• Junia Turra
  • 09 Março 2019

 

Roubaram o navio.
Quem roubou?
De FHC pra cá: mais de duas décadas.
E o semi-analfabeto Renan - que sobreviveu ao amigo Collor - virou um dos mandatários do Legislativo . E apareceu Cunha e novas gangs e foram loteando o país de Norte a Sul.
Ali Babás e cada um deles com 40 ladrões e seus 40 mil agregados.
Pronto!
Perdemos o navio, mas sobrou esse barco improvisado, tipo tábua de salvação.
Um oceano inteiro ao nosso redor.
Não enxergamos terra à vista.
E você vem questionar o Sérgio Moro e dizer que ele não poderia ter colocado a escalafobética do Instituto mimimi?
E vem detonar os filhos do Bolsonaro, o Carlos, porque impediu o Bestiano de ser Judas?
E o Eduardo, porque questionou o benefício dado ao Lula e negado a outros tantos presos de ir ao enterro de um parente? Quanto custou a saidinha "palanque" , mais uma vez nas costas do povo?
Na sequência virá o Paulo Guedes.
E o veneno básico contra o vice, o general Mourão.
Oi.... você aí no barco fazendo fofoca, angustiado, e a meia dúzia que colocamos lá remando contra a maré!
Quer óculos escuros , protetor solar e garçon?
A tábua de salvação não é de peroba do campo ou madeira de lei? Não foi encerada na semana passada?
Saia da zona de conforto , vigiI e orai: um olho no peixe e outro no gato... nos gatunos!
Faz promessa pra parar de pensar só no seu umbigo. Trabalhe em grupo - grita e alerta:
"Moooooro, essa lambisgóia, não!"
Vai ajudar a remar ou subiu no barco pra pegar um bronze?
Se for isso, vamos morrer todos esturricados ou afogados.
Não dá pra gritar terra à vista!!!!

*Publicado originalmente no Facebook da autora.
 

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  • Paulo Vendelino Kons
  • 08 Março 2019


Para Brasileiros com coragem, honradez, ética e vergonha na cara.



"Muitos homens odeiam a verdade por amor daquilo que tomaram por verdadeiro."
                                                                  (Aurelius Augustinus Hipponensis, Filósofo)

Prezado(a) concidadão(ã) – Paz e Bem!

Com a satisfação de cumprimentá-lo(a) nesta Quarta-feira de Cinzas, dia que marca o início da Quaresma para muitos brasileiros, tempo de penitência e oração mais intensa e da intensificação da prática da caridade, especialmente para com os mais pobres, lembro que para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus.

E o cuidado para com os pobres não pode estar limitado a um mero assistencialismo. "Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles" (Evangelii gaudium, 198). E mais, toda ação caritativa cristã deve ser iluminada pelas palavras de Jesus: "todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes" (Mt 25,40).

E neste dia que para mim é também de jejum e abstinência de carne, de reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, tendo presente a transitória e frágil vida humana, entristecido pelos fatos que nos cercam e eticamente indignado, recordo que o capítulo VI do Código Penal Brasileiro, referente ao ultraje público ao pudor, tipifica o ato obsceno como crime:

       "Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa."

Assim, o bem jurídico tutelado pelo artigo 233 do Código Penal Brasileiro é o pudor público. A sociedade brasileira tem o direito de ser respeitada no sentimento do pudor e da sua dignidade. A lei positiva protege a moralidade pública e o pudor público.

O sujeito ativo do delito é qualquer pessoa, do sexo masculino ou feminino, autor da prática de ato obsceno em lugar público, ou aberto, ou exposto ao público – sendo admitida a possibilidade de concurso de pessoas. Já o sujeito passivo é a coletividade (pudor público) ou qualquer pessoa que presencie o ato.

A palavra obsceno é oriunda do latim ob ou obs (a causa de) e coenum, tradução do grego ?oinón (imundo). Ato obsceno, elemento normativo extrajurídico ou empírico-cultural, representa, assim, uma conduta positiva do agente, com conteúdo sexual, atentatória ao pudor público, suscitando repugnância.

Mas para os que dirigem e trabalham no matutino paulistano Folha de S. Paulo e no seu portal Uol, no grupo Globo (Cbn mix, Gnews, Tv Globo, O Globo, época, ...), editora Abril(Veja, ...) e outros veículos de comunicação, o criminoso é quem denuncia o crime.

Para os integrantes dos grupos de mídia acima citados e outros assemelhados, um homem, ao completar 40 anos, manter conjunção carnal com uma menina virgem de 13 anos, desde que seja um 'artista famoso', não é ato reprovável e muito menos crime. A própria Folha de S. Paulo divulgou que a menina de 13 anos que foi violada, confirmou o fato.

De forma documentada, apresento alguns fatos que comprovam a guerra suja e não declarada dos principais veículos de comunicação e de grupos de renegados sociais contra o cristianismo na Terra de Santa Cruz, nome dado ao Brasil pelos portugueses, logo após a chegada de Pedro Álvares Cabral, com o objetivo de refletir o sentido da propagação da fé cristã:

FATO I
Milhares de crianças, em horário de aula, foram conduzidas pelas suas escolas à exposição Queermuseu, em cartaz durante quase um mês no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre/RS, e cancelada, no dia 10 de setembro de 2017, depois de 100 mil correntistas fecharem suas contas no banco Santander, além de manifestação de milhões de brasileiros decentes nas redes sociais e milhares protestarem no local, contra a profanação de símbolos religiosos e explícita promoção da pedofilia, zoofilia, prostituição infantil, e outros tantos relacionamentos sexuais que fogem aos mais básicos princípios de moralidade como modos normais de vida, como a relação sexual de dois homens com uma ovelha, uma mulher com um cachorro e dois homens introduzindo seus pênis na boca e no ânus de um homem negro. As obras apresentavam blasfêmias contra símbolos religiosos, como hóstias nas quais escreveram palavras de baixo calão, além de imagens que profanaram o símbolo maior da fé cristã, Jesus crucificado, integrando um conjunto de obras ofensivas e de mau gosto como a Virgem Maria segurando um macaco, representando Jesus Cristo.

O evento foi organizado com a utilização de R$ 850.560,00 (oitocentos e cinquenta mil e quinhentos e sessenta reais) de recursos públicos (Lei Rouanet).

Mais uma vitória dos que pensam a Revolução Cultural, que sabem que seu trabalho deve ser feito de forma lenta, gradual, dando a impressão de naturalidade, ou seja, dando a impressão de que a sociedade caminha assim naturalmente. O marxismo cultural, no Brasil, já conseguiu a hegemonia cultural e da mídia. Pela política da dominação de espaços, já controlam a classe falante (jornalistas, cineastas, psicólogos, padres, promotores de justiça, juízes, políticos, escritores), que é formada no pensamento do marxismo cultural.

Assim, sob a hipócrita máscara da "liberdade de expressão", alunos do ensino fundamental foram conduzidas a uma exposição na qual, smj, seus organizadores incorreram nos crimes previstos nos artigos 208 e 234 do Código Penal e no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O "curador" da exposição Queermuseu é Gaudêncio Cardoso Fidelis, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Câmara dos Deputados, sob o nº. 1308, e que recebeu a consagradora votação de 4.521 (quatro mil e quinhentos e vinte e um votos, 0,08% dos válidos) em 7 de outubro de 2018, seu grupo - hoje hegemônico na cultura, mídia, sistema de justiça, universidades e outras áreas - está em guerra, promovendo a destruição das três colunas da civilização ocidental: a fé cristã, o direito romano e a filosofia grega, tudo é válido e permitido.

Nós propomos o encontro de Jerusalém, Atenas e Roma, significando a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos gregos e o pensamento jurídico de Roma em contraposição ao marxismo cultural, que preconiza a destruição da família e da civilização ocidental através da derrubada - em nome de falsos direitos humanos - da fé cristã, do direito romano e da filosofia grega, as três colunas da civilização ocidental.

Mas os adeptos do marxismo cultural aclamam o curador como ícone da "liberdade de expressão".

FATO II
No saguão de entrada do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) uma jovem nua se masturba na escadaria em frente ao prédio ICH, na rua Alberto Rosa, em 26 de outubro de 2015. Outras fumavam maconha e consumiam bebidas alcoólicas dentro e fora do saguão do prédio da Universidade Federal de Pelotas, sem serem contidas. O ato iniciou por volta do meio-dia e se estendeu ao longo da tarde e da noite. Algumas mulheres nuas ou com os seios à mostra urinavam em baldes e jogavam a urina nas paredes do prédio da UFPel. Os manifestantes impediram o acesso ao edifício e a Universidade Federal decidiu suspender as aulas. Em nota, a UFPel aponta que "verificou a incompatibilidade da manifestação com as aulas, o que motivou a suspensão das atividades didáticas". As aulas na Faculdade de Educação e do Instituto de Filosofia, Sociologia e Política (IFISP) também foram suspensas.

FATO III
A XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro, segundo dados oficiais, reuniu 3,7 milhões de participantes, inclusive vários Chefes de Estado. No sábado, dia 27 de julho de 2013, a autoproclamada 'Marcha das Vadias' foi realizada próximo ao Altar Central, na Praia de Copacabana, onde o papa Francisco presidia os atos da histórica Jornada. Os integrantes da 'Marcha das Vadias' cobriram seus órgãos genitais com a imagem de Jesus Cristo; chutaram, pisotearam e destruíram cruzes e crucifixos; destruíram duas imagens de Nossa Senhora, simularam relações sexuais e se masturbaram com as cruzes e imagens diante dos peregrinos, inclusive crianças.

No mês anterior, com status de 'representante do povo' e das 'mulheres brasileiras', a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu no Palácio do Planalto as organizadoras da 'Marcha das Vadias', em reunião realizada no dia 28 de junho daquele ano.

Também os deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) homenagearam a 'Marcha das Vadias', concedendo a uma das articuladoras da marcha o título de 'EDUCADORA', em Sessão Solene da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

FATO IV
Em 31 de outubro de 2015, o cartão-postal da cidade de São Paulo, a Catedral da Sé amanheceu tomada por pichações favoráveis ao aborto, com frases como 'Útero laico', 'Tire seus rosários dos meus ovários', 'Útero livre', 'Aborto sim' e 'Se o papa fosse mulher, o aborto serial legal', após manifestação contra o projeto de lei 5.069/2013 que, entre outras medidas, visa a fazer cumprir o que dispõe expressamente a legislação brasileira sobre o 'aborto legal' e restringe a venda de medicamentos abortivos no país. A manifestação iniciou na Avenida Paulista e terminou por volta das 21h30 em frente à Catedral da Sé. Segundo cálculo da Polícia Militar, o ato reuniu três mil participantes.

Estudantes de direito, de enfermagem, de análise de sistemas e outros jovens se organizaram por meio de grupos nas redes sociais e chegaram cedo à Catedral, na manhã de Domingo (1º. de novembro de 2015), munidos de removedor de tinta e detergente neutro. Todos se declararam apartidários, cristãos em defesa da vida e limparam as pichações a favor do aborto. Os jovens foram recepcionados pelo Arcebispo Metropolitano de São Paulo, o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, na escadaria da Catedral. Uma organizadora da manifestação que resultou no ataque à Catedral atacou o cardeal Dom Odilo Scherer, por ter se deixado fotografar ao lado de jovens com pequenos cartazes de valorização da vida e contra o aborto.

Como sabemos, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo constitui monumento arquitetônico-artístico de referência para a cidade de São Paulo. Está localizada diante do marco zero da cidade. É edifício religioso que simboliza a fé cristã professada pela Igreja Católica. É também casa para todos. Diariamente entram na catedral centenas de pessoas de culturas e credos variados que são acolhidas fraternalmente.

FATO V
Um grupo de feministas adeptas do 'anarcofunk', a autointitulada banda 'Putinhas Aborteiras' se apresentou na TVE do Rio Grande do Sul, às 18h30min do dia 5 de maio de 2014, na gestão do então governador Tarso Genro (PT). A banda combinou a batida do funk com letras repletas de palavrões, críticas à Igreja Católica e referências sexuais. Mesmo com o linguajar chulo e de baixo nível e da exposição a crianças, a TV pública convidou as 'Putinhas Aborteiras'. Será adequado a TV EDUCATIVA abrir espaço, às 18h30min, para uma banda que prega abertamente a promiscuidade, o vandalismo e a violência? E a agressão praticada pela banda ao papa Francisco e aos demais cristãos é aceitável?

FATO VI
Contratados da Rede Globo debocham de Maria, mãe de Jesus Cristo, inclusive gravando um vídeo, que foi um dos mais rejeitados nos últimos anos. No vídeo, alguns atores defenderam abertamente o assassinato das crianças que estão por nascer e ridicularizaram o fato de Maria ter gerado e gestado, sendo virgem, seu Filho Jesus. Além de cometerem pelo menos um delito neste vídeo, a saber, incitação ao crime (promover o aborto é promover um crime!) e atentar contra nós crentes, vilipendiando nossa fé, as "estrelas" da televisão deste país mostram-nos algo bem maior: seu desespero, pois sua ideologia de morte está perdendo terreno cada dia mais.

FATO VII
O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) realizau o "35º. Panorama da Arte Brasileira – 2017", exposição com curadoria de Luiz Camillo Osorio, de 26 de setembro a 17 de dezembro de 2017.

Em uma das instalações, os visitantes – incluindo as crianças – são convidados a tocar o coreógrafo Wagner Schwartz, o qual se encontra nu. De acordo com o site do MAM, "o coreógrafo apresenta La Bête, performance em que ele se torna um Bicho de Lygia Clark e pode ser manipulado pelo público".

O MAM – local da exposição onde crianças podem tocar um homem nu – foi financiado com o dinheiro dos pagadores de impostos por meio da Lei Rouanet. O principal "incentivador" do museu no ano de 2017 – a empresa que capta os impostos estatais dos seus clientes para destinar aos projetos aprovados pelo governo – é o Banco Itaú. Além de financiador, uma de suas herdeiras do banco, Maria de Lourdes Egydio Villela – a "Milu Villela" – presidiu o MAM naquele ano.

CONCLUINDO ...

A Folha de S. Paulo e o seu portal Uol, o grupo Globo (Cbn mix, Gnews, Tv Globo, O Globo, Época, ...), editora Abril (Veja, ...) e outros veículos de comunicação aplaudiram entusiasticamente os protagonistas dos fatos acima relatados "como sendo atos da mais elevada arte e cultura, basilares de nova civilização" por eles apregoada, como sucedânia da civilização ocidental judaico-cristã.

A Tv Globo foi mais longe. Uma matéria - com a duração de 16 minutos e 56 segundos, do programa "Fantástico", que foi ao ar no dia 08 de outubro de 2017, domingo que iniciava a semana que seria marcado pelo Dia da Padreira do Brasil, após atacar violentamente o Padre Paulo Ricardo e o Pastor Silas Malafaia - foi finalizada com uma espécie de editorial, no qual o personagem que no dia que completou 40 anos manteve conjunção carnal com uma menina virgem de 13 anos, "explicava" que os fatos acima informados se tratavam "apenas de manifestações artísticas", deixando claro que quem não concordava com tais situações eram uma espécie de seres antissociais, obscurantistas e por aí vai. E a Tv Globo, na mesma matéria, deu largos espaços para pseudos líderes cristãos, que deixavam claro que os fatos acima relatados eram "normais', sob a alegação de que Jesus ensinou "amai-vos ...".

Assim, se a pretensão dos principais veículos de comunicação e dos grupos de renegados sociais for vitoriosa, praticar toda ordem de depravação de costumes, libertinagem, licenciosidade e devassidão deve merecer entusiásticos aplausos de todos. Mas quem ousar denunciar este estado de coisas, deve ser punido exemplarmente.

Se é verdade que a nossa luta é de Davi contra Golias, pois eles detêm a grande mídia, o dinheiro e a fama, nós detemos a verdade, algo que fala direto ao coração humano. Mas, assim como eles não descansam na busca de seu objetivo sórdido, muito mais nós – cidadãos comuns - devemos nos empenhar por um país decente.

Apesar de toda tentativa de se relativizar a verdade, todo homem e mulher de boa vontade podem concluir que, na realidade, existe um referencial claro, que é o esplendor da verdade contida nos Mandamentos da Lei de Deus, proclamados no Sinai, os quais proclamam a verdadeira humanidade do ser humano e enunciam as exigências do amor de Deus e do próximo, mandamentos que resumem a lei divina natural, válida para todos os povos e todas as crenças, e que foram elevados até ao máximo nível do amor pelos ensinamentos e o exemplo de Jesus Cristo que, verdadeiramente, nos trouxe a luz da vida.

E tenho dito.
Brusque-SC, Quarta-feira de Cinzas do ano da graça do Senhor de 2019.


Paulo Vendelino Kons, 49, bacharel em Administração pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e integrante do quadro permanente de servidores efetivos do município de Brusque/SC desde 1989 -

       

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  • Harley Wanzeller
  • 08 Março 2019

 

Carnaval. Carnaval.
Triste é o Carnaval.
Sem máscaras, não caio na gandaia.
Não sirvo mais para nada.
Ainda bem...
Dispenso a celebração da parte mundana que em mim habita.
A imunda parte humana que desnuda um esquálido espírito de porco,
Banhado em um Rio proibido,
Em um intocado vendaval,
Chamado Carnaval.

Lá vem o bloco....
E eu não vou.
Não estou lá.
Não quero blasfemar,
Tampouco ostentar presença em área "VIP", como se o escárnio fosse um gozo.
Não sinto prazer em difamar Jesus Cristo, ou em idolatrar o capiroto.
Não quero homenagens a bandidos.
Nem louros aos heróis, pois à vista ficariam submissos ao convívio com o esgoto.
Com a fossa moral e abjeta representada em plumas e paetês tingidos por criminosos,
Adornados em fantasias que nada fantasiam e, sim, revelam a identidade espúria,
A baixa qualidade moral de covardes travestidos de foliões.

Carnaval. Carnaval.
No passado, um temporal de brilhantina...
Quanta saudade da charanga,
Do samba na gafieira,
De crianças envoltas em confete e serpentina,
Das famílias brincando em ruas de blocos, quando os blocos nada faziam além de festejar uma alegria quase casta,
Em três dias de sossego e folia!
Fazem falta as melindrosas que não se melindravam,
Os palhaços e bailarinas que não escondiam armas nas cinturas,
Os bailes ordeiros, onde máscaras eram somente máscaras.
As festas distintas,
Distantes do "teatro dos horrores".
Sinto falta dessa paz...
Do vendaval de emoções,
Ancestral do Carnaval.

Hoje, as máscaras são escudos e encobrem o pior de cada um.
As alegorias mostram uma realidade quase impublicável de nós mesmos.
Autorizam o descontrole,
O desrespeito,
A libertinagem,
A sem-vergonhice,
A canalhice.
Debocham da estirpe oculta por um elegante terno em dia normal.
Mas tudo sob desculpa e argumento:
• Relaxa. É só brincadeira!
• Tudo pode!
• É Carnaval!

Vem, quinta-feira!
Traz de volta a vida normal!
Cansei destes foliões...
Tira-me deste lodaçal!
Em memória, já vivi uma festa...
Mas não esse bacanal!
Imoral assassino de um povo,
Arrastado pelo lamaçal de idiotices.
Traga de volta pierrôs e colombinas!
Não quero os "mijões" e suas "latrinas"!
Eles matam tudo, e ainda fedem.
Apodrecem minha folia trivial,
Afrontam minhas boas lembranças,
A memória do que um dia foi "legal".
Carnaval. Carnaval.
Em que te converteste?
Festa banal de gente boçal?
Tristeza infernal!
Para que, então, viver?
Morra, Carnaval!


Harley Wanzeller
(06.03.2019- quarta-feira de cinzas)

 

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  • Ernesto Araújo
  • 05 Março 2019

 

A política externa brasileira foi uma política de “consenso” nos últimos 25 anos porque refletiu um consenso mais amplo, o consenso na base do sistema político que ameaçou sufocar a nação brasileira com a corrupção e a estagnação econômica, a crise moral e o enfraquecimento militar, o apequenamento internacional, o descaso pelos sentimentos do povo brasileiro.

Os brasileiros rejeitaram esse consenso nas urnas, em outubro de 2018, ao escolher o único candidato que se ergueu contra o sistema. Insistir agora em que esse consenso continue a prevalecer na esfera da política externa, por temor e preguiça, sob o pretexto de “manter as tradições”, seria trair o povo brasileiro.

O “consenso” na política externa, com sua “maturidade” e “equilíbrio”, permitiu ao longo desse período a subida de Chávez na Venezuela, o predomínio crescente do bolivarianismo na América do Sul concebida como um bloco socialista, a consolidação de Chavez e Maduro no poder, a corrosão progressiva de todos os elementos do Estado Democrático de Direito naquele país, sua entrada no Mercosul a ponto de quase destruir o bloco, a deliberada política do regime de Caracas de criar miséria para reforçar o controle sobre a sociedade – tudo isso sob as barbas do nosso “consenso”. Alguns apoiaram abertamente o chavismo. Outros fingiram que foram contra mas não fizeram nada de concreto. Aquilo que parecia haver de defesa da democracia na política brasileira para a Venezuela no último governo extinguiu-se completamente, entre sorrisos, em setembro de 2018, na reunião de Aloysio Nunes com o chanceler de Maduro em Nova York, onde o lado brasileiro aceitou na prática a normalização das relações com a Venezuela sob o pretexto de que “é um país com o qual fazemos fronteira”. Se permanecesse aquele maravilhoso consenso, não haveria hoje um pingo de esperança para a Venezuela, e Maduro estaria firme, sem qualquer receio de perder o poder, sorrindo ao ver as crianças venezuelanas comerem lixo.

Eu vi com meus próprios olhos essas crianças e seus pais, nas fronteiras da Colômbia e do Brasil com a Venezuela. Eu ouvi os venezuelanos em Cúcuta gritando “obrigado Brasil” e apertei suas mãos, eu escutei suas vozes rasgadas de esperança, gritando “Venezuela libre!” e gritei junto com elas. Eu senti o seu enorme anseio de que agora, finalmente, graças em grande parte ao novo Brasil, os venezuelanos possam recuperar sua pátria e sua dignidade humana, com o fim iminente da ditadura. Eu abracei Juan Guaidó, esse líder destemido que, sob risco de vida, corporifica o sonho de uma nova Venezuela, vi os índios pemones que viajaram até Brasília, grande parte do trajeto a pé, e saudaram Guaidó em frente ao Itamaraty, e entoaram um cântico por seus parentes massacrados por Maduro – tudo isso enquanto Rubens Ricúpero e Fernando Henrique Cardoso escreviam seus artigos espezinhando aquilo que não conhecem, defendendo suas tradições inúteis de retórica vazia e desídia cúmplice.

O Presidente Bolsonaro e eu estamos, sim, rompendo esse consenso infame. Estamos rompendo com a tolerância irresponsável que ajudou a acobertar os crimes do regime chavista-madurista, e que continuaria acobertando até hoje, se o sistema que vinha governando o Brasil permancesse no poder.

A esperança de uma nova Venezuela não existiria sem o novo Brasil. A atuação do Brasil no Grupo de Lima em 4 de janeiro, a organização do encontro das forças de oposição em Brasília em 17 de janeiro, a denúncia do genocídio silencioso praticado por Maduro por meio da nota do Itamaraty igualmente de 17 de janeiro, o respaldo ao Tribunal Supremo de Justiça legítimo da Venezuela que avaliza constitucionalmente o processo, o reconhecimento de Guaidó como Presidente Encarregado em 23 de janeiro – todas essas iniciativas da nova política externa brasileira, que o Presidente Bolsonaro me deu a honra de conduzir, foram decisivas para acender a esperança que vi brilhar nos olhos das pessoas de carne e osso, e que contagiou toda a região, que colocou a barbárie do regime madurista sob os olhos de todo o mundo. Segundo me confidenciou pessoalmente uma grande liderança democrática venezuelana, foram as iniciativas do Brasil que mudaram o jogo e mobilizaram os próprios Estados Unidos a romperem a inércia em que se encontravam até o início de janeiro e a virem colocar seu peso político em favor da transição democrática. Não foi o Brasil que seguiu os EUA, mas antes o contrário. Quem não acreditar, pergunte aos venezuelanos que lutam por sua pátria, e que passarão à história como heróis da liberdade. Perguntem a eles o que acham da política externa de Bolsonaro. Perguntem aos venezuelanos expulsos de seu país pela fome e pela tristeza e que agora sentem-se à beira de poder voltar para casa. Perguntem a eles, e não aos comentaristas de política externa, não aos ex-presidentes e ex-ministros do “grande consenso” da inação e da mediocridade.

Perguntem a eles se me veem como a caricatura de um guerreiro medieval com a cruz de Cristo no peito (da qual aliás muito me orgulho) ou simplesmente como um homem que, com todas as sua limitações, está trabalhando para defender a democracia, em benefício de toda a região, essa democracia de que os críticos de Bolsonaro tanto falam mas pela qual nada fazem nunca.

Agora vem FHC, com o mais surrado dos artifícios retóricos: a criação de uma falsa dicotomia. Segundo ele, as únicas opções são o prosseguimento do “consenso” ou a intervenção armada na Venezuela. Não, não são as únicas. Ao contrário de FHC, eu acredito na diplomacia, porque acredito na força da palavra e do espírito humano para mudar a realidade, porque não sou cínico nem materialista, porque acredito no povo brasileiro, esse povo dos “grotões” que FHC abertamente desprezava (assim como desprezava e despreza os eleitores de direita que o fizeram presidente duas vezes), e acredito que este povo tem em suas mãos um destino imenso capaz de mudar o mundo, começando por ajudar na libertação do povo-irmão venezuelano.

Nessa libertação, o sentimento de solidariedade humana para com os venezuelanos coincide com o interesse nacional brasileiro. Uma Venezuela eternamente chavista-madurista, vivendo do narcotráfico, albergando terroristas de toda estirpe, armando milícias criminosas, financiando crime organizado e movimentos pseudo-sociais em território brasileiro, expulsando seu próprio povo pela fome e pela doença, essa Venezuela seria uma ameaça permanente e tremenda à segurança do Brasil e dos brasileiros. Fazer algo efetivo a respeito, contribuir para uma Venezuela democrática, é algo que a melhor tradição diplomática brasileira exige e impõe. Estamos restaurando a verdadeira tradição diplomática brasileira, a tradição de um país livre, soberano, orgulhoso de si mesmo, consciente de sua capacidade e sua responsabilidade de contribuir para o bem da humanidade.

*Publicado originalmente em https://www.metapoliticabrasil.com/blog/contra-o-consenso-da-ina%C3%A7%C3%A3o
 

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  • Nizan Guanaes
  • 04 Março 2019


Só maluco torce para que o avião em que se está viajando caia; e o Brasil sem a reforma não vai voar.

Um cara entrou no elevador outro dia e me disse: “Bom dia”. Eu respondi: “Se aprovarmos a Previdência, será um bom dia”. Peguei um táxi no aeroporto, e o motorista me perguntou: “Para onde vamos?”. Eu respondi: “Se não aprovarmos a Previdência, vamos para o brejo”.

Enfim, nos próximos meses, no elevador, no táxi, no artigo da Folha, na reunião de condomínio, no bar com os amigos, eu, você e qualquer pessoa de direita, centro e esquerda, mas com juízo, deve lutar para aprovar a reforma da Previdência.

O governo já enviou sua proposta ao Congresso Nacional, e agora cabe o debate democrático em torno dela. Só não cabe mais, no meu entender, aquele papo de dizer que é a favor da reforma, mas não desta, e aí acabamos sem reforma alguma. Não há mais tempo para isso.

A reforma é decisiva para a economia decolar. Já se calcula que US$ 100 bilhões estão para serem investidos no Brasil, mas esperam a aprovação das mudanças. Ninguém quer investir num país que pode quebrar mais à frente.

O Estado brasileiro está sufocado por déficits monstruosos. Os governos de turno não conseguem investir onde deveriam, como saúde, educação, segurança pública, saneamento básico, habitação...

Os dados não são novos e são bem conhecidos. Todo o mundo que chega ao governo é a favor da reforma, mas, quando está na oposição, fica tentado a fazer proselitismo com o eleitorado, brincando com fogo.

Eu inclusive acho errado o tema ser reforma da Previdência. O professor Lavareda disse algo que nunca esqueci —não se trata de reformar a Previdência, mas de salvar a Previdência.

Sem salvar a Previdência, não vamos conseguir pagar aos aposentados. Estados liderados por governadores de todos os partidos sabem disso. Estão quebrados ou a caminho de quebrar e não conseguirão custear obrigações básicas se seguirmos desse jeito.

Não é uma medida fria, liberal. É uma medida humana, difícil às vezes de entender, embora as pesquisas mostrem que a população cada vez mais entende a reforma.

Os empresários, em vez de comodamente jogarem a reforma no colo e na conta do governo e do Congresso, precisam ajudar a mobilizar o país para a importância desta hora.

Os veículos de comunicação, da forma crítica que lhes é habitual e fundamental, têm o papel de mostrar a realidade e o perigo dos números. Não é questão de ideologia, mas de matemática. A conta não fecha.

Sem salvar a Previdência, quem trabalhou duro não vai ter proventos. E os jovens terão um futuro pior.
Não cabe a nós, formadores de opinião, líderes empresariais, influenciadores, ficarmos em cima do muro.

O celular é o microfone que a tecnologia deu a todos. Temos nos nossos grupos de WhatsApp a oportunidade de propagar essa mobilização.

Tenho amigos e parentes que são contra a reforma. Respeito todos eles, e que também façam a campanha pelo que acreditam. Mas os que concordam comigo precisam se mobilizar e ajudar a aprovação no Congresso.

Não é questão de apoiar ou não este governo. Só maluco torce para que o avião em que se está viajando caia. E o Brasil sem a reforma não vai voar.

É aritmética, não é ideologia. As pessoas vivem cada vez mais no mundo todo, e a conta atual não fecha.
Com todo o respeito às pessoas que pensam diferente de mim, eu convido aqueles que pensam como eu a repetirmos juntos esse mantra: Previdência, Previdência, Previdência.

Vamos salvar a Previdência.


*O autor é publicitário, fundador do Grupo ABC.
**Publicado originalmente na Folha de São Paulo
    

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  • Bruno Carpes, Promotor de Justiça
  • 01 Março 2019


Desde o início do novo governo dizia que teria uma primeira avaliação a respeito da pasta da segurança pública a partir das primeiras nomeações ao Conselho Penitenciário Nacional.

Primeiro, não tive a sensibilidade de parabenizar publicamente o grande amigo Dr. Pery Francisco Assis Shikida que fora nomeado para a suplência do referido Conselho. Penso que já merecia a titularidade, inclusive. Parabéns, meu dileto e competentíssimo amigo. Nesse quesito, Moro teve um ótimo conselheiro.

Por outro lado, vejo vários nomes - simbolizado pela única conhecida do grande público, a Sra. Ilona Szabó (já deposta) - que discordam das visões empíricas e teóricas do grande economista do crime e da chapa presidencial eleita. Ecoam ainda naquele conselho as vozes dominantes na cena intelectual pátria, afeitas a variados graus de determinismo social, jogando as escolhas racionais de um indivíduo nas costas da sociedade, das vítimas, das desigualdades socioeconômicas etc. Aquelas visões que nos levaram a exculpar o criminoso e dessensibilizar inumeras pessoas quanto à imoralidade e a prejudicialidade social e individual do crime.

Como lembra Thomas Sowell, em sua magistral obra “Intelectuais e a Sociedade”: engenheiros quando falham na engendração de uma ponte e médicos quando falham na imperícia sofrem severos abalos em suas reputações profissionais, mas quando certos setores dos intelectuais terão a sua conta de participação cobradas e assumidas?

Lembro ainda que postei em julho do ano passado, resolução do CNPCP que determinava que fossem distribuídos lubrificantes e insumos ao consumo de drogas, tudo “discretamente”. Além disso, durante muitos anos predominado por vozes singulares (sem pluralismo), vem estipulando exigências arquitetônicas quase inexequíveis para a construção de novos presídios, dificultando o alargamento da falsa percepção do encarceramento em massa, que a grande maioria dos conselheiros combate com unhas e dentes.

Também estranhamente, a única voz forte e combativa ao discurso singular do Conselho, o Dr. Eugenio Paes Amorim, não foi reconduzido, talvez porque Brasília esteja desacostumada com aqueles que não se dobram aos seus maus hábitos. Não raro, quem expõe francamente suas posições acaba por ser excluído do “debate”.

Enfim, governo temporário e democrático é legitimado a representar os anseios da maioria - essa é a arte da democracia. Chama-se a outra turma, que aguarda a sua vez para colocar em prática as suas ideias. A turma perdedora, que aguarde novamente a sua vez no banco de reservas. Essa é a linda pluralidade democrática: cada turma respeita à vontade da maioria, buscando restabelecer a confiança de suas ideias junto à sociedade. Parece-me que o anseio por pluralidade dentro de órgãos do Executivo, que irão ditar políticas públicas durante o mandato presidencial, desrespeita a representatividade temporária selada nas urnas. Ora, se paradigmas antepostos e adversários nas eleições acabam por se encontrar de qualquer maneira durante o exercício do mandato, qual o sentido do voto? Aliás, se bem entendi o recado das últimas eleições, a sinalização é de que há certa intransigência ao compadrio, jogo de cenas e, o pior de tudo, desrespeito à representatividade democrática.

Em resumo, a perda de sentido sobre os reais significados de um Estado Democrático de Direito é um dos principais problemas a longo prazo da nação.

Ao digníssimo Ministro da Justiça vale a pena dar uma lida nas publicações do Ministério da Justiça antes de sua chegada recente e, consequentemente, no seu íntimo poderá refletir se as ideias de certos servidores de segundo e terceiro escalão - e também das cúpulas de outros órgãos parceiros - que produziram tais peças ideologizadas pelo irreal podem servir-lhe de bom conselheiro.

Em tanto desvio de rumo e de sentido na seara político-institucional brasileira, sempre é bom relembrar que a Prudência é a mãe das virtudes em matéria de Política.

*Bruno Carpes é Promotor de Justiça no MP/RS
 

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