatuto como uma das pautas das manifestações do próximo dia 26. Na época cheguei até a rascunhar um texto, mas o argumento do articulista da Veja era tão pífio e surrado que resolvi deixar para lá.

Acontece que para a infelicidade – dele, não a nossa! – ele resolveu voltar ao assunto e se aprofundar, ou melhor, se afundar de vez. Iniciou sua fala reafirmando que é contra modificações na lei atual e, na sequência, com a sua notória megalomania, afirmou que foi o primeiro e mais importante jornalista a se posicionar pela não proibição da venda de armas no referendo de 2005. Acontece que ele não foi nem o primeiro, muito menos o mais importante! Aliás, tive que vasculhar a Internet atrás de um tal “debate” que ele disse ter participado no jornal Estadão, “debate” que Bruno Paes Manso chama de bate-papo com o Coronel José Vicente. Reinaldo deu sorte devido ao seu oponente, pois o coronel é fraquíssimo no assunto. Se tivesse pego pela frente o Denis Mizne, por exemplo, seria destroçado. O fato é que o posicionamento de Reinando de Azevedo foi tão insignificante que não me lembro de nada durante toda a campanha da qual participei e até mesmo antes do referendo estar oficializado. O posicionamento de Diogo Mainardi teve repercussão. O posicionamento de Diego Casagrande foi importante. A capa da Veja foi importante embora, posteriormente, ela tenha mudado de lado(1). O posicionamento de Jô Soares foi importante. Desculpe, mas o de Reinaldo Azevedo foi praticamente irrelevante e ele pode ter o chilique que for que não mudará esse fato.

Foquemos agora em dados e fatos! Maldito fatos! Azevedo afirma, ao criticar uma fala de Onyx Lorenzoni, que desarmamento não está vinculado a governos totalitários e cita a Venezuela como exemplo! Não, eu não estou brincando. É um ignorante em história ou mente descaradamente. O jornalista, ao que parece, não lê nem mesmo a revista que o abriga e paga seu salário, a qual, no dia 19 de dezembro de 2011, publicou a seguinte matéria: Desarmamento une chavistas e oposição na Venezuela(2). Em 30 de janeiro de 2012, a ONG Viva Rio publicou em seu site: “Viva Rio participa de desarmamento na Venezuela”(3). Essa ONG é uma das responsáveis pela criação do Estatuto do Desarmamento no Brasil e foi para Venezuela criar uma legislação semelhante pelas mãos “democráticas” de Hugo Chávez. Recentemente, em 2014, já sob o jugo do ditador Maduro, o país lançou-se em uma campanha de desarmamento “voluntário” da população venezuelana(4).

Não parou por ai! Reinaldo afundou mais ainda no assunto e usou o Japão, a Alemanha e a Suécia como exemplos de países desarmamentistas que não possuem estados totalitários. Japão é o lugar comum dos desarmamentistas sem argumentos e eu já desnudei essa mentira no artigo “Japão: desarmamento, opressão, dominação e a incapacidade de defesa de uma nação”(5), no qual mostro que hoje o Japão não tem um governo totalitário, mas que o desarmamento e a manutenção dessa política ocorreram por mãos de governantes totalitários! Que tal um pouquinho de história, senhor “quatro empregos”? Ah! E nem venha com a história para boi dormir que essa política desarmamentista é responsável pela baixa criminalidade naquele país, será apenas mais uma mentira que já citei no artigo “Atenção BBC, Globo e Folha: Desarmamento não é responsável pela baixa criminalidade no Japão, mas vocês sabem muito bem disso!”(6).

E aí? Vamos afundar mais? Vamos! Suécia e Alemanha embora tenham leis mais restritivas que os EUA, por exemplo, são uns dos países mais armados do mundo! Na Suécia há quase 2 milhões de armas, em especial fuzis e espingardas, nas mãos de civis para uma população de menos de 10 milhões de habitantes. De acordo com a Small Arms Survey (uma organização francamente favorável ao desarmamento) o tranquilo país é o 10º mais armado do mundo(7). A Alemanha tem aproximadamente 26 milhões de armas em circulação e figura entre os 20 mais armados do planeta. Reinaldo desconhece ou esconde que a política desarmamentista alemã floresceu pelas mãos do “democrata” Adolf Hitler, que utilizou e ampliou a legislação criada na República de Weimar para massacrar seus oponentes. Fica a dica do livro “Gun Control in the Third Reich: Disarming the Jews and 'Enemies of the State”, autoria de Stephen P. Halbrook(8).

Por último, mas não menos importante, a grande mentira ou ignorância: Mais armas significam mais morte e ponto final, decretou o Rei! Neste ponto a preguiça me toma. Quem em sã consciência pode ainda afirmar isso? Até mesmo a ONU em seu relatório “2011 Global Study on Homicide” (9 e 10), realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), entendeu que não há relação causal entre armas e mortes. Se isso fosse verdade, como se explicaria o fato do Uruguai, o 9º país mais armado do mundo (7) ter a segunda menor taxa de homicídios da América do Sul? Nos EUA onde milhões de armas são vendidas anualmente, os homicídios estão em queda há duas décadas(11)!

O jornalista ainda fala em aumento de mortes acidentais e mostra mais uma vez o apelo ao simplismo e ao simplório, pois nem sempre isso se reflete em uma verdade inexorável. Mais uma vez os EUA é a prova disso, uma vez que desde 1981 o número envolvendo acidentes com armas desabou, saindo de quase 2 mil casos para pouco mais de 500(12). Ao que se deve isso? À restrição é que não é! Nunca se vendeu tantas armas lá quanto se vendeu desde a década de 90. De 1990 até os dias atuais foram comercializadas mais de 170 milhões de novas armas em solo americano.

Legítima defesa com armas é exceção, afirma aquele que tem “40 milhões de ouvintes”. É mais uma afirmação falsa ou confirmativa da ignorância do articulista. Uma das únicas pesquisas comprovadamente sérias a esse respeito foi realizada pela equipe do Dr. Gary Kleck, criminologista da Universidade Estadual da Flórida, que descobriu que armas são usadas em legítima defesa aproximadamente 2,5 milhões de vezes por ano nos EUA. Essa e outras conclusões estão no livro “Armed Resistance to Crime: The Prevalence and Nature of Self-Defense with a Gun”(13).

O que Reinaldo faz é afirmar que os estudos de John Lott, Gary A. Mauser, Joyce Lee Malcolm, Gary Kleck (estudos inclusive aceitos pela ONU), Thomas Sowell e outros tantos não passam de falácias… Tenho certeza de que ele pode comprovar onde estão as tais falácias em todos os livros e estudos desse pessoalzinho aí. Faça o trabalho que todos os desarmamentistas do mundo não conseguiram fazer.

E já encerrando, a pior MENTIRA de todas, a lei não impede ninguém de adquirir legalmente armas no país, bastando atender à legislação vigente. Não vou nem me prolongar nesse ponto para falar sobre uma lei que recebeu o nome de Estatuto do DESARMAMENTO! Aquele que um dia foi chamado de Tio Rei agora parece se contentar com a posição de Bobo da Corte da esquerda Fabiana. Restam, então, duas opções: assumir sua ignorância sobre o assunto ou sua desonestidade intelectual, mas sei que teremos apenas, e no máximo, mais um chilique, o apontamento de uma vírgula fora do lugar ou o infame “vá ler Machado de Assis”!

1 - http://mvb.org.br/veja.php

2 - http://veja.abril.com.br/mundo/desarmamento-une-chavistas-e-oposicao-na-venezuela/

3 – http://vivario.org.br/viva-rio-participa-de-desarmamento-na-venezuela/

4- http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/09/venezuela-lanca-plano-nacional-para-desarmamento-de-civis.html

5 – http://www.cadaminuto.com.br/noticia/294802/2016/11/01/japao-desarmamento-opressao-dominacao-e-a-incapacidade-de-defesa-de-uma-nacao

6- http://www.cadaminuto.com.br/noticia/297722/2017/01/09/atencao-bbc-globo-e-folha-desarmamento-nao-e-responsavel-pela-baixa-criminalidade-no-japao-mas-voces-sabem-muito-bem-disso

 

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  • Fábio Pereira
  • 11 Março 2017

 

Em nós, entre nós. Acima e abaixo também. Tão próximo de nosso mais íntimo coração e perdido entre as nuvens, longe. Despertando nossa repulsa e nosso encantamento a todo o momento. Eis a natureza do Poder: a realidade de um fascínio.

Em seu livro Uma breve teoria do poder, o jurista, cientista político e homem público Ives Gandra Martins se propõe a contribuir para a apreensão do fenômeno do Poder, e o faz dentro um dos veios teóricos mais marcantes da tradição política ocidental: a tradição cética. Há na obra luzes claras de autores como Santo Agostinho, Montaigne e Locke.

O jurista paulista não tem a pretensão constitutiva de um outro cético, Montesquieu, com quem dialoga constantemente ao longo da obra. Gandra não pretende, como o barão francês, criar mecanismos que expressem e, ao mesmo tempo, contenham o poder, refreando o ímpeto natural do homem para o exercício do domínio. Seu trabalho é o de um minucioso anatomista: guiado (mesmo que para contrariá-los) por autores clássicos como Platão, Hobbes, Maquiavel e Kant e modernos como Hart, de Jouvenel e Rawls, esmiúça o corpo frio da história políticaem busca do proceder, das “astúcias” e da moralidade de democratas (e Gandra é um legítimo democrata), ditadores e toda sorte de aventureiros do poder na procura dessa joia de que se servem. Ives Gandra Martins emula com precisão o brilho fascinado nos olhos dos desejosos do poder ao longo da história: de Psístrato a Hitler, de Luís XIV a Fidel Castro.

Como jusnaturalista assumido, Gandra Martins postula a existência de uma ordem transcendente e justa, mas reconhece, e aí entra seu veio cético e conservador, que essa ordem se manifesta de forma sempre precária na história e que nela influem a natureza do homem, nem anjo nem demônio, e a força muitas vezes arrebatadora dos fatos políticos.

Em seu bom livro, apresentado em competente trabalho da Livraria Resistência Cultural Editora, Ives Gandra Martins informa ao leitor que o trabalho do estadista é buscar,dentro do possível,saber “a natureza íntima da justiça e da verdade” na política, mas que, no calor da política ordinária, bom mesmo ésaber “com que roupas elassaíram para dançar esta noite”.


Fábio Pereira é advogado e acadêmico de Medicina.
 

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  • Guilherme Fiuza, O Globo
  • 11 Março 2017

 

 

A Lava-Jato perdeu a chance de se tornar a principal instituição feminista do país prendendo Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher. A delação da Odebrecht está confirmando o óbvio — que ela sabia de tudo ("tudo", no caso, significando o maior assalto aos cofres públicos da história). Mas Dilma continua à solta, e isso nem é o mais grave. A mesma delação está servindo ao papo de que a corrupção iguala todo mundo. O Brasil está louco para ser depenado de novo — e ele é bom nisso.

"A delação da Odebrecht mostra que os que derrubaram a Dilma praticaram a mesma corrupção que ela", decretou no rádio um desses companheiros fantasiados de comentaristas. Claro que não gastaremos uma linha explicando a esses militantes que quem derrubou a Dilma foi a Dilma, o PT e esse amor atávico deles pelo dinheiro dos outros. Eles sabem — com profundo conhecimento de causa.

Aí vem outro dizer que, à luz das revelações redentoras da Odebrecht, o caixa dois do Lula é igual ao do Fernando Henrique. É a preparação perfeita do "fora todo mundo", relativizando as obras completas do PT. Se já apareceu até gente tentando relativizar o holocausto, por que não relativizar o petrolão?

Também não vale gastar meia linha para explicar que Lula e Dilma, os presidentes da Lava-Jato, botaram o Estado brasileiro em cima do balcão, amordaçado. Há uma dinastia de tesoureiros petistas presos por esse detalhe. A maior empresa do país foi à lona por esse detalhe. Um pedaço do PIB foi gentilmente conduzido pelo bando governante ao seu sistema particular de arrecadação. Ninguém jamais havia sequer tentado algo parecido, porque o Brasil jamais havia sido governado pelo filho do Brasil — o herdeiro natural de tudo. Com lenda não se mexe.

O "fora todo mundo" quer que você ache que todos são iguais perante a planilha da Odebrecht. Estão loucos para ressuscitar a sentença mensaleira do herdeiro solitário: caixa dois todo mundo faz.

A história do assalto sem precedentes do PT precisa ser retocada porque a narrativa coitada não pode morrer. É que nem tráfico de drogas: virou indústria, meio de vida para muita gente. O sistema simplesmente não deixa acabar. Imagine se a plateia descobre, de repente, que a Gleisi Hoffmann propôs greve de sexo no Dia da Mulher apenas porque ela ganha a vida assim (não com o sexo, com a greve).

Seria duro demais para o país admitir, enfim, que todos esses revolucionários progressistas são só gigolôs da bondade — conforme a Lava-Jato, que indiciou Gleisi Hoffmann, já esfregou na cara dos brasileiros. Assim como a maconha e a cocaína, a hegemonia politicamente correta dá dinheiro — e dá onda. No auge da alucinação, produziu Dilma Rousseff. O Brasil fumou (e tragou) esse protetorado melancólico de Lula como símbolo de afirmação feminista e maternal. Essa era da boa.

E segue o baile. No Dia Internacional da Mulher, quem fala é Gleisi Hoffmann e a patrulha nostálgica dos anos Dilma — que levou ao poder Erenice, Idely, Iriny, Rosemary, Rosário, Jandira e grande elenco empoderado. Após o golpe do homem branco, velho, fascista e do lar, sabem qual é o perfil do poder feminino no país? Maria Silvia Bastos Marques. Sabem o que ela faz? Preside o BNDES, um dos maiores bancos públicos do mundo. Sabem o que ela está fazendo lá? Salvando o banco (e o seu dinheiro) do desastre perpetrado pelo governo bandido das companheiras empoderadas.
Cada nação tem o símbolo feminino que merece. Maria Silvia não surgiu à sombra de máquina partidária nenhuma, não ganhou notoriedade com proselitismo vagabundo nem batendo boca com político machista para se vitimizar. É independente, poderosa por suas virtudes, bela, elegante e ética. Claro que não fez o menor sucesso no Dia da Mulher.

Ao contrário: o que se viu foram notinhas plantadas na imprensa sobre empresários reclamando do BNDES — ou seja, tentando fritar Maria Silvia. São aqueles que mamaram nos 13 anos da DisneyLula, período em que o banco foi para as páginas policiais suspeito de operações obscuras no Brasil e no exterior. Lula é réu por tráfico de influência internacional envolvendo a Odebrecht e o BNDES. Imaginou a pressão sobre Maria Silvia? Pois é. Agora volte ao noticiário sobre a greve de sexo da Gleisi Hoffmann e disparates do gênero, porque é isso o que o Brasil tem para te oferecer na semana da mulher.

Um simpático deputado do PSOL foi ao jantar dos 50 anos de carreira de Ricardo Noblat. A patrulha flagrou-o conversando sobre vida real com Temer e Aécio. O pobre homem teve de se ajoelhar perante seus fiéis, jurando que continuava puro — e já arrependido. Quase ao mesmo tempo, o Ministério Público denunciava o PSOL pela criação de um núcleo partidário dentro do Colégio Pedro II. É a pureza de resultados.

Dizem que a MPB está entre Lula e Ciro Gomes para 2018. Viu como a lenda coitada tem sete vidas? Então preste atenção, porque caixa dois de reputação a Lava-Jato não pega.

* Guilherme Fiuza é jornalista

 

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