(Publicado originalmente na Tribuna da Internet)
O novo ministro do STF, Alexandre de Moraes, está herdando um arquivo com mais de 7,2 mil ações. Mas Brasil inteiro não deveria possuir 200 ações supremas, embora o estoque já seja de quase 60 mil processos. Evidente que esses processos não são supremos; só alguns, poucos, talvez uns 30 ou 40 sejam realmente supremos, isto é, que cuidem do interesse de todo o Brasil-brasileiros.
A historinha da “coisa julgada” – outra inconstitucionalidade que ainda abordarei noutro dia – leva a isto e o Supremo se torna desaguadouro de tudo o mais que se julga de Brasil afora. Negar mínima valia a coisa ainda-não-julgada reduz as instâncias – 1ª (juiz), 2ª (tribunal) e 3ª (STJ) – a valor zero com este fruto: o acusado, “inocente” a praticar novos crimes, em vez de afastado do convívio social. E, pior: o exemplo aos circunstantes de que ninguém será jamais preso.
Nos States, o médico que empanturrou Michel Jacskson de porcarias saiu do juri algemado, preso, e já cumpriu a pena. Aqui uma decisão singular (inconstitucional porque singular não é da corte suprema) manda soltar o goleiro Bruno condenado pela morte da mulher. De que valeu aquele juri? (o gato enterrou) Não é assim em nenhum lugar do mundo; nem era assim no Brasil: o valor zero à coisa-ainda-não-julgada é a Lei Fleury transposta para a Constituição Federal. Os professores não sabem disto ou, de má-fé, fazem que não sabem. Então, quanto mais demorar nessas instâncias que não produzem a coisa julgada, melhor.
O grande advogado não é aquele que comprova o bom direito do seu cliente – rapidez à inocência -, mas o aquele o mantém solto até a morte; morrem ambos, advogado e acusado e ninguém conclui a “coisa julgada”. Devíamos extinguir todos esses tribunais e foros e dar entrada direto no supremo (que não é, na prática, um tribunal supremo), mas, pelo menos em tese, produz a coisa julgada… no dia de São Nunca.
Podemos concluir, do jeito que está, que o STF é o tribunal do foro privilegiado e da coisa-julgada? Sim, com certeza! Não percebemos que o rei está nu? Está bom assim? Do ponto de vista da proteção ao pacto social não está não. Renan livre, leve e solto com doze processos e inquéritos no raibo e não lhe sai uma cautelar para dar um basta. Renan? Desculpe-me ele; e todo o resto, não apenas ele, mas um balaio imenso, o congresso quase inteiro.
O Brasil é inconstitucional. A CF/88 é inconstitucional, com violação do pacto social que impõe seja o perturbador afastado, em prol da sociedade justa. O mais engraçado, em termos de foro especial, é o roteiro da audiências: o juiz de 1º grau tapa os ouvidos, amordaça a boca do réu e paralisa a mão do escrivão quando este menciona um medalhão do foro especial; o TSE faz o mesmo, vide ministro Herman Benjamin, recente, quando um depoente mencionou outro crime de um medalhão do STF.
O Supremo, o que faz? Todos esperamos que o presumidamente inocente morra ou o suposto crime prescreva. Enquanto isto, ó! Trump não tem foro privilegiado. Aqui, Sarney e mais não sei quantos mil, sim. Claro que o modelo – intencional ou não – é feito para jamais produzir a sociedade justa que pactuamos no artigo 3º da própria Constituição.
(Publicado oroginalmente em rodrigoconstantino.com)
Tem um colunista tucano espalhando de forma histérica por aí que a “direita xucra” fez renascer das cinzas o PT e a esquerda radical. Ele trata isso como um “fato inquestionável”, mas não é um fato, e é absolutamente questionável. Não só que a esquerda radical “ressuscitou”, como alegar que a culpa disso é da tal “direita burra”, ao desmoralizar a política como um todo.
Lula como favorito nas pesquisas é um mito criado pela imprensa, que não soube ou não quis analisar direito as pesquisas. Quase 70% dos entrevistados ainda estavam indecisos! Ou seja, Lula é o favorito entre os menos de 30% que decidiram. E, como sabemos, petistas são petistas: casam com o Capeta não importa o que aconteça!
O PT sempre teve esses 20 a 25% do eleitorado, historicamente falando. É a base xiita do partido, os fanáticos da seita, os alienados que poderiam ver Lula esquartejando uma criança em praça pública que continuariam justificando e defendendo seu “guia”. Que raios de favorito é esse que não consegue sair nas ruas, frequentar um restaurante ou um aeroporto, pois sabe que será vaiado e xingado por quase todos? Um favorito que só pode falar para uma claque atraída por mortadela? Ou que junta 400 “intelectuais” para apoiá-lo? Isso até esse colunista conseguiria fazer! (Se bem que se continuar assim não terá nem mais 400 leitores em breve).
O articulista, portanto, usa um artifício desonesto para vender a ideia de que Lula está com tudo, conquistando mais e mais adeptos, com enormes chances de levar 2018, e faz isso pois seu verdadeiro alvo é Jair Bolsonaro, o que fica claro pela quantidade de ataques proferidos. Ele passou a dedicar uns 99% do seu tempo para atacar o deputado e seus seguidores, todos incluídos na tal “direita xucra”. Tudo aquilo que não é PSDB se torna automaticamente “extrema-direita”, exatamente como faz… a extrema-esquerda! E João Doria que se cuide: se tentar se mostrar muito independente e liberal, atropelando os caciques partidários, vai virar alvo do homem também, será “serrado” por sua língua afiada e afetada.
Mas se Lula não está exatamente vivo e ameaçador, há verdade na denúncia de que a esquerda radical ainda representa um perigo. Só que isso não é responsabilidade daqueles que saem às ruas para defender a Lava Jato, como diz o escriba, e sim da continuação da crise econômica. É verdade que Temer tem feito um governo razoável de transição, colocado boas reformas em pauta, ainda que insuficientes. Mas a recuperação leva tempo, e é lógico que a oposição à esquerda se utilizaria disso para gritar: “Eu falei! Foi golpe e nada mudou! A crise é culpa deles! Você estava desempregado quando Lula era presidente?”
Essa mentira era esperada, pois a esquerda radical vive de mentiras e inversões. Mas o sujeito em questão está totalmente errado se pensa que uma defesa cega e incondicional ao governo Temer, apoiado pelos tucanos, faria esse risco desaparecer. Nada mais falso. A esquerda, que nunca morreu, ganha alguma força novamente porque a crise não ajuda nunca a situação, e sim a oposição. Sempre.
Ciro Gomes ou Marina Silva são ameaças reais, justamente por conta disso. Não tem a ver com Bolsonaro e a direita das redes sociais e das ruas. Na verdade, estou seguro de que Ciro prefere enfrentar um tucano da velha guarda em vez de Bolsonaro ou qualquer outro representante da direita. E desconfio de que, no fundo, o radialista saiba disso. Mas está apavorado com essa direita. Com qualquer direita. Não com a volta do PT, mas com a ascensão da direita, ocupando o espaço do seu PSDB querido, que ele pensou estar livre após a queda do PT.
Não me entendam mal: não sou daqueles que jogam o PSDB na mesma vala suja do PT. Tenho implicância com a postura pusilânime dos tucanos quando se trata do PT, e condeno seu modelo socialdemocrata de centro-esquerda. Mas tenho vários textos defendendo que é um erro achar que FHC e Lula são iguais, ou que Aécio Neves faria o mesmo estrago que Dilma fez. Balela!
É claro que prefiro o PSDB ao PT! O PSDB é a esquerda civilizada, democrática, mais moderna, nos moldes europeus ou do Partido Democrata americano. Tem até mesmo um papel importante a cumprir no debate democrático, em minha opinião. Ao contrário do PT, o atraso total, o socialismo tosco, o bolivarianismo. Esquerda herbívora contra carnívora, socialismo “light” contra o “hard core”. Há diferenças sim, e grandes!
Daí a achar que o PSDB é o máximo permitido à direita na política nacional vai uma longa distância. O PSDB tem que ser o extremo à esquerda, enquanto partidos realmente de direita, liberal ou conservadora, deveriam surgir para ocupar esse vácuo, esse espaço vazio de hoje. O colunista de vários empregos não quer isso, não aceita isso. Bate o pezinho e dá chilique se alguém mais à direita do PSDB aparecer em cena.
Ele precisa defender o seu PSDB a todo custo, e não como uma opção legítima de centro-esquerda, mas como a “direita civilizada”, a “única direita”, a “verdadeira direita”. Tudo mais à direita dos tucanos deve ser considerado “extrema-direita”, exatamente como faz a mídia e os partidos radicais de esquerda. Isso é inaceitável e extremamente prejudicial ao liberalismo no país.
A esquerda, portanto, não morreu para ser ressuscitada pela “direita xucra”. Ela sempre esteve aí, em sua versão radical (PT, PSOL, REDE) e sua versão mais light (PSDB, DEM, sendo que ambos tem algumas exceções isoladas mais à direita mesmo). Agora, pela primeira vez, surge uma direita mais conservadora organizada, e isso assusta muito o tucanato. Com razão!
O povo brasileiro quer mudanças para valer, não a volta de uma esquerda mais suave ao poder. Se isso acontecesse, haveria até algum progresso, já que sairíamos de uma base muito baixa, da terra devastada deixada pelo PT, para medidas com bom senso que apontam na direção do liberalismo. Mas é se contentar com muito pouco achar que o PSDB, ainda mais nos seus velhos caciques, é o mais moderno que temos a oferecer, e o mais “direitista”. Isso é piada!
Rodrigo Constantino
(Publicado originalmente na Folha de Londrina)
"O especialista é um conspirador contra os leigos", dizia George Bernard Shaw. Se vivesse hoje em dia, o escritor irlandês talvez fosse mais longe: "O especialista é um conspirador contra a realidade". De fato, a teimosia dos especialistas atuais em negar o bom senso, a sabedoria perene e a evidência cotidiana é coisa de deixar o próprio Shaw sem palavras.
Há dois tipos de especialistas: o autêntico e o ideológico. O primeiro ajuda os cidadãos comuns que não dispõem de conhecimento em alguma área. Trata-se da pessoa certa na hora certa: o chaveiro quando você perde a chave; o dentista quando você está com dor de dente; o pediatra quando seu filho adoece; o contador na hora de pagar impostos; o bombeiro quando há fogo; o salva-vidas quando alguém está afogando; o tradutor quando você não entende um idioma; o engenheiro quando você quer construir uma casa. Abençoados sejam os especialistas que fazem parte da solução.
Mas há aquele outro tipo de especialista: o ideológico, o politicamente correto, antigamente chamado fariseu ou sofista. O cara que adora "problematizar". Traz os problemas, nunca as soluções. Mesmo quando aponta saídas, estas acabam por se tornar mais complicadas que o problema original. Como dizia minha mãe: "Fica pior a emenda que o soneto".
Como, então, diferenciar os especialistas em solucionar e os especialistas em problematizar? Em primeiro lugar, desconfie do especialista que se apresenta como especialista. O verdadeiro conhecedor não precisa usar essa denominação. Beethoven não é especialista em sinfonia, Sócrates não é especialista em filosofia, Fernando Pessoa não é especialista em poesia. O título muitas vezes funciona como disfarce para o palpiteiro.
Outra forma de separar o joio do trigo é verificar se as palavras possuem algum vínculo com a realidade mais óbvia. Se um especialista teima em dizer que pichação é arte, e a maioria esmagadora das pessoas entende que é vandalismo, o problema está com o especialista, não com as pessoas. O prefeito de São Paulo, João Dória, recentemente desmascarou palpiteiros midiáticos com uma simples frase: "Eu fui eleito pelo povo, não por especialistas".
O problema é que as universidades brasileiras, especialmente nos cursos de humanas, têm produzido especialistas cuja principal diferença em relação aos leigos é ter lido meia-dúzia de ideólogos esquerdistas. O resultado aí está: passam a ditar regra na mídia os doutores em pensamento mágico, os mestres em autoengano, os experts em mimimi e os PhDs em panfletagem travestida de ciência. Quando mais precisamos de um esclarecimento substantivo, mais eles oferecem clichês adjetivos. E com a mãozinha no queixo, em sinal de superioridade.
A realidade é coisa muito séria para ficar na mão dos especialistas que vendem sinceridade, mas entregam fingimento. Leigos do mundo, uni-vos!
Fale com o colunista: avenidaparana @ folhadelondrina.com.br
(Publicado originalmente em institutoliberal.org.br)
Este artigo tem um único objetivo: classificar a tendência ideológica dos diferentes partidos políticos brasileiros de acordo com seu estatuto e/ou seus principais representantes. Note ainda que em nosso pais os partidos não costumam ser muito firmes em suas convicções ideológicas. Dessa forma é comum termos políticos de esquerda filiados a partidos de direita, e vice-versa. Devido a seu tamanho e amplo espectro político, o PMDB foi classificado como sendo tanto de centro direita como de centro-esquerda. Entre parênteses o número de deputados federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PMDB foram alocados 33 deputados federais para centro-direita e outros 32 para centro-esquerda.
• Partidos de extrema esquerda: PCdoB (10), PSTU, PCB, PCO, PSOL (5). Total = 15
• Partidos de esquerda: PT (68), PSB (34), PTB (25), PDT (20), PPS (10), PTdoB (2), PTN (4), PPL, SD (15), REDE (formado depois da eleição de 2014). Total = 178
• Partidos de centro esquerda: PMDB (32), PSDB (54), PRP (3), PV (8), PP (38), PHS (5), PSD (36), PEN (2), PROS (11), PMB (formado depois da eleição de 2014). Total = 189
• Partidos de centro direita: PMDB (33), DEM (21), PTC (2), PSC (13), PMN (3), PRB (21), PR (34). Total = 127
• Partidos de direita: PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), NOVO (formado depois da eleição de 2014). Total = 4
• Partidos de extrema direita: nenhum.
Claro que outras divisões são possíveis, poderíamos por exemplo dividir os partidos entre conservadores, liberais, e progressistas (socialistas). Mas os pontos que quero ilustrar permaneceriam essencialmente os mesmos, quais sejam, a inexistência de um único partido político de extrema direita, e o amplo domínio dos partidos de centro esquerda e esquerda.
Como inexistem partidos de extrema direita no Brasil, os candidatos de direita e centro direita acabam sendo taxados de radicais e extremistas. Não é raro a imprensa taxar candidatos de direita como sendo ultraconservadores ou radicais de extrema-direita. Isso ocorre em decorrência direta do fato de que nosso espectro político esta muito viesado para a esquerda. Isto é, qualquer um mais a direita do PSDB já é imediatamente rotulado como um radical de extrema-direita. Já na outra ponta, a existência de vários partidos de extrema esquerda faz com que partidos de esquerda e centro esquerda pareçam moderados. Daí você nunca ouvir na imprensa o termo radical de esquerda para designar membros do PT ou do PSDB por exemplo.
Uma conta rápida mostra que enquanto os partidos de esquerda detém 382 deputados, sobram apenas 131 deputados representando partidos de direita. Analisando esses números, não causa surpresa o fato de que pautas com apoio majoritário da população (tais como a revogação do estatuto do desarmamento, e a redução da maioridade penal) enfrentem grandes resistências para serem aprovadas no Congresso Nacional onde predominam partidos com pautas de esquerda.
Claro que existem deputados de direita no PSDB, da mesma maneira que existem esquerdistas filiados a partidos de direita. Mas o ponto desse post é ressaltar que a ausência de um partido de extrema-direita no Brasil (para contrabalancear os partidos de extrema esquerda) tem causado um deslocamento do espectro político favorável a esquerda. Notem que são 5 partidos de extrema esquerda, com 15 deputados federais, contra nem um único partido de extrema direita. E, pior que isso, apenas 4 deputados de direita. Isto é, a extrema esquerda possui mais do que o triplo de representantes no Congresso do que os partidos moderados de direita. Além disso, a divisão acima demonstra a grande força e domínio das pautas de esquerda no debate no Congresso Nacional, mesmo quando essas pautas não encontram grande apoio junto a população.
Original em inglês: "Islam Strengthening in Europe with the Blessing of the Church"
Tradução: Joseph Skilnik
? Já há inúmeros observadores católicos questionando a cegueira da Igreja em relação ao perigo que a Europa está enfrentando.
O Arcebispo Liberati pertence a uma crescente parcela de líderes católicos que se recusa a aceitar que o futuro irá pertencer ao Islã na Europa. Eles se manifestam abertamente contrários ao Papa Francisco, que não parece estar muito impactado com o colapso do cristianismo devido à queda na natalidade, acompanhada pela apatia religiosa e sua substituição pelo Islã.
A visão oficial do Papa Francisco é personificada pelo Bispo Nunzio Galantino que foi nomeado pelo Pontífice ao posto de Secretário Geral dos Bispos da Itália. Em dezembro passado Galantino concedeu uma entrevista à imprensa na qual ele descartou que qualquer motivação religiosa esteja por trás dos ataques jihadistas afirmando que na realidade eles estão atrás do "dinheiro".
Já há inúmeros observadores católicos questionando a cegueira da Igreja em relação ao perigo que a Europa está enfrentando. Um desses observadores é o editor cultural da revista francesa Valeurs Actuelles, Laurent Dandrieu, que salienta:
"O Islã conta com todas as oportunidades para fortalecer, de maneira expressiva, sua presença na Europa com a bênção da Igreja. A Igreja contempla o estabelecimento de milhões de muçulmanos na Europa... e o culto muçulmano em nosso continente como inevitável manifestação da liberdade religiosa. Mas simplesmente jamais se menciona a questão civilizacional... Ao se afastar dos povos autóctones da Europa e dos seus legítimos temores, a Igreja não só está conduzindo o continente a um impasse como também está dando um tiro no pé".
Dandrieu apresenta uma série de gestos e discursos do Papa Francisco a favor do Islã e dos migrantes:
"Em 01 de outubro de 2014 o Papa recebeu sobreviventes eritreus de um naufrágio ocorrido na costa de Lampedusa, em 8 de Fevereiro de 2015 ele fez uma visita surpresa a um campo de refugiados em Ponte Mammolo que fica na região nordeste de Roma, em 18 de abril ele aproveitou a primeira visita oficial do novo presidente italiano Sergio Mattarella para exigir "um comprometimento muito maior" no tocante aos migrantes, em 6 de Setembro de 2015 no final das orações do Angelus na Praça de São Pedro, ele conclamou cada paróquia, comunidade religiosa, mosteiro e santuário na Europa a acolher uma família de refugiados, em 24 de Março de 2016 ele escolheu um alojamento que abrigava 900 refugiados para celebrar a Quinta-Feira Santa e lavar os pés de doze candidatos a asilo, em 28 de maio ele recebeu crianças cujos pais tinham falecido em um barco que naufragou repleto de migrantes, durante a audiência geral de 22 de junho o Papa Francisco se misturou à multidão para resgatar quinze refugiados".
No entanto, conforme mostra o caso de Liberati, a resistência à visão do Papa Francisco em relação à Europa está aumentando dentro da Igreja Católica.
"É claro que os muçulmanos têm um objetivo final: conquistar o mundo", salientou o Cardeal Raymond Burke .
"O Islã, por intermédio da Lei Islâmica (Sharia), quer dominar o mundo, permitindo o uso da violência contra os infiéis, como por exemplo contra os cristãos. Mas achamos difícil reconhecer esta realidade e responder defendendo a fé cristã (...) Tenho escutado inúmeras vezes a seguinte ideia islâmica: 'o que não conseguimos fazer com as armas no passado, estamos fazendo hoje com a taxa de natalidade e imigração'. A população está mudando. Se continuar assim, em países como a Itália a maioria será muçulmana (...) O Islã alcança a sua meta na conquista. E qual é a conquista mais importante? Roma".
O primeiro a assinalar esse rumo dramático foi o missionário mais importante da Itália, Padre Piero Gheddo, ressaltando que devido à queda da fertilidade somada ao fervor muçulmano", o Islã irá, mais cedo do que se imagina, conquistar a maior parte da Europa". Esse temor não se restringe apenas à ala conservadora da Igreja Católica.
O Cardeal Christoph Schönborn, Arcebispo de Viena, cotado como candidato a ser o próximo papa, muito próximo do Papa Francisco, é um centrista. Em setembro passado, no aniversário do Cerco à Viena, quando tropas otomanas da Turquia por pouco não conquistaram a Europa, Schönborn emitiu um apelo dramático para salvar as raízes cristãs da Europa. "Muitos muçulmanos querem e dizem que a Europa está acabada", enfatizou o Cardeal Schönborn, em seguida acusou a Europa de "esquecer sua identidade cristã". Ele então alertou, de forma contundente, sobre a possibilidade da "conquista islâmica da Europa.
Depois que um tunisiano, que chegou em meio à avalanche de imigrantes à Alemanha, assassinou 12 pessoas em uma feira natalina em Berlim, o arcebispo católico da capital alemã Heiner Koch, outro líder católico "moderado" nomeado pelo Papa Francisco, também soou o alarme: "talvez nós nos ativemos demais em cima da imagem radiante da humanidade, no que é louvável. A esta altura, no último ano ou talvez também nos últimos anos, vimos que não, também há o perverso".
O chefe da Igreja Católica Romana Tcheca, Miloslav Vlk, também fez um alerta sobre a ameaça da islamização. "Os muçulmanos na Europa têm muito mais filhos do que as famílias cristãs, isso explica porque os demógrafos chegaram à conclusão de que em determinado momento a Europa se tornará muçulmana", segundo afirmou o Cardeal Vlk. Ele também culpou a própria Europa pela conquista islâmica:
"A Europa vai pagar muito caro por ter abandonado seus fundamentos espirituais, este é o último período que não irá continuar por décadas, quando ainda é possível fazer algo a respeito. A menos que os cristãos acordem, a vida será islamizada e o cristianismo não terá forças para marcar seu caráter na vida das pessoas, isso sem falar na sociedade".
O Cardeal Dominik Duka, Arcebispo de Praga e Primaz da Boêmia também questionou a "cultura de boas-vindas" do Papa Francisco.
No âmbito dos bispos católicos orientais há muitas vozes levantando temores quanto à revolução demográfica e religiosa na Europa. Uma dessas vozes é a do líder dos Católicos do Líbano, os quais pagaram um preço altíssimo em virtude da islamização de seu próprio país, incluindo assassinato e exílio e agora vê o mesmo perigo vindo para a Europa. "Tenho ouvido muitas vezes de muçulmanos que seu objetivo é conquistar a Europa com duas armas: a fé e a taxa de natalidade", ressaltou o Cardeal Bechara Rai.
Outra voz é a do Bispo Paul Desfarges, natural da França, que dirige a diocese de Constantine na Argélia: "não é de se admirar que o Islã assumiu uma importância dessa envergadura", salientou Desfarges. "É um problema que preocupa a Europa". O Cardeal de Sydney, George Pell, logo urgiu "um debate sobre as consequências da presença islâmica no mundo ocidental". Pell foi ecoado por Laszlo Beijo Rigo, chefe da comunidade católica do sul da Hungria, que afirmou: "eles não são refugiados, isso é uma invasão, eles vêm para cá com gritos de 'Allahu Akbar', eles querem assumir o poder".
Na esfera política há outra propensão, a de fortes líderes católicos que desafiam o Papa Francisco na questão islâmica e da imigração. O mais importante deles é o candidato à presidência da França François Fillon, um dos primeiros políticos que "não esconde o fato de ser católico". Fillon publicou um livro que leva o título: Conquistando o Totalitarismo Islâmico, ele subiu nas pesquisas por ter prometido controlar o Islã e a imigração: "temos que reduzir a imigração para o mínimo dos mínimos", salientou Fillon. "O nosso país não é uma soma de comunidades, é uma identidade"!
Estes políticos, bispos e cardeais podem convencer o Papa Francisco a não abandonar a Europa, o berço do cristianismo e da civilização ocidental a um iminente e sombrio destino tomando forma no horizonte. Michel Onfray escreveu no final de seu livro: "os valores judaico-cristãos governaram por dois milênios. Um período honroso para uma civilização. O barco está afundando neste momento: só nos resta afundar com elegância". É urgente evitar isso. Já!
Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
(Publicado originalmente por criticanacional.com.br)
Dentre as opções apresentadas para chefia do Ministério das Relações Exteriores, o presidente Michel Temer escolheu a pior: o comunista e ex-guerrilheiro Aloysio Nunes, senador tucano. É fato que o presidente governa com uma base parlamentar formada em sua maioria por congressistas corruptos e esquerdistas, de modo que a chamada governabilidade somente fica assegurada com a distribuição de cargos na máquina do estado para essa base.
Também é fato que essa base parlamentar corrupta e fisiológica em grande parte é a mesma que deu sustentação ao governo petista, evidenciando assim um traço característico da miserável tradição política brasileira: a maioria dos políticos não está preocupada com programas de governo e muito menos com distinções ideológicas. A maioria está preocupada unicamente em ocupar posições no estamento burocrático para dele se beneficiar, o que faz com que as instituições do estado brasileiro estejam sempre a serviço da classe politica, seja por razões fisiológicas ou ideológicas ou ambas, e nunca a serviço da sociedade.
Ainda que se leve em consideração esses fatores ditados pela realpolitik, não há justificativa alguma para a escolha feita por Michel Temer. O presidente, que já desfruta de uma base parlamentar razoável, poderia muito bem usar de sua autoridade e decidir tirar o Itamaraty da mesa de negociação de cargos, indicando um diplomata de carreira ou alguém de perfil distinto para a chefia da diplomacia brasileira. Seria a oportunidade para o país abandonar a vocação de anão diplomático a serviço da agenda globalista internacional, como vem ocorrendo desde o final do regime militar e que foi acentuado durante a era petista, e que prossegue sob o atual governo.
A falácia dos blocos comerciais
Em suas primeiras declarações, o agora ministro Aloysio Nunes falou em fortalecer a inserção competitiva do país no mercado internacional por meio de acordos entre União Europeia e Mercosul. Trata-se de uma afirmação estúpida, resultante de uma combinação de ignorância geopolítica com o papel de fantoche de globalistas exercido com zelo pelo ministro defensor de open borders.
É preciso ter em mente que a inserção competitiva do país no mercado internacional se dará em primeiro lugar pelo aumento da produtividade da economia brasileira, o que por sua vez demanda reformas na área tributária e trabalhista, além de melhorias em infraestrutura. Essa inserção não se dará pela adesão a blocos comerciais multilaterais, pois estes não foram concebidos para incrementar o livre comércio, mas sim para fazer o gerenciamento do comércio internacional por meio de órgãos transnacionais formados por burocratas não eleitos e lobistas, como muito bem descreve o excelente analista Felipe G. Martins.
Estes blocos representam embriões de um projeto de poder globalista, razão pela qual eles têm sido rechaçados pelo crescente movimento conservador em todo o mundo ocidental: foi assim com o Brexit, e foi assim a decisão acertada de Donald Trump de sair do acordo comercial transpacífico. Nenhum país irá conseguir inserção competitiva e ao mesmo tempo preservar sua soberania submetendo-se a acordos multilaterais representados pelos principais blocos comerciais hoje existentes, pois eles são expressões de projetos globalistas que precisam ser extintos.
No que diz respeito aos brasileiros, o Mercosul tem sido um óbice para o comércio exterior nacional, uma vez que ele funciona como âncora que impede o Brasil de firmar acordos bilaterais com outros países. A União Europeia, por sua vez, poderá possivelmente deixar de existir nos próximos anos, especialmente se a direita conservadora vencer as eleições desse ano na França, na Alemanha e na Itália, o que acreditamos e esperamos que venha a acontecer.
Portanto, quando o agora ministro Aloysio Nunes fala em vincular a inserção internacional do Brasil a acordos entre blocos comerciais, ele demonstra não ter ideia do que está falando, confirmando assim que sua nomeação foi a pior escolha que Michel Temer poderia fazer.
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