Acemoglu e Robinson, em "Por Que as Nações Fracassam: as Origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza" (2012), afirmam que as instituições são a razão fundamental do desenvolvimento e/ou do atraso das distintas nações.
Alguns países são ricos porque possuem instituições inclusivas, ou seja, aquelas que suportam uma série de liberdades que permitem aos indivíduos realizarem seu potencial sem constrangimentos e, dessa maneira, promovem o desenvolvimento econômico graças ao processo característico de uma economia de mercado, à destruição criativa.
Por sua vez, países pobres têm as instituições erradas, instituições extrativistas. Tais instituições cerceiam as liberdades e impedem a destruição criativa como forma de extrair rendas e manter as elites no poder, resultando no conhecido subdesenvolvimento.
Dito de forma singela, são as instituições engendradas pelas elites que determinam as "regras do jogo" competitivo, e que são determinantes para o sucesso ou fracasso econômico e social de um país.
No país do pau-brasil, desde sempre as elites nacionais geraram instituições extrativistas apenas para enriquecimento próprio.
Obviamente, uma das instituições mais críticas para o desenvolvimento é o poder judiciário.
Não é preciso muita reflexão para visualizar que em terras verde-amarelas, no Estado do compadrio, não há uma "lei" igual para todos! A lei brasileira se diferencia em função da "qualidade e poder" das pessoas, privilegiando os poderosos e prejudicando a grande maioria dos comuns.
A suprema pequena corte brasileira tem dado mostras de sobra de que para os amigos do rei abundam os correspondentes privilégios da lei! Receita sagrada para a manutenção - eterna - do compadrio para poucos e do subdesenvolvimento para a grande massa do povo.
Com instituições jurídicas que legislam ao invés de julgar a lei, sem regras previsíveis, estáveis e confiáveis, nunca deixaremos a condição de país de renda média-baixa!
De acordo com recente estudo do IBGE, 25,3% de toda a população brasileira está abaixo da linha da pobreza. Significa na prática que um em cada quatro brasileiros vive com menos de R$ 420 por mês.
Nesse país iluminado por uma série de especialistas, um dos ministros do STF, o "excelentíssimo" Sr. Gilmar Mendes, aquele que troca de opinião e sentencia de acordo com o réu, qualificou os procuradores da Operação Lava Jato de verdadeiros "gangsters"! Notem que estamos falando de menções dentro da mesma justiça nacional.
Não tenho dúvida de que entre os vários inimigos do ministro Gilmar, seu nababesco ego é seguramente seu pior inimigo!
Vejam, num país em que um quarto da população é muito pobre, o grupo de trabalho dos "gangsters" já conseguiu recuperar R$ 13 bilhões (!!) aos cofres públicos, esses roubados pelos reais ladrões da nação brasileira.
Preto no branco, ou se modernizam verdadeiramente as instituições, tornando-as mais inclusivas, ou continuaremos tendo um generoso país para poucos e devastador para o seu povo!
Como tem cego por aí, ou melhor, aqueles que disfarçadamente fingem não enxergar!
Alex Pipkin, PhD
Se qualquer pessoa disser que os “SEIS DO STF” são feios, muito provavelmente será processado. Eduardo Bolsonaro, deputado, com imunidade parlamentar que lhe concede o direito de emitir livremente opinião sobre quaisquer assuntos, desde que não ofensiva à moral e aos bons costumes, referiu-se “en passant” à possibilidade de aplicação do AI-5 como forma de conter as graves ameaças de subversão da ordem que pairam sobre o País. Foi o que bastou para que o mundo viesse abaixo, sendo levantada a hipótese até mesmo de ser-lhe imposta a pena de cassação do mandato!
Enquanto isso, o “demolidor do futuro de Garanhuns’’, recém solto da cadeia por decisão da maioria do STF, em comício no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, transmitido ao vivo e em cores, com toda a publicidade, pelas emissoras de televisão e meios de comunicação outros, chamou o Ministro Moro de “canalha”, os membros do Ministério Público da Operação Lava Jato, Dallagnol à frente, de “quadrilha”, o Presidente Bolsonaro de ‘’Presidente dos Milicianos”, além de incentivar seus seguidores a “passarem ao ataque” e a “seguirem o exemplo do que hoje ocorre no Chile’’ em nossa terra! E ‘’no pasó nada”, como se diz na língua dos hermanos Castro, de Chê Guevara, de Hugo Chávez, de Nicolás Maduro e de Evo Morales, ídolos da esquerda radical na América Latina e no Brasil, tudo sendo encarado até agora como se dentro da mais perfeita normalidade...
Os frutos plantados pelos idealizadores e condutores do processo da Constituição de 1988, predominantemente de esquerda, estão sendo colhidos nestes dias. Ao longo do período desde então, direitos tiveram primazia sobre deveres, estimularam-se as divisões na sociedade, os ódios e as lutas de classe, ganharam corpo e ampla difusão os conceitos gramscianos de quem combate o comunismo é “fascista”, quem se opõe à corrupção generalizada e pretende que os corruptos vermelhos e de todos os matizes sejam processados e presos é ‘’antidemocrático”, enquanto “democráticos e heróis da liberdade” são os que lutaram, de armas na mão, guerrilheiros e terroristas, para impor a tirania vermelha em nossa terra.
Os desafios a serem vencidos, para a implantação definitiva da Democracia e da Paz Social no Brasil, partem dos partidos e agrupamentos da esquerda radical de toda natureza, da infiltração planejada e programada de reitores, diretores, professores de orientação vermelha nas escolas de todos os níveis, e de caudatários da mesma perversa ideologia nas direções, redações, corpos de reportagem e de comentaristas dos órgãos de comunicação de massa, televisivos, radiofônicos, jornais, revistas e periódicos. Agravando sobremaneira a situação, tem-se a postura anti Operação Lava Jato, que pela vez primeira em nossa História levou os criminosos ricos e poderosos à beira dos tribunais e à prisão, de grande parte dos membros das Duas Casas do Congresso Federal, envolvidos em investigações, inquéritos e processos, daí a aprovação a toque de caixa da Lei do Abuso de Autoridade, tendendo a absolver culpados e a punir os agentes responsáveis funcionalmente pela defesa da ética e da moralidade no âmbito de todas as operações a cargo do Estado e no seu relacionamento com empresas e outros entes do direito privado e países e organizações estrangeiras.
A recentíssima decisão da maioria de 6x5 do STF, que foi elevada à condição de impor sua vontade à Nação, contrariando o que vigia até 2009 e a própria decisão do mesmo tribunal, prolatada em 2016 e seguida em sucessivos julgamentos naquela corte desde então, no sentido de mandar soltar os presos já condenados em segunda instância, para que ficassem em liberdade até o julgamento final da quarta instância, depois de esgotados todos os recursos possíveis, apresentados por advogados muito caros, é mais um fator retardador e eventualmente prescritor da vontade da maioria expressiva da Nação, e do conceito democrático basilar de que “todos são iguais perante a Lei”.
Não há como não se ficar preocupado quanto ao futuro. E agora? Será tudo absorvido passivamente? Tentarão os agentes do caos incendiar o País, “como ocorre no Chile”? Que rumos estão reservados ao Brasil, ao seu Povo e às suas Instituições?
AS PESSOAS PATRIOTAS E DE BEM TÊM DE SER FORTES, FIRMES, PERSEVERAR NO BOM COMBATE EM DEFESA DA PÁTRIA, COM CORAGEM, BRAVURA E DETERMINAÇÃO!
MELHORAR? JAMAIS!
Dias atrás escrevi um editorial explicando que as vontades do PODER EXECUTIVO são, invariavelmente, diferentes das vontades do PODER LEGISLATIVO. Vejam que quando o Executivo propõe medidas que podem produzir crescimento e desenvolvimento econômico, o Legislativo, mesmo nos raros momentos que manifesta boa vontade, trata sempre de piorar alguma coisa. Melhorar? Jamais!
CASO EXEMPLAR
A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, para ficar com o caso mais recente, é exemplar. Melhorar o projeto, no sentido de ampliar a economia de R$ 1,26 Trilhão, nem pensar. O resultado, como se sabe, foi um corte significativo, na ordem de 40%. E mesmo com o tamanho da mutilação ainda ficamos imensamente agradecidos ao Legislativo.
A ORDEM É MANTER O CORPO DOENTE
Partindo desta clara premissa, volto a afirmar: a maioria dos deputados e senadores, mesmo sabendo que o Brasil sofre de várias doenças gravíssimas, que levaram a uma paralisação brutal da economia, não admite, em hipótese alguma, tratamento que, comprovadamente, produz cura. A ordem, pasmem, é manter o corpo sempre doente.
PROMULGAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A propósito, hoje pela manhã a REFORMA DA PREVIDÊNCIA foi promulgada pelos presidentes da Câmara e do Senado. Em sessão solene os chefes do Poder Legislativo fizeram pronunciamentos do tipo que leva os ingênuos a acreditar que o prazo de nove meses foi curto e que o problema previdenciário está, enfim, resolvido.
CORREDORES POLONESES
Pois, passada esta fase, que durou praticamente o ano todo, agora chegou a hora de encarar a REFORMA TRIBUTÁRIA e a REFORMA ADMINISTRATIVA. E, como se sabe, se tudo der certo e à contento, ambas as PECs passarão pelos CORREDORES POLONESES onde, inevitavelmente, serão desfiguradas antes de serem votadas em plenário. Isto, obviamente, só lá em meados de 2020.
VELHA PERGUNTA
Enquanto isso alguns jornalistas, que pouco ou nada sabem, fazem sempre a mesma pergunta aos seus interlocutores: - Por que a economia e o emprego seguem em ritmo de baixa recuperação? A resposta, nem sempre obtida é mais do que simples: - Porque o Legislativo não admite o emprego de remédios com capacidade de cura. No máximo, só admite que o paciente respire.
Em 1993 o poeta, ensaísta, escritor, editor e tradutor alemão HANS MAGNUS ENZENSBERGER, um dos filhos mais diletos da Escola de Frankfurt (1) , aluno preferido de Theodor Adorno, escreveu o ensaio PERSPECTIVA DE UMA GUERRA CIVIL.
No ensaio, HANZ MAGNUS introduz o conceito de Guerra Civil Molecular. Segundo ele, a Guerra Civil Molecular desenvolve-se em áreas urbanas e está ligada a subcultura marginal, sem qualquer objetivo político, possuindo alto grau de violência.
Diferentemente das guerras civis tradicionais, onde a violência é um meio para se atingir um fim, nas guerras moleculares não há qualquer fim a ser buscado ou inimigo certo a ser batido.
Não há, por igual, ideologias que legitimem os atos cruentos praticados. Há, por parte dos “guerreiros moleculares”, a perda da empatia, do altruísmo e da alteridade. É como se existisse um ódio contra tudo aquilo que funciona e que se expressa em “una furia destructora” (p. 48).
Ela começa aos poucos, de forma quase imperceptível. Instala-se no seio do contexto social através de pequenos atos de desordem. Estes, sem que o conjunto da população se aperceba, vão se avolumando, crescendo em número e complexidade, até o momento da total ruptura do tecido social, criando-se o caos.
Diz Hanz Magnus:
“El comienzo es incruento, los indícios son inofensivos. La guerra civil molecular se inicia de forma imperceptible, sin que medie una movilización general. Poco a poco, en la calle se van acumulando las basuras. En el parque aumenta el numero de jerinquillas y botellas de cervezas destrozadas. Por doquier las paredes se van cubriendo de graffiti monótonos cuyo único mensaje es el autismo: evocan um Yo que ya no existe. Los colégios aparecen com el mobiliário destrozado, los pátios apestan a mierda y orina, Nos hallamos ante unas declaraciones de guerra; aunque pequenas, mudas, el urbanita experimentado sabe interpretalas” (p. 47).
Este tipo de guerra é molecular por se manifestar em qualquer espaço, por menor que seja. Nesse sentido, mesmo um vagão de metrô pode ser o palco de uma guerra civil molecular: “De este modo cualquier vagón del metro pude convertirse en uma Bosnia em miniatura” (p. 28).
A Guerra Civil Molecular é como se fosse um vírus altamente contagioso, espalha-se rapidamente e com muita facilidade, contaminando, de forma letal, o seu hospedeiro, no caso a sociedade.
O “vírus” da guerra civil molecular, após instalado, muda o cenário urbano para pior. Passa imperar, em muitos sítios, a lei do mais forte. O Estado perde o controle destas regiões e a polícia não mais consegue impor a ordem. Aos moradores que lá residem resta, tão somente, duas opções, a submissão aos que se apossaram do território ou a mudança do local.
Sobre o assunto diz Magnus:
“En algunos barrios impera la ley del más flerte. La policia, que se siente inferior ya no se atreve a entrar allí, con lo cual se convierte tacitamente em cómplice, En todos estos casos puede hablarse em territorios liberados, em el sentido de que los criminales han conseguido liberarse de de la civilización y sus cargas” (p. 50).
De outro lado, nas regiões onde vivem os mais abastados, há uma mudança na estética nas casas, ruas e bairros. Muros altos, cercas, guardas armados, carros blindados e vídeomonitoramento passam a integrar a cena urbana. As residências tornam-se verdadeiros presídios, não para impedir a fuga de quem nelas estão, mas sim para impedir o ingresso de criminosos.
Com o recrudescimento da guerra civil molecular a polícia e a justiça perdem o controle da situação e as cadeias, ao revés de lugares onde as penas devem ser cumpridas, convertem-se em centros de recrutamento e treinamento de novos guerreiros (p. 52).
Os guerreiros moleculares não se escondem nas brumas do anonimato, publicam os seus feitos nas mídias sociais e buscam, assim, galgar prestígio junto a seus pares. É como se a guerra civil molecular ganhasse o “status” de série televisiva e os seus protagonistas de atores dos filmes sobre as suas próprias barbáries (2). Nas palavras de Hans Magnus, “La guerra civil se convierte en uma serie televisiva. Los combatientes muestran sus crimines ante las câmaras. Puede que piensen que así aumenta su prestígio.” (p. 67). É como se este tipo de guerra seguisse um roteiro que, ao final, termina com a ruína do contexto social como o conhecemos.
Vejamos o roteiro da Guerra Civil Molecular: normalidade, início da alteração do quadro de normalidade, a instalação da crise, sinais do começo da guerra civil molecular, a guerra civil molecular e, finalmente, o caos.
No primeiro estágio da guerra civil molecular prevalece um pretenso estado de normalidade. A vida em sociedade parece manter-se intacta e as instituições funcionam sem maiores sobressaltos. Eventuais conflitos ainda são resolvidos pelas vias normais, desde a autocomposição até a intervenção estatal. O monopólio do uso da força permanece nas mãos do Estado.
Quando a normalidade começa a sofrer alterações, o Estado não mais consegue dar resposta aos conflitos interpessoais, fazendo com que a confiança da população decaia. Há a baixa adesão às normas que regulam a vida em sociedade. Cria-se a cultura de transgressão das leis. De forma silenciosa a guerra civil molecular vai se instalando.
Na sequência, a crise começa a dar sinais de sua presença, tornando-se perceptível. Há a deterioração do aparato estatal destinado à imposição e manutenção da lei e da ordem. As instituições encarregadas da tarefa de dar segurança perdem muito de sua capacidade de agir e são detectados altíssimos índices de corrupção.
Com a escalada da crise, a guerra civil molecular encontra terreno fértil para se instalar e se sedimentar. Passa-se a perceber a multiplicação de inúmeros blackspots (3). O Estado perde a soberania sobre expressivas porções de seu território. Percebe-se a atomização das relações sociais, cada um cuidando apenas de sua própria segurança e de seus familiares. A empatia, a alteridade e a solidariedade cedem espaço ao egoísmo nas relações interpessoais.
Instalada a guerra civil molecular, há a proliferação de cartéis e organizações criminosas, cada uma delas buscando o seu quinhão. Os conflitos entre estas organizações tornam-se frequentes, para a manutenção e mesmo para a expansão de mercados e territórios. A autoridade estatal não mais se constitui em uma ameaça crível aos criminosos.
Finalmente, a guerra civil molecular se torna generalizada, deixando tal natureza e passa a se constituir em macroscópica. Instala-se o caos e o Estado se fragmenta. O fim que se prenunciava com a instalação da guerra civil molecular, passa a ganhar contornos concretos.
Eis que o fim chega e o Estado não mais é Estado.
* O autor é procurador de Justiça no MP/RS
[1] No artigo A Escola de Frankfurt, o marxismo cultural, e o politicamente correto como ferramenta de controle, CLAUDIO GRASS diz: "A Escola de Frankfurt professa que o homem, na condição de mamífero e sendo um mero produto da natureza, destituído de qualquer espiritualidade, é totalmente limitado em sua existência, sendo conduzido pelos seus mais básicos e primitivos instintos e guiado por suas necessidades básicas. Não há espaço para o livre arbítrio, não há capacidade de julgamento crítico e nem há a habilidade de distinguir o certo do errado. Não há presciência e não há racionalização. Essa posição tem suas raízes nas bases marxistas da Escola, uma vez que o marxismo afirma que o homem é um produto da sociedade: sua mente e seu espírito são determinados e moldados pelo mundo material. Por causa dessa vulnerabilidade aos fatores externos, a mente humana é vista como frágil e manipulável, de modo que, assim sendo, o homem não pode ser responsabilizado por suas próprias decisões. Essa ideia serviu como base para a "descriminalização do crime", que é uma das teses da Escola de Frankfurt. Segundo Habermas, dado que o homem é um produto da sociedade, é inevitável que ele ceda aos seus impulsos primitivos e às suas tendências criminosas, uma vez que ele foi criado sob o jugo da violência estrutural de um sistema capitalista criminoso." (Disponível em: https://www.mises.org.br/article/2401/a-escola-de-frankfurt-o-marxismo-cultural-e-o-politicamente-correto-como-ferramenta-de-controle. Recuperado em 12 de novembro de 2019).
[2] No Brasil, nos dias atuais e infelizmente, as organizações criminosas que usam a violência como instrumento de trabalho, tanto para conquistar e manter territórios, quanto para aterrorizar adversários e a população em geral, determinam aos seus "prepostos", em execuções de devedores e rivais, que filmem o ato de barbárie.
[3] Territórios dentro do território de dado Estado onde a soberania lhe é negada. Esta porção territorial passa a ser dominada por organizações criminosas ou terroristas. Há imposição de regras de convívio social próprias, draconianas em sua essência. E, à população que lá se encontra e está sob o jugo destes "invasores", é negada a incidência do ordenamento jurídico próprio de Estados Democráticos de Direito.
A decisão do STF, em 8 do 11, transcorreu com pose, pompa e longos discursos como é habitual. O resultado foi o de seis ministros contra a prisão em segunda instância e cinco a favor. Uma vitória frágil por apenas um voto.
Durante um bom tempo o STF aceitou a prisão em segunda instância defendida, inclusive, pelos ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber e Dias Toffoli, os quais voltaram atrás. Tal reviravolta aumentou a sensação de insegurança jurídica, pois não se sabe o que vale e o que não vale nas decisões do STF, que em um momento pende para um lado e em outro modifica o que foi acordado.
O resultado beneficiou de imediato o presidiário, que se encontrava recolhido por seus crimes na cobertura da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi o primeiro a ser rapidamente solto, como antecipadamente havia anunciado a cúpula de seus correligionários.
Segundo o tão citado art. 283 do Código de Processo Penal (CPP), “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”.
Em que situações se estabelece a prisão preventiva? “Como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal” (art. 312 da CPP).
Isso significa que a prisão transitada em julgado pode ser aplicada ou não, dependo de quantos advogados famosos e caros o criminoso possui. Nesse caso ele pode matar, estripar, estuprar, roubar, enfim, cometer os crimes que lhe aprouver e não será preso, porque a Justiça brasileira tarda e falta, e até o processo chegar ao Supremo ou o bandido estará morto ou seu crime ou crimes prescritos. Para as “pessoas comuns”, sem recursos financeiros, vale a prisão preventiva
De todo modo, vai ser difícil ser preso no Brasil graças a Lei de Abuso de Autoridade, com a qual o Congresso presenteou os facínoras e puniu os honestos, os corretos, os que cumprem com seus deveres. Segundo essa anomalia, uma simples condução coercitiva sem intimação prévia do investigado ou de uma testemunha, pode enquadrar um juiz e as penas vão de 3 meses a 4 anos de prisão. Na verdade, criminosos terão carta branca e a autoridade que ousar prendê-los ou mesmo algemá-los é que será presa. A lei já fez efeito e autoridades já deixaram de prender por medo de serem punidas.
O presidente do STF, ao chegar ao término da votação sobre a prisão em segunda instância, jogou a batata quente para o Congresso, em que pese a Suprema Corte ultimamente ter também legislado. Mas, se a Constituição é abstrata, qual é a definição exata de trânsito em julgado? Se mudar a Constituição é complicado ou não pode ser feito no caso das Leis Pétreas, não poderiam os legisladores fazer uma lei complementar alterando o Código Penal, definindo o que é trânsito em julgado para que a partir de uma sentença penal condenatória possa a prisão ser efetuada na primeira ou na segunda instância?
A dificuldade dessa possível solução reside no fato de que muitos integrantes do Congresso, notadamente do PT e do chamado Centrão, têm problemas com a Justiça, incluindo a Lava Jato e não vão votar contra si mesmos. No momento eles têm foro privilegiado, mas posteriormente podem não ser reeleitos e até presos.
Lula já devia estar em prisão domiciliar, mas avisou que não aceita isso e nem usaria tornozeleira. Agora solto pela decisão do STF, saiu dizendo que vai ser mais de esquerda e reiterou seus ataques raivosos, pesados, cheios de ódio aos que considera seus inimigos: a Polícia Federal, o Ministério público, a Receita Federal, o arqui-inimigo Sérgio Moro e o mega adversário, presidente Jair Bolsonaro.
O chefão petista não recuperou seus direitos políticos como disse Haddad. Continua condenado na primeira instância, no TRF-4, no STF, no caso, do Tríplex de Guarujá. Foi condenado em primeira instância com relação ao sítio de Atibaia, o Instituto Lula e o apartamento de São Bernardo. Pesa ainda sobre ele os processos de tráfico de influência na compra dos Gripen da FAB, do “quadrilhão” do PT na Petrobrás, das propinas da Odebrecht. Por isso ele se diz o homem mais inocente do mundo, um injustiçado preso político.
Só falta agora se realizar o desejo de Lula da Silva através do STF: Moro ser considerado um juiz parcial no caso do tríplex, com base na ação criminosa de Hackers comandados pelo jornalista do site Intercept. Então, ele recupera seus direitos políticos. Contudo, se isso ocorrer, desmoralizando ainda mais o Supremo perante a sociedade, não está garantida a eleição do ex-presidiário. Portanto, não será prudente ele sair por aí em caravana. A última foi um desastre político e pode ser pior agora porque a repulsa ao PT permanece e pode até ter aumentado.
*Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
VITÓRIA DE PIRRO
Cel Carlos Alberto Bastos Moreira
PIRRO, rei do "Ponto " em 280 AC , na batalha de HERACLÉIA: "e mais uma vitória como essa e eu estarei derrotado".
Pirro praticamente perdera todo seu exercito nessa batalha contra os romanos.
O Consul ( general ) romano, Publio Valério e 30 mil legionários X 25 mil homens de Pirro.
Mas Pirro tinha 200 elefantes de combate, coisa que os romanos não conheciam nem esperavam que pudessem aparecer em campo de batalha. Quanto a Pirro, ele soube bem escondê-los (aos elefantes ), por anos. Soube alimentá-los e dar-lhes mordomias, por anos, esperando deles tirar proveito em ocasião especial.
Ante o poderio desses animais, houve inicialmente , nas fileiras romanas, uma flutuação hesitante nos " coortes " e "Legios" ( grandes Unidades) a qual era consequência da "surpresa" que se espalhou às Centurias ( sub - unidades ) da melhor Infantaria que já entrou em campo de batalha, nesse planeta. - as legiões do Exercito Romano..
Jovens "patrícios" da oficialidade, provindos da melhores famílias, filhos de veneráveis "matronas" e iniciando carreira de comando
em "pelotões", dando exemplo e ensinamento, chegaram a jogarem-se sob os pés dos elefantes, a fim de lhes deceparem parte das patas com golpes de "gladio". Muitos esmagamentos...
Tropa contida da debandada pelos seus mais duros Centuriões (capitães) ... comandantes de centúrias...( a Cia de Inf Romana tinha cem homens , como efetivo).
Assim como essa juventude de hoje tem o corpo todo tatuado... um "centurião" daqueles tempo chegara ao seu posto de comando pelo numero de cicatrizes que obtivera em campanha e batalhas. Os caras eram duros...
Mas Pirro venceu. Entretanto perdeu quase todo seu exercito, esgotando seus recursos, caso tivesse que combater novamente e brevemente.
Daí teria dito: " - Mais uma vitória como essa e eu estarei definitivamente derrotado".
E Exercito Romano voltou em outra campanha.... E Pirro nem elefantes tinha mais, embora os romanos já soubessem como lidar com eles...
Quem tem medo de Pirro?
Quem tem medo de Lula não entendeu que ele apenas um cadáver ambulante, o qual arrastará com ele, pára os infernos, a ralé que aplaudiu essa curta " vitoria de Pirro.
Os "romanos" voltarão.... Ele sabe disso. Nesse ínterim vai se embebedar muito, antes de voltar para o calabouço. Vai "comer" uma ou outra militante certamente, também....Mas não foge ao seu Destino...
Lula é um passado que fede. Um cadáver sem formol...
Não o temam.
Permaneçam nas fileiras; evitem o "pânico" que produz a "debandada": salvação individual ilusória que nos faz oferecer as costas ao inimigo.
Não haverá mais " elefantes" dessa vez.
"Sustentem o fogo, que a Vitoria é nossa."
PS : Creiam-me; eu estive em Heracleia... e me lembro...