A mídia e a Escola de Frankfurt
Um dos grandes paradoxos da civilização moderna é a coexistência de uma prosperidade material desconhecida junto à crescente feiúra e brutalidade social. As antigas formas de convivência social foram completamente devastadas e trocadas por diversões alucinadas onde uma música fabricada em laboratório hipnotiza e brutaliza os participantes. Nas ocasiões mais calmas, inexiste a antiga arte da conversa, da música e da poesia: só o que vemos são zumbis grudados em suas TVs e celulares. Muitos consideram que isso é uma evolução cultural natural, e até mesmo algo desejável e “progressista”. Mas em uma perspectiva histórica mais ampla, essa tirania da feiúra se mostra completamente injustificada. No final do século e no começo do século 20, a humanidade talvez tenha passado por um de seus maiores períodos criativos, com desenvolvimentos magníficos na música clássica, na literatura, na filosofia e em vários outros campos, e, pelo menos até a Segunda Guerra Mundial, esses desenvolvimentos tinham ampla reverberação na cultura popular. Como se deu uma queda tão rápida? Como chegamos ao mundo em que tudo é cultura, em que os estudantes universitários desejam proibir os grandes clássicos da literatura por não se encaixarem nos ditames do politicamente correto? O centro de onde irradiou essa verdadeira conspiração foi o Instituto de Pesquisa Social, popularmente conhecido como a Escola de Frankfurt.
Após a Revolução Comunista na Rússia em 1917, a crença geral do comunismo internacional era de que a revolução se espalharia como fogo por todo o mundo. Como isso não aconteceu, a Internacional Comunista deu início a uma série de iniciativas que buscavam compreender os motivos. Uma delas era liderada por Georg Lukács, um aristocrata húngaro, filho de um dos maiores banqueiros do Império Austro-Húngaro. Como comissário de cultura do breve regime comunista de Budapeste em 1919, ele descobrira um interessante fenômeno em relação à doutrinação ideológica. Um de seus projetos consistia na doutrinação marxista das crianças e adolescentes dos bairros mais pobres de Budapeste. Apesar da pesada carga de aulas e estudos, ele percebia que os jovens, ao saírem das salas de aula logo retomavam seus terços e sua devoção aos sacerdotes. Inspirado no pansexualismo de Sigmund Freud, ele optou por uma abordagem diferente: começaria com cursos de educação sexual. À medida que os cursos se espalharam, e incitaram alguns jovens a relações extraconjugais ou ao mero desafio das normas morais tradicionais, Lukács percebeu que os que entravam em conflito com suas igrejas e famílias logo estavam dispostos a aceitar qualquer tipo de doutrina que lhes fosse ensinada. Um dos motivos que levou à rápida queda do regime foi implantação por Lukács da educação sexual obrigatória, do acesso à contracepção, e do relaxamento da lei do divórcio, o que enfureceu a população devotamente católica da Húngria.
Lukács foi enviado para a Alemanha em 1922, onde liderou um encontro de sociólogos e intelectuais comunistas que viria a se tornar o Instituto de Pesquisa Social, a maior arma de guerra psicológica já desenvolvida pelo comunismo internacional. Para Lukács, o comunismo só invadiria o Ocidente com um movimento de características demoníacas, que fizesse prevalecer o sentimento de que fomos abandonados por Deus. A revolução só ocorreu na Rússia porque o país era há muito dominado por uma versão gnóstica do Cristianismo, como aparece nos escritos de Dostoievski. O que diferenciava o Ocidente da Rússia era principalmente a crença na sacralidade do indivíduo e sua capacidade de discernir a vontade divina através do uso progressivo da razão e da inteligência. A tarefa da Escola de Frankfurt consistiria então em destruir o legado judaico-cristão, por meio de uma abolição da cultura e a criação de novas formas culturais que levariam a uma alienação crescente da população e um novo barbarismo. Num período de três décadas, o Instituto de Pesquisa Social conseguiria o patrocínio das seguintes instituições para sua “causa”: universidades americanas e alemãs, a Fundação Rockfeller, a CBS(canal de TV americano), o Comitê Judeu-Americano, vários serviços de inteligência americanos, a Organização Internacional do Trabalho, etc..
Logo Stálin, enfurecido com o caráter cosmopolita do Instituto, cortou todo o financiamento soviético, uma atitude que expressa a relação de amor e ódio entre o nascente marxismo cultural e a ortodoxia do comunismo-leninismo. Uma outra grande figura do Instituto era Herbert Marcuse. Ele começou como um comunista, tornou-se um protegido de Heidegger no exato momento em que este se tornava um nazista; na América serviu à OSS, o embrião da CIA, e se tornou o analista chefe de política soviética durante o período de Joseph McCarthy; na década de 60 houve uma nova virada, e ele se tornou o guru mais importante da Nova Esquerda, e terminou seus dias fundando o Partido Verde na Alemanha Ocidental. Em tudo isso só há uma tentativa de responder à pergunta: quem poderá nos salvar da civilização ocidental?
O empreendimento de maior sucesso da escola de Frankfurt foi a influência maciça sobre o desenvolvimento da programação de rádio e TV da modernidade. Isso se deu a partir dos trabalhos de Theodor Adorno e Walter Benjamin. Em 1924, Adorno se mudou para Viena, para estudar com os compositores atonais Alban Berg e Arnold Schonberg, e se associou ao círculo ocultista ao redor do marxista renegado Karl Kraus. Ali ele entrou em contato com as idéias de Otto Gross, um discípulo extremista de Freud. Gross, um viciado em cocaína, tinha desenvolvido a teoria de que a saúde mental só seria atingida no Ocidente através de uma renascença do antigo culto de Astarte, que destruiria o monoteísmo e a família burguesa.
Um dos primeiros problemas em que se engajaram Adorno e Benjamin foi o da criação de uma base materialista sólida para a estética. O inimigo de ambos era Gottfried Leibniz, que era acima de tudo um antidualista, um inimigo da divisão gnóstica de corpo e mente, e que também afirmara a liberdade criativa humana. Para o marxismo, que tudo enxerga como fruto de uma teia de relações sociais, essa perspectiva é claramente um problema. Benjamin afirma então que a preponderância da mente racional é um erro, um triste legado de Sócrates. De fato, na origem de tudo está a capacidade de dar nomes às coisas, tomada aqui como uma espécie de imposição linguístico-social que nunca pode ter certeza de sua base objetiva. A tentativa de expressar a realidade é completamente distorcida pela natureza das relações de classe. Ao historicizar e relativizar dessa forma a busca da verdade, o conceito antiquado de bem e mal também pode ser esquecido. Foi por isso que Benjamin defendeu o que chamou de “Satanismo” dos simbolistas e surrealistas franceses, pois considerava que o cerne do Satanismo é o culto do mal como instrumento político, como instrumento de combate contra o diletantismo moralizante da burguesia. O objetivo de uma elite cultural na sociedade capitalista moderna deve ser a destruição da concepção da arte como imitação consciente do Deus criador; é preciso mostrar que a iluminação religiosa é, na verdade, uma iluminação profana, uma inspiração materialista e antropológica que pode ser iniciada pela maconha, pelo ópio e outras drogas. É preciso também criar novas formas culturais que aumentem a alienação da população, pois o povo precisa entender o quão alienante é viver sem o socialismo. Na música, por exemplo, ninguém deve acreditar que é possível compor hoje como Mozart e Beethoven; a composição deve ser atonal, diz Adorno, pois a atonalidade é doentia, e “o caráter doentio, dialeticamente, é ao mesmo tempo a cura…”. O objetivo da arte moderna deve ser a destruição do caráter elevador da arte, para que o homem, privado de sua ligação com o divino, só enxergue a revolta política como opção criativa. Trata-se de fomentar e organizar o pessimismo com instrumento político. Benjamin colaborou com Bertold Bretcht nesse sentido, e as peças teatrais que daí surgiram buscam desmoralizar e deixar a platéia gratuitamente irritadiça.
A análise feita por Adorno e Benjamin também é a base teórica de quase todas as tendências estéticas politicamente corretas que dominam as universidades. O pós-estruturalismo de Roland Barthes, Michael Foucault, e Jacques Derrida, a semiótica de Umberto Eco e o Desconstrucionismo de Paul de Man têm todos como fonte o trabalho de Benjamin. A novela Em Nome da Rosa, de Umberto Eco, é , por exemplo, nada mais que uma ode a Benjamin. Atualmente todos já têm a experiência de universitários alucinados que dizem que Monteiro de Lobato, Shakesperare e Platão são racistas, machistas e homofóbicos, e que isso é a única coisa que importa em suas obras. Mas a origem profunda dessa loucura é a tese de Benjamin-Adorno de que o que importa na obra artística é o contexto inconsciente das relações e tensões sociais. O abandono dos clássicos em prol de autores negros e feministas é bom porque a tradição é somente um conglomerado de falsos nomes, um logocentrismo que reflete a dependência que a burguesia tem de suas palavras. Se essas palavras de ordem universitárias parecem retardadas, é porque foram calculadas para serem. Adorno acreditava que as gerações vindouras seriam receptivas a esse tipo de propaganda porque seriam completamente retardadas pela reprodução mecânica da arte.
Antes do século 20, a distinção entre arte e entretenimento era muito maior. A experiência artística poderia ser divertida, mas era fundamentalmente ativa e não passiva. Era preciso fazer a escolha consciente de ir a um concerto, comprar um livro ou ir a uma exibição de arte. Não havia um acesso facilitado e até forçado às grandes formas culturais. A grande arte exigia um poder de concentração máximo e amplo conhecimento do assunto tratado. Naqueles tempos, a memorização da poesia e de peças de teatro e a reunião da família para um recital caseiro de piano eram a norma até no campo. As pessoas não aprendiam a “apreciar” a música, mas sim a executá-la. No entanto, as novas tecnologias contêm um potencial dialético de manipulação das massas na perspectiva marxista. O fato de que uma sinfonia de Beethoven pode ser infinitamente reproduzível leva a uma dessacralização da experiência e uma alienação crescente. Segundo Adorno, trata-se de um processo de desmitologização. Esta nova passividade diante do que antes exigia um esforço monstruoso poderia levar ao fracionamento da composição musical em partes “divertidas”, que poderiam ser então “fetichizadas” na memória do ouvinte, enquanto as partes difíceis seriam esquecidas. O ouvinte atomístico e dissociado é infantilizado, só que seu primitivismo não é o dos primitivos, mas sim dos forçosamente retardados.
Esse retardo conceitual indicava que que a programação das rádios poderia determinar as preferências. Se você tocar Mozart e Caetano Veloso na mesma rádio, tudo acabará mesclado como “música de rádio” na cabeça do ouvinte. Idéias agressivas e novas também poderiam ser introduzidas através da homogeneização da indústria cultural, que seria assim explorada pelas forças “progressistas”. Foram estas percepções que provavelmente justificaram o apoio maçiço que o Instituto recebeu do establishment americano depois de sua transferência para os Eua em 1934. Em 1937, a Fundação Rockfeller começou a financiar uma pesquisa sobre os efeitos sociais das novas formas de mídia de massas, particularmente o rádio, que ficou popularmente conhecida como o “Projeto do Rádio”. O diretor do projeto era Paul Lazersfeld, o filho adotivo do economista austro-marxista Rudolph Hilferding, e antigo colaborador do Instituto de Pesquisas Sociais. Dentre os colaboradores estavam Frank Staton, um P.H.D em psicologia industrial que viria a se tornar presidente da CBS no cume de sua influência e auxiliar influente de Lyndon Johnson; Herta Herzog, que se casaria com Lazersfelz e se tornaria a primeira diretora de pesquisa da Voz da América; e Hazel Gaudet, um dos principais diretores de pesquisas políticas dos Eua. Theodor Adorno era o chefe da seção musical. O objetivo era testar a tese de Adorno-Benjamin e mensurar o potencial da grande mídia para a lavagem cerebral.
O sucesso foi estrondoso. Uma das primeiras descobertas foi a do formato seriado de programação de novelas. Antes se acreditava que o sucesso desse formato se restringia a mulheres das classes baixas, que precisavam de um escapismo para suas vidas entediantes. Herta Herzog descobriu que não havia a menor correlação com o status socioeconômico e nem mesmo com o conteúdo. O fator determinante era a forma seriada; as pessoas se viciavam no formato, no desejo de saber o que irá acontecer na próxima semana. Descobriu-se que era possível até dobrar a audiência de uma peça de rádio dividindo-a em fragmentos. Não é nem preciso dizer como a indústria do entretenimento se apropriou desse insight. O próximo estudo do projeto foi uma investigação do terror causado pela transmissão que Orson Welles fez de A Guerra dos Mundos em 1938. A despeito de vários alertas sobre o caráter fictício da peça, aproximadamente 25% dos ouvintes acreditaram que era um relato real. Os pesquisadores descobriram que a maioria dos que entraram em pânico não acreditaram que marcianos estavam invadindo e sim os alemães. Os ouvintes já estavam condicionados pelas outras notícias e pela quebra do noticiário em pequenos boletins alarmistas. Welles usou essa técnica em seu programa, simulando que se tratava de uma série de boletins urgentes no meio de uma programação musical. A técnica de seriação das novelas, transplantada para o noticiário, funcionava perfeitamente.
Adorno e o Projeto do Rádio chegaram à conclusão de que a repetição do formato era a chave para a popularidade. O sucesso era determinado pela escolha e o formato da programação. Se um contexto familiar fosse mantido, qualquer conteúdo poderia se tornar aceitável. E nós, que padecemos com o funk e o sertanejo universitário, podemos atestar esse diagnóstico. A maior descoberta do projeto foi “Little Annnie” o apelido dado ao sistema de análise programas de Stanton-Lazersfelz. Os métodos anteriores de pesquisa de audiência eram bastante ineficazes e se limitavam a perguntar ao fim de um programa se a audiência estava satisfeita ou não e pedir uma opinião sobre o conteúdo. Isso não levava em conta a percepção atomizada do sujeito moderno, e exigia a análise racional de uma experiência irracional. O Projeto desenvolveu então um aparelho em que a pessoa podia registrar a intensidade do seu gosto e desgosto a cada momento de um programa. Ao comparar os gráficos, os pesquisadores puderam avaliar quais situações ou personagens provocavam um estado momentâneo de prazer. Essa descoberta transformou toda a indústria do entretenimento; os resultados das análises de programação e a audiência têm uma correlação que se aproxima de 85%. É por isso que hoje temos uma sensação de dejá vu em qualquer programa de TV. São os mesmos personagens e situações que se repetem indefinidamente, e somente o cenário se altera, pouco importando se é a Idade Média ou o espaço sideral. E a grande verdade é que o conteúdo estúpido e erótico da indústria do entretenimento não é uma necessidade natural, mas algo que foi planejado.
Esses esforços de manipulação da população geraram a pseudociência da pesquisa de opinião pública. Atualmente, tudo na mídia é direcionado por pesquisas de opinião, mesmo quando os jornalistas e senhores da mídia juram desejar estimular a liberdade de opinião e pensamento. A idéia da opinião pública como corte julgadora de tudo e todos é ademais absurda e irracional, pois nega a idéia da mente racional individual. A verdade é fruto do pensamento correto, e não do fato que 50,1% das pessoas concordam ou não com determinada asserção.
As técnicas de manipulação das pesquisas de opinião são inteiramente baseadas na psicanálise e se tornaram padrão em todo o mundo. Tudo gira ao redor do projeto de estudo da personalidade autoritária desenvolvido por Max Horkheimer, diretor do Instituto de Pesquisa Social pelos idos de 1942. Segundo Horkheimer, o objetivo era entender o preconceito com o objetivo de erradicá-lo. Nova traços de personalidade foram mensurados, incluindo o grau de convencionalismo, de agressão autoritária a pessoas que violam valores convencionais, de projetividade sobre os perigos do mundo e de preocupação com a sexualidade. A partir dessas mensurações foram construídas várias escalas: a escala E de etnocentrismo, a escala PEC de conservadorismo político e econômico, a escala A-S de antissemitismo e a escala F de fascismo. Surge um novo tipo ideal weberiano: a personalidade autoritária. Um observador mais benigno diria que a pesquisa provou que a população americana era conservadora, mas os mestres da Escola de Frankfurt viram nos resultados a prova de um fascismo irredutível e perigoso, oriundo da própria civilização cristã. A pesquisa foi popularizada por Hanna Arendt no seu famoso livro As Origens do Totalitarismo: todo mundo é um fascista em potencial.
Esse método de interpretação de pesquisas de opinião e personalidade é dominante até hoje nas ciências sociais e também em todos os grandes institutos de pesquisa, que surgiram motivados exatamente por essas novas descobertas e projetos. É ele também que perpassa todo o marketing das campanhas políticas, e por isso o maior medo de um político moderno é o “extremismo”, ou o fascismo na linguagem frankfurtiana. E não para por aí: todo o desenvolvimento da propaganda e da televisão nas décadas de 50 e 60 foi iniciado por pessoas treinadas nas técnicas frankfurtianas de alienação em massa, incluindo os diretores das grandes redes de televisão. Essa popularidade da Escola de Frankfurt advém do fato incrível de que as teorias da escola foram oficialmente aceitas pelo governo americano durante a Segunda Guerra Mundial, ao mesmo tempo em que este dizia combater a ameaça comunista. A OSS, o embrião da CIA, era basicamente composto de frankfurtianos, dentre eles: Carl Schorske, Franz Neumann, Herbert Marcuse, Paul Baran, Otto Kirchheimer, Leo Lowenthal, Sophie Marcuse, Siegfried Kracauer, Norman Brown, Barrington Moore Jr, Gregory Bateson e Arthur Schlesinger. Um dos primeiros projetos da OSS, liderado por Marcurse, foi o uso de técnicas de lavagem cerebral para desnazificação da Alemanha do pós-guerra. Horkheimer, que recebeu dupla nacionalidade, sendo naquele momento o único indivíduo que era ao mesmo tempo alemão e americano, foi enviado à Alemanha para reformar todo o sistema universitário, tendo como fruto toda uma geração de pensadores antiocidentais como Hans-Georg Gadamer e Jurgen Habermas. Nos Eua, a influência intelectual da Escola de Frankfurt se fez sentir no fato de que a sociologia se tornou o curso universitário mais procurado durante a década de 60 e nas revoltas estudantis que marcaram a época.
Um outro braço das operações frankfurtianas chegou até às experiências da CIA com drogas psicodélicas. O LSD se tornou a droga de uso da própria agência e dos antigos membros do Instituto de Pesquisa Social. Foi Gregory Bateson, por exemplo, que levou o poeta Allen Ginsberg a participar de um experimento da Marinha com o LSD em Palo Alto, California. Esses alucinógenos tornam a vítima completamente antissocial e autocentrada, preocupada somente com objetos, que ganham uma aura monstruosa e ilusiva. As drogas produzem instantaneamente o estado de espírito desejado e propagado pela Escola de Frankfurt. Os famosos protestos de 1968 foram simplesmente frutos de décadas de atividade frankfurtiana e muitas drogas, não espantando que ao fim Herbert Marcuse tivesse emergido como o grande líder da revolta dos loucos. O visual de cabelos longos, a comida macrobiótica, a libertação sexual: tudo já tinha sido testado em comunidades ocultistas relacionadas com a Escola de Frankfurt, como a comuna de Ascona antes de 1920. O documento fundador da contracultura da década de 60 foi o Eros e Civilização de Marcuse, publicado em 1955 e financiado pela Fundação Rockfeller. Para Marcuse, o homem ocidental é unidimensional, e a única salvação é a libertação absoluta do erotismo em uma rebelião contra a racionalidade tecnológica. Foi ele que criou, na nova edição de 1966, o famoso slogan “faça amor, não faça guerra”. O objetivo era propagar a perversidade polimórfica e o pansexualismo como ideal civilizacional. Wilhem Reich, um membro mais marginal e louco da Escola de Frankfurt, chegou a dizer que o Nazismo fora causado pela monogamia. A educação primária foi dominada por um seguidor de Reich, A.S Neill, um ateísta militante e membro da Sociedade Teosófica, cujas teorias pregavam a rebelião aberta dos alunos contra os professores. Seu livro Summerhill atingiu a marca de 2 milhões de unidades vendidas em 1970 e se tornou leitura obrigatória de mais de 600 cursos universitários, influência que permanece até hoje. A libertação sexual da Escola de Frankfurt sempre foi um instrumento de controle político que visava transformar as pessoas em categorias objetivas através da despersonalização sexual. A partir daí, não somos mais indivíduos, mas negros, mulheres ou homossexuais. Tudo o que hoje chamamos de ideologia de gênero tem sua raiz em Marcuse, Fromm, Reich e outros agregados da Escola de Frankfurt.
Essa popularização da vida como um ritual pessimista e erótico é base do horror da vida moderna. Os herdeiros de Frankfurt dominam completamente as universidades e treinam os alunos em seus rituais de purgação politicamente corretos. A intolerância universitária é uma implementação da tolerância libertadora de Marcuse: toda a tolerância com a esquerda, nenhuma com a direita. Toda a arte foi erotizada e brutalizada até o ponto em que é impossível assistir um concerto de Mozart sem indicações de um contexto erótico. Crianças de 5 anos assistem em casa a filmes de terror com imagens que petrificariam os mais entusiasmados frequentadores do Coliseu romano. Fica claro que sem a destruição dessa verdadeira abominação da desolação, não será possível qualquer ressurgência da civilização ocidental em sua tradição judaico-cristã.
• Aluno do Seminário Filosofia - Olavo de Carvalho desde 2009, Doutor em Economia pela FGV/EPGE e professor universitário.
• Publicado originalmente no blog do autor https://muriloresende.org (inclua nas suas preferências!)
Fontes
Minnicino, Michael. The Franfkurt School and Political Correctness. Disponível em: https://www.schillerinstitute.org/fid_91-96/921_frankfurt.html
O bolo não possui tamanho fixo; ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos
Apesar de toda a ampla literatura disponível, ainda há pessoas que genuinamente acreditam que a economia é um jogo de soma zero, isto é, que para algumas pessoas ganharem outras têm necessariamente de perder.
Tais pessoas acreditam que a economia seria uma espécie de bolo, cujo tamanho é fixo e representa toda a riqueza disponível. Sendo assim, cada indivíduo que se apossa de uma fatia está na realidade retirando esta fatia da boca de outro indivíduo.
A verdade, no entanto, é que este bolo de riqueza não tem um tamanho fixo; ao contrário, ele cresce de maneira tal que há cada vez mais quantidade disponível para todos.
As circunstâncias e as ações
O fundador da Escola Austríaca de economia, Carl Menger, deixou claro que, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas: 1) deve existir uma necessidade humana; 2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana; 3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa.
Tendo em mente estas quatro circunstâncias às quais o austríaco condicionou a existência de bens econômicos, podemos deduzir por que a economia não é um jogo de soma zero na qual toda a riqueza possível já se encontra dada de antemão.
Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos.
A madeira das árvores deve ser cortada e processada para a fabricação de abrigos dentro dos quais iremos morar; as terras têm de ser aradas e cultivadas para que possamos colher alimentos que irão saciar nossa fome; o ferro e o alumínio têm de ser extraídos das minas para que seja possível a fabricação de aviões que irão nos transportar de um ponto do globo a outro.
Só é possível criar riquezas quando transformamos coisas (que não satisfazem diretamente nossos desejos) em bens (que satisfazem). É por isso que recursos minerais que estão no subsolo não configuram riqueza por si só. Eles têm antes de ser transformados. E isso só irá ocorrer com investimentos maciços, mão-de-obra capacitada e tecnologia avançada.
Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez, requerem o uso de outros bens econômicos.
Em outras palavras, dado que não somos oniscientes, não apenas temos de criar bens econômicos a partir das coisas que nos circundam, como também temos de descobrir informações acerca de como transformar essas coisas em bens econômicos — informações que, por si só, constituem uma nova fonte de riqueza.
Terceiro e último, por mais adequado que seja um bem em satisfazer nossas necessidades, ele será totalmente inútil se não o tivermos ao nosso alcance. A natureza pode ter sido generosa em nos agraciar com rios caudalosos por todo o planeta; no entanto, estes rios não proporcionarão nenhum serviço àquele indivíduo que se encontra no meio do deserto.
Em outras palavras, não apenas temos de produzir os bens, como também temos de saber distribuí-los aos seus usuários finais.
As trocas voluntárias explicitam nossas preferências subjetivas
Em nossos sistemas econômicos, produção e distribuição andam de mãos dadas: com o intuito de maximizar nossa eficiência na fabricação de bens econômicos, cada um de nós se especializa em produzir um ou dois bens econômicos no máximo, mesmo que necessitemos de uma grande variedade deles para satisfazer nossas mais diversas necessidades — ou seja, somos produtores especializados e, ao mesmo tempo, consumidores generalizados.
Demandamos os mais amplos e variados bens econômicos e, em troca, podemos apenas ofertar nossa extremamente limitada e específica especialização. E, ainda assim, as trocas ocorrem. Portanto, a maneira de termos acesso aos mais diversos bens econômicos é oferecendo em troca nossa extremamente limitada oferta de bens.
E isso ocorre por meio das trocas comerciais.
O problema é que, desde Aristóteles, a humanidade acredita que as trocas comerciais ocorrem somente entre bens com igualdade de valor. Se o bem A é trocado pelo bem B, então necessariamente o valor de A deveria ser igual ao valor de B. Consequentemente, nenhuma troca comercial poderia gerar valor, e sim apenas redistribuí-lo.
A interpretação alternativa (a de que o valor de A seria superior ao de B, ou vice-versa) seria ainda mais desalentadora, pois implicaria que, em toda e qualquer transação, um lado ganharia à custa do outro (ele entregaria algo com um valor objetivo maior em troca de algo com um valor objetivo menor).
No entanto, graças a Carl Menger, que popularizou a descoberta de que o valor dos bens não é objetivo mas sim subjetivo, a realidade se comprova totalmente distinta: em toda e qualquer transação comercial, cada lado atribui àquele bem que está recebendo um valor subjetivo maior do que àquele bem que está dando em troca.
Afinal, se não fosse assim — se você não valorizasse mais aquilo que está recebendo do que aquilo que está dando em troca —, a transação simplesmente não ocorreria.
Em decorrência deste fato, conclui-se que os indivíduos geram riqueza ao simplesmente trocarem bens econômicos. Ao fazerem isso, eles estão recorrendo a um meio (trocas comerciais) para chegar àqueles fins que lhes são mais valiosos.
Simplesmente não tem como ser soma zero
Em definitivo, a economia não é um jogo de soma zero, uma vez que durante todo o processo de produção de bens e serviços estamos gerando riqueza: seja quando investigamos como converter coisas em bens, quando de fato convertemos as coisas em bens, e quando distribuímos os bens por meio das trocas comerciais.
Ao contrário do que supõem os socialistas — que toda a riqueza já está criada e dada, e que é necessário apenas redistribuí-la —, o livre mercado é o único arranjo no qual os indivíduos podem se organizar de modo a incrementar ao máximo possível a oferta de bens e serviços, os quais iremos utilizar para satisfazer de maneira contínua nossos mais variados fins.
A economia, portanto, não é um jogo de soma zero, mas sim um jogo de saldo positivo e expansivo — a menos que o estado entre em cena e se aposse destes ganhos.
O bolo não está dado e não possui tamanho fixo. Ao contrário: ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos — exceto se o estado entrar em cena e gulosamente abocanhar uma grande fatia.
• Diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.
• Publicado originalmente no excelente www.mises.org.br
Perdoar é sempre uma demonstração de força. O perdão é próprio dos reis e juízes, não dos coitadinhos. Mas há também o falso perdão que é só afetação e sentimentalismo bocó. O sujeito diz ‘Eu perdoo’ e depois, escondido, vai fazer uma macumbinha.
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Se você perdoa a mulher adúltera mas nunca mais quer ver a cara dela nem pintada de ouro, é claro que não perdoou coisa nenhuma, apenas deu o nome de perdão a uma vingancinha.
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Deus nos perdoa e portanto nos aceita como amigos novamente, como convidados para ir ao Céu conviver com Ele pelos séculos dos séculos. Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou a pedir na oração do Pai Nosso: ‘Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido’, e se nosso conceito de perdão se resume à exclusão da presença da pessoa perdoada, Deus fará assim mesmo conosco. Perdão de verdade é perdão ao modo do amor divino, e não existe outro. ‘Perdoar’ e excluir a pessoa é vingancinha, birrinha de gente que não tem a mínima noção do quanto e como Deus nos perdoa, até os limites inimagináveis.
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Quando alguém lhe pede perdão — supondo-se que o faça com sinceridade –, alça você à posição de um juiz, sacerdote ou governante, e assim lhe confere uma honra tão grande, que dar-lhe o perdão solicitado se torna um ato de gratidão.
Quando, ao contrário, você oferece um perdão não solicitado — ou, pior ainda, não desejado –, é você mesmo que se coloca nessa posição superior e, com soberana empáfia, joga uma migalha aos cachorrinhos.
Por isso, se alguém que o ofendeu não lhe pede perdão, você pode perdoá-lo em pensamento e orar para Deus perdoá-lo, mas guarde silêncio e não saia logo posando de magnânimo.
Se, em vez disso, ele lhe pede perdão, não se faça de rogado: corra em oferecer-lhe mais que isso — a sua amizade.
A maioria das pessoas que se dizem cristãs não tem a menor noção dessas coisas.
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Muitos casais sonham em ter um ‘casamento cristão’, ou já o têm, e fazem da moral da Igreja a base da sua vida conjugal, mas não raro esquecem o mais elementar dos mandamentos: Perdoar. Perdoar tudo. Perdoar sempre.
Perdoar de novo e de novo e de novo. Perdoar de todo o coração e redobrar o amor àquele que pede o perdão, dando-lhe consolação e uma nova esperança. Perdoar com humildade, sem se fazer de importante, sem humilhar quem já está humilhado. Perdoar com alegria, seguro de que ao fazê-lo você não está dando nada, está recebendo. Se você não perdoa a pessoa a quem ama, vai perdoar a quem, ó raios? E, se não pratica o perdão, como espera ser perdoado um dia?
Tenho um casamento de trinta e três anos e garanto: o perdão funciona. Não há ‘problema de casal’, por mais encrencado, que lhe resista. E quando um dia o interesse sexual arrefece, o que vem no lugar dele é de uma doçura tão imensa e indescritível, que já é um antegosto do paraíso.
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Deus perdoa os adúlteros, os mentirosos, os ladrões e até os assassinos, mas não perdoa quem não perdoa. Posso estar enganado, mas suspeito que no inferno há menos adúlteros do que cônjuges virtuosos que lhes negaram o perdão.
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Jesus ensinou a rezar: ‘Perdoa as nossas dívidas ASSIM COMO perdoamos os nossos devedores’ e ainda esclareceu: ‘Com o mesmo critério com que julgardes sereis julgados’. A conclusão é ÓBVIA: ou você aprende a perdoar, ou quanto mais estrita seja a sua obediência a todas as demais regras daquilo que você entende por ‘moral cristã’, tanto mais elas servirão para endurecer o critério com que você será julgado e muito provavelmente condenado. Nossa ÚNICA saída neste vale de lágrimas é perdoar sempre, perdoar tudo, perdoar de todo o coração. Para ser sincero, só encontrei na vida uns três ou quatro cristãos que compreendessem isso.
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Só quem desenvolveu o hábito do perdão é capaz, quando peca, de ter arrependimento doce, humilde, esperançoso e sem amargura que, segundo entendo, é tão agradável a Deus quanto a volta do Filho Pródigo.
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Se vocês acompanharam os raciocínios finais do filme ‘O Jardim das Aflições’, não terão dificuldade de entender o que vou explicar em seguida. Se enfatizo tanto a importância do perdão, não é só porque ele é o centro e o topo da revelação cristã, mas porque meditei personalizadamente o assunto desde um ponto de vista não religioso ou teológico, mas metafísico, e adotei como tese formal da minha filosofia a convicção de que ele é uma das chaves essenciais da estrutura mesma da realidade como um todo. No filme — assim como em muitas aulas –, expliquei que não há um intermediário entre o ser e o nada: o que quer que tenha entrado na esfera do ser por uma fração infinitesimal de segundo não pode nunca mais retornar ao nada, porque nunca esteve nele e, ao contrário, pertenceu sempre à esfera do ser. Se tentamos conceber o transcurso do tempo como estrutura total da possibilidade, entendemos o que é a eternidade, no sentido de Boécio: a posse atual e simultânea de todos os momentos. Logo, o que quer que aconteça na esfera temporal está contido na eternidade de uma vez para sempre. Isso é a irrevogabilidade absoluta do acontecer. Ao nada, nada retorna, porque do nada, nada proveio. Ora, em toda a esfera do acontecer universal, desde as partículas subatômicas até a totalidade das galáxias, e atravessando mesmo todos os mundos supracorpóreos e espirituais que possam existir, só há UM tipo de fato que, uma vez ocorrido no tempo, pode ser suprimido da eternidade. São os nossos pecados. O perdão sacramental apaga o pecado do registro do ser.
O perdão divino não é somente um castigo suspenso, mas uma anulação do fato, um DESACONTECER total e definitivo. Correlato da criação ‘ex nihilo’, o perdão devolve ao nada o que nunca esteve no nada. O perdão é obra da liberdade divina e, nesse sentido, transcende a estrutura inteira da possibilidade universal. Quem quer que tenha a oportunidade de participar desse milagre, sob qualquer maneira que seja, deve aproveitá-la ao máximo, porque nada, nada, nada deste mundo lhe dará, na medida das forças humanas, compreensão mais luminosa do mistério da existência.
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Há pessoas tão puras, no seu próprio entender, que não se conformam com a idéia de que o perdão divino elimine o pecado do campo da realidade eterna. Querem porque querem que sempre sobre alguma coisinha. Nem de longe percebem que isso contradiz na base a noção mesma da bem-aventurança eterna.
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Verdade óbvia que muitos não podem nem ouvir sem ter chiliques: Jesus NÃO VEIO moralizar o mundo. Veio perdoar os pecadores.
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À intransigência feroz que devemos colocar na defesa de valores e princípios que são superiores a nós corresponde, simetricamente, a presteza que devemos ter em perdoar, sem discussão nem nhem-nhem-nhem, toda ofensa pessoal que recebemos.
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A idéia de um Deus que perdoa ou condena quando bem lhe dá na telha é islâmica, não cristã. Deus comprometeu-se a respeitar o perdão sacramental até o fim dos tempos, e nada O fará mudar de idéia. Ele pode estender o perdão a pessoas que não receberam a absolvição sacramental, mas não tirá-lo dos que a receberam.
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Também é erradíssimo imaginar que Deus só perdoa quem merece. NINGUÉM merece. Ele perdoa quem pede.
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É um erro monstruoso imaginar que Deus só perdoa quem Ele quer. Ele quer perdoar TODOS. Só que alguns não pedem. Nem querem.
* Publicado originalmente em midiasemmascara.org, com edição de Marlon Belotti
A economia está enfraquecendo a moda de falar mal do Temer. Agora é a constatação de que as pessoas já estão passando a comprar produtos mais caros no supermercado. Uma auxiliar administrativa, ouvida por O Globo disse que comprava carne moída e frango e agora já compra bife. Os produtos mais caros de alimentação tiveram alta de 17% nas vendas. Os de higiene e beleza mais sofisticados, venderam mais 28%; os melhores de limpeza tiveram as vendas aumentadas em 30%; os melhores azeites deixaram as prateleiras dos supermercados com mais rapidez: mais 17% nas vendas. Com a queda da inflação (que estava com dois algarismos e agora está abaixo de 3% ao ano) significou um ganho real de salários em 3,6%. Dois milhões de empregos já foram recuperados e os economistas esperam que a taxa de desemprego saia da dezena e volte para a unidade. O endividamento/inadimplência do consumidor vem caindo mês a mês.
Tem gente arriscando dizer que vivemos um segundo milagre econômico. Há dois anos, era a maior recessão da História; agora, a previsão de crescimento para o ano pode chegar a 3,5% do PIB. A indústria está retomando suas posições devagar, já que foi a que mais perdeu. A venda de carros novos em janeiro cresceu 23% em relação ao mesmo mês de 2017. E importante: vêm crescendo a produção de bens de capital, as importações e os investimentos estrangeiros de risco - tudo sinal de recuperação. Isso sem falar nos excelentes resultados superavitários do comércio exterior.
O que atrapalha é o déficit da Previdência; desequilíbrio e injustiça social no tamanho tão díspar das aposentadorias do setor público em relação aos demais brasileiros. Para cobrir o déficit, o governo federal se endivida de modo gigantesco. Dívida e déficit fazem desperdiçar com juros o dinheiro que poderia ser investido em serviços públicos, como Saúde, Educação e Segurança. Mesmo assim, com autorização do Congresso para o déficit chegar a 159 bilhões no ano passado, a equipe de Meirelles limitou o déficit de 2017 em 124 bilhões, enquanto a equipe de Goldfejn reduzia a inflação e os juros.
Gritar Fora Temer! já soa como alienação. Em geral quem grita não é o que quer Rodrigo Maia na presidência; é quem votou em Temer e aplaude o regime bolivariano. Um regime que afundou o país e faz com que milhares de venezuelanos famintos e doentes venham buscar abrigo no Brasil que emerge de um mergulho no caos econômico. O Brasil sobrevive a um regime parceiro de Maluf, Joesley, Eike, Odebrecht; que fazia clientelismo eleitoral com o bolsa-família e depois dava favores fiscais a capitalistas; seus operadores levaram muito dinheiro, como mostra a Lava-jato; governo de um partido que ainda hoje quer manter aposentadorias privilegiadas - e que se apresenta como esquerdista mas é fisiológico. E está fora de moda com o fora Temer.
• Publicado originalmente em SoNoticias
"A religião é o ópio do povo. A abolição da religião como felicidade ilusória é o que falta para sua verdadeira felicidade."
(Karl Marx, 1844)
"Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista."
(Pio XI, encíclica "Quadragesimo Anno")
"A religião é o ópio do povo. Esta máxima de Marx constitui a pedra angular de toda a concepção marxista na questão religiosa. O marxismo considera sempre que todas as religiões e igrejas modernas, todas e cada uma das organizações religiosas, são órgãos da reação burguesa chamados a defender a exploração e embrutecer a classe operária."
(Vladimir Lênin, 1909)
"Os principais autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos sistemas do novo socialismo e comunismo."
(Pio IX, encíclica "Noscitis et Nobiscum")
"Devemos lutar contra a religião. Isto é o abc de todo materialismo e, portanto, do marxismo."
(Vladimir Lênin, 1909)
"O erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social, enquanto, por outro lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção, da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem e do mal."
(João Paulo II, encíclica "Centesimus Annus")
"A multiplicação dos pães, na verdade, é o Fome Zero de Jesus."
(Frei Betto, 2018)
"O cristianismo não tinha trazido uma mensagem sócio-revolucionária semelhante à de Espártaco que tinha fracassado após lutas cruentas. Jesus não era Espártaco, não era um guerreiro em luta por uma libertação política, como Barrabás ou Bar-Kochba. Aquilo que Jesus — Ele mesmo morto na cruz — tinha trazido era algo de totalmente distinto: o encontro com o Senhor de todos os senhores, o encontro com o Deus vivo e, deste modo, o encontro com uma esperança que era mais forte do que os sofrimentos da escravatura e, por isso mesmo, transformava a partir de dentro a vida e o mundo."
(Bento XVI, encíclica "Spe Salvi")
"Não sou Cristo, nem filantropo, velha, sou totalmente o oposto de um Cristo. Luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas de que disponho, e tento deixar o outro homem morto de modo que eu não seja pregado numa cruz ou em algum outro lugar."
(Che Guevara, em carta à sua mãe, 1956)
* Paulo Briguet, em Folha de Londrina
A estratégia de classificar como “golpe” todas as decisões judiciais que não lhe agradassem, de desqualificar o juiz Sergio Moro, de amedrontar o Judiciário, o sonho de um resultado de 2 x 1 no TRF 4, que possibilitaria amenizar a condenação e jogar para a frente com recursos cujas apreciações não ocorreriam antes do registro de sua candidatura, foram para o espaço. Definitivamente, a tática de desacatar a Justiça não deu certo.
A advertência da presidente do STF, ministra Carmen Lúcia foi claríssima. Alto lá!
O resultado no TRF4, absolutamente desfavorável para Lula, mais a intervenção de Carmem Lúcia, tiveram como efeito arrefecer o movimento escancarado de alguns de seus colegas para alterar a regra da prisão após condenação por órgão colegiado em segunda instância.
O clima mudou. Parece que por ora estamos livres do casuísmo explícito.
Porém, em setembro Dias Toffoli assume a presidência do STF. Voltando a questão à pauta de votação só lá, possivelmente será tarde demais. Se tudo andar normalmente, é bem possível que até então, com o julgamento dos embargos declaratórios concluído, Lula já tenha passado como hóspede pelo complexo penal de Pinhais.
Sem mencionar os demais processos que responde, que seguem andando. O do tríplex era um dos mais leves. Em dado momento, seu defensor chegou a argumentar: “O ex- presidente Lula jamais chegou sequer a dormir uma única noite nesse apartamento!”. Fiquei até surpreso. Pensei com meus botões: “O que ele vai dizer então em relação ao sítio?” – cujo laudo de perícia, que pulula na Internet, além de pertences e objetos pessoais, traz até mesmo imagens de medicamentos manipulados com o nome do paciente?
Enfim, a prisão de Lula ao final do exame dos embargos será uma etapa importante, para demonstração cabal da inexistência de nenhum vestígio de agitação ou do imaginário “exército do Stédile”, ou de militantes sindicais.
Espera-se que quando for posta em votação pela terceira, vez a questão da prisão em segunda instância, mesmo que sobrevenha a pior hipótese, aquela que altera a situação atual, Lula já tenha sido hóspede da prisão em Curitiba.
Se isto acontecer, em que pese o STF venha desmoralizando as punições aplicadas a criminosos, seja com prisões domiciliares, relaxamentos, habeas corpus, que interprete e reinterprete a Constituição ao sabor dos acontecimentos do dia, será tarde demais.
Por fim, Gilmar Mendes quer que a Polícia Federal identifique e puna os passageiros que o vaiaram em um vôo de carreira.
Não seria melhor a PF explicar a Gilmar o motivo das vaias?